Conversa
de Sábado à Noite ─ 1/6/85 .
Conversa de Sábado à Noite ─ 1/6/85
No desenvolvimento das famílias patriarcais há uma complementaridade recíproca, semelhante aos dedos de uma mão: nenhum é dispensável * A sacralidade natural das famílias patriarcais é um fator de santificação e de destilação da nobreza * As circunstâncias que condicionaram a formação da mentalidade do Sr. Dr. Plinio no sentido de fazer-lhe entender a complementaridade do universo: a São Paulinho; a Frαulein Mathilde * “Doçura com dignidade e força com repouso me pareceu sempre uma coisa indispensável para o bem-estar da minha alma”
* No desenvolvimento das famílias patriarcais há uma complementaridade recíproca, semelhante aos dedos de uma mão: nenhum é dispensável
(Sr. Guerreiro: Esse dom estava presente nas famílias antigas. Era algo que impregnava as famílias, conferia a elas uma certa nota de elevação e sacralidade que, nisso estava presente o “tal enquanto tal”.)
No amar isso, no conhecer isso e amar isso que estava.
(Sr. Guerreiro: Mas isso estava presente nessas famílias.)
Estava, estava.
(Sr. Guerreiro: Se o senhor poderia continuar a temática, como foi se formando isso na alma do senhor, etc.)
A pergunta não é sobre o conjunto dessas coisas doutrinárias, mas é sobre a gênese disso no meu espírito.
(Sr. Guerreiro: Ambas as coisas.)
Com muito gosto. Aqui é preciso tomar em consideração um elemento desta aristocracia antiga, que você esqueceu de mencionar, mas que eu estou certo de que estava no seu espírito, como dos outros, que é a importância do assunto patriarcado.
Quer dizer, a nota patriarcal de uma família, e a nota patriarcal explica uma tal série de coisas que a gente não pode deixar de tomar em consideração. Quando se trata de uma pessoa ou de uma família de um patriarca, que tem uma porção de descendentes, muito vasta, descendência muito vasta, ela constitui um embrião de reino, e ele é uma espécie de semente de realeza. E no desenvolvimento do clã patriarcal, a desigualdade entre os vários irmãos vai se fazendo à maneira fraterna. Não se faz à maneira, por exemplo, de irmãos que estão dividindo a punhal uma herança, mas faz-se à maneira de, por exemplo, se esses dedos pudessem pensar, eles ficariam encantados de se completarem e serem desiguais, embora cada um desses dedos tenha uma aptidão.
Vamos dizer que o dedo anular seja o menos útil deles, entretanto, sem ele a mão ficaria desfigurada. E se um de nós ─ que Deus no livre ─ não tivesse dedo anular, sentiria uma porção de falhas. Por onde a gente compreendes://Word97Macro/VMPCK1.BD
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Essa crise… se fosse só ela, mas todos os apóstolos fervorosos. Reúnem-se, é o banquete. Ele primeiro lava os pés dos apóstolos, perdoa-lhes os pecados, vão para a mesa… Judas sentado ali. Vão para a mesa, e Ele dá a Judas aquela ordem misteriosa: “O que tens que fazer, faze-o logo”. O Judas saiu na noite, e foi consumar o pecado dele.
Ele não mandou Judas pecar. Ele tinha dado a Judas alguma ordem, que Ele mandou Judas cumprir. Mas Judas, naquele momento, rompeu e saiu. Os senhores o podem imaginar, com o passo aflito, apressado: “Trinta dinheiros! Trinta dinheiros! Quero trinta dinheiros!” E é melhor não imaginar como é que se fez o pacto, e como é que ele se sentiu, quando ele sentiu os trinta dinheiros pesarem na sua sacola.
Os senhores conhecem essa história, que terminou ignobilmente numa figueira… Eu não vou perder o meu tempo com isto, não vou perder o tempo dos senhores com isto. Eu passo adiante.
Os apóstolos bons estavam lá. Um deles, numa hora de intimidade, fez-Lhe a pergunta. Nosso Senhor disse: “Um de vós há de me trair”, com uma tristeza que vinha enchendo a Sua alma: um daqueles haveria de O trair. Ele foi tão bom, que Ele não disse outra coisa: “E vós todos haveis de Me abandonar”.
Como ele conhecia a traição, Ele conhecia o abandono. Olhando para aqueles, o que é que vai acontecer? Um colocou o ouvido sobre o peito d’Ele, em gesto de amizade e de intimidade, era São João; e perguntou quem era. Ele disse: “Este a quem eu der o pão molhado no vinho”. Ele não quis dizer o nome de Judas, para não perceberem, deu uma resposta rápida. A gente vê que respondeu baixinho. Pegou o pão, ofereceu-o amavelmente a Judas. Foi isso, evidentemente, antes de Judas sair. Carinhos por cima de Judas até o último momento.
Quando Judas ainda vem prendê-Lo e O oscula, ainda é uma pergunta com carinho: “Judas, com um ósculo tu trais o Filho do Homem?” Judas não ligou. Trinta dinheiros, o resto não importa! Tem trinta dinheiros.
Bem, Nosso Senhor passa pela tristeza de os Apóstolos também não O verem. No Horto das Oliveiras, quando eles dormiam, todos esses esplendores de Nosso Senhor Jesus Cristo para eles eram nada. Eles queriam dormir. Estavam com sono e queriam “nhonhozar”. E na hora do perigo, todos fugiram. Até aquele que pousara o ouvido sobre o peito d’Ele e ouvira o bater do Sagrado Coração de Jesus!
* Os algozes ainda que não soubessem que Ele era Deus, não podiam deixar de perceber a perfeição que Ele simbolizava
Então Ele sentia, na Paixão d’Ele, a glória que Ele tinha dado a Deus, aquele símbolo de Deus que Ele era Ele sentia completamente recusado pelos homens, completamente recusado pelo povo eleito. Entretanto, Ele era tão divino, tão incomparável! Por que tinham feito isto? Que enorme injustiça, que impiedade sem conta, que revolta atroz contra Deus! A tristeza d’Ele, a indignação d’Ele, o sofrimento de alma d’Ele.
É neste ponto que entra exatamente a flagelação. Quer dizer, a Este que era o Homem-Deus, eles tomam - é o primeiro mistério de agressão física considerado no Rosário - amarram-Lhe as mãos. Depois atam a uma coluna e entregam para flagelar. E começa a flagelação, que diante dAquele símbolo incomparável de Deus, começa a fustigá-Lo com ódio, por ódio de Deus!
Os senhores dirão: “Mas eles não sabiam que Ele era o Homem-Deus, negavam que Ele fosse o Homem-Deus. Como é que o senhor pode dizer que era por ódio de Deus?” Eles viam Aquela perfeição que simbolizava Deus, que é uma só Pessoa com Deus, e Aquela perfeição eles odiaram. Odiaram ou não odiaram a Deus?
Se um homem toma a fotografia de um dos senhores, ignora que essa fotografia é daquele, ele não conhece aquele,
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