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Índice

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Conversa da Noite 24/5/1980 [AC III 80/5.16]

O Sr. Dr. Plinio manifesta alegria pela quantidade de flores que foram colocadas no túmulo da Sra. Da. Lucilia * O “ploc-ploc” só gosta de considerar as verdades abstratas * Como era a admiração do Sr. Dr. Plinio em relação a Sra. Da. Lucilia e a esperança dela em relação a ele * A consonância de alma que havia entre eles* Os vários modos com que o Sr. Dr. Plinio demonstrava o seu afeto filial a Sra. Da. Lucilia * A Sra. Da. Lucilia tinha uma voz muito aveludada, muito suave e muito matizada; a voz e o olhar dela tinham um certo eco * Nela o que mais me encantava era a elevação de alma * Ela era como um cordeiro, uma vítima que se deixa imolar, disposta a sofrer tudo para fazer o apostolado da mansidão

* O Sr. Dr. Plinio manifesta alegria pela quantidade de flores que foram colocadas no túmulo da Sra. Da. Lucilia

(Sr. Dustan: Hoje foi colocado no tumulo duzentas e quarenta dúzias de rosas.)

Duzentos e quarenta dúzias de rosas! Mas quem mandou colocar? São rosas da Andalucía…

(Sr. João Clá: Não, não, são do Brasil mesmo; o Sr. M. E., vários grupos.)

Ah!, de vários grupos, é? Mas isso a propósito do quê? Do 24 de maio?

(Sr. –: Coincidência e também para comemorar o lançamento do livro.)

Mas havia uma ocasião especial, qualquer coisa?

(Sr. João Clá: Não, foi uma coisa ocasional.)

Ah!, mas é muito bonito, muito bonito!

(Sr. M. E.: A intenção foi para a glorificação do senhor nesse novo lance.)

Mas foi você que andou coletando, [cavalando??] essas rosas, é meu Tanus?

(Sr. –: Vários de vossos filhos…)

É, eu fico muito contente, não sabia disso, é muito bonito, fico um pouco assustado com a despesa, porque isso…

Quanto está custando uma dúzia de rosas?

[Exclamações.]

Vocês vão aos floreiros e eles dão, é?

(Sr. –: É só falar Da. Lucilia e eles dão…)

[Risos.]

É muito bonito isso, me alegra, me alegra muito.

* Em matéria de vida espiritual aquilo que é mais alto é mais íntimo

(Sr. Dustan: Mas esse sorriso de Nossa Senhora para com o senhor, como o senhor o interpretaria? O que o senhor espera?)

Ahahah!”

(Sr. Dustan: Que pedidos mais o senhor teria a fazer a Ela?)

Encontro um modo de responder.

Nós já nos conhecemos bem, os senhores sabem que habitualmente, por modo de ser, etc., todas as coisas em mim são ultra pensadas com antecedência, etc., que se prendem a razões, que se prendem a razões, que se prendem a razões. É toda uma bobina de razões que se perde em outras, em outras, em outras. Tanto quanto possível mais altas e mais altas e mais altas.

Mas, em matéria de vida espiritual a mais alta equivale a mais íntima. Eu não censuro a sua pergunta, sua pergunta me agrada, mas é porque ela me agradou que estou respondendo assim com essa explicação. E o mais íntimo por natureza é intimo, não é?…

Eu não o censuro nenhum pouco, eu aplaudo a pergunta, mas com isso eu fico na impossibilidade de dar resposta. Isso é toda uma engrenagem de circunstâncias, de imponderáveis, etc., que se move atrás disso. Há fatores que se movem aí de anos! Porque é bom que as coisas muito sérias sejam vistas e preparadas, ponderadas assim.

Eu não posso explicar isso porque é muito interno, mas se eu fosse explicar levaria uma conferência de uma hora e meia, qualquer coisa.

[Risos.]

* O “ploc-ploc” só gosta de considerar as verdades abstratas

Porque é bom que seja assim.

[Silêncio]

Como eu não sei porque, vira e mexe me vem à cabeça idéias contrárias aos “ploc-plocs”, aqui também eu dou uma explicação.

Isso que estou dizendo parece “ploc-ploc”, mas não é nenhum pouco, porque tem, em geral, como ponto de partida impressões. O “ploc-ploc” só toma como ponto de partida verdades abstratas. Aqui, em geral, tem como partida impressões e situações concretas, à propósito das quais, se vai às verdades abstratas. Mas depois se volta ao concreto, abstrato, concreto-abstrato. E no concreto formam sistemas de observações e, no abstrato longas teorias de raciocínios.

E assim a vida espiritual se deve desenvolver. Ultra pensada! Fica uma sugestão…

(Sr. Andreas Von Meran: Entre pai e filhos…)

[Risos.]

É, mas aí, realmente, é interno demais para, para… no momento oportuno certamente.

[Exclamações.]

No momento oportuno certamente.

Quando virá esse momento oportuno? Nossa Senhora saberá.

[Silêncio.]

Para não manter a porta fechada, inteiramente…

[Exclamações.]

mas sem também convidar a que olhem pela fechadura… eu digo que a deliberação de pedir essa graça…

(…)

resulta de que eu julgo que fui atendido no ter pedido a graça de ver claro, se eu devia ou não devia ver bem essa graça.

Está muito achinesado isso ou…

(Todos: Claro!)

Achinesado não, nós temos dois queridos chineses aqui. Eu poderia também perguntar se está muito [“bizantinizado”?].

(Sr. Andreas Von Meran: Mas que graça olhar, eu não entendi.)

Eu tinha uma dúvida se eu deveria pedir uma graça de uma alegria. Então pedi a Nossa Senhora a graça de me esclarecer a dúvida. Esclarecida a dúvida pedir uma alegria…

[Risos.]

Está bem, e aqui fica assim, sai pelo menos um pouco de eco por detrás da porta que mantive fechada.

[Risos.]

É a conduta entre pai e filhos.

* Como era a admiração do Sr. Dr. Plinio em relação a Sra. Da. Lucilia e a esperança dela em relação a ele

(Sr. Andreas Von Meran: O senhor disse que quando a Sra. Da. Lucilia estava mais velha o senhor manifestava o amor a ela de forma mais exuberante. Em que termos o senhor poderia dizer?)

O que eu pensava dela, não o que eu dizia?

(Sr. Andreas Von Meran: As duas coisas.)

É preciso ver como é a linguagem e como é a vida de família na intimidade do meio dela e meu; porque isso, em cada país, em cada Estado do Brasil, em cada cidade tem um matiz, é por excelência um assunto cheio de matizes. Como era comigo, era… o pressuposto era que o afeto era um ato de admiração ou pelo menos de esperança. Era de admiração da minha parte para com ela e de esperança da parte dela para comigo. Portanto o afeto, de si, era uma coisa muito elogiosa. Não é uma coisa que se esbanja! Assim para qualquer um, mas é uma coisa muito elogiosa, porque ou é a afirmação de uma qualidade ou é a afirmação da esperança que alguém venha a ter essa qualidade. É um convite. Isso é a essência do afeto. Porque ri meu bom F. T.? [Fernando Teles?]

(Sr. F. T. [Fernando Teles]: Porque só o senhor que explicita as coisas assim.)

Mas é bom isso assim, não é?

[Risos.]

* A consonância de alma que havia entre eles

O afeto era, portanto, ao mesmo tempo isso e uma consonância, afirmação de uma consonância do bem que a gente espera ou reconhece no outro como bem que a gente sente em si. É portanto uma afirmação de imbricamento de alma.

Então, é honroso, mas é amistoso no sentido próprio da palavra. Quer dizer, atrai, aproxima, une, etc., etc… Isso são aspectos do afeto, é o pressuposto.

O resultado é que um modo muito afetuoso de tratar e alguma palavrinha simbólica, assim… a gente dizia enormemente! E a insistência nessa palavrinha, até martelagem, dizia ainda mais.

[Risos.]

Então, eu às vezes dizia coisas para ela, assim muito carinhosas, aí bem tempo antes de morrer, meu pai ainda estava vivo e meu pai era brincalhão, ele ouvia dizer isso e ele dizia para ela, assim, imitando um pouco, ela fica muito contente, naturalmente ele dizia assim imitando um pouco voz de português para brincar: “Não te derretas”.

[Risos.]

Porque ela ficava muito comprazida, ela procurava não dizer, mas percebia-se. Então, ele dizia isso para ela.

* Os vários modos com que o Sr. Dr. Plinio demonstrava o seu afeto filial a Sra. Da. Lucilia

Essas expressões… eu de muitas nem me lembro mais, uma por exemplo, que eu me lembro que eu chamava ela, durante algum tempo assim, entrava no quarto para dizer bom dia para ela ou então, boa noite, ou numa conversa, de repente, uma apóstrofe mais quente, qualquer coisa assim eu chamava ela de “Da. perfeição”.

[Risos.]

Então dizia a ela: “Da. perfeição como vai?”. Ela fingia que não ouvia e era como se eu dissesse Da. Lucilia, se eu chamasse: “Mamãe como vai?”. Ela fazia NANE e passava para diante, porque tudo isso ela recebia com comprazimento, mas com uma certa discrição que eu não sei bem descrever como era, ela punha “abat-jour”.

[Risos.]

Ela não apagava a lâmpada, mas punha “abat-jour”. Era o sistema e eu acho compreensível, eu afinava com esse sistema.

Outras vezes… homem! Eram tantas coisas!…

[Exclamações.]

Durante muito tempo, tendo em vista o aspecto assim… adamado e… afrancesado, e… distinto dela, eu durante muito tempo a chamava de “marquesinha”.

[Exclamações.]

Assim uma coisa e outra, ao longo dos anos uma coisa variando. Outras vezes eu chamava de “manguinha”, como no tempo que eu era menino, um afeto especial para lembrar aqueles tempos.

Agora, tudo isso tinha no trato entre nós, uma… às vezes, por exemplo, eu dizia… “Que mãe igual a ela não havia, que eu não conhecia e…”, coisas dessas, não é?

Assim várias, várias, não é?

Depois beijava muito a ela, agradava muito, tocava muito na mão dela, batia, abraçava, etc., mas muito!

[Risos.]

E eu percebi que ela ficava muito tocada com isso, mas sempre com esse “abat-jour” que acho muito adequado, muito próprio.

E… isto se acumulou, se tornou mais freqüente. Isto que era excepcional no trato antigo, era nos momentos altos do trato antigo, se tornou num nível constante no fim.

É o que posso dizer!

* A Sra. Da. Lucilia tinha uma voz muito aveludada, muito suave e muito matizada; a voz e o olhar dela tinham um certo eco

(Sr. Luiz Francisco Becari: Nas cartas dela ela colocava muitas reticências, coisas que ela gostaria de dizer mas não havia palavras. Percebe-se que isto que o senhor dizia tinha também reticências, um universo por trás. O senhor poderia comentar um pouco essas reticências?)

Essas reticências, da parte dela, ela fazia isso sem refletir, assim com a naturalidade de uma mãe; essas reticências correspondiam a um modo de ela falar, era a passagem para o papel do modo dela falar.

Que ela tinha uma voz, não era voz baixa, mas era um voz plutôt baixa, muito aveludada, muito suave, muito matizada. Enormemente matizada, os matizes serviam enormemente para exprimir cada idéia, cada pensamento, cada expressão dela. Acompanhada de movimentos com a cabeça. Ela mudava ligeiramente a posição da cabeça, mais para cá, para lá, muito ligeiramente. E com movimentos de mãos muito mais discretos do que os meus. Eu gesticulo muito com as mãos, ela gesticulava também, mas movimentos muito limitados, muito… mas que nem por isso eram menos expressivos, muito expressivos, as mãos dela ajudavam muito a expressão.

Agora, tudo isso, sobretudo a voz dela e o olhar tinham um certo eco. Ela falava aquilo, deixava um certo eco, e o olhar também servia de eco.

[Exclamações.]

Ela por exemplo, tinha um hábito interessante que eu só notei nela, pode ser que existe em outras pessoas, mas só notei nela que é de dizer uma coisa e ficar um tempinho, discreto, com os olhos postos no da gente para ver que repercussão aquilo teve.

[Risos.]

* Os imponderáveis constituíam uma espécie de aureola em torno do que ela dizia

Ou como que, como que acentuando pelo olhar o que ela tinha dito, de maneira a chegar ao grau de repercussão que ela julgaria normal, que ela julgaria proporcionado; ela tinha muito disso.

E isso que era por assim dizer os últimos timbres do que ela dizia, na carta ela representava pelas reticências.

Tenha certeza que onde há reticência ou ela diria com uma voz que fazia timbre, fazia eco, ou ela acompanharia mais com o olhar a pessoa, ela sublinharia com o olhar. Esse é o…

Não é, portanto, dizer que ela era uma pessoa reticente. Nenhum pouco. Até o pensamento dela se exprimia com muita franqueza, muita clareza. Mas, era assim, os imponderáveis, constituem uma espécie de aureola em torno do que ela dizia.

Aliás, é uma das coisas interessantes do Quadrinho ouviu meu B.? é que dá a impressão, o Quadrinho… eu sei que não foi mas que a atitude que ela toma é a atitude que ela tomava quando acabava de dizer uma coisa e olhava.

[Exclamações.]

É o que está no Quadrinho. Contribui para dar a expressão que o Quadrinho tem. O meu pintor foi ajudado por Nossa Senhora a “cerzir” perfeitamente isso.

Mais uma pergunta, meus caros?

(Sr. Dustan: …)

* O olhar já tem mais o papel que teve outrora

Antes de responder à sua pergunta, eu queria dizer uma coisa. Isso tudo nela tinha a significação que estou dando, mas para a glorificação da Civilização Cristã é preciso dizer: era um pequeno fragmento do passado. Porque fazia parte do modo de ser de uma pessoa assim. E a conversa antigamente era muito assim. Hoje as pessoas quase não mudam de tom de voz! São “mono-tonos” com freqüência. E não manuseiam o olhar para nada! Olham como poderiam olhar para essa parede branca, o olhar não tem mais o papel que teve outrora.

De maneira que isso era a iluminação pela presença, pela fidelidade à graça de um modo de ser da Civilização Cristã. Portanto uma tradição.

(Sr. Dustan: O senhor poderia mostrar um pouco o universo que estava por detrás do afeto que o senhor manifestava a ela, dizendo: “Minha marquesinha”, por exemplo…)

Bom, naturalmente eu dizia muitas outras coisas…

[Exclamações.]

Minha querida, meu bem, manguinha”, a… às torrentes, não é? Agora, não preciso dizer que nunca chamei de você! Nunca! Não preciso dizer. Era sempre senhora. Nem me passou pela cabeça chamar de você. Eu teria a impressão que precisaria me confessar se a chamasse de você…

[Exclamações.]

Simplesmente.

* Nela o que mais me encantava era a elevação de alma

Bem, a… o que é que… que… me encantava nela, um dos aspectos que me encantava nela, encantava antes de tudo a elevação de alma que era a clave onde tudo isso se dava. Porque tudo isso que estou dizendo postas em almas menos elevadas daria… em banalidades! Não, não é isso, é a elevação de alma dela que colocava tudo isto num píncaro. É a mesma coisa que imaginar, vamos dizer essa capelinha que o Dr. Adolfo Lindemberg deu a planta, o charme da capelinha está em estar no alto daquele monte! Porque se ela estivesse no chão raso é bem possível olhe que eu aprecio muito a capelinha, acho que ele pôs o talento dele bem em ação ali e é bem possível que se passasse pela capelinha sem atentar nela. Mas a montanha dá a clave onde a beleza daquela capelinha é vista.

É a elevação de alma dela que dá a clave da beleza dessas coisinhas íntimas que estou contando. E essa elevação de alma é imponderável. Mas me encantava nela dentro da clave dessa elevação de alma um misto de uma mansidão generosa levada até o inacreditável! Ao lado de uma firmeza inquebrantável quando se tratava de princípios. Quer dizer, a justaposição desses dois contrastes harmônicos, realmente me atraia no mais alto grau.

* Ela era como um cordeiro, uma vítima que se deixa imolar, disposta a sofrer tudo para fazer o apostolado da mansidão

Ninguém pode ter idéia do que era a mansidão dela. Ela vivia, evidentemente, numa família educada e que não ia fazer brutalidades nem nada a ela. Mas, a educação não impede a ingratidão, não impede a incompreensão, não impede, portanto, muitas decepções. A educação é um verniz, o verniz não importa na qualidade da madeira. E ela passava, portanto, por vezes, por coisas realmente difíceis de calcular.

Invariavelmente, com o propósito que estava bem no papel dela, de mãe de família, não estaria para nós. Mas está bem no convívio nosso uns com os outros de nunca retrucar, nunca redargüir de um modo desagradável ou ácido, impertinente. Apresentar sempre uma explicação do que ela fazia, com lógica, com afabilidade, e se não adiantava ficar quieta sem azedume! E daqui há pouco retomar, no mesmo instante, as relações no mesmo pé anterior desde que a pessoa quisesse. E isto com uma tal disposição de ser como uma vítima ou um cordeiro que se deixa atingir, porque quer sofrer e não quer reagir, e porque acha que deve fazer esse apostolado da mansidão; que eu não conheço, verdadeiramente, não [é?] [há] coisa igual, [é?] coisa que se pareça com isso de longe. Eu não conheço.

* Uma mansidão inalterável junto a uma enorme firmeza e dignidade

Agora, dentro disso vinha a firmeza dos princípios. Ela era assim, se gostassem ela era assim, se não gostassem ela era assim também; porque assim se deve ser! Essa é a vontade de Deus, esse é o pensamento da Igreja e, portanto, não se muda. E portanto, adaptar-se para evitar isto, nunca! Ela era ela inteiramente, com dignidade apesar de ser com mansidão.

Isso por exemplo, para mim, que a conheci e vi de perto, tão de perto!, aparece muito numa fotografia que talvez não diga isso aos senhores, e que o João Clá me deu num lindo carnê para chamar assim e que eu tenho continuamente no meu bolso. E é ela na escola da Praça da República, “Caetano de Campos”, assistindo uma inauguração da TFP, de uma sessão da TFP sentada entre o Dr. Adolfo e a esposa de Dr. Adolfo, Dona T. [Teresa?], depois havia outras pessoas por ali por perto.

A atitude deles pondo-a no centro é evidentemente uma cortesia de sobrinhos para com a tia, etc., está muito bem, não tem dúvida nenhuma. Mas ela está ali numa atitude assim de quem está assistindo uma sessão com certa solenidade, mas de quem não perde ao propósito de manter uma mansidão inalterável! E de uma doçura como não se pode imaginar. Não se pode imaginar! Que se exprimia por uma certa melancolia que ela fazia ver. Mas se a pessoa era indiferente a essa melancolia ela continuava na mesma doçura e no mesmo modo.

* No elogio que a Sra. Da. Lucilia fazia da mansidão de Nosso Senhor transparência o quanto ela O imitava

E eu devo dizer que foi um dos meios mais possantes dela para cativar meu afeto, foi esse. Porque isto me encantava além de toda expressão. E me fazia pensar, naturalmente, em Nosso Senhor Jesus Cristo, em Nossa Senhora. Mesmo porque, ela de vez em quando elogiava a Nosso Senhor Jesus Cristo por isto. E o modo dela elogiar, sem ela se dar conta, fazia transparecer como ela O imitava. Não estava na cabeça dela, mas era uma espécie assim de santa inadvertência ou santa ingenuidade por onde ela, sem o perceber, se elogiava falando de Nosso Senhor.

[Risos.]

E eu ficava para lá de encantado.

E para lá de…

Bom, e nunca, nunca, nunca evidentemente deixei de apoiá-la e tomar a posição dela com os ares que os senhores sabem bem… e só não iam mais longe porque ela não quereria, porque se ela quisesse, a coisa… vulcanizava na hora, não é! Mas também bastava ela não querer que para mim era lei absoluta e invariável!

[Exclamações.]

Ela não quis, está acabado!

Depois, eu admirava que ela não quisesse. Eu quereria fazer de outra maneira, mas eu admirava que ela não quisesse.

Aí está, meus caros, acho que já é hora de todos nós dormirmos. De maneira que então vamos rezar três Ave Marias em louvor daquEla junto a quem ninguém é nada, e que é Nossa Senhora.

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