Conversa de Sábado à Noite (1ºAndar) – 9/2/1985 – Sábado [Rolo VF 26] (Jorge Doná) – p. 7 de 7

Conversa de Sábado à Noite (1ºAndar) — 9/2/1985 — Sábado [Rolo VF 26] (Jorge Doná)

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o comentário do Pe. Róis é verdadeiro, foi isso. Não impediu que o movimento Mariano continuasse a ser atacado, a devoção a Nossa Senhora decaísse, etc., etc., quer dizer, a gente diria que, uma vez que houve uma tão clara intervenção para salvar o movimento mariano, seria razoável que Nossa Senhora salvasse o movimento mariano. Era para salvar. Está bem, é tão misterioso tudo isso que o que se passou foi o contrário: Nossa Senhora permitiu que a coisa fosse para frente e que a ofensiva se consumasse.

É verdade que nas condições anteriores, as comentadas pelo Pe. Róis, a coisa teria sido muito mais funda, mais terrível, isso é certo…

(…)

com a questão, essas blasfêmias contra Nossa Senhora, a impressão que eu tenho é que isto está dosado com uma sabedoria infernal e que o que eles querem fazer é o seguinte: fazer uns grossos ataques assim, primeira etapa; mas, esporádicos, não é uma bateria continua. De maneira que isso agora vem na França e daqui a um ano ou dois até, se o curso da Bagarre lhes der tempo, eles [fazer?] [fazerem] uma outra coisa em outro país; e daí talvez até pior. Mas, no intervalo, deixa o pessoal dormir, de maneira que nós não teremos uma onda assim, mas teremos uma coisa, no começo muito esporádica. Brutal e esporádica. Mais ou menos como alguém que quer quebrar o caráter de outrem.

Então o outro é fraco e esse outro é um brutamontes, fortíssimo. Ele entra na casa desse outrem, dá uma surra de arrebentar, durante um dia. Depois, vai embora e passa dois anos sem aparecer. Esse outrem, mole, pensa que o assunto está resolvido, sobretudo, se não mexerem com ele mais e mexerem com o vizinho, ele pensa que o assunto está resolvido. E esse outrem aí vai dar uma pancadaria numa outra pessoa. De repente, volta e dá uma pancadaria no mole. Assim o mole vai entre acordar e apanhar, irregularmente, sendo conduzido de um modo brutal para sua aniquilação. Eu tenho a impressão que está se dando.

Então nós devemos imaginar uma reação de Nossa Senhora, como nós imaginamos, uma reação em cadeia. É uma ofensiva, a deles, mas não é uma ofensiva em cadência.

Qual é a contra-ção de Nossa Senhora, nessa ofensiva? Isso é muito misterioso. Não sabemos bem o que pensar disso.

Quer ver uma coisa misteriosa? Houve o caso com o Larouche. O caso com o Larrouche, de qualquer maneira é uma brilhantíssima vitória. Fique o caso da Venezuela no ponto em que estiver, a argumentação límpida, luminosa, de escarrapachar é: “Você que diz que é testemunha única disso, que diz ter documentos que não comunica, portanto, sua palavra é a única coisa que vale a esse respeito, você, entretanto, é um homem contestado assim, assim, assado. E, portanto, sua palavra não pode valer nada. Mais ainda, você está sendo acusado daquilo que você nos acusou. Que autoridade você tem para fazer acusação?”

Porque, se um homem honesto acusa um outro de ladrão, compreende-se. Mas se o acusador de repente é acusado de ladrão também, a acusação pifa.

É evidente que Nossa Senhora dispôs isso. [Vocês têm idéia com isso que é para continuar a ofensiva contra a TFP, ou se ela estagna durante algum tempo? ?]

(Sr. Gonzalo Larraín: Poderiam depois dizer que ele ficou inocente na coisa toda, não se prova o que se diz contra ele.)

Sim, inocente. Mas, como testemunha, inutilizado. Quer dizer, os desígnios da Providência estão se apresentando todos muito enigmáticos. Mas o que é natural porque, em geral, nós raciocinamos sobre os desígnios em face dos princípios da RCR, já que a Revolução vai agir assim e a Contra-Revolução vai agir assim, nós podemos imaginar tais e tais interferências de Nossa Senhora. Mas como tudo está rodando de um modo maluco, não é?

Quer ver até que ponto a coisa gira de um modo louco? O advogado…

(…)

deles lá é incerta. E como nós não temos elementos, nem sequer se prestarmos atenção neles, para avaliar bem qual é a situação e o que a Providência fará. E depois, de outro lado –– veja a coisa curiosa –– inegavelmente a Providência pelo menos nos deu um grande desafogo, isso é inegável. Bom, nenhum de nós teria o direito de esperar que o desafogo viesse desse lado e nesse momento.

(Sr. Paulo Henrique Chaves: Na vida do senhor esta questão da Venezuela é exceção?)

Exceção. Em geral essas coisas na minha vida obedecem a uma certa arquitetura…

(…)

o primeiro desafogo, bem menor do que esse foi o artigo do Pravda, mas foi um bom desafogo. Nós não esperávamos, não podíamos esperar. São duas coisas que você não podia esperar, era que o Pravda e desconhecidos…

(…)

parece que quem moveu isso é o Cisneros, que é o dono da televisão e íntimo amigo do PM. Numa ocasião o pai dele…

(…)

o que não sabemos é se Nossa Senhora tem a intenção de levar isso até um auge de sofrimento que chegue até a Bagarre ou se este já foi um auge, porque foi terrível. Sobretudo durante a estadia de João Paulo II na Venezuela, Equador e Peru porque eu vi que, pelos imponderáveis que mediaram entre a diminuição do estrondo na Venezuela e a chegada de João Paulo II, eu percebi que o clima teria tomado tanto, o ódio do adversário tinha tomado tanto [palavra ilegível] que, o que antes parecia pouco provável, começava a aparecer uma coisa inteiramente normal, que não daria direito a nenhuma surpresa se sucedesse. Antes era um hipótese improvável. Depois não, é uma atentado contra João Paulo II, talvez até para matá-lo, e que esse atentado fosse feito com intuito de ser atribuído a TFP.

Então seria um atentado contra a vida do Papa. Seria o assassinato do Papa, e a acusação do assassinato de um Papa, para uma organização que vive numa polêmica como a TFP, por mais brandas que fossem as conseqüências, nos deixaria numa posição péssima.

Sobretudo com a credulidade de que o ambiente estava empesteado e que eu creio que diminui um tanto.

(Sr. Gonzalo Larraín: E ele está preparando outra: Colômbia, Argentina e Chile.)

Puxadíssimo…

(…)

uma coisa que se poderia perguntar é: o sacrifício que houve nesse desastre correspondeu, teve relação com a causa e efeito com os princípios que a TFP evitou a ascensão que ela fez?

Eu compreendo que vocês e, sobretudo, o meu João, levados pelo fervor, afirmem que sim. Mas essa questão de Comunhão dos santos tem seus mistérios. Para que um sacrifício seja grato a Deus, não basta que ele tenha sido enorme, mas é preciso que ele tenha sido oferecido em condições de alma muito preciosa, muito requintada. Eu não tenho o direito de fazer esse juízo a respeito de minhas próprias condições de alma.

Segundo ponto, eu não sei se meu sacrifício ocorreu em parte, mas [que], em parte não concorreram sacrifícios de outros que eu ignoro? Uma pessoa na Groenlândia? Uma alma isolada, solitária que vive no Egito? Eu não sei. Não posso, portanto, fazer uma afirmação tão taxativa quanto vocês fazem. Compreendo que vocês façam, pois estão tendo em consideração o que eu disse na noite um pouco anterior ao Desastre, tendo em consideração minha relação com a TFP, tendo em consideração que o sacrifício de um pai tem valor direto para a família, de maneira que se um pai se sacrifica e a família depois prospera, não se vai imaginar que isso aí resultou de um benefício de uma alma no Egito, mas, vai se imaginar que o sacrifício do pai é mais natural, é mais lógico, mais razoável que seja. Eu compreendo que vocês pensem outra coisa e por isso não reprovo, mas, mantenho uma atitude esquiva e não me afirmo, porque estou em jogo. E uma pessoa quando está em jogo, facilmente pode não ser bom juiz em causa própria.

Agora, há uma coisa que é diferente disso e que eu vejo com clareza melhor, e via desde menino. Sobre essa coisa eu posso falar. Vocês viram hoje aquele trecho da profecia de Isaías que se não fosse um pequeno grupo, o povo de Israel se teria tornado como Sodoma. Portanto, um pequeno grupo, pela ação de presença e eventualmente por sua atuação, segurava o povo eleito de uma rampa tremenda. E esse é o papel das minorias fiéis, isoladas e até perseguidas. Na aparência, elas não adiantam nada; na realidade, elas podem ter um papel histórico colossal.

Quando vocês vêem lá o caso de Sodoma e Gomorra, está lá escrito que se Deus tivesse encontrado dez justos e cada uma das cidades, Ele as teria poupado. Mas como não encontrou nem sequer dez justos, não poupou e as cidades degringolaram. Vocês estão vendo aí uma confirmação do papel das minorias.

Agora, a presença, a existência de uma pessoa tão completamente contra-revolucionária, tão completamente ultramontana no mundo, mas não só tão completamente ultramontana, mas dentro de um feitio de espírito e um modo de ser individual que serve adequadamente de candelabro para esse ultramontanismo, é uma coisa de si, pela ação de presença — eu tenho a noção de que é — de uma nocividade para a Revolução que é difícil de calcular. E isto, desde pequeno, eu tive. Quando eu comecei a me diferenciar da Revolução e a compreender, eu não tinha o livro RCR posto na cabeça, mas, a tese, a oposição entre a minha mentalidade como ponta de lança de tudo quanto restava da tradição e de Fé; depois de outro lado, [na] mentalidade do adversário — essa idéia eu tinha muito firme — que a existência minha, enquanto eu fosse fiel a essa posição contra-revolucionária, era de si uma coisa que travava a marcha da Revolução, não de maneira a parar, mas a fazer com que ela fosse caminhando de modo cada vez mais cocho. E, portanto, dificultando a longo prazo a chegada dela ao ponto terminal.

(Sr. Paulo Henrique Chaves: O senhor inconsciente, entrando no hospital, após o Desastre dizia: “Cuidado, porque tocar em mim é tocar na ordem do universo.”)

É, eu tinha essa idéia, que a ordem do universo existe para uma humanidade em ordem. E que se essa ordem desaparecesse da humanidade, a ordem do universo estalava.

Esta fidelidade que tem muito de martírio — tanto é que muitos outros não são igualmente fiéis porque não querem suportar a participação no martírio que se tem, porque se fosse fácil fariam; convicções não faltam, portanto, é porque não é fácil —, isto por onde uma pessoa se desvincula no que ela tem de mais interno da mentalidade reinante e afirma o oposto — até menos importante afirmar o oposto no foro externo, mas é afirmar no foro interno o oposto — de maneira que sua mentalidade, sua personalidade [se fazem] uma só com a posição oposta a Revolução. Esta fidelidade tem uma ação sobre o mundo da Revolução que é uma ação tremenda e que eu acho que se devia tomar muito em linha de conta.

Com afeto — essas reuniões são reuniões em que o afeto aparece [tal?] [tão] claramente que eu nem sequer preciso insistir nesse ponto —, com afeto eu digo o seguinte: é de tal maneira verdadeiro isso que há — de que a proximidade comigo convida o indivíduo meio imperativamente a tomar a mesma posição, desde de que ele queira me ver como eu sou —, que para evitar de se associar a esse martírio, ele começa a fechar os olhos para o que eu sou. Donde sucede que na generalidade dos casos, os mais fechados em relação a mim são os mais próximos. É uma coisa tremenda, mas, é verdade.

E quando a gente diz da “Sempre Viva”, que ela fracassou, etc., etc., fracassou, mas foi porque, depois de terem visto num flash isso, não quiseram manter-se nesse flash, porque compreenderam que era um martírio que se pedia em conexão com isso. Uma renúncia completa e um martírio. E essa renúncia nenhum quis negar e nenhum quis fazer. De onde o que vem depois é corolário. Uma coisa a aceitar ou a [pegar?] [negar], é isso.

Para um da “Sempre Viva” me dizer — um a quem eu quero bem e sei que me quer muito bem, porque tem isso também — que ele conviveu longamente comigo sem ter a idéia, julgando que eu fosse uma pessoa de condição completamente inferior e até tinha a idéia de que eu era mulato, que foi aos poucos olhando, prestando atenção, etc., etc., ele foi percebendo que não era e que ele se lembrava de um dia dizer: “Mas –– dizer a si mesmo –– mas o que é que falta ao Dr. Plinio para considerá-lo uma pessoa de uma condição inteiramente em dia, que não merece meu desprezo?” E aí que ele chegou a conclusão que não, que minha situação era a que é.

Compreende que isso…

(Sr. Gonzalo Larraín: Nenhum de nós pode atirar a primeira pedra, mas essa é puxada!)

É uma coisa de outro mundo. Eu tenho a impressão de que, se vocês não soubessem o cuidado que eu tenho de não mentir, vocês poriam em dúvida o que eu estou dizendo.

(Sr. Gonzalo Larraín: Conheço gente que me tem dito isso…)

(…)

tem interesse para não querer sentir essa ação de presença. Então, para medir qual é o meu papel no conjunto desse jogo é muito mais importante medir essa ação de presença, digo, mas é muito mais fácil medir a questão do valor desse sacrifício.

Então, eu, para não entrar na questão do valor desse sacrifício, faço a vocês uma confidência de outra natureza, muito discreta, muito desagradável por ser muito direta, mas que está na linha de nossas reuniões, de nossas conversas, e que exprime daí esse fato do ódio universal que o meu nome desperta e que o Fábio definia assim — numa viagem que ele fez à América do Sul: que em muitos lugares não falava a meu respeito; e quando ele falava, as pessoas estremeciam porque, muito além do que ele sabia, eu era conhecido, mas era também odiado, mas que, às vezes, simplesmente meu nome, em pessoas que positivamente não me conheciam, causavam um verdadeiro horror.

Essa ação de presença é muito ampla, é muito mais ampla ainda do que vocês imaginam. E o efeito dessa ação de presença não é [um efeito muito?], que nós não medimos inteiramente como é.

(Sr. Pedro Paulo: É universal essa ação.)

Pelo menos para os povos católicos e para os católicos de povos que não são católicos. Eu tenho a certeza de que, se eu chegar, por exemplo, a Suécia, Noruega e Dinamarca e algum jornal publicar uma noticiazinha: “Está aqui o líder tradicionalista de direita, Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, etc., etc.”, os católicos de lá… Terá gente que me odeia.

(Sr. Marcos Fiúza: Uma correspondente de uma periferia de Belo Horizonte, mora ao lado de um convento de freiras. Quando ela voltou do encontro, as freiras chamaram-na para saber como tinha sido o encontro. Ela disse que tinha sido maravilhoso, tinha estado num paraíso, tinha cumprimentado o Sr. Dr. Plinio e isso havia dado a ela uma alegria sem nome etc., etc. Quando falou o nome do senhor as freiras ficaram lívidas. Uma delas ficou branca, roxeou os lábios, e teve que se encostar numa parede para não cair.)

Mas é isso. Entretanto, os que são mais chegados a mim são refratários a sentir isso. E essa recusa permanente é a causa, no fundo, de muito atraso; para me exprimir amavelmente.

(Sr. Nelson Frageli: Muito atraso em que?)

Em nós.

[Risos]

(Sr. Nelson Frageli: O senhor poderia se exprimir menos amavelmente.)

Não está em mim não me exprimir menos amavelmente.

(Sr. Nelson Frageli: Amavelmente sim, mas mais diretamente.)

Quer dizer o seguinte: vocês não são discípulos perfeitos porque fazem esta recusa. É um outro [modo] muito amável de dizer a coisa. Como é que pode ser discípulo perfeito, quem faz essa recusa? Mas também isso é de uma tal riqueza que, quem quiser me ver bem, esse facilmente fica um discípulo perfeito.

(Sr. Guerreiro Dantas: O senhor poderia dizer novamente aquela questão de mentalidade ultramontana?)

O que eles mais odeiam no ultramontanismo, na Contra-Revolução, ainda parece mais odioso por causa do meu feitio pessoal. Quer dizer, há circunstâncias no meu feitio pessoal que realçam muito aquilo que a Contra-Revolução tem de mais odioso para eles.

Você imagina, por exemplo, que eu fosse um homem tímido, de voz baixa e muito aveludado no exprimir-me. Eu poderia ir para o Céu.

[Risos]

Mas eu tornaria a Contra-Revolução menos protuberantemente, menos Contra-Revolução se eu fosse assim.

(Sr. Paulo Henrique Chaves: É a harmonia da nobreza com a truculência.)

E as duas coisas são contra-revolucionárias. Quer dizer, eles não quereriam que meu trato tivesse algo de nobre, não quereriam que eu fosse truculento. São coisas que estão no meu feitio pessoal.

(Sr. Paulo Henrique Chaves: Todo o trabalho da “heresia branca” feito para varrer isso da face da terra, e o senhor chega e pam!)

Isso. É um contrário do “heresia branca”, mas é um contrário que deixa a “heresia branca” desconcertada, porque eu sei que se ao mesmo tempo eu sou muito amável e que, portanto, não dou pretexto para dizer que a truculência é brutalidade, nem dou pretexto para dizer que a nobreza é orgulho. Eu não dou pretexto, eles não podem dizer. Mesmo do fato de eu ser pouco mais ou menos inteligente, eles daí não deduzem que eu sou orgulhoso; ficam engarrafados. Dizer o que? Não tem o que dizer.

Então são coisas de um feitio pessoal que, se eu tivesse nascido diferente eles me tragavam mais. E, para compreender inteiramente [com?] Contra-Revolução é preciso compreender uma coisa e outra. Tudo isto faz luzir o tal enquanto tal especialmente. Mesmo o ter tido uma mãe tão extremamente suave, doce, bondosa, é uma coisa que atrapalha ainda mais. E o fato de eu ser tão unido a ela desta maneira, atrapalha ainda mais. Porque tudo isso são coisas que eu posso imaginar que a Providência tenha querido para tornar a ponta de lança mais afiada contra a Revolução.

Mas não está em nós querermos ver isso, inteiramente como é, nem amarmos inteiramente como é. Isso nos atrai, mas nós mesmos sofremos as repulsas que a Revolução tem a isso.

(Sr. Pedro Paulo: O caminho para a fidelidade a isso, como tirar os escolhos, o senhor poderia dizer algo?)

É essa conversa, poucas vezes, ou talvez nunca, eu tenha falado com tanta franqueza sobre essa matéria.

(Sr. Poli: E a compreensão da união da Sra. Da. Lucilia com o senhor.)

É um dos aspectos. Mas tomar como muito protuberantemente esse fato que é a conjunção da mentalidade que é a mentalidade católica apostólica romana, é, portanto, o espírito da Contra-Revolução, é a Fé, a ortodoxia, considerada como tônica, como contradizendo a Revolução num plano das idéias, das convicções, da mentalidade.

Mas depois é o feitio pessoal [que se torna?] e que é mais odiado pela Revolução, na Contra-Revolução, torna isto especialmente protuberante. É evidente que é para ser especialmente conhecido, especialmente amado; como é especialmente combatido.

Então eu digo: essa protuberância decorrente de uma mentalidade e de um modo de ser, consonantes, e que forma uma só proa de navio. Esta consonância é o que o adversário mais odeia; não é o que os meus filhos mais amam. Eles não querem ver ou vêem a meias porque de fato eles participam, a meias, das prevenções da Revolução. Ou, pelo menos, tem medo desse martírio de romper completamente com a Revolução e participar da mesma perseguição que eu sofro. Para ser sério é isso.

(Sr. Gonzalo Larraín: É muito mais isso do que não ver.)

É muito mais do que isso.

(Sr. Gonzalo Larraín: É [por?][porque] se viu que se toma distância.)

Isso. [É para ir nos extremos de onde nós chegamos e se dizer alguma coisa, o que há para ser dito é isso. ?]

Agora, eu tenho certeza de que, por exemplo, para vocês que estão aqui presentes é uma grande graça ouvir isso. Uma grande graça, mas que se fosse repetir isso dentro do Grupo, haverá gente que encalistra com isso.

(Sr. Poli: Encalistra?)

Seca e se opõe: “Isso faz mal.” A não ser uma longa série de sábados abençoados como tem sido e que preparam, sem que eu me desse conta, preparam os espíritos pelo menos para ouvir isso. E neste sentido a reunião passada preparou muito os espíritos para isso, não se poderia chegar a isso, mas isso é assim.

(Sr. Gonzalo Larraín: Neste sentido o ódio manifestado contra o senhor na Venezuela é uma coisa inimaginável.)

É ódio do Inferno. Parece exceder a capacidade de odiar do homem.

(Sr. Gonzalo Larraín: Não me ocorre o que se pode dizer contra uma pessoa e que não tenha sido dito contra o senhor na Venezuela.)

Agora, qual é o efeito dessa ação de presença? Essa ação de presença tem um efeito assim: ela como que irradia, bombardeia com uma influência benéfica aqueles que não querem aceitar; bombardeia os defeitos deles, é benéfico para eles neste sentido. Não é uma coisa que é feita para agradá-los, pelo contrário, cutuca, mas cutuca beneficamente, de modo benfazejo os defeitos dele.

Elas sentem esse cutucão e se sentem na opção — posta no mais fundo da alma deles — entre aceitar e recusar. Agora, como eles são completamente viciados de viver nos braços do demônio e como eles recebem esse bombardeio, acontece que eles estertoram e o demônio estertoram neles. É uma espécie de exorcismo recusado.

É possível que diante dessa irradiação universal cada vez maior desça ação de presença, a frincha tenha sido determinada por uma diferença de métodos que eles desejem empregar.



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