Conversa de Sábado à Noite (Alagoas, 1º andar) – 8/10/94 – Sábado – p. 14 de 14

Conversa de Sábado à Noite (Alagoas, 1º andar) — 8/10/94 — Sábado

O SDP nota uma modorra tomando conta do auditório durante a conferência para os CCEE * O SDP precisou reagir interiormente para que esta névoa de modorra não lhe tomasse conta * O que o demônio gostaria é que o SDP se tivesse deixado levar pela onda e feito uma reunião soporífera * A inocência é a virtude da Contra-Revolução na medida em que ela aceita de frente a luta como um dos deveres capitais de fidelidade * A virtude da Contra-Revolução se caracteriza pela posse de todas as virtudes mobilizadas continuamente contra os defeitos da Revolução * A esperança da Contra-Revolução está em que a Revolução tem que ser castigada por nós * O mais odiento dos demônios é o da Revolução; ele realiza o ódio na sua expressão mais fulminante e completa * Nosso desejo de luta é contra uma maldade ilimitada da qual depois do deicídio não houve igual; a favor de uma santidade que é a santidadae da própria Maria Santíssima * Sem o látego da punição não se pode acreditar em uma transição da opinião pública * O livro prepara a vias do Senhor; como São João Batista ele é enviado pelo Espírito Santo para abrir o caminho e prosseguir

(…)

que é o seguinte:

* O SDP nota uma modorra tomando conta do auditório durante a conferência para os CCEE

Eu, quando entrei, eu assisti a declamação inteira. E prestei muita atenção — eu já tinha visto a declamação, já tinham lido para eu ouvir; até marquei uns defeitinhos insignificantes, tamanho de um meio mosquito.

Mas afinal, quando eu ouvi a declamação, eu achei que os rapazes estavam proclamando bem, com muita dedicação, muita vontade de fazer a coisa bem feita. Enfim, do lado deles não me pareceu que faltasse nada. Mas pareceu-me que havia da parte do auditório, uma espécie de modorra. Essa modorra… como eu peguei o auditório ali, eu não sabia se era anterior à declamação ou se tinha se formado durante a declamação. Mas não me parece que se tivesse formado antes da declamação porque eu tinha toda impressão, que quando eu entrei, antes de começar qualquer coisa, eu dei início à reunião, já me pareceu notar uma certa modorra no auditório.

(Cel. Poli: O senhor João deu uma razão para isso que eu não entendi qual era. Mas que o senhor não reparasse porque o auditório estava preparado para estar menos reativo hoje.)

Ele disse isso. Mas eu creio que foi depois da reunião.

(Cel. Poli: Foi antes, quando o senhor ia indo para o automóvel. Quando o senhor começou a reunião, eu atribui que ele tinha preparado o auditório para ouvir uma pregação sobre o inferno.)

É.

(Cel. Poli: Mas eu não entendi bem o que ele tinha dito.)

Ele disse o seguinte. Era mais ou menos isso, se não era bem exatamente isso, era mais ou menos isso. Que eram pessoas — são Correspondentes, e, portanto, vivem dentro desse mundo que está aqui embora sejam gente muito boa, eles se beneficiam muito pouco de um ambiente exclusivamente nosso como é esse que vivemos pela graça de Deus. E que então eles, no primeiro dia, eles tinham habitualmente uma espécie de estranheza de abordagem que fazia com que o primeiro dia fosse menos reativo do conjunto, mas que depois os efeitos do primeiro dia se acumulavam com os do segundo.

(Dr. Edwaldo: Há um fator de ordem física, que eles viajam à noite para cá.)

Também isso pode entrar indiscutivelmente em linha de conta.

Então daí um certo abatimento, uma certa. E me pareceu notar isto durante a proclamação dos rapazes.

Agora, quando eu comecei a falar, eu falei intencionalmente, de maneira logo no começo, de ver se eu quebrava essa situação psicológica deste modo ou daquele, de maneira que eu que por hábito e até certo ponto por uma questão de bom gosto, nunca começo em altos brados, vou um pouco subindo para depois falar em tom mais alto, etc., fui a bem dizer desde o começo falando em tom alto, e tomando a coisa assim por cima, porque eu queria ver se eu quebrava, pela entrada de um novo orador, e depois mais velho e tudo mais, que isso exercesse certo efeito sobre eles.

(…)

* Durante a conferência uma alternação de entusiasmo e de névoa que o toldava; o SDP precisou reagir interiormente para que esta névoa não lhe tomasse conta

pareceu-me notar o seguinte: que eles várias vezes entravam na engrenagem do que eu dizia, e acompanhavam temperamentalmente o que eu estava falando. Mas que de vez em quando eles como que se alheavam, e como que se ausentavam.

Vamos dizer o seguinte: é como se o acrílico atrás do que eu falava se toldasse de névoa, de respiração, etc., e assim tivesse a impressão do auditório mais longe de mim, assim também seria este efeito psicológico que eu notava.

Eu fazendo força conseguia pouco para levantar isso. Então eu começava a falar daquele jeito, porque não sei fazer de outra maneira. Mas de vez em quando eu notava que vinha uma como que graça e isto saía. Aquele efeito de baixa saía e eles pegavam o fluxo do que eu dizia no diapasão em que eu estava e acompanhavam. Mas que isto eles não percebiam quando é que essa ação começava neles.

Eu seria capaz, por exemplo, se tivéssemos combinado, de faze um sinal quando eu julgasse que essa ação começou. Um sinal para conhecimento de vocês, para comentarmos depois os fatos.

Vamos dizer, não sei, mas que eu pegasse a sineta e começasse a brincar com ela, seria um sinal convencional do qual ninguém desconfiaria nada e que seria perfeitamente… um, entre mil sinais que se poderiam combinar.

Agora, depois, em certo, momento, aquilo se evolava de novo.

Mas uma coisa curiosa que eu notei, é que eu comecei a notar que um fenômeno parecido se dava comigo. Quer dizer, eu em certos momentos [que estava falando] me punha na impressão de que aquela névoa que passava sobre eles eu precisava reagir interiormente para não tomar conta de mim. Eu tenho impressão de não ter deixado transparecer nada. Mas era uma coisa que seria uma coisa até cômoda e que me seria cômodo ficar dizendo coisas mais ou menos banais e com essa névoa ali, mais cômodo do que estar falando naquela luta com o auditório.

Mas Nossa Senhora ajudava, eu conseguia romper aquela carapaça e retomava. Mas durante todo o tempo houve uma alternação assim do auditório comigo, mas deste fator que atuava sobre o auditório procurando pegar um jeito de atuar sobre mim também.

* O que o demônio gostaria é que o SDP se tivesse deixado levar pela onda e feito uma reunião soporífera

O que faz desconfiar de uma coisa do demônio, evidentemente, porque é bem ele. E é do que ele gostaria, ouviu? Se eu me deixasse ir na onda, fazíamos uma reunião soporífera, terminava também mais cedo, e terminava com os aplausos convencionais ao Doutor Plinio, etc., etc. Que à força de serem sempre de uma certa gradação boa, era mais uma vez uma boa coisa dentro da rotina. Agora, se há uma coisa que não pode ter rotina são esses Encontros.

Donde então a minha luta. E por aí vocês vêem um pouquinho, olhando a representação dos bastidores e não do palco, vocês vêem um pouquinho a segunda história de uma conferência.

(Sr. Gonzalo: O senhor concorda com que o fato que o senhor tenha tratado do pecado de Revolução aquilo foi uma paulada no demônio. Porque a análise estava feito mais em pecados individuais, etc. Mas aquela coisa me parece que moveu muito. Que rompeu a clave anterior e que trazia um ar novo.)

Rompeu, produziu efeito que você disse, mas eu notei o efeito menos marcante do que você está dizendo.

Quer dizer, talvez por causa exatamente dessa espécie de névoa que tentava estabelecer-se entre eles eu, eu estivesse notando menos as reações deles. Eu estava percebendo menos. Que é uma coisa que pode acontecer.

(Sr. Gonzalo: Pode, pode. Mas o senhor não teria, como o senhor explicitou isso do pecado de Revolução, de falar algo sobre a virtude da Contra-Revolução?)

* A inocência é a virtude da Contra-Revolução

Com nexo com a nossa última reunião do MNF, que eu não sei bem se os outros filhos meus aqui costumam ouvir o MNF, se têm à sua disposição, se não tem, não sei bem como é a coisa.

(Sr. Paulo Henrique: Da minha parte não.)

Não tem tempo?

(Sr. P. Roberto: O Sr. Gonzalo nos deu um jornal falado e o senhor também repetiu um pouco no Santo do Dia.)

Foi. É, eu repeti no Santo do Dia.

(Sr. P. Roberto: E foi extraordinário.)

Em nexo com aquilo a gente pode dizer o seguinte: que a virtude da Contra-Revolução é a inocência.

Mas é a inocência vista enquanto o quê? Precisa não confundir com o conceito corrente de inocência. O conceito corrente de inocência corresponde a certas estampas, ao meu ver respeitáveis, heresia branca um tanto, mas heresia branca, é verdade, mas heresia branca vista assim por alguns lados respeitáveis que mais de uma vez ela tem. Não enquanto heresia, mas enquanto branca, ela tem uma certa alvura. Então toma aquelas estampas clássicas, ao menos no meu tempo de menino eram clássicas, que se punha na parede, nos quartos de brinquedos das crianças e tal, uma criança atravessando uma pontezinha sobre um rio, e uma pontezinha um tanto frágil, e fazendo uma coisa que podia dar em imprudência, a criança se debruçando demais sobre o parapeito da ponte para olhar para o Rio. E o Anjo da Guarda sorrindo, mas pondo um anteparo com a mão para o caso da criança cair, de maneira que a criança não percebia nada, mas ela seria apoiada se fizesse uma imprudência.

Bem, então a criança era representada como se entendia que devia ser a criança daquele tempo. Quer dizer, com uma cara de quem está acordando, levantando da cama, saudável, gorducha, corada, boa, muito boazinha…

(Sr. Gonzalo: E boba também.)

Boba, é claro.

Muito boazinha, mas de um bom que daria numa pessoa, na melhor das hipóteses, inteiramente inofensiva. Quer dizer, se fosse tomar o que estava ali em potência, e imaginá-lo em ato, daria uma bobona. Certamente membro de umas duas ou três associações paroquiais. Usava conforme o dia, era festa de… vamos dizer, sábados consagrados a Nossa Senhora, segunda-feira a São José e quarta-feira o padroeiro da cidade. Então a irmandade São José, a confraria de Maria Santíssima, e a liga — liga contra quem não se sabe — de Santa tal. Então em cada um desses dias tinha uma fita de uma cor: cor marrom, cor vermelha, e cor verde. E era mais ou menos as mesmas pessoas [que] davam o quorum dessas três associações e constituía uma vitória a associação A conseguir que a senhora da associação B entrasse para a associação A também. E a vitória do apostolado era que todas pertencessem as três associações. Recrutar um membro novo, tirados das garras do demônio, nem passava pela cabeça. Era essa a vida paroquial. Essa criancinha tutelada pelo Anjo da Guarda, seria assim.

* A inocência é a virtude da Contra-Revolução na medida em que ela aceita de frente a luta como um dos deveres capitais de fidelidade

Então, essa inocência não é a inocência de que eu falava que se pode personificar pela Contra-Revolução. Não porque houvesse nela algo de diretamente contrário a inocência senão porque por falta de exercício, por falta de esclarecimento, etc., essa pessoa estava habituada a não exercer os instintos combativos que existem em toda pessoa. E, pelo contrário, a imaginar que a virtude da bondade consistia na atrofia dessas virtudes.

De maneira que você poderia dizer que havia já um começo de Revolução nessa inocência. Eu diria que conforme se tome esse começo, naquilo em que a Revolução é um não ter certas virtudes, é o ter muitos defeitos, muitas vícios e estar cortada, amputada, na alma quanto a ter certas virtudes e os defeitos opostos, isso já seria um começo de Revolução.

Eu não sei se está claro isso?

Agora, a virtude da inocência é a virtude da Contra-Revolução na medida em que a inocência se desenvolveu notando estranhezas em se sentir contestada. E contestada aceitar a contestação como um dos deveres capitais da fidelidade. E aceitar de frente a luta, com tudo que a luta… a guerra, porque não é uma batalha, começa com algumas batalhinhas, e termina numa guerra. E é a guerra que a gente sabe que é a guerra da vida inteira, uma espécie de guerra de cem anos.

Em linha gerais seria isso.

Então o que é que caracteriza a virtude da Contra-Revolução?

* A virtude da Contra-Revolução se caracteriza pela posse de todas as virtudes mobilizadas continuamente contra os defeitos da Revolução

É a posse de todas as virtudes mas com essa nota especial de prevenção, hostilidade, mobilização contínua, contra os defeitos que constituem a Revolução. Eu diria mais, algo que chegasse quase à hipertrofia desta oposição contra-revolucionária pela preocupação de ir tão longe quanto possível. E dentro disso, exercendo um papel muito grande, a virtude da esperança. Da confiança. Porque se a pessoa se deixa levar pela idéia de que está defendendo uma causa que está perdida, é impossível esperar dela a esperança, o ânimo, a dedicação de uma causa perdida.

Eu não sei se eu me exprimo bem.

(Sr. Gonzalo: Mas a própria esperança é contra-revolucionária nesse sentido.)

Nesse sentido é.



E depois outra coisa, ela pede uma luta. A esperança de lutando, conseguir. Não é uma esperança de que caia mais ou menos como um aerólito de bendengó, do céu, de repente, uma vitória contra-revolucionária. Nunca vocês me viram exprimir a esperança assim: que tal seria se por exemplo agora, nós víssemos descer do Céu legiões de Anjos cantando, esses Anjos ocupariam, como são muito mais numerosos que os homens, eles ocupariam todas as cidades de alguma importância do mundo, e sempre cantando louvores a Deus, o céu lindíssimo, alguma coisa do esplendor sacrossanto de Nosso Senhor Jesus Cristo aparecendo, todos se converterem e no dia seguinte ser o primeiro dia do Reino de Maria com a paz entre todos convertidos e os filhos das trevas, porque os filhos das trevas tinha virados filhos da luz. Isso se teria dado enquanto nós dormíamos um sono de sábado para domingo.

* A esperança da Contra-Revolução está em que a Revolução tem que ser castigada por nós, e não por outros

Isso seria uma esperança indigna, porque o nosso senso das coisas nos manifesta que a Revolução tem que ser castigada, tem que ser punida, e que tem que ser punida e castigada por nós e não por outros. E não por outros, quer dizer, não por esforços distintos ou separados dos nossos. Podem vir muitos outros para ajudar, mas é num esforço convergente com o nosso e dirigido pelo nosso. Aí se pode conceber, até de muito bom grado.

Mas nós temos a convicção de que isto representa um passar por dificuldades muito grandes, por problemas muito difíceis, etc., como também por dias de glórias muito brilhantes, mas que não serão nada em comparação da grande glória do dia D.

Aqui está a virtude da Contra-Revolução.

Ela pressupõe, como toda virtude, uma grande lealdade da pessoa consigo mesma. De maneira que ela não minta para si, de que ela é contra-revolucionária integral, enquanto ela tem combinaçõezinhas secretas dentro de si mesma e consigo mesma com coisas da Revolução.

Visto isto desta maneira, eu tenho a impressão que a Contra-Revolução está descrita.

(Sr. Gonzalo: Não sei se o senhor podia ampliar um pouco. […])

(Sr. Paulo Henrique: Uma inocência com uma vocação ímpar na História.)

Talvez ímpar.

(Sr. Gonzalo: Houve inocentes que lutaram e não produziram esse efeito. […])

* O mais odiento dos demônios é o da Revolução; ele realiza o ódio na sua expressão mais fulminante e completa

Não, eu não tenho dúvida que considerando com atenção o assunto, se pode apresentar outros aspectos dele, mas são aspectos indispensáveis, mas colaterais. O eixo da temática é essa. O que você diz, e outras coisas que poderiam dizer-se são coisas indispensáveis, mas não são o eixo.

Agora, desse indispensável vale a pena tratar-se. Não estou dizendo com isso que não quero tratar. É apenas para fazer a ordenação exata das coisas.

Como é que se poderia desenvolver isso?

Quer dizer, a gente teria mais facilidade em desenvolver isto da seguinte maneira: se a gente arranjasse um jeito de caracterizar o que tem o demônio de Revolução diferente dos outros demônios. E com isso a gente conseguisse ver, por oposição, o que tem a Contra-Revolução de diferente de coisas muito boas, talvez angélicas, mas que não se confundem com ela. Seria um modo de entrar em assunto.

Agora, o que é que tem o demônio da Revolução de próprio?

É o seguinte. É que ele realiza o ódio na sua expressão mais fulminante, mais completa. Tenho a impressão de que ou é o mais odiento dos demônios, ou é o filão dos demônios mais marcados pelo ódio no inferno, e marcados, portanto, pelo desejo mais enfático de derrubar a Deus de seu trono, de derrubar os Anjos, de aniquilar o Céu, levado tudo isto à uma espécie de totalidade da natureza angélica, que em outros demônios não ocupa a mesma totalidade. Ocupa-os [totus sed non totalita?]. Todos, porém não inteiramente. E o princípio de que há maldades em graduação lá no inferno, é verdadeiro, é geralmente admitido de acordo com o princípio de que os Anjos que caíram eram Anjos hierarquizados, e que pecaram mais na medida em que eram altos.

De maneira que se poderia dizer que é um fragmento da hierarquia celeste, fragmento caído, mas é como uma escada — temos que supor uma escada de madeira para compreender bem a coisa — uma escada de madeira, dessas escadas portáteis, que a gente pode virar de cabeça para baixo. Então pôr a parte mais larga em cima e a parte mais estreita embaixo.

Assim também é o demônio. A parte mais odienta dele é o que ele tem de mais embaixo, e que normalmente é um número menor de demônios que pertence a isso, mas demônios mais saturados, mais carregados de ódio, porque no Céu eles estavam sobre os outros e mais carregados de amor, e essa amor degenerando, se transforma ipso facto em ódio. De maneira que a gente poderia imaginar uma escalada em sentido diverso, e um ódio também maior.

Então seria um ódio que seria proporcional à alta categoria desses demônios que eles tiveram quando eram anjos de luz, e também abrangendo o universo inteiro, com um furor proporcionado a cada coisa que eles quisessem destruir. De maneira que, por exemplo, o furor do demônio em destruir, por exemplo, esses bibelôs aqui, ele tem. Tem porque são bonitinhos e qualquer coisa bonitinha ele odeia, só deve haver o horror. Que é só o que ele tem no inferno.

Mas isto não vai sem o seguinte: que, portanto, ele aqui gostaria de destruir isso, mas que o demônio supra sumo julgaria meio poca consumir-se em destruir isso. Ele manda para isso um demônio mais baixo, mas poca. Ele quer destruir o que há de mais alto.

Então ele nunca iria mexer, ele, nisso. Ele mandava um demônio qualquer mexer nisso, e ele iria profanar um tabernáculo, pegar, na medida em que Deus consente, pegar um padre apóstata, fazer celebrar missa lá, consagrar uma enormidade de hóstias, levá-las por exemplo, e distribuí-las para organizações habitualmente interessadas nisso. Para começar um sabath de profanações que não tenha fim. Isso daria mais para este demônio.

* Nosso desejo de luta é contra uma maldade ilimitada da qual depois do deicídio não houve igual; a favor de uma santidade que é a santidadae da própria Maria Santíssima

Nós não julgaríamos a nossa capacidade de amar inteiramente ocupada, inteiramente lotada, se não fosse por uma causa do tamanho da Contra-Revolução. De maneira que se, por exemplo, nós fechássemos os olhos e acordássemos, vamos dizer há cem anos atrás e nos víssemos a todos que estamos aqui, nos víssemos lá transformados em cidadãos do grão-ducado de Luxemburgo, e convidados a dar toda a nossa vida para evitar que se estabelecesse no grão-ducado do Luxemburgo uma monarquia constitucional e liberal em vez da monarquia Ancien Régime que havia lá, nós certamente faríamos. Mas sentiríamos que nos faltava alguma coisa. Nós quereríamos lutar a favor de uma coisa que amássemos mais, contra outra coisa que odiássemos mais.

Então, para nós o desejo é de uma luta [contra] uma maldade ilimitada da qual temos a impressão que depois do deicídio não houve igual, que talvez tenha as proporções do deicídio e a favor de uma santidade que nos deixa sem palavras, e que é a santidade da própria Maria Santíssima.

Então, sentindo isto, há uma coisa que eu sinto a todo momento com a fricção com certos elementos da TFP. Sentindo isto, sentindo que nosso coração se alarga de tal maneira que o peito tem que se tornar maior para conter o coração.

Agora, é uma coisa indiscutível que há gente que convidada a esse grau de abertura, para uma causa que é uma causa verdadeira, santa, etc., mas que transcende da mesquinharia de uma vida puramente individual, há gente que isto não quer. Ela quer a vidoca.

(Sr. Gonzalo: Opção preferencial pela pouquice.)

Pela pouquice e [pelo] demônio da pouquice. É um demônio específico.

Eu acho que contei, quando era pequeno, a minha tentação de me meter na pequena burguesia, de deixar o meu meio natural e levar a vida dos dois anõezinhos, dos dois corcundinhas.

(Sr. Gonzalo: O senhor contou sim, aliás foi prodigioso.)

O fato é que se eu tivesse cedido a uma tentação deste gênero, eu me teria amesquinhado enormemente e vocês me encontrariam, por exemplo, muito preocupado, mas dominantemente preocupado com o seguinte problema…

Vamos dizer uma coisa assim… eu poderia nesse caso morar em Morungaba, e preocupado porque durante à noite houve uma tempestade e os sinos de Morungaba se fez ouvir e alguns afirmam que foi efeito do vento, e outros dizem que não, que foi uma causa misteriosa. Então é preciso subir à torre para ver, mas o vigário não quer. E o vigário não quer por cinco razões — eu não vou desfiar cinco razões, mas uma delas é porque ele é inimigo do sujeito que acha que foi uma razão misteriosa.

Em segundo lugar, porque ele não contou para os paroquianos mas as esmolas destinadas a consertar o relógio da torre ele gastou em outras coisas, e o povo pensa que o relógio da torre, que a escada está consertada e não está. Se ele permitir que suba vão ver que não está consertada, e tem um tole contra ele. Ele teria o dinheiro para gastar nisso, mas é que esse dinheiro que ele em parte gastou, e em parte ele tem, ele quer para as férias dele. Então se trata de ver com Da. Claudina que é prima da tia dele se consegue uma coisa assim desse jeito, daquele, daquele jeito.

Quer dizer, isso é um estado de espírito. E esse estado de espírito existe em dose menor ou maior em muita gente. Gente boa, hein. Mas que nesta proporção não quer dar-se.

E a virtude da Contra-Revolução é exatamente ampla, ela não se ocupa com essas coisas, ela tem asas à maneira desse pássaro aqui em São Paulo, Jaburu; não sei como é que chama, que tem umas asas…

(Sr. Paulo Henrique: Jaburu.)

Jaburu.

que desdobram indefinidamente. Me dizem que é de um vôo lindo. Pelas fotografias que eu vi, realmente deve ser. Você já viu voar jaburu ou não?

(Sr. Paulo Henrique: Já sim senhor.)

E é tão bonito quanto parece?

(Sr. Paulo Henrique: É uma coisa impressionante, porque é realmente enorme aquelas asas, mas eu não estava com a atenção tão posta no vôo dele quanto depois que o senhor comentou-o. Dá próxima vez que eu tiver ocasião de ver um jaburu, eu vou analisar com mais cuidado.)

Se tiver, por uma coincidência, uma máquina fotográfica na mão, você já sabe o que é que você faz.

(Sr. Paulo Henrique: Lá no Mato Grosso há muito disso lá, sobretudo na fazendo do Sr. Nelson.)

Ah, tem muito jaburu lá?

(Sr. Paulo Henrique: Tem. Tem inclusive postais…)

Ah, isso deve ser interessante.

Mas enfim, a asa do jaburu dá o diâmetro de nossa elevação, que é muito mais do que a asa da águia. E isto, essa gente não quer.

(…)

* Sem o látego da punição não se pode acreditar em uma transição da opinião pública; relato da peregrinação da Sagrada Imagem em Espanha e Portugal

Eu acho que sim. Eu recebi um relato que deve ser lido quando forem lidas outras repercussões, um relato do Loredo ou Juan Miguel, um dos dois, a respeito de nosso livro na exposição da Alemanha, de Franckfourt. Mas em parte de Milão, e depois em parte da exposição de Franckfourt. Mas são repercussões… na Itália, de chamar atenção, de a gente não saber como explicar. Mas o que é o entusiasmo pelo livro na Itália… e é gente que comenta, e que pronuncia meu nome correntemente, como pronunciaria o nome de um cidadão italiano metido na vida pública da Itália, etc. É uma coisa de chamar atenção. Isso que se dá na Itália pode passar-se em outros lugares também.

(Sr. Gonzalo: Mas nesses anelos da extensão da virtude da Contra-Revolução chegar à sua plenitude, a gente vai ser no castigo.)

Não, não, sem castigo não vai.

(Sr. Gonzalo: […] E passo mais para frente o senhor vê ainda qual seria, para que isso se realize totalmente?)

Eu creio que sim, durante a Bagarre. Gente que começa assim agora, e que durante a Bagarre sob o látego da punição, se purifica como se estivesse no purgatório. Isto eu admito. Mas que por uma transição sem látego, sem Bagarre, chegue a mais do que isso, eu não acredito muito.

(Sr. Gonzalo: Portanto, como está não aumentará muito, até o látego?)

Pelo menos não prevejo.

(Sr. Guerreiro: Quer dizer, no horizonte que o senhor analisa não há sintomas de que isso possa vir.)

Não, não há sintomas. Eu não vejo nesses sucessos, sintomas.

Eu recebi, por exemplo, da Espanha — foi um dos rapazes do Grupo da Espanha que me mandou, mas não me lembro do nome dele no momento — eu recebi da Espanha um relato da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, passando por várias aldeias, etc. Você aqui é o único hispano, meu filho, mas com certeza conhece melhor a geografia da Espanha do que nós, qual é a província da Espanha mais colada na Galícia?

(Sr. Paulo Henrique: Estremadura seria uma. Depois Astúrias também, está lá em cima.)

Eu acho que Astúrias.

Eles começaram pelas Astúrias, deram um giro não sei bem por onde, a partir das Astúrias, e entraram na Galícia e depois da Galícia saíram para Portugal. Indo parar numa cidade que não é a cidade do Porto, mas tem um nome parecido, e lá se dissolveram, os portugueses foram para um lado, os espanhóis para outro, etc.

Como essa peregrinação foi recebida, como essas populações locais se entusiasmaram, é uma coisa que vocês não podem ter uma idéia, é uma coisa extraordinária. Basta dizer que em alguns lugares, na entrada da cidade, a peregrinação já tinha tido gente que avisava a cidade seguinte — cidade é pueblo, não é bem cidade, é pueblos e talvez pueblitos.

(Sr. Paulo Henrique: Mas era a sagrada imagem, senhor?)

Não, era uma imagem de Nossa Senhora de Fátima nossa. Cópia feita da Sagrada Imagem.

Mas enfim, seja como for, vamos dizer que nossa imagem tivesse na cidade ou no pueblo A, e fosse passar para o pueblo B. Do pueblo A, telefonavam horas antes da nossa imagem sair de nós, telefonavam para o pueblo B avisando que ia chegar uma peregrinação, que preparassem alojamento, preparassem tudo, mas preparassem sobretudo uma bela recepção. Então vinha, na entrada da cidade o vigário, mais aldeões com trajes típicos executando danças regionais. Mas essas danças regionais são muito inocentes, com archotes, etc., e arcos com flor, e acompanhavam a imagem até a igreja. Na igreja, a igreja ficava aberta e ficava até nem sei que horas, o pessoal não ia dormir, estava [esfolegados?], e nem agüentava mais nada, mas a noite inteira gente rezando, gente, isso aquilo, aquilo e aquilo outro.

Noutra vez foi…

Eram procissões diferentes. A vez mais bonita foi quando chegaram ao mar — ao mar, eu acho que eles devem ter chegado na Galícia, porque o padre falou em Atlântico, e eu acho que a Espanha não tem porto para o Atlântico a não se pela Galícia, ao menos é essa a impressão que eu tenho. E o padre falou em Atlântico. Mas então era noite, e alguém levantou a idéia de improvisarem uma procissão noturna no mar em louvor de Nossa Senhora de Fátima. E o padre então perguntou na igreja: quais são os barqueiros daqui que estão dispostos a conduzir seus barcos — deve ser barquinhos de pesca. Todos levantaram.

Então foram esses barcos com archotes procurando formar fila atrás da imagem em pleno mar, e uma aldeiazinha que ficava em frente… deve parecer um golfo, me dá a impressão que eles saíram do fundo do golfo e fizeram uma volta dentro do golfo. Essa aldeiazinha começou a soltar um tiroteio de fogos de artifício… [vira a fita] … mas conventos de freiras, tinha uns mais inocentões em que as freiras então faziam o que podiam. Quase todas essas freiras falando da crise na Igreja, horrorizadas com a crise na Igreja. Mas o clero parece que não sente horror à crise da Igreja.

Mas uma freira era superiora de um convento desses e eles ofereceram de cantar o ofício em louvor de Nossa Senhora para o povo ver. Eu tenho quase certeza que foi de hábito. E eles ouviam a freira superiora dizer para as outras freiras:

Vocês estão vendo, eles são uns Anjos em comparação com vocês, vocês são umas freiras sem espírito de obediência. Prestem atenção como obedecem ao chefe deles. Executa tudo quanto o chefe manda e vocês não executam o que mandam a superiora, e quando fazem, fazem de mau-humor. Procurem uma expressão de mau-humor na cara deles. Veja que não encontra. Isso é uma lição que o Céu está mandando para vocês aprenderem a ser melhores.

Mas dessas freiras ainda do bom tempo, e que dizia as coisas em cerimônia, não é? Um pouco a la espanhola mesmo, ahah!

E as freiras quietas. Em certo momento, ela prorrompeu em elogio direto aos rapazes. Ela não cabia em si de edificada e de contente vendo esses rapazes.

Uma alma dessas que se tenha afervorado, quem sabe lá se ela estava nas vésperas de entrar numa crise de desânimo? Uma alma dessas que se tenha ré-afervorado ou afervorado, e preservado de uma crise, uma só, vale uma ida a pé até Santiago de Compostela.

São coisas que indicam certa coisa. Mas esses barqueiros, vão voltar para o barco, inclusive para cachaça. Os moços que dançavam vão voltar para seu dinheirinho, e assim, assim o que é que vai restar disso?

Eu acho que sem o látego…

* O livro prepara a vias do Senhor; como São João Batista ele é enviado pelo Espírito Santo para abrir o caminho e prosseguir

Quer dizer, o que essas coisas podem fazer é preparar muitas almas para receberem bem o látego. E isso já é de si uma coisa muito boa, é uma preparação para a Bagarre. Mas é um resultado modesto. Isso não se pode chamar um grande resultado de nenhum modo. Não é?

Diga, meu filho.

(Sr. Guerreiro: O livro como que convida o Espírito Santo a vir sobre as almas, não é?)

Convida. É mandado pelo Espírito Santo para abrir caminho nas almas. É uma espécie de São João Batista, abre o caminho e prossegue. Como os povos que ouviram São João Batista, quando ele passou devem ter aclamado, e depois você viu o resto. Mas não tem dúvida que ele preparou as vias do Senhor.

O livro prepara as vias do Senhor e acho que mais do que isto. Mas daí a dizer que vai avolumar o número de membros da TFP, etc., eu tenho minhas dúvidas.

(Sr. P. Roberto: Ele alarga os horizontes das pessoas sobre o qual ele incide.)

Isso sim.

(Sr. P. Roberto: Deixar de ser a defesa do bibelô para ser a defesa de uma coisa muitíssimo maior.)

Muitíssimo maior. Inclusive de muito conde e de muita condessa que pensa que a razão de ser de ser conde ou condessa é poder se apresentar mundanamente numa situação melhor, uma porcaria assim, e que aí vendo compreende que a coisa é outra.

(Sr. Gonzalo: […] Esse fechar de caminho é por quê?)

Eu acho que o livro sobreveio numa época em que estava tudo tão baixo, que ainda é admirável que gente tenha aceito, e que abre um pouco o caminho, e que isto prepara outras graças e outras aberturas a sobrevirem durante a Bagarre.

(Sr. Gonzalo: Eu entendi que o livro havia aberto caminhos, e que depois esses caminhos se fechariam de novo.)

Não. Eu disse isso. Mas quer dizer, fecharia a título provisório, mais predisposto a receber as graças da Bagarre do que antes do livro passar.

(Sr. Gonzalo: Mas esse fechamento seria por quê?)

É pela natural…

(Sr. Gonzalo: A coisa se instala de novo.)

É. Mas estabelece já com uma certa vantagem.

(Dr. Edwaldo: Deixando uma marca nas almas.)

Deixando uma marca nas almas. A marca que favorece atos de generosidade, etc., que se podem esperar.

(Dr. Edwaldo: Como acontece aqui com a visita dos EEII que as pessoas ficam com aquela impressão na alma e não esquecem.)

Não esquecem.

Essas pessoas com isso não mudam de posição, mas ficam com a marca na alma. Por exemplo, é uma coisa menor do que os Correspondentes. Os Correspondentes, cahin-caha se põem a caminho, essas pessoas que ficam admirando os EEII que passam, essas pessoas ficam dispostas a algo que virá, mas não é ainda algo que veio.

O que a gente tem com os EEII é muito característico. O que é que explica que não haja praticamente uma cidade no Brasil onde não se encontre gente que ouviu falar da TFP?

Eu estou sendo cauteloso no que digo, eu não estou dizendo o seguinte: onde todos não tenham ouvido falar da TFP. Seria um exagero e não é verdade. Mas onde não haja algumas pessoas que não ouviram falar da TFP. Isso não há. Num território do tamanho de um continente. Se deve em grande parte aos EEII. Passaram e deixaram um rastro que fica, e que depois a Providência aproveita para outros atos de generosidade.

Parece-me muito razoável, não é?

* Uma conferência do SDP para determinados públicos tem que ter o máximo de brilho e, ao mesmo tempo, ser bastante alta e bastante baixa, para eles poderem saborear

Agora, voltando a hoje à noite, a conferência de hoje à noite, eu tive uma impressão seguinte. Mas eu quero que vocês me respondam com toda franqueza. Eu tive a impressão de que a conferência estava boa, mas que habitualmente as reuniões sobem mais alto. Isto é verdade ou não?

(Sr. Gonzalo: A reunião da parte do senhor…)

De minha parte.

(Sr. Gonzalo: Eu acho que foi extraordinária. Agora o auditório…)

Não, eu digo de minha parte.

(Sr. Gonzalo: Eu achei muitíssimo boa, espetacular. […])

E você, meu Paulo Henrique?

(Sr. Paulo Henrique: Eu achei muito boa, senhor.)

Boa…

(Sr. Paulo Henrique: Eu achei superior… é difícil comparar as reuniões do senhor, mas o senhor deu uma comentando aquele livreto de Fátima, há uns dois ou três meses…)

Não me lembro.

(Sr. Paulo Henrique: O senhor mesmo escolheu os textos… Mas essa de hoje foi outro vôo. Me pareceu que o senhor deu uma visão de conjunto da RCR, e é um tema muito candente, que pega todo o mundo que tenha um vínculo com o senhor.)

Meu Edwaldo?

(Dr. Edwaldo: Eu acho que impressionou muito bem, apesar dessas coisas que o senhor disse do auditório, mas eu acho que acompanhou bem.)

Não, acompanhar acompanharam, mas eu subi muito mais além daquilo que… eles não seguiram tanto.

(Sr. Gonzalo: Isso é certo. Mas o senhor está perguntando a parte do senhor.)

Sim, é de fato é. Mas como o Edwaldo está respondendo em termos de reação do auditório… a pergunta foi diferente. É se esta exposição, esteve como eu penso, intrinsecamente e em si mesma considerada um tantinho menor e menos boa do que as que eu tenho feito ultimamente.

(Dr. Edwaldo: Acho que é muito boa.)

E você, meu Paulo Roberto?

(Sr. P. Roberto: Eu achei excelente, porque o senhor tratou do núcleo do que nós somos. Eu nunca ouvi uma reunião para Correspondentes em que o senhor tenha dado uma explicação tão profunda do que nós somos, do que o senhor é. […])

E depois do ponto de vista do reussi, da exposição…

E você, meu Guerreiro?

(Sr. Guerreiro: Infelizmente eu não estive presente, mas a repercussão do que o senhor disse em outros foi muito veemente. […])

Eu quase não pergunto ao meu Horácio…

(Sr. Horácio B.: Eu achei esplêndido, senhor.)

E o meu caro Coronel?

(Cel. Poli: Eu também achei esplêndida.)

Quem sabe se eu me engano. Enfim, também isso é um pouco mais…

(Sr. Gonzalo: Mas por que o senhor põe esse problema?)

Por curiosidade.

(Sr. Gonzalo: […] É muito difícil que o senhor não se dê conta que foi uma coisa brilhantíssima.)

É, mas a minha pergunta não é propriamente essa, eu dei essa formulação, mas eu não exprimi todo o meu pensamento. O meu pensamento é o seguinte: uma conferência minha para determinados públicos, tem que ser ao mesmo tempo o máximo que eu possa de brilho, mas tem que ser uma coisa que seja ao mesmo tempo bastante alta e bastante baixa, para eles poderem saborear. Uma conferência que tenha como ingrediente não só…

(…)

(Sr. Guerreiro: … o senhor acabou de falar que há temas que o senhor gostaria descrever no MNF e que não estão nas reuniões que o senhor faz, o senhor não podia dizer que temas seriam esses, porque isso seria uma necessidade de seu espírito, da alma do senhor, para no fundo ter a respiração plena que o senhor sente necessidade para ser Plinio Corrêa de Oliveira, para ser o profeta de Nossa Senhora. Que ordem de temas seriam esses?)

Meu filho, são temas teológicos, filosóficos, psicológicos e históricos. Se espalham por esse conjunto.

(Sr. Guerreiro: Mas a natureza desses temas, a índole dela do que é que as distinguiria por exemplo das temáticas do MNF e do conjunto…)

Não, não, são congêneres.

(Sr. Guerreiro: Mas o senhor disse que são reuniões que não estariam nem no MNF, nem nas reuniões que o senhor faz habitualmente.)

É verdade. Poderiam estar. Poderiam estar.

(Sr. Guerreiro: […] Nós ficamos aí burilando, querendo ver se descobrimos as questões para perguntar para o senhor e o senhor tratar, mas a gente sabe que o senhor tem uma porção de temas na cabeça que gostaria de tratar. E não sei se o senhor compreende quanto nós gostaríamos também que o senhor tratasse desses temas e esses lados da sua personalidade, que o senhor pudesse também expor para nós e comentar. […] Se o senhor pudesse tratar daqueles temas mais personalíssimos do senhor, mais interiores, mais íntimos. Para nós seria absolutamente celestial isso.)

Meu filho, a matéria é tão imensa que… você está supondo maravilhas ignotas. Não. São planícies que se sucedem…

(Sr. Gonzalo: Vamos fazer reunião todas as noites.)

Ahahahah! Vamos fazer.

(Sr. Gonzalo: Alugamos o terceiro andar aqui e viemos viver aqui.)

Isso, isso.

(Sr. Guerreiro: […] Como é doloroso para nós o senhor não poder tratar de certas questões que o senhor gostaria de tratar.)

Mas é única e exclusivamente por falta de tempo. Não há uma cortina aí, existe apenas distâncias, distâncias, distâncias. Não há uma coisa que eu diga e que vocês não entenderiam, ou não alcançariam, ou não gostariam, ou que até talvez se revoltassem. Graças a Deus não há nada disso. É apenas tempo. Se morássemos juntos na gruta do Cornélio, eu acho que a coisa se resolvia.

(Sr. Gonzalo: Está feito o convite então.)

Está feito o convite.

(Sr. Guerreiro: Está muito tarde, Nosso Senhor.)

Ahahahahahah!

Bom…

(Sr. Gonzalo: Quem sabe Amparo.)

É isso, Amparo. Está difícil a ida a Amparo. Está difícil.

Vamos rezar, meus caros?

Há momentos minha Mãe…

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