Conversa
de Sábado à Noite ─ 19/7/1980 ─ [AC III -
80/7.10] – p.
Conversa de Sábado à Noite ─ 19/7/1980 ─ [AC III - 80/7.10]
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A importância das alabardas nos nossos cortejos * * Existe uma comunicação de pessoa a pessoa que não é meramente doutrinária * A reversibilidade que deve existir entre o fato concreto e a explicitação doutrinária * Nada é mais ilustrativo da doutrina do que um outro homem * Nada mais legítimo de que haja comunicação de estados de alma entre aqueles que são chamados para uma mesma vocação * Profecia do Sr. Dr. Plinio sobre o futuro que nos espera, confirmada por nossos adversários * A grande batalha que vai se dileneando no horizonte: Deus e sua coorte, os demônios e seus asseclas
* A importância das alabardas nos nossos cortejos
… a recomendação de baterem uma na outra de maneira que dá um ar assim de força, uma coisa militar, imponente, bonita. O José Afonso bateu alabarda há poucos dias à vontade. E daqui há pouco no Êremo do Escorial estão batendo alabardas e fazendo uma porção de coisas assim.
Mas essa janela aqui fica muito bem nessa parede grande. Aí é que a proporção dela e tamanho ficam agradáveis, etc…
Não sei se viram agora… parece um sino (o bater das lâminas). Aliás, acho que as alabardas enriqueceram muito o nosso cortejo. Ficou muito bom, alabarda é uma coisa viva.
Mas não sei se é disso que querem tratar… mas o adversário que cogitamos hoje à tarde (na Reunião de Recortes), alabarda não dá muito contra ele, não é?
[Autoriza os eremitas entrarem. Estes então formam o cortejo, enquanto isso, ele ia falando].
Eu tive uma impressão curiosa hoje à tarde: que a grandeza da situação histórica não saltou aos olhos.
(…)
Então! Vamos pelo menos assistir uma reunião de sábado à noite, hein!
* O conhecimento doutrinário da Santa Igreja não basta, é necessário acrescentar também o “in concreto”
(Sr. João Clá: …qual deve ser nosso relacionamento de alma com o senhor, na linha do de São João Bosco com São Miguel Rua, para enfrentarmos o inimigo que o senhor apontou na Reunião de Recortes de hoje.)
Eu posso descrever o relacionamento, mas dizendo uma palavrinha rápida, antes, a respeito da doutrina para ficar bem clara a questão.
O que nós chamamos aqui doutrina Católica?
Alguém dirá: “Ora bolas!, é o magistério da Igreja!”.
A Revelação interpretada e explicada pela Igreja é a doutrina Católica, mas a coisa ainda não está suficientemente dita pelo seguinte: o que é que é conhecer a doutrina da Igreja? Ou, mais especificamente, o que é conhecer uma doutrina?
A Providência dispos as coisas na Terra, nessa vida, de tal maneira, que o homem conhece a doutrina pela inteligência, Ele faz abstração e conhece a doutrina. Por exemplo, a Igreja Católica é hierárquica. Então por essa doutrina se entende bem o que é que é. O poder na Igreja Católica está entregue a uma certa classe que é a classe sacerdotal, a classe hierárquica, a qual compete ensinar, dirigir e santificar. Enquanto a nós leigos, toca sermos ensinados, dirigidos e santificados. Isto está muito claro.
Mas uma coisa é ver isso em doutrina outra coisa é considerar in concreto a hierarquia Católica como ela existiu e como ela deveria existir. Com os seus cardeais, arcebispos, bispos, vigários e depois as ordens religiosas, que constituem uma espécie de exército colateral ao do clero secular e, também todas elas hierarquizadas, etc… Ver isso no ambiente da Igreja constantiniana e no ambiente do tempo de São Gregório VII como de fato existiu.
A doutrina o homem conhece, de fato, com um modo plenamente humano conhecendo o princípio abstrato de que a Igreja é e deve ser hierárquica, por instituição de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas conhecendo depois a hierarquia como ela existe na Igreja, in concreto como ela é. Porque o conhecimento doutrinário não é um conhecimento que se cifra ao abstrato, mas pede o conhecimento da coisa concreta para dar um abarcamento completo da coisa. Do contrário, não há uma noção completa da coisa.
Dou um exemplo, que já dei noutra ocasião e que ajuda a exprimir o meu pensamento:
Imaginem um homem que está viajando no deserto, é um pagão, mas lhe cai de repente uma série de livros da doutrina Católica em mãos. Ele está no camelo que serve de gôndola do deserto… está no camelo e vai lendo os livros e se converte. Mas era um homem da Namíbia que nunca viu nada da Igreja Católica! Ele conhece a Igreja Católica? Ele pode conhecer toda a doutrina, mas enquanto ele não ouvir um sino tocar, um órgão tocar, um canto chão, uma cerimônia religiosa, o interior da igreja, as realidades materiais de um templo, a lamparina do Santíssimo acesa, uma mitra, um báculo… enfim enquanto ele não ver essas coisas o conhecimento que ele tem dessa doutrina, a esse conhecimento falta uma certa dimensão que é a dimensão humana, que é própria ao homem, e que pede para conhecer o abstrato, mas o concreto no qual aquele abstrato cola.
* Existe uma comunicação de pessoa a pessoa que não é meramente doutrinária
Assim também a doutrina da Igreja no que diz respeito à virtude. A gente entende o que é a virtude, por exemplo, a virtude da castidade. Quer dizer, a abstração do ato de perpetuação da espécie humana por amor de Deus. Com toda temperança, com toda a dignidade, com toda limpeza de alma que a pessoa adquire em virtude desta abstenção. Isso compreende-se. Mas outra coisa é ter visto uma pessoa casta! Ter visto a pessoa casta completa, de algum modo, o conhecimento do que é a castidade.
E acontece que algumas pessoas são tão ricamente dotadas por Deus do dom de fazer conhecer por seu contacto as virtudes que elas praticam, que esse conhecimento direto em algum sentido da palavra ─ não em todo, nem sequer nos principais ─, esse conhecimento direto da pessoa casta fala mais à alma do que o conhecimento teórico e doutrinário do que é a castidade.
Então, a gente compreende que há uma comunicação de pessoa a pessoa, vamos dizer assim, que é uma comunicação que não é meramente doutrinária. Se uma pessoa tivesse que escolher deveria preferir a doutrina, mas vou dar um exemplo um pouco exagerado: é como uma pessoa que me pergunte:
“Você quer ficar sem o braço direito ou o braço esquerdo…”.
Eu prefiro ficar sem o braço esquerdo porque o direito é mais útil. Mas, eu propriamente quero ficar com os dois braços! E eu considero uma amputação eu ficar sem um dos braços.
Assim também, eu considero, ter que optar entre teoria e prática, o conhecimento concreto; como uma amputação! Porque ambos os conhecimentos se completam, se conjugam, e eu não vejo razão pela qual para ter um, preciso desistir do outro. Devo completar ambas as coisas.
Nesse sentido da palavra eu tenho a impressão que falta-nos muito, por força de educação que tivemos, do século onde nascemos, etc.; falta-nos muito uma coisa que no contacto com os antigos a gente recebia. [Risos]
E que é de uma porção de realidades concretas a gente ver quais doutrinas nelas se espelham. Como numa porção de doutrinas a gente perceber em que realidades concretas se espelham. Há uma reversão que eu tenho a impressão de que as almas, hoje em dia, fazem com muita dificuldade.
* Uma mudança feita numa sala, ocasionou a mudança do estado de espírito do ambiente
Tomem por exemplo, aqui, essa sala.
Ela ficou ampliada com a derrubada dessa parede, e essa janela que estava no ângulo da sala anterior, está agora no centro da atual sala. Para uma pessoa habituada a fazer esse relacionamento, ainda que subconscientemente, a mim pelo menos, me aconteceu, de estar inúmeras vezes nessa sala sem que fosse derrubada essa parede divisória; não me passava pela cabeça que a sala tivesse essa amplitude. E não me passava pela cabeça quanto ela estava cortada por essa parede. Parecia que essa janela e o resto forma um conjunto harmônico. Mas eu tinha uma impressão especial do estado de espírito que gerava essa janela encontrada na parede. E agora eu vejo o estado de espírito que forma a janela no meio da parede. O estado de espírito muda.
A janela apertada na parede ─ era uma janela de bom tamanho ─, ela dava a impressão de alguma coisa comprimida. E eu tinha a impressão dessa janela aqui mais ou menos como dessas flores de corola muito grande, que a gente comprime ligeiramente com a mão para poder cheirar o cheiro melhor. E uma densidade de presença que indicava uma certa forma de estado de espírito. Há uns estados de espírito que são assim muito densos.
Agora abriu-se a parede, a janela ficou no meio. E me dá a impressão não mais dessa densidade de espírito, algo que se condensa para que seu perfume se sinta melhor, mas é algo que se espraia e que enche de perfume uma vastidão.
Os senhores estão vendo que é a mera perspectiva visual, portanto material, criada por uma janela numa parede, uma “paredezinha” muito superficial que estava aqui foi destruída, o aspecto espiritual da coisa mudou.
E que quando a gente faz essas reversões de todos os modos, por exemplo, vamos dizer aqui, isso…
(…)
* A todo momento deve-se fazer relacionamentos entre as coisas materiais e espirituais
Esse objeto foi construído exatamente segundo as minhas indicações. Mas eu fiquei um pouco surpreso vendo que esse cabo dava uma impressão um pouco maior do que eu teria querido. Se eu tivesse mandado fazer esse cabo, eu não teria mandado fazer assim. Me parece que há um pouco de desproporção. Que essa esfera e a cruz, estão aqui… a cruz poderia terminar aqui… que dava proporção com o resto da sineta. De maneira que eu acho que o todo está um pouco élancé demais. Mas não deixa de ser verdade, depois, que a gente nota que o porte de certas pessoas muito esguias, muito altas, quando levantam a cabeça assim ficam quase altas demais. Mas que isso orna. E que isso tem uma analogia com certas pessoas que são assim. E que vista essa analogia há um pulchrum especial em considerar esse excesso, que fica corrigido com esta visualização. E assim, a campainha fica mais bonita com essa originalidade, uma vez que ela foi interpretada, do que no tamanho convencional em que eu mandaria fazer.
Os senhores estão vendo que são uma série de relacionamentos entre coisas materiais e espirituais que se deveria ter o hábito de fazer a toda hora.
* A reversibilidade que deve existir entre o fato concreto e a explicitação doutrinária
Por exemplo, os senhores entraram agora com as alabardas, as alabardas como são levadas: com a ponta de lança para frente, ligeiramente inclinadas. A gente tem a impressão que elas vão rasgando o ar e removendo os obstáculos para que o cortejo passe. E que elas têm um efeito de abertura de caminho, um efeito excepcional, muito bonito.
Essa relação entre o espiritual e o material. Então, a alabarda fala de um agredi de algum modo mais pulchrum do que a lança, de algum modo. E tudo isso nós devemos estar muito habituados a fazer e fazer comumente, como quem respira. Para nós compreendermos bem o assunto que o João Clá focalizou. E o assunto que ele tratou da doutrina e do fato concreto. A doutrina pede o fato concreto, o fato concreto pede a doutrina. Porque depois de eu ter visto que essa janela mudou tanto de aspecto ─ fato concreto ─, eu quero a explicação de como isso é assim. Quer dizer, o fato concreto me impõem uma explicação doutrinária. E meu espírito não sossega enquanto não tenha dado a explicitação doutrinária. Como a doutrina me impõem o desejo de uma exemplificação concreta. Do contrário não tenho a coisa.
Essa reversão eu tenho a impressão que não foi muito freqüente no curso secundário, no tempo em que os senhores estudaram. Ou dos tempos diferentes em que os senhores estudaram. E que faz uma certa falta para a gente se situar bem nesse terreno.
Os senhores talvez tenham observado que em conferências, reuniões, etc., eu tenho uma relativa facilidade de passar da doutrina para o exemplo, do exemplo para a doutrina. Mas é porque para mim, isso como a realidade vista com o olho direito ou com o olho esquerdo. A realidade eu vejo bem como qualquer dos olhos, mas eu apanho melhor com os dois olhos. E é vendo a doutrina e a realidade juntas que eu tenho uma espécie de noção total da verdade. Eu queria precisar isso, embora muito de passagem, para tratar agora do que o João pede.
* Nada é mais ilustrativo da doutrina do que um outro homem ─ Exemplo da cólera de São Pio X contra os inimigos da Igreja
Pode alguém ser exímio na doutrina sem ter a comunicação de alma com outrem? Pode alguém acertar sempre na doutrina sem conhecer coisas concretas que lhe dêem uma noção completa da doutrina?
Eu digo que é pelo menos dificílimo. É pelo menos dificílimo! É tão tão difícil que a existir essa possibilidade, existe como dom para muito poucas pessoas. E que normalmente as pessoas precisam ter um contacto com a realidade concreta para conhecer bem a doutrina. Mas a mais eminente das realidades concretas que a gente conhece é outro ser humano. Evidente! E se alguém pode conhecer a cólera vendo o mar enfurecido, muito mais conhecerá a cólera vendo São Pio X enfurecido. Os senhores conhecem o caso do anel quebrado, aquele furor dele dava muito mais idéia do que é a cólera, porque é a própria cólera! O mar enfurecido não é cólera, é um elemento líquido que é jogado por fatores “x”, a receber impulsos que lembram a cólera. Aquilo é água! A cólera é a de São Pio X, por exemplo. É claro que a coisa conhecida diretamente é muito mais bem conhecida do que em exemplos.
Então, tudo quanto na realidade do universo Deus criou para me dar a mim, a ilustração da doutrina, a compreensão completa da doutrina, de tudo isto, nada é mais ilustrativo da doutrina do que outro homem.
* Os estados de espírito se comunicam por analogia, por conaturalidade e, talvez, até por eflúvios
Agora, resta saber de que maneira é essa ilustração. De que maneira se dá a comunicações de alma, no que consiste a comunicação de alma.
A comunicação de alma é de um professor que ensina uma coisa para um aluno? A comunicação de alma é de um literato que comunica alguma coisa àquele que lê a sua obra? O que é que é propriamente uma comunicação de alma?
Há um fato que é tão corriqueiro que nem precisaria ser exemplificado, mas que acho necessário exemplificar para que a nossa doutrina fique bem clara, que é o seguinte:
Quando uma criatura humana vê uma outra em determinado estado de espírito, ela recebe um convite para se pôr no estado de espírito da outra. Todo o convívio é um convite para uma participação de estado de espírito. E nessa perspectiva uma pessoa pode, por exemplo, vendo alguém festivo participar da alegria desse alguém, sem saber porque é que o outro está contente.
Simplesmente isso, uma pessoa que está andando numa das ruas mais prosaicas que conhece e que se chama Sábado d’≥ngelo… uma pessoa andando, aborrecida e pensativa, e que vem em sentido contrário uma criança alegre, a pessoa pode ficar com uma certa alegria da criança. Quer dizer, a criança passou um estado de espírito.
Qual é o fundamento lógico desse estado de espírito?
É que ele vendo a criança alegre imagina subconscientemente uma das mil coisas que pode produzir aquele tipo de alegria. E imaginando aquilo alegra-se também. Por exemplo, a criança sabe que vai receber uma boneca. Ele sabe por experiência própria como é que é a alegria de uma criança quando recebe uma boneca, uma menina quando recebe uma boneca. Ele viu a irmã dele ficar alegre. Ele vê a criança ficar alegre de um modo parecido, ele pensa na boneca e sorri. Quer dizer, o estado de espírito passou de um para o outro.
Mas nem precisa, em rigor, isso. Basta ver um homem alegre a gente tende a ficar alegre. Um homem triste que a gente tende a ficar triste. Não pode haver um espírito que seja gracioso no convívio com Breznev! Porque ele comunica a carranca dele: sombria, hepática, hipocondríaca. A gente vivendo com ele acaba tomando aquilo.
Quer dizer, os estados de espírito se comunicam. Comunicam-se por analogia, por conaturalidade, porque o homem tem a mesma natureza que o outro homem, comunicam-se também ─ creio eu, não tenho certeza ─ por eflúvios. Porque o homem tem certas vibrações, e eu creio que um outro homem sente essas vibrações. E que cada homem é para outro homem uma emissora de tevê, que capta, a gente sente dos outros a vibração e capta. E aquilo forma um outro modo das idéias e dos estados de espírito passarem de um homem para outro. Nesse sentido é o lado natural. Há o lado sobrenatural:
* Nada mais legítimo de que haja comunicação de estados de alma entre aqueles que são chamados para uma mesma vocação
É certo que o homem pode ser o veículo para a graça comunicar-se a outro homem. Isso é ponto líquido da doutrina Católica.
Por exemplo, a “Alma de Todo Apostolado”, de D. Chautard, uma das verdades fundamentais sobre as quais o livro está contido é essa. A graça é uma participação sobrenatural, criada, na vida [incriada] de Deus, e um homem pode transmitir essa graça a outro.
Os senhores conhecem a história de um pregador em que terminado o sermão uma velha foi dizer a ele que agradecia muito o bem que tinha feito, etc., ele: “Mas o que eu disse para fazer bem à senhora?”. Quando o senhor disse: “Passemos à quinta parte… aquilo me fez um bem!”.
E eu posso compreender que um pregador virtuoso, um Santo Antonio Claret, um outro qualquer, passando de uma parte para outra do sermão diz: “…e passemos agora à quinta parte…”, e que isto tenha impressionado à pessoa, é uma comunicação de estado de alma.
Então, nada mais legítimo de que haja comunicação de estados de alma entre aqueles que são chamados para uma mesma vocação. E a fortiori, entre aquele que teve que dar os primeiros passos nesse rumo e os que vão seguir. Nada mais legítimo, mais natural, mais razoável do que isso.
* Exemplo de comunicação de alma: o comandante de um navio com a tripulação
Dou um exemplo, só para depois passar para frente:
O verdadeiro comandante de navio, seja ele de guerra ou de passageiros, é aquele que tem uma certa autoridade que transmite respeitabilidade ao conjunto da criadagem, de empregados, do pessoal que trabalha nas máquinas, da marujada e dos passageiros. E a gente imagina um capitão de navio, ainda que civil, [com] uma daquelas casquete, um homem que não se mistura muito com as pessoas, e tem um ponta de tombadilho própria para ele passear. Um tanto sisudo, amável, sobretudo gentil quando conversa com as senhoras, mas que quando termina a conversa volta ao seu ponto. E que ri pouco.
Agora o que há?
Há uma comunicação de alma dele com a tripulação, por onde ele vai levando a tripulação.
Assim também entre nós a comunicação de alma é ultra legítima. Agora o problema é qual é o papel dessa comunicação de alma em nossa virtude e especialmente em nossa perseverança.
* Profecia do Sr. Dr. Plinio sobre o futuro que nos espera, confirmada por nossos adversários
(Sr. João Clá: Acho que vai além, tem algo de misterioso nessa comunicação, mas existe algo mais. Quando o senhor comenta algo ou dá uma missão, a gente recebe uma força especial.)
(…)
…de enfrentamento com peito aberto. Outros têm a coragem da tocaia! Outros têm a coragem de espionagem. A espionagem pode não ser pecado…
(…)
…não sei se algum dos senhores já fez essa experiência: pegar vidro de janela, vidro que tem aqui e passar assim a unha. Aquilo arrepia, produz uma sensação especificamente desagradável, toda sui generis, etc…
Bem, eu vou passar a unha no vidro… vamos nos abrir!
Já que devemos ser uns para com os outros a metade da própria alma, tal será que a metade da alma tenha que guardar reservas para a outra metade. Então, vamos tomar a coisa ao guante.
O que eu esquematicamente anunciei era a vinda torrencial do demônio, primeiro ponto. De maneira que ele se misture na vida cotidiana dos homens e seja um ente presente na nossa vida de todos os dias.
Segundo: eu fiz notar ─ o que já se sabe ─ que ele [é] incomensuravelmente superior a nós, vai impor a influência dele sobre nós. E que nós vamos passar a ser uns… [ininteligível]… do serviço dele.
Terceiro: que vai haver uma divisão de águas e que alguns, por poucos que sejam, não aceitarão.
Quarto: esses, numa recusa magnífica, atrairão as graças de Deus para si e o castigo para a canalha.
Isto foi anunciado, teve uma grandeza especial hoje, porque se completa a denúncia. Isso representa, em última análise, um ciclo que se completa. Porque as hipóteses que nós fizemos o adversário as confessa e confessando transforma em certeza, ou quase certeza, aquilo que era uma hipótese. E é o fato dominante de nossa vida, porque toda nossa vida se orienta para isso.
Então, não é um dia histórico da TFP o dia em que todo mundo percebe que o mar entrevisto não é névoa, mas é mar. Uma coisa evidente. Um dia histórico!
* A grande batalha que vai se dileneando no horizonte: Deus e sua coorte, os demônios e seus asseclas
Histórico por quê?
Porque a grandeza dos personagens em foco é extraordinária. Quer dizer, tem de um lado os anjos do Céu, os bem-aventurados, os justos com a sua amplitude fenomenal. Sobretudo os anjos, porque nós já vimos qual é a grandeza da pessoa de um anjo e como somos poucos em comparação com um anjo. Ora, nós vemos todos os anjos que vão se alinhando e preparando as armas para entrar nessa batalha. Se isso não tem grandeza eu não sei o que é grandeza.
Nós vemos o demônio fazer a mesma coisa.
Repito: se isso não tem grandeza…
(…)
Mas, sobretudo, nós vemos que em torno de Deus os campos se dividem e que aparece Ele!, presente, e olhando as coisas com olhar eterno! E que é uma espécie de teofania, de aparecimento do próprio Deus. Julgador, justiceiro, perfeito! E que entra e diz: “Agora vamos ver! Movam-se, que eu julgarei e saberei a quem premiar e a quem castigar”. Vê-se isso por detrás. Isso não é grande?
Entretanto, eu creio que o meu querido Guerreiro, o meu querido Andreas Meran tinha razão nesse ponto: é que a sala no seu total não se pode dizer que tenha sentido isso. Entretanto, nada é maior do que isso! Nada é tão grande quanto isso! É único! O que é grande?
Saber que vai haver liquidação das “Pernambucanas” e vão comprar pano mais barato? Será isso? O que é que é grande?
Meus caros, o cansaço pode ser grande…
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