Conversa
da Noite ─ 4/2/89 ─ Sábado .
Conversa de Sábado à Noite ─ 4/2/89 ─ Sábado
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Sofrimentos da Bagarre, expiação pela recusa do isolamento * O Rio Chinês * Tragédias da apostasia
(GD: Diante do quadro atual, da infâmia, percebe-se a glória daquele que luta contra isso. É realmente um mergulhar na Bagarre, porque a situação atual não tem conserto.)
Antes do Reino de Maria isso não se conserta.
(GD: …a grandiosidade do quadro sua tragédia, leva-nos a fazer mais uma exclamação do que uma pergunta propriamente.)
A pergunta está clara. Se ouvi bem, você dizia que a atitude diante deste quadro começava por uma exclamação. Qual é o conteúdo diante desta primeira exclamação? É muito bonito, achei que estava muito bem posto.
O quadro é de uma vastidão enorme para ser analisado e seria preciso descontar qualquer apreciação sobre minha personalidade que, naturalmente, deixam-me pouco à vontade, e tomar o quadro exceção feita de minha personalidade, tomando em consideração a TFP que, afinal de contas, é o conjunto dentro do qual eu me movo, que estamos numa relação de complementaridade uns com os outros. É possível que nos complete. Vocês também, em certo sentido, me completam. Nós formamos um todo. E esse todo tem um papel no caso. E cabe a esse todo os elogios que vocês fizeram a minha personalidade. De maneira que é melhor tomar isso assim. (…)
* Grandeza do panorama imprevisível da pre-Bagarre
… essas graças nos foram dadas em previsão do futuro. E se essas várias reuniões que acabo de comparar a arcos de uma ponte, se essas várias reuniões nos foram dadas, elas nos foram dadas em previsão dos dias nos quais nós vamos entrar. Então, suponho ser do desejo de vocês que se pergunte isto: o que isso tem como previsível?
O razoável é perguntar isso. Podemos entrar por aí: o que isso tem de previsível?
* O glorioso e terrível Rio Chinês, que ainda não acabou
Eu acho o seguinte: antes de tudo nós não podemos perder de vista que fomos trazidos até aqui pelo “Rio Chinês”. Glorioso e terrível! Porque o “Rio Chinês” foi um tormento chinês.
(JC: Às vezes ele desaparece no chão.)
Desaparece. É tremendo! Depois, nasce perto do oceano. A gente descobre a nascente dele, está perto do oceano, a gente diz: “Então é um trajeto curto até o oceano”. Mas ele vai para o interior, circula, e dá volta, “pinta o caneco” e, depois de muito girar, ainda está na estaca zero, está mais distante do mar do que está a nascente dele.
E, nós não temos o direito, porque nada nos autoriza por enquanto a isso, a dizer que a era do “Rio Chinês” acabou. Pode não lhes causar prazer…
(GL: Não, é bom que o Senhor diga a verdade.)
Depois outra coisa, também isso, graça a Nossa Senhora posso dizer, com vocês eu fiz, não são 60 anos que estamos juntos, mas não sei quantas décadas de convívio na verdade. Nunca vocês me viram disfarçar ou recusar a visão de um aspecto difícil ou duro da nossa situação com medo que vocês apostatassem. Fosse qual fosse a situação de vocês, eu sempre contei a coisa inteira. Às vezes desafiando gente sonolenta etc., etc., mas contei a situação inteira.
Eu não poderia ─ tendo chegado a esta altura do trajeto do “Rio Chinês” ─ deixar de dizer a vocês a situação inteira.
Portanto, eu não tenho elementos que me autorize a dizer uma coisa que, se fosse vontade de Nossa Senhora me deixaria muito alegre de poder dizer: “Acabou o Rio Chinês!”. Não é verdade. E, portanto, pode ser que isso ainda tenha delongas, que isso ainda tenha demoras. Isso pode ser.
* O plano desencadeado é colossal
Está de fato desencadeada uma coisa de um tal tamanho… vocês viram hoje como falaram de toda a América Latina lá, aquele plano latino-americano… Aliás, o nosso bom Chile como está visado…
(JC: É um plano mundial.)
É um plano mundial. Não se mexe assim com a América Latina inteira sem querer com isso abalar os EEUU, abalar a Europa etc., etc.
(JC: Nossa Senhora disse: “A Rússia espalhará seus erros pelo mundo”.)
Por toda parte. Por toda parte é o mundo inteiro.
(Dr.EM: Aquela afirmação que o Sr.Juliernes ouviu, de que em Formosa, na Coréia do Sul, quem capitaneia a esquerdização é a Estrutura. E lá os católicos são uma minoria.)
Na África do Sul, ela capitaneia, mas de longe!
Bem! Mas nós não sabemos se não haverá um certo “Rio Chinês”.
(CP: O Senhor dizia, “o quadro está de tal maneira armado…”).
* O que não exclui que eles voltem atrás
Que não nos autoriza excluir a eventualidade de um “Rio Chinês”. De maneira tal que nós olhássemos para a noite de hoje ─ que para nós que estamos aqui é uma noite histórica ─, e nos puséssemos a salvo de dizer um dia: “Naquela noite estava tudo claro, mas hoje eu duvido porque afinal de contas o Rio Chinês deu outra volta”.
(GL: Não é lícito dizer isso.)
Não é lícito, porque o que aconteceu não permite mais tomar diante das volta do Rio Chinês a atitude que já não era permitida anteriormente, mas que fica muito mais grave a partir de agora, porque nos foi dada uma confirmação em que se poderá dizer que eles voltaram atrás no plano por causa de uma certa questão ─ eu quase não vejo como é possível voltar atrás no plano, mas, digamos! ─, agora, fica patente que esse plano existiu e esteve nos bordos de sua realização e que, portanto, tudo quanto foi denunciado era verdadeiro.
Não sei se esse raciocínio está inteiramente claro.
(Claríssimo.)
Isso é a primeira coisa: blindarmo-nos para a hipótese de um Rio Chinês.
* Diante desta situação, não sei o que fazer…
Depois, blindarmo-nos para uma outra coisa ─ essa coisa eu apresento como é, com muito afeto etc., mas apresento:
Nós estamos numa situação onde eu não sei o que fazer à vista disso.
(JC: O Senhor sempre previu, quanto mais próximos da Bagarre menos o Senhor teria possibilidade de dizer o rumo exato.)
É isso. (…).
… eu não sei o que fazer entre outras razões por causa do seguinte: se nós agirmos na atual situação existe uma pequena possibilidade da Providência tomar esses nossos últimos estertores como ponto de partida para abençoar isso e fazer daí uma Covadonga. Existe uma pequena possibilidade disso. Mas não parece que nenhum sobressalto esteja no caminho e não há nenhum sinal especial da graça que nos leve a achar que venha um sobressalto.
Alguém dirá: “Mas Doutor Plinio, quem sabe se com famílias como aquela de Santa Catarina haverá várias”. Não há. Não me venham com conversa porque não há. Isso é literatura. Há essa família, haverá alguma outra. Mas isso é sinal de como está moribundo alguma coisa que houve, e não como está ressuscitando! De maneira que então não é isso.
* Se agimos, ou se não agimos, seremos dizimados
Se nós agirmos, nós podemos facilmente ser dizimados. Mas, não é certo que não agindo não sejamos dizimados também.
E, por fim, se nós não agirmos, nós ficamos numa falta de ar e numa nhonhozeira ─ apesar de tudo numa nhonhozeira ─ em que nós nos dizimamos a nós mesmos.
(GD: O Senhor poderia desenvolver mais esse ponto?.)
Quer dizer o seguinte, meu filho, vamos dizer, que nossa ação externa diminuísse enormemente por essas ou aquelas razões. Nossa ação interna também.
(GD: Como diminuiria a ação interna?.)
Nos trabalhos, diminuiria muito. Seria apenas atendimento de caso de vida espiritual. Reuniões, mas em que todos estaríamos com as mãos amarradas vendo correr a História. Vamos admitir que pudéssemos fazer reuniões dessas uma noite sim outra não, e, de outro lado, que o MNF pudesse ser feito com uma regularidade total. Portanto, o convívio entre nós pudesse crescer muito, etc. No total isto beneficiaria a vocês, mas ao conjunto do grupo não beneficiaria.
Aliás, entre parênteses, vocês vejam a situação e vejam com que graças especiais Nossa Senhora os favorece: Isto que foi conversado aqui e a vocês mesmo faz bem, isso não se pode conversar fora dessa roda. Porque vocês não podem imaginar uma RR ou uma reunião do ASM em que se saia com tudo isso. Não é que nada disso seja secreto para eles, eles conhecem tudo isso, mas não cabe.
* Posição de alma diante deste panorama
(JC: Nessa linha, impressionou-me muitíssimo o Senhor dizer hoje que está na situação de Noé com os filhos, os bichos, as plantas, mas sem a arca.)
Mas é isso. Acrescente mais: a chuva já caindo. E, o desígnio da Providência é que em cima disso nós vamos dormir tranqüilos.
(JC: Tem-se que….)
Tem-se que, do contrário não agüentamos. Mas não é só eu que não agüento. Vocês não agüentam. Tem que dormir tranqüilo.
Aliás, entre parênteses, vocês podem medir por aí a graça extraordinária que a Providência lhes fez constituindo essa reunião. Porque é certo que se vocês, em vez de virem aqui para conversarmos a essa hora, se vocês tivessem cada um voltado para sua casa, seu êremo, sua tá tá tá, o resultado dessa reunião seria um terço ─ na melhor das hipóteses ─ do que está sendo.
(JC: Certamente.)
Isso é assim. Não é meu bom EM que me olha assim tão ressabiado, de frente.
(Dr. EM: Estava pensando, Noé tinha uma situação mais confortável, porque sabia que ia durar 40 anos.)
Ah ah ah! É bem verdade.
Mas vamos continuar.
* A Bagarre e a pre-Bagarre, servirão para purificar o mundo e o Grupo
Isso é no que diz respeito a vocês etc., agora vamos adiante.
Então, nós não sabemos o que vai acontecer. Mas nós também devemos imaginar o seguinte: a Bagarre sempre foi vista por mim ─ vocês também devem ter uma noção disso ─ como um período de luta, de batalha, etc., durante o qual os que devessem sobreviver fossem purificados do pecado de Revolução. E a purificação dos pecados se faz mediante um Purgatório! Quer dizer, ninguém se purifica de pecado sem sofrer: ad lucem per crucem.
E, nessas condições, nós não sabemos também que sofrimentos inesperados. E que nós vamos achar excessivos.
(JC: Nada é excessivo, mas acharemos excessivo.)
Ah, não é excessivo. Deus calcula. A questão é pedir a graça a Nossa Senhora.
Nós não devemos fazer o seguinte, seria errado: Perguntar-me a mim mesmo se eu agora tenho as forças necessárias para uma coisa que possa vir; Porque na hora “H” chega a graça. Mas perguntar-me uma outra coisa: Essa graça, eu corresponderei?
Quer dizer, é um aspecto da questão sem o qual essa caminhada não se faz: é nós passarmos por sofrimentos espantosos.
* Para que levantar estes problemas? Porquê prepara para enfrentá-los quando chegarem
(CP: O Senhor faz a pergunta para….)
Vou dizer porque faço a pergunta.
Antes de tudo, estou fazendo a pergunta, porque é a pergunta que se põe dentro do quadro, e, porque, exatamente isso se prende ao que eu dizia antes que eu nunca ocultei a vocês nada dos quadros. Então, no sistema de não ocultar ─ acho que é o desejo unânime e exuberante de vocês que não oculte ─, eu então não estou ocultando, estou pondo a questão.
Agora, qual é a utilidade de se pôr a questão? Se pergunta bem, entra de cheio.
Então eu respondo: O simples fato de eu saber que poderei ser posto à prova por meio de sofrimentos espantosos e que virão graças que me darão força; E o simples fato de eu começar a rezar para que Nossa Senhora me faça corresponder bem a essas graças ─ não de orações extras, mas se for chamado a rezar orações extras, está muito bem! façam aqueles que o movimento interior da graça peça, mas eu não estou dizendo: “rezem um rosário a mais”, ou qualquer coisa assim; o que quero dizer é o seguinte: o rosário que rezem, as comunhões que vão fazer, etc., eu sugiro, não estou mandando, que tenham isso em vista, que no caminho está isso ─; Essa simples atitude de consciência: “pode acontecer isso”; De não recuo diante desta perspectiva ─ eu no momento não estou recuando ─; Depois, de prece; Já é um elemento muito valioso da preparação.
E dá um calço num ponto, é que quando chegar nós nos lembraremos: também isso foi previsto. Quer dizer, isso está nas previsões. Está nas previsões e vamos andar para frente com calma.
Isso tem um efeito cicatrizante de não sei quantas nhonhozisses e covardias potenciais, muito grande.
(GL: “Potenciais” para ser amável. Para dizer a verdade toda….)
É, é.
Então, pega agora aqui o caso, começa a preparação nessa reunião para uma outra etapa.
* O principal ponto a expiar e não ter arcado com a integridade do isolamento
Mas quero lembrar o seguinte: a meu ver a principal ─ não estou muito certo do que vou dizer, a meu ver é opinativo ─ a principal coisa que temos que purgar nesse sofrimento é o não termos arcado com a integridade do isolamento.
Não exageremos nada. Não é verdade que recusamos o isolamento inteiramente, porque nós nos fechamos dentro da arca de Noé que é a TFP. Nesse sentido a TFP foi até aqui uma arca. Ela não serve de arca daqui para frente, porque não basta vivermos dentro da TFP.
Nós nos fechamos e nos isolamos entre nós. Nós fugimos da impressão de isolamento, procurando-nos o dia inteiro para termos um jeito de não olhar para nosso próprio isolamento. Quer dizer, nós não amamos o isolamento. Nós fugimos dele. Mas, de um modo ou doutro nós o aceitamos. Isso não tem dúvida nenhuma. Mas aceitamos incompletamente e, de dentro do isolamento, pegamos no arado e olhamos para trás. Também não se pode negar isso. E tendo pego no arado e olhar para trás, é uma infidelidade. E essa nós cometemos grossamente. Cometemos durante a Bagarre azul, cometemos nesse caso, naquele, naquele caso, de todos os modos possíveis. (…).
Lembremo-nos, que salvo indicações além dessas, a principal coisa de que devemos procurar nos resgatar durante o sofrimento é essa debilidade. De maneira tal que quando chegue o Reino de Maria, tenhamos um tal estado de alma que, se tivéssemos que retomar tudo na estaca zero, enfrentar o isolamento que não enfrentamos, nós enfrentássemos.
Está claro?
(Sim.)
Isto tem que ser visto assim porque não é de outro jeito, é uma “conversa” ver de outro jeito. Vejamos assim.
* Tivemos uma atitude felona ante o isolamento
(CP: Não ficou claro para mim: “Se no Reino de Maria tivermos que enfrentar…”.)
Nosso estado de espírito tem de ser esse: Se na aurora do Reino de Maria nós tivéssemos de enfrentar o isolamento ─ não como se poria na aurora do Reino de Maria, mas como se põe hoje ─ nós enfrentássemos.
Nós tenhamos, portanto, uma verdadeira contrição de nossa atitude ─ não encontro outra palavra ─ felona! diante do isolamento.
Quer dizer, devemos orientar, durante o sofrimento, nossas reflexões, enfim, tudo em nós deve ser orientado neste rumo: curarmos a nossa alma da felonia a propósito do isolamento.
* O mundo aceita até ser da TFP, desde que não se aceite o isolamento total
(CP: O modo de fugir do isolamento comporta malandragens, uns o fazem ostensivamente, outros vão se esgueirando.)
O seguinte, o trato de todos os filhos das trevas com vocês acaba tendo implicitamente o seguinte: “Desde que você não leve interiormente a sua aceitação do isolamento do Plinio ao ponto que o Plinio leva, você tem minha tolerância ─ de um modo ou doutro a sugestão é essa ─, venha portanto para ca e saia de junto do Plinio, porque eu lhe dou a possibilidade de você perseverar como é! Porque, você vê, você está ostentando sua pureza, você está ostentando outras qualidades católicas que você tem. Eu estou encantado com você! Apenas não tome esse caráter de entusiasta do isolamento que toma o Plinio. É só o que eu peço”.
Mas isso é qualquer filho das trevas, o discorso que tem com vocês, implicita ou explicitamente é esse.
(GL: E dizem mesmo: continue dentro da TFP.)
Continue! É claro. Você poderá suceder ao Plinio, até.
* O pacto revolucionário da não seriedade, para fugir do isolamento
(GL: O que o Senhor falou no encerramento do retiro, sobre a seriedade, fazer uma promessa inclusive, ajuda muito.)
Ajuda muito! Ajuda muito!
(GL: Fazendo a promessa de seriedade e levando a sério, sente-se que o isolamento é muito maior.)
Muito maior! E, depois, meu filho, veja o seguinte: a própria brincadeira de uns com os outros, equivale a uma conivência de uns com os outros, como quem diz: “Fica entendido entre nós que somos do Doutor Plinio, nós o seguimos, mas não vamos até aquele ponto extremo”.
(PH: Um pacto revolucionário.)
Um pacto revolucionário no castelo da Contra-Revolução. “Nós vamos brincar entre nós, vamos levar a coisa assim na ligeira, etc., porque em última análise ta rá tá tá”.
(Dr.EM: Esse isolamento é o único modo de exprimir a recusa do mundo.)
Exatamente. E recusa da Revolução. Do mundo enquanto revolucionário, porque revolucionário. Uma recusa completa da Revolução.
Depois, um pacto de cumplicidade: “Nós sabemos que o Doutor Plinio não gosta dessas brincadeiras, sabemos que não é do espírito dele; mas, afinal, não é uma ruptura com ele. Nós continuamos a pensar como ele, a viver como ele quer que vivamos, etc. A única coisa que tem é que, afinal de contas, nós arejamos um pouco a casa, respiramos. E até respiramos para sermos mais fiéis”.
É mentira.
Mas provém isso de um mudo sopro do mundo para cada um de vocês.
Isso é para mim uma nota constante, eu não vi falhar com ninguém: (…).
* O que o mundo oferecia já aos Apóstolos era essa não ruptura
A gente poderia perguntar sobre essa espécie de semi-pacto feito, e trata-se de indagar se o mundo já aos Apóstolos não oferecia uma coisa assim…
(JC: O que Nosso Senhor dizia contra o mundo….)
E que eles entravam…
(Dr.EM: O desejo que eles exprimiam deixa isso claro.)
O desejo que eles exprimiam mostrava bem que eles não queriam uma ruptura com o mundo, que eles queriam uma acomodação com o mundo.
* Aceitar os sofrimentos da Bagarre como expiação
Então, como devemos interpretar os sofrimentos que recebemos? Como expiação. E não é só, mas como uma expiação corretiva, que nos mude. O que é, por exemplo, a expiação do Purgatório, que é purificadora e corretiva.
Dirão: “Mas isso não é tarefa do Grand Retour?”
Eu já tenho dito várias vezes, o Grand Retour é uma graça que tanto pode entrar na orla da Bagarre como pode vir durante a Bagarre como resultado de um processo expiatório.
(Dr.EM: Mesmo que ele venha antes da Bagarre, não significa ausência de sofrimento).
* Quem tem contrição verdadeira, tem fome de sofrer para expiar
Mesmo porque se a contrição for verdadeira, a pessoa deve ter fome de sofrer para expiar.
(JC: É o princípio do osso partido, que o Senhor explica na RCR.)
É. O que não aconteceu no meu braço, ficou cartilagem. Mas aquele princípio é verdadeiro. O princípio da normalidade onde não entrou a mão do Souza Dias é isso.
* Sem a graça de Nossa Senhora não se consegue olhar de frente este panorama
Agora tocando a coisa para frente eu volto a dizer: Sem pedir a Nossa Senhora graças nós não temos nem coragem de olhar duravelmente de frente esse panorama.
Como está havendo aqui no momento uma consolação, então nós olhamos. Mas é que chega lá fora… não….
É preciso pedir a Ela a graça humildemente: “Minha Mãe, vede como eu sou, eu afinal de contas pequei contra Vós e não tenho força de considerar nem sequer o tamanho de meu pecado. Tende pena de mim, fazei-me ver, dai-me - está na oração da Restauração ─ dai-me um coração contrito e humilhado, etc.”
Pedir a Nossa Senhora que nos dê esse coração contrito e humilhado. Pedir humildemente, insistentemente, afetuosamente. Esta é a coisa que nós devemos fazer. A meu ver não há dúvida a respeito disso.
De outro lado, também acho que é legítimo dizer a Nossa Senhora o seguinte: “Minha Mãe, vede a minha fraqueza. Essa simples perspectiva me atemoriza. Descontai por vossa misericórdia aquilo que não agüento”. Isso está na oração de Nosso Senhor no Horto das Oliveiras.
Alguém dirá: Mas Ele não estava expiando. Como não estava?! Por Si nem um pouco, mas pelos homens inteiros! Era o grande expiador. Então, si fieri potes, transite ad me calice… Acho muito legítimo. É uma oração linda.
Mas, se não for possível, que Nossa Senhora ajeite. Não sei como será, não vou pôr diante de mim uma previsão que me enrejela e me atormenta, mas durmo tranqüilo aos pés d’Ela. Rezo e durmo tranqüilo, Ela que me ajude.
(GL: …é uma graça muito grande que o Senhor nos possa pôr de frente esse panorama).
* A vida do apóstata que não quis ver isto, e de repente o panorama se desvenda ante seus olhos
Vou pôr de frente uma outra coisa. Vocês sabem quem é o apóstata cuja vida foi lida ontem à noite?
(Não.)
(…)
…impressionante. Vale apena também olhar para esse lado da questão.
(GL: … a possibilidade de estarmos separados do Senhor é terrível. Deve-se pedir que Nossa Senhora evite algumas coisas ou nos devemos deixar levar?.)
Não. Pode pedir.
(GL: Deixar-se levar não por moleza.)
Compreendo, é uma entrega à Providência. (…).
Dizer o que ele diz, porque ele parou de esperar a Bagarre.
(JC: Quem quer casar não acredita na Bagarre.)
É, não acredita mais na Bagarre. A Bagarre está vindo, mas ele não está percebendo. Agora, imagine você que a esta hora ele, de repente, percebesse isso. Por exemplo, porque começou uma revolução alí e pela notícia ele percebe que está pegando fogo em tudo.
(JC: E não pode abandonar a esposa.)
E o pior é o seguinte, não pode abandonar a esposa, mas ele sabe que a esposa não gosta dele nem ele dela, e um e outro acha que foi uma coisa aviltante que fizeram, uma besteira.
(CP: O Apocalipse lamenta o triste estado das que estiverem esperando criança.)
(JC: “Ai das que estiverem grávidas”.)
Vejam portanto de quanta coisa Nossa Senhora os salvou.
Mas, se começarem a ter medo, peçam.
* Como Nossa Senhora indica às vezes quais pedidos vai atender
E vou lhes dar uma razão que é curiosa, a seguinte: como Nossa Senhora trata com certa luz profética os filhos d’Ela que estão engajados nesse caminho, às vezes o medo opressivo ─ às vezes ─ é uma espécie de indicação de que Ela quer atender o pedido de que aquilo não venha.
(GD: Semelhante o caso daquela mártir que temia certo tipo de fera, pediu que a livrasse dessa, morreu de outro modo.)
É precisamente isso, o exemplo perfeito. [Vira a fita]
* Infâmias de hoje em dia nas prisões
(Dr.EM: … é fato concreto. O individuo estava preso com outros, foi chamado para depoimento. Os outros acharam que ele havia delatado alguns. Então, pegaram-no na cela e escolheram um para violentá-lo.)
(GL: Hoje em dia….)
Depois, se te amarram… E podem te amarrar! Outra coisa, quem dará a corda para eles é o carcereiro! Que vai ver você levar a surra e o resto… dando gargalhada. E no dia seguinte a prisão inteira fica sabendo o que aconteceu com você
(GD: Hoje em dia qualquer preso que entra na prisão, a primeira coisa que fazem é essa infâmia.)
Essa Infâmia com “i” maiúsculo!
E, outra coisa, começam a te injetar drogas para te viciar.
* “Ad te levavi oculos meos”
Bom, aí é só ad Te levava óculos meos qui habitas in coelis…
(GL: O Senhor sempre disse que a Bagarre vai ser dura mesmo.)
Dura.
Outra coisa, correr por dentro da selva, passar correndo por dentro do Araguaia, de um lugar para outro, etc., etc. Eu com a vergonha de estar pesando sobre vocês e fazer me carregar, e vocês com o peso de estarem carregando um homem de 80 e tantos quilos. Eu que já me sentia mal à vontade de me deixar carregar na Europa, para ver monumentos! Você faça idéia no mato.
Olhar para o sorriso d’Ela…
Meus caros, vamos.
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