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Santo do Dia — 27/12/69 — Sábado

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Trechos de São João Evangelista tirados dos sermões de São Vicente Ferrer * Significado da Coroa Real com que foi coroado São João Evangelista: a Sabedoria * Sentido Profético no que diz respeito a São João Evangelista. Predileto dentre os Apóstolos a que Nosso Senhor Jesus Cristo quis honrar aos olhos de todos * Conhecer todas as almas que estão na Terra é conhecer a sociedade humana, é conhecer a opinião pública * São João Evangelista viu a Sabedoria de Deus, a Justiça de Deus, a Misericórdia de Deus exercendo-se no julgamento da Humanidade julgada à luz da RCR * Meditações feitas em consonância com o mirante magnífico e grandioso do Grupo: visão que teria empolgado a qualquer profeta

* Trechos de São João Evangelista tirados dos sermões de São Vicente Ferrer

Hoje vinte e sete de dezembro nós temos a festa de São João Evangelista. Aqui nós temos uns trechos de São João Evangelista tirados dos sermões de São Vicente Ferrer que diz o seguinte:

No livro de Ester capítulo VI narra-se uma bela leitura.

O grande Rei, Imperador Ansuero perguntou uma vez a um seu conselheiro, homem muito sutil: “Que se há de fazer com alguém que o Rei quer honrar?”

Depois que refletiu um pouco, respondeu o Conselheiro: “Para honrar a quem o Rei deseja honrar deve-se lhe vestir com as vestes reais e montá-lo sobre uma cavalo da cavalariça real e cingir a sua fronte com uma coroa régia e que o primeiro dos príncipes do Rei leve a rédea de seu cavalo e passeando pela praça da cidade vá apregoando diante de todos”. Assim se faz com aquele a quem o Rei quiser honrar.

O Senhor Jesus Cristo Rei poderosíssimo fez essas coisas com magnificência na pessoa de São João Evangelista.

(…)

* Significado da Coroa Real com que foi coroado São João Evangelista: a Sabedoria

Com relação do terceiro grau de honra…

Quer dizer, há uma reticências, ele passa adiante:

Em relação ao terceiro grau de honra dissemos: o varão a quem o Rei quer honrar deve cingir a cabeça com a coroa real.

A coroa que cingiu Jesus Cristo homem no dia de sua concepção foi a Sabedoria perfeita. Porque a Sabedoria reside na cabeça como uma coroa.

A coroa de espinhos. A coroa de Cristo teve quatro pontas, quatro florões como as coroas reais teve seus florões. Na frente a ciência da trindade, atrás a ciência de todas as criaturas e de todas as coisas pretéritas e futuras e de todos os pensamentos dos corações.

À direita teve o conhecimento da glória do Paraíso como o dos predestinados. A esquerda teve conhecimento das penas infernais e dos que estão condenados ao inferno com as causas de suas condenações. Cristo foi coroado com essa coroa no momento de sua concepção.

São João Batista foi coroado com esta mesma coroa da Sabedoria. Foi assim coroado na noite da Paixão mais do que todos os outros Apóstolos. Reclinado sobre o coração de Mestre recebeu como dádiva, recebeu isto como dádiva esplêndida.

Por isso disse dele à Igreja em seu ofício: “Bebeu a água pura do Evangelho da fonte sagrada do peito do Senhor”.

Naquele instante foi-lhe imposto a coroa Real com seus quatro florões, o conhecimento de Deus pelo qual João compôs o Evangelho, o conhecimento de todas as criaturas da glória e dos predestinados. Com isto escreveu a sua primeira Epístola Canônica, o conhecimento dos condenados e por ele compôs o seu segundo e terceiro epistolar. Portanto, dele podemos dizer: “Coroa de ouro sobre sua cabeça gravada com o signo da santidade”.

A coroa de ouro é a segunda teologia da Bíblia o escrito dos doutores gravados com sinal da santidade. Porque a coroa da Sabedoria que é a teologia não tem a força se não está assinalada com o sinal da santidade que é a vida digna. São João Evangelista a manifestou em altíssimo grau.

É realmente um lindíssimo comentário à altura de São Vicente Ferrer.

Os senhores estão vendo que ele toma como ponto de partida para seu comentário sobre São João Evangelista, ele toma como ponto de partida um episódio um trecho tipicamente oriental do livro de Ester.

* Sentido profético no que diz respeito a São João Evangelista. Predileto dentre os Apóstolos que Nosso Senhor Jesus Cristo quis honrar aos olhos de todos

É o Rei que pergunta como que se deve fazer com alguém, pergunta ao Conselheiro como é que se deve fazer com alguém que o Rei quer honrar. Então o conselheiro depois de pensar diz:

O melhor é coroar este homem com um diadema com uma coroa real. Depois montá-lo num cavalo da cavalariça real. Fazer com que uma das principais figuras da Corte do Rei tome o cavalo pela rédea e vá pelo meio da rua dizendo: “Este homem…” — também revesti-lo de traje reais dizendo dele para todo o povo: Eis o homem a quem Deus quis honrar.

Então, como todos os trechos da Sagrada Escritura têm um sentido literal, não têm o sentido histórico, têm um sentido teológico, têm uma sentido místico, etc., etc.. Aqui também São Vicente Ferrer extrai um sentido profético no que diz respeito a São João Evangelista.

Quer dizer, ele foi o predileto dentre os Apóstolos, um dos prediletos de Nosso Senhor Jesus Cristo. E como tal ele foi um homem que Nosso Senhor Jesus Cristo quis honrar aos olhos de todos. E por isto cingiu com uma coroa que é a coroa do próprio Cristo. E qual é a coroa do próprio Cristo?

É bonito nós vermos isto porque é um ensinamento lindo para nós.

* São João Evangelista tinha conhecimento de todas as coisas criadas e sobretudo o conhecimento de Deus; dos corações dos homens no Céu e no Inferno

É a coroa da Sabedoria. Mas como que essa coroa da Sabedoria — Nosso Senhor recebeu essa coroa, diz São Vicente Ferrer, no próprio momento em que ele nasceu — porque ele gozava das formas mais profundas da Sabedoria e lhe foram conferidas por Nosso Senhor. Mas qual é essa Sabedoria?

No fundo é o conhecimento de todas as coisas criadas e sobretudo o conhecimento de Deus. Então ele tinha na fronte um florão. Os senhores sabem aquelas coroas de Reis com aqueles florões de groselha. Quatro florões. Ele tinha na fronte um florão que era o florão do conhecimento de Deus. Depois ele tinha um outro florão que era o conhecimento de todos os corações dos homens. De maneira tal que ele conhecia toda a Humanidade presente.

Ele tinha depois outro florão que lhe fazia conhecer toda a Humanidade no Céu, toda Igreja militante todos os espíritos bem-aventurados. E outro florão quer dizer outro tributo de Sabedoria, outra força de Sabedoria pelo qual ele conhecia todas as almas que estão no Inferno e as razões pelas quais todas essas almas estão no Inferno.

* Conhecer todas as almas que estão na Terra é conhecer a sociedade humana, é conhecer a opinião pública

Agora vamos reunir um pouco esses conhecimentos, vamos trabalhar um pouco sobre esse lindo pensamento de São Vicente Ferrer. E nós vamos ver até onde ele conduz. Conhecer todas as almas que estão na Terra não é só conhecê-las individualmente alma por alma. Mas é conhecer também a sociedade humana. É conhecer essas almas enquanto ligadas umas às outras enquanto influenciando-se umas às outras.

Quer dizer é conhecer a opinião pública. É conhecer o vai e vem das grandes correntes de pensamento. É conhecer o todo dos pensamentos das linhas a respeito de todas as coisas importantes e sobretudo a respeito de Deus Nosso Senhor.

É o conhecimento mais profundo que se possa imaginar da Igreja Católica, que é constituída de homens e que, portanto, no seu estado presente pode e deve ser conhecida exatamente como Ela é nos homens que nEla existem e nos vais-e-vens da graça e do pecado dentro das almas desses homens enquanto constituindo um todo enquanto constituindo uma grande sociedade de almas.

* Conhecia o passado e o presente enquanto fonte onde definir o futuro. Quer dizer conhecia todo processo histórico

Mas São João Evangelista tinha o conhecimento dos homens passados, presentes e futuros. Ele continha portanto, e Ele tinha o conhecimento do passado, do presente e do futuro não como três pedaços isolados um do outro sem nexo um com outro. Mas evidente que ele conhecia o passado enquanto a fonte onde definir o presente. E que ele conhecia o presente enquanto a fonte onde definir o futuro. E até o futuro mais remoto até o fim dos séculos.

Quer dizer ele conhecia todo processo histórico. Toda concatenação dos acontecimentos históricos. Toda concatenação dos pensamentos dos homens, das correntes ideológicas, religiosas, filosóficas, políticas, artísticas, culturais da interpenetração dessas correntes, de modo pelo qual elas governam os homens. Do processo pelo qual elas nascem umas das outras em virtude de jogo das circunstâncias das graças [e] da tentação, tudo isto em função do livre arbítrio humano. Tudo isto ele conhecia numa visão sapiencial e grandiosa.

Quer dizer, ele conhecia entre outras coisas o processo em nossos dias da Revolução e da Contra-Revolução. Ele via no futuro a figura maldita do Lutero, a figura maldita de [ininteligível] de Calvino. As figuras malditas do pai do Renascimento.

Depois as figuras malditas da Revolução Francesa e depois as do Comunismo. E ele via também as almas benditas preparadas por São Luís Grignion de Montfort para por uma pregação que foi uma espécie de luta ideológica ancestral da Chouannerie, viu as almas da Contra-Reforma, ele viu as almas da Contra-Reforma como também ele viu as almas dos movimentos ultramontanos posteriores, ele viu nossas almas.

Ele viu as almas que vão nos suceder numa luta até o fim do mundo. Ele viu Elias, ele viu Enoc, ele viu tudo mais. Quer dizer o conhecimento que ele teve foi completo, foi o conhecimento da História. Esse conhecimento da História ele o teve não só enquanto se realiza sobre a face da Terra, mas ele o teve também enquanto conhecimento da História em seus pontos terminais.

* São João Evangelista viu a Sabedoria de Deus, a Justiça de Deus, a Misericórdia de Deus exercendo-se no julgamento da Humanidade julgada à luz da RCR

Ele viu a Igreja Gloriosa, onde estão todos os que já foram julgados e que gozam da visão beatífica. Os que estavam e os que estarão até o fim do mundo. Ele viu depois todos os que estão no Inferno.

E São Vicente Ferrer diz de um modo especial que ele viu nos que estão no Inferno não só quem está, mas porque estão. O que quer dizer [que] quando ele viu os do Céu ele viu também não só que estão mas porque estão. Quer dizer ele viu o juízo de Deus. Ele viu a Sabedoria de Deus, a Justiça de Deus, a Misericórdia de Deus exercendo-se no julgamento dos homens.

E ele pôde ver como é que os grandes movimentos da História levam para o Céu ou para o Inferno as correntes de homens. Ele teve portanto um conhecimento completo da História da Humanidade.

Três florões que representavam também o conhecimento primitivo atual e futuro da História da Humanidade julgada à luz de Deus. Quer dizer julgada à luz da RCR.

* O conhecimento da História da Humanidade deve ser para na sua consideração elevar-se a Deus Nosso Senhor

Agora, eu lhes pergunto do que é que adianta conhecer a História da Humanidade? O que é que nos adianta a nós saber isto ou qualquer outra coisa a não ser em função de Deus Nosso Senhor? Quer dizer todo esse conhecimento sapiencial lhe foi dado para daí ele se elevar-se até Deus. Foi dado como um meio para, na consideração da História, na consideração do que sucede aos homens que são a obra-prima da criação visível, na consideração disto, elevar-se a Deus Nosso Senhor.

Então, o florão primeiro é o conhecimento de Deus. Os outros são florões colaterais. Quão vastos, quão imensos, quão ricos, não há palavra humana que saiba dizer, mas pura e meramente colaterais. De serviços [auxiliares?] porque eles se destinam para facilitar aquilo que é a flor das flores que é o conhecimento de Deus Nosso Senhor.

Nesse conhecimento dos homens São João Evangelista conheceu Nossa Senhora. E podem imaginar com que encantos com que enlevos com que venerações ele passou por esse verdadeiro universo de belezas espirituais que é Nossa Senhora.

Com que asco, com que horror ele terá tomado conhecimento da alma de um Lenine, da alma de um Stalin, da alma de tanta outra gente que há por aí.

Com que surpresa, que espanto ele há de ter visto tanta coisa que por aí circula ou está [fora??] e não circula. Qual é a aplicação de tudo isto para nós? Nós compreendermos bem o que que é a verdadeira sabedoria.

* A análise do conjunto das almas, seus movimentos suas inter-relações, as leis da história, tudo isto é o supra-sumo da sabedoria e, portanto, do conhecimento de Deus

Existe tanta e tanta gente por aí que quando fala que as criaturas refletem a Deus, começa imediatamente fazer melúria. Pensa na florzinha, na graminha ou então na montanha alta, ou na águia, ou no sei o que é, depois não pensa no homem.

É bom pensar nessas coisas porque essas coisas inocentes também espelham a Deus. Mas o por onde mais a gente conhece a Deus através de suas criaturas é no homem, que sendo racional e tendo alma é feito à imagem e semelhança de Deus.

E conhecer o homem é conhecer não esta ou aquela alma individual, mas é conhecer a contextura geral das relações entre as almas. Assim como quando Deus criou o universo depois Ele repousou, o Gêneses diz que Ele considerou que cada coisa era boa mas que o conjunto era ótimo.

Assim também quando nós olhamos os homens, nós podemos nos extasiar diante da beleza de uma alma, mas o conjunto das almas é mais bonito que todas as almas individuais. Um santo é um sol de beleza mas a Igreja Católica, Apostólica Romana que é o conjunto de todos os santos está aí é mais bela do que a pura soma aritmética de todos os seus santos, não é verdade?

Assim também o conjunto das almas humanas, os seus movimentos, as suas inter-relações, a sociedade de almas. As leis da história que se verificam nas sociedades de almas e que são a perfeição são decorrência das próprias perfeições de Deus enquanto servindo para julgar os homens. Tudo isto é o supra-sumo do conhecimento de Deus. É o supra-sumo da sabedoria e portanto do conhecimento de Deus.

Os senhores percebem por aí quanto fundamento tem a posição espiritual de nosso grupo insistindo muito em que a vida espiritual se fazer com esta riqueza. Quando se procura portanto utilizar, por exemplo, a RCR como um alimento para a vida espiritual, como as Reunião de Recortes devem servir de alimento para a vida espiritual, não são reuniões de acrobacia [adivinhatória?] em que cada um procura adivinhar, procura perceber que acrobacia faz a pessoa que assume a responsabilidade da reunião, para perceber o que vai acontecer.

Não é isto, não é uma espécie de campeonato de acuidade de percepção. E a Reunião de Recortes é a aplicação de princípios da História, princípios da História que têm um fundamento metafísico e teológico. A aplicação disto aos acontecimentos presentes. Mas para quê? Para a gente se situar numa espécie de mirante de onde a gente vê os acontecimentos da vida de hoje. E vê a nossa própria vida individual e analisa. Mirante altíssimo onde nós percebemos todos os séculos de Civilização anteriores que ruem numa espécie de catástrofe majestosa e grandiosa e se espatifam em pedaços e em pedaços imundos, em pedaços de movimentos hippies, beatles, nudismo, imoralidade, revolta. Castigo espetacular de um mundo grandioso e que cai [de] tão alto e que cai de um modo tão trágico porque abandonou a Deus.

Então, na grandeza deste castigo de nações inteiras que se liquefazem, que se fundem, que perdem seu espírito, que vivem dentro das ruínas de pé, ainda vivas, ainda erguidas de seu próprio passado, sem compreendê-lo mais.

Nessa liquefação de toda a humanidade para formar uma só massa animalizada e tendente para a barbárie. Nisto nos vemos algo de muito mais alto, nós vemos Deus.

É a realização de um superior desígnio de Deus. Nas imensidades do castigo se nota a imensidade do pecado. Mas pela imensidade do pecado a gente nota a [imensidade] daquele que foi ofendido e o poder daquele que foi ofendido.

* Meditações feitas em consonância com o mirante magnífico e grandioso do Grupo: visão que teria empolgado a qualquer profeta

E nós então notamos nesse nosso mirante ideológico, nós notamos o fim de todas as coisas. Uma visão que teria empolgado qualquer profeta. De outro lado nós notamos do [chão?] donde todas as coisas se rebentam e onde todas as purulências estalam e todos os maus odores se exalam nesse espécie de trágica catarata de lixo e não de água, de pus e não de líquido normal.

Nessa catarata nós notamos que quando isso cai no chão e se arrebenta no meio de toda a sujeira, de cá e de lá salta uma pérola, salta um brilhante, salta um rubi, são as graças do ultramontanismo que vem para este, para aquele.

É um laivo adamantino que se forma e que dela revela presença das melhores qualidades da humanidade nos seus melhores tempos dado pela graça. E é o Reino de Maria que começou a sua força de regeneração dentro deste horror. É como um sol que vai nascendo no meio das trevas mais trágicas de uma madrugada suja.

Assim é que nós tivemos ocasião de dizer que o Grupo é como um lírio que floresce na noite e na tempestade, e floresce de dentro do lodo. E assim nós vemos então esse lírio que é a TFP.

Esse lírio que é o conjunto das almas ultramontanas que não conhecemos e que haja pelo mundo, mas que agradam a Nossa Senhora prognosticarem o dia de amanhã.



Esta não é uma meditação nova, esta não é uma meditação que escape aos padrões clássicos da Igreja. Os senhores estão vendo aqui uma meditação de São Vicente Ferrer feita exatamente segundo esses padrões.

Ora São Vicente Ferrer, santo canonizado, grande Profeta que previu uma porção de coisas do futuro, imenso missionário, uma das maiores figuras que a Igreja Católica tenha produzido. Então, os senhores compreendem bem o seguinte: quando nós temos dificuldades na vida espiritual, quando nós estamos mediocrizados, quando nós não nos levantamos de dentro de nossos próprios defeitos ou do fundo de nossos próprios defeitos, muitas vezes o fato é porque nós não procuramos buscar no nosso amor de Deus as meditações próprias a nossa vida espiritual e a nossa vocação.

Nós quisemos ter a vida espiritual de um católico qualquer solto pela rua. Quando Nossa Senhora preparou-nos não só os tesouros que há para eles, mas outros tesouros que nem todos têm e que são gemas das melhores de dentro dos cofres inexauríveis da doutrina Católica. Estes tesouros o que é que são? São essas meditações feitas a partir desse mirante magnífico e grandioso. São as meditações feitas em consonância com o espírito do Grupo. É a consideração de nossa época, de nossas atividades pessoais, de nossa luta externa, de nossa luta interna, em função do momento trágico e sublime em que Nossa Senhora quis que nós nascêssemos.

* Na meditação feita a partir deste mirante magnífico é que está o pórtico da esperança

Então, aqui está uma sugestão para os senhores, para as almas que estejam eventualmente abertas, para as almas que estejam aflitas para as almas que estejam desconcertadas, um alento.

Aqui está o pórtico da esperança. Para as almas que estejam não aflitas e nem desconcertadas, mas esperançadas e querendo progredir ainda mais, para estas almas aqui está meio para maiores vôos.

É nós nos colocarmos neste mirante que é o mais próprio para as meditações de homens na época contemporânea. Ver Deus como fala com a voz do trovão, mas tem o sorriso não direi paterno, mas materno para com esse lírio que ele vai fazendo nascer do lodo. Deus em toda a sua grandeza, em toda a sua meiguice, falando nas épocas contemporâneas, falando para nós para nos santificar.

Que Nossa Senhora dê força a essas palavras que ela dê vida a essas palavras para que, realmente integrados nos pontos de vistas de onde a nossa vocação é compreensível e dotados de energias espirituais que decorrem desta forma de fidelidade à nossa vocação que é de meditar as meditações de nossa vocação, nós possamos subir até as alturas que Nossa Senhora nos quer levar antes da Bagarre.

* Resumo e esquema do Santo do Dia

Eu passo a dar então o resumo e o esquema do Santo do Dia para os que desejam. O esquema é a partir da meditação da Coroa de Sabedoria que segundo São Vicente Ferrer, Nosso Senhor deu para cingir a fronte sacrossanta de São João Evangelista. A partir desta meditação nós fazemos uma aplicação para nós.

Então:

I- O que é que São Vicente Ferrer disse de São João Evangelista?

Quanto ao um romano:

1- Os florões da coroa têm uma hierarquia. Um florão é o da fronte, é o mais nobre de todos, e é o Amor de Deus. Os outros florões servem para conduzir ao amor de Deus.

São o florão do conhecimento desde o começo do mundo até o fim, um florão.

Segundo florão, o conhecimento da situação de todos os homens no Céu, entendido dos que para lá foram, com as respectivas coroas. Como é que se santificaram, porque é que são coroados.

Terceiro florão idem no Inferno.

Bem, esses servem para o conhecimento do Amor de Deus. Para o conhecimento de Deus.

II - Que aplicações devemos fazer para nós mesmos?

É um comentário. Não se trata aqui só do conhecimento de cada alma, mas dessas almas enquanto representando sociedades de almas, imensas correntes de opinião, civilizações, etc..

1- Aplicação para nós. É característica de nossa vocação conhecer as sociedades de alma, conhecer as grandes correntes da opinião pública para saber dirigi-las. É uma participação desta sabedoria.

2- Segundo comentário: é mais nobre conhecer esse conjunto de almas e suas inter-relações, civilizações, etc., do que conhecer cada indivíduo. Porque é mais nobre conhecer o todo do que as partes.

Por quê?

Porque o todo é mais nobre do que as partes.

3- Esse conhecimento nos indica a história de São João Evangelista. Se conheceu todos os homens desta maneira é porque ele teria um conhecimento da História. Quer dizer não se trata de conhecer os homens de hoje, de amanhã e depois de amanhã separados, mas é o processo histórico por onde do passado sai o presente, do presente sai o futuro.

A gente vê aí a formação histórica que é tão caraterística à nossa formação, como se instala, como se aloja.

4- Bem, sobre o Céu e o Inferno: conhecimento das almas no Céu e no Inferno representa o conhecimento do fim da História.

Porque a História passa nos umbrais da eternidade. E ela se explica inteira é na eternidade. Reforço portanto daí para nossa posição de admiração de interesse para com a História, mas a História concebida à maneira de uma narração ilustrada pela Filosofia e pela Teologia da História.

Assim, ele conheceu os fatos que nós procuramos narrar na RCR. Como conheceu também o fim eterno dessas pessoas em virtude do fenômeno Revolução.

Ele conhecia as leis da RCR e com quanta mais lucidez de que os pobres de nós todos que estamos aqui nesta sala.

Bem, agora depois destes esclarecimentos, deste comentário passamos para o três romano

III - Aplicação aos nossos dias:

Nós temos uma vocação com sua espiritualidade própria e com riquezas próprias. Então há para nós outras formas de riquezas. As riquezas inapreciáveis que a Igreja dá para seus filhos e as riquezas específicas de quem tem a nossa vocação. Isto [sendo?] três romano, um arábico.

a- Dessas riquezas pode-se dizer nesta ordem de coisas que absolutamente falando a maior riqueza é a devoção a Nossa Senhora, mas nessa ordem de coisas a maior riqueza é uma concepção do momento presente como de um mirante gigantesco no qual vemos espatifar-se tragicamente, majestosamente todo passado e renascer o futuro pela graça de Deus, pelos rogos de Maria.

É a liquidação indizivelmente dolorosa da Cristandade. A agonia da Igreja e a recusa da Civilização.

E depois como um lírio que nasce do lodo em uma noite porca e feia, durante uma tempestade de lama, de imundície, nasce pelo sorriso de Maria e pelo desígnios de Maria.

São as almas contra-revolucionárias do mundo inteiro — dentro da Igreja evidentemente, só dentro da Igreja há Contra-Revolução, quem tem a vocação contra-revolucionária fora da Igreja tende para a Igreja e acaba entrando na Igreja — bem então, dentro da Igreja pressagiando o dia de amanhã.

Esse mirante deve ser nosso enlevo, e considerando, nós conhecemos melhor Deus, a Igreja, Nossa Senhora. Como São João Evangelista com os três outros florões conhecia melhor o princípio.

Então última aplicação.

Eu perdi a numeração quanto seria, seis mil não sei.

Última aplicação e a seguinte: quando nós estamos na nossa vida espiritual deprimidos, abatidos, desolados sem saber para onde vão as coisas, procuremos esse mirante onde tudo forma figura.

Se nós estamos alegres e tudo vai bem, firmemo-nos nesse mirante porque aqui vamos ficando cada vez mais sábios. Quer dizer conhecendo cada vez melhor a Nossa Senhora e por meio d’Ela Nosso Senhor Jesus Cristo.

* Nosso Pai e Fundador dá um aviso a respeito da Missa que passaria a ser celebrada na sede

Bem, eu queria dar aos senhores por fim um aviso. Frei Jerônimo vai passar a celebrar as Missas de sábado e de domingo aqui na sede em horário ainda a ser estudado.

Segundo tudo leva a crer, quer dizer, basta-nos para nossa consciência no momento, que até os [inferiores?] estudos que vão ser feitos com D. Mayer a partir do dia 2 na fazenda do Morro Alto, enfim, segundo tudo leva a crer nós cumprimos o preceito vindo a Missa. E portanto não precisamos assistir outra missa e poderemos comungar aqui. Mas como Frei Jerônimo é doente e acha que não pode carregar um cibório carregado, cheio de hóstias todas as vezes. Então, não vai ser possível a todos comungarem simultaneamente durante esses dias a menos que apareça algum padre de fora, comungar aqui.

Então, eu pedi que a Comissão do Movimento fizesse uma distribuição, uma lista separando uns e outros em duas tabelas de maneira que todos possam cumprir o preceito aqui.

Aos sábados comungam uns, no domingo comungam outros. É claro, os que não comungarem num desses dois dias, comungarem em outra Igreja. Mas não precisam assistir Missa basta que cheguem no momento da comunhão.

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