Santo do Dia (Auditório da Santa Sabedoria) – 11/10/1969 – sábado – p. 7 de 7

Santo do Dia (Auditório da Santa Sabedoria) — 11/10/1969 — sábado

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Observação: Ver nome de pintor página 1 e palavra alemã na página 6.

Uma ficha sobre o Santo do Dia...eu devo começar por explicar aos senhores que eu tive que ir ao barbeiro agora à noite, e, de todo em todo, as minhas ocupações não permitiram vir antes disso. E esta é a razão do grande atraso em que eu estou.

Eu tinha aceito de fazer um Santo do Dia hoje, a respeito do assunto Carlos Magno. É um grande assunto, já está preparado, eu vou procurar resumir o mais possível para não prejudicar muito o horário de deitar dos senhores.

Os senhores estão vendo aqui duas figuras de Carlos Magno: uma é Carlos Magno com os trajes de coroação, pintado, se não me engano, por Durer ou por ...0:45[nome de um pintor]..., eu não me lembro mais por quem e aqui é uma estátua de Carlos Magno em Mertz ou Aachen, eu não me lembro bem que comemora a grande figura do Imperador.

Bem, o Louis Veuillot nos [Espaceaux?]“Parfums de Rome” tem o seguinte comentário sobre Carlos Magno. Disse:

Numa das Câmaras do Vaticano eu vi a figura de Carlos Magno: Carlos Magno Romanae Eclesiae [ipse?] clipeusque.. espada e escudo da Igreja Romana, da Igreja de Jesus Cristo. Eu volto a dizer que esta inscrição a têmpora feita num recanto do Vaticano me fez compreender o que é a glória.

As relações...

Aqui é o estilo de Veuillot hein? É uma inscrição a têmpora, quer dizer, de segunda classe como pintura, feita num recanto do Vaticano. Mas o fato da figura do indivíduo estar aqui naquele recanto do Vaticano para os senhores compreenderem o que é a glória. Bem.

...As relações de Carlos Magno com o Papa Adriano foi um episódio encantador da história. Elas dão bem a estatura de Carlos Magno porque se vê aí a sua humildade. Um herói, um conquistador, um Imperador humilde, eis o que escapa a todas as proporções humanas.

Não sei se os senhores entendem bem o pensamento: pode-se ser um herói, pode-se ser um conquistador, isto está na proporção do grande homem. Ser um conquistador humilde, um herói humilde, isto escapa a proporção humana. A humildade acrescenta uma tal grandeza às grandezas anteriores que a isto o homem não chega, precisa a graça para isto. A simples força humana não chega para isto.

Carlos Magno chegando às portas de Roma depois de ter reposto São Pedro de posse de seu território,...

São Pedro aqui é o Papa, sucessor de São Pedro,

pediu ao Papa sua permissão para entrar na cidade. A primeira laje do sólio que se encontra na nave de São Pedro é aquela sobre a qual Carlos Magno se ajoelhou na entrada de São João de Latrão.

Os senhores entendem aí a relação com o pensamento inicial dele. O fato histórico é esse: O imperador tinha restituído a cidade de Roma ao Papa. O Papa era Rei de Roma naquele tempo. Mas o Papa tinha sido privado do reinado de Roma pelos inimigos da Igreja. Carlos Magno derrota os inimigos da Igreja fora dos muros de Roma. Depois de ter derrotado, ele em vez de entrar — porque todo conquistador naturalmente entra na cidade que ele tomou — em vez de entrar, ele manda humildemente pedir licença ao Papa para entrar na cidade.

E o Papa dá licença. Ele então vai à Catedral do Papa que é Igreja de São João de Latrão. A primeira coisa que ele faz no solo…no sólio de São João de Latrão é ajoelhar-se na primeira laje da Igreja, logo na entrada, e oscular no chão…o chão sagrado da Igreja. Então esta laje foi conservada.

Os senhores compreendem o quanto humildade há neste gesto de um conquistador valoroso, não é? Isto é o que Louis Veuillot diz muito bem, que passa de longe a grandeza humana.

Agora é interessante os senhores olharem um pouco a figura. Os senhores vêem um homem que é pouco ainda um bárbaro. Hercúleo, a barba está longe de ser penteada e frisada como seu remoto sucessor, vamos dizer, Luis XIII, por exemplo. Os senhores o vêem como um patriarca, um homem gordo sim, dominador de todo ocidente, este homem nesta plenitude de poder trata o Papa, que do ponto de vista material era nada para ele, trata o Papa com esta plenitude de respeito. Por que? Exatamente é a humildade.

O que, que tem aí de humildade? Humildade é a virtude pela qual cada um quer estar no papel que lhe compete. E em face do Papa que é o Vigário de Jesus Cristo na terra, pelo menos em situações normais, a posição é esta da veneração que Carlos Magno tomou. Então, aqui está a explicação da atitude de Carlos Magno e do comentário de Louis Veuillot.

Então o Papa Santo Adriano — porque Carlos Magno estava tratando com um Papa Santo — o Papa Santo Adriano disse: Ao Exmo. Senhor, nosso filho e compadre espiritual Carlos, Rei dos Francos e dos Lombardos, Patrício dos Romanos, Adriano Papa.

É uma carta do Papa para ele. Os senhores vejam quanta beleza há neste tratamento. Ao muito excelente senhor, não que fosse senhor do Papa, mas é senhor dos outros, porque ninguém é senhor do Papa. O Papa só tem um senhor. E é o Senhor de todos senhores, mais ninguém é senhor do Papa, não é? Mas como ele era senhor de outros o Papa trata de senhor, não é? Então:

Muito Excelente Senhor, nosso filho e Compadre Espiritual…

[Risos]

Os senhores vêem que linda, lindo jogo de situações e como isto é dito com naturalidade, não é? Qual é esse?

Carlos Rei do Francos e dos Lombardos, Patrício dos Romanos,.Adriano Papa.

O que era Patrício dos Romanos? Era um título de nobreza em Roma que o próprio Papa tinha dado a ele, não é?

(Sr. José Luis Ablas: Qual é o Compadre Espiritual que tem?)

Eu tenho impressão que é junto com ele Pai Espiritual, quer dizer, é Pai de toda a Cristandade. O Carlos Magno era Pai da Cristandade na ordem temporal e Papa na ordem espiritual. Eu tenho impressão que é isto.

Abençoamos a Deus conduzamos a vitória que Ele nos fez ganhar e como todos os poderes dos pobres e cruéis inimigos quantos foram por Vós conduzidos à verdadeira fé da Igreja Católica.

Carlos Magno era um grande guerreiro missionário. Ele entendia o seguinte: muito pouco ecumênico, ele achava que ninguém tem o direito de tolher a liberdade dos missionários de Cristo e que portanto, se algum povo bárbaro proibia os missionários de Cristo de agirem, de pregarem a palavra, ele advertia e se o povo bárbaro se obstinava ele descia a espada. E ganhou com isso inúmeras batalhas. Nem sempre ele foi tão prudente. Numa ocasião ele prendeu um número incalculável de germanos e mandou batizar tudo no Reno, compulsoriamente. E quem recusava…

[Risos]

E quem recusasse, morria. Ele mandava matar, mas ele recebeu uma advertência da Santa Sé de que aquilo não estava direito. Porque não se tem o direito de obrigar uma pessoa a crer. É um ato íntimo pessoal que não pode…que pode resultar de um bom argumento, pode resultar de muita oração, pode resultar de um belo exemplo, mas não pode resultar de uma coerção, de uma obrigação, evidentemente, não é? Bem.

Pela proteção de Deus e intervenção dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, eis as cabeças curvadas diante de Vós que sois o chefe. A inspiração Divina e o vosso poder conduzem a toda nação saxônia às fontes sagradas do Batismo.

Porque ele pune por outros modos levou a toda nação saxônia e levou a todos à fonte sagrada do Batismo.

Os processos dele eram processos muito experimentais, não é? Os saxões tinham — aliás, os senhores olhem para o jeitão dele enquanto eu conto, os senhores vêem que é o que ele pensa, embora não seja quadros copiados …ele não provou, são obras de arte que datam séculos depois dele, essas obras entretanto exprimem bem a idéia do que se pode fazer dele, através da história e da legenda, não é?

Havia os saxões, que era uma parte do povo germânico, do povo alemão, os saxões acreditavam que havia um carvalho chamado 9:22[hirmenshuer?] enorme que deitava suas raízes até o centro da terra e que esse carvalho era de essência divina. O dia que o carvalho fosse abatido o mundo se desagregava. Então ele não teve dúvida! Ele mandou formar um quadrilátero com tropa serrar o carvalho agora abateu ou não abateu, então esse deus de vocês é bobagem, está compreendendo? O único Deus é da Igreja Católica.

[Risos]

O método é muito bom. Depois de deitado…no todo é concludente, não é? Não é muito ecumênico, mas o que tem isso. Acreditam num ídolo, está bom! Joga o ídolo no chão e quebra logo o ídolo.Simplifica a tarefa, não é verdade? Bem.

O Imperador Carlos Magno tinha mandado à sua Corte o Grã-duque Guilherme da Quitânia, neto de Carlos Martel, um dos seus valentes e de seus pares e que no seu Império eram quase reis.

Guilherme em vinte batalhas tinha esmagado os sarracenos. Rico, magnífico, ornado de boa glória, ele reinava em Toulouse honrado pelos povos, estimado pelo Imperador e amado por Deus.

Os senhores querem uma situação mais invejavelmente bem descrita, não é? E depois vem, vem de ponto em ponto. Ele reinava em Toulouse que sempre foi uma grande cidade francesa, numa zona rica, importante, ele reinava em Toulouse. Bem, então ele reinava em Toulouse em que circunstâncias: honrado pelos povos — vejam bem não é esta popularidade populacheira de político que o povo debocha, o Jânio Quadros, símbolo é a vassoura, etc., não é isso não — honrado, tratado com veneração, com respeito pelo povo. Bem, então,…

honrado pelos povos, dileto do Imperador — quer dizer o Imperador o queria bem — e amado por Deus.

Está acabado. São três pontos: o povo, imperador, Deus. Está completo. Não tem mais nada a acrescentar, a pintura está perfeita.

amado por Deus. À sua chegada, o Imperador o cumulou de carinhos e de louvores. E como na casa de Carlos Magno todo mundo se amava, todo mundo sentiu com muita alegria com a chegada desse parente. Entretanto o duque Guilherme tinha uma angústia em seu coração. Ele vinha trêmulo , ele disse ao Imperador: “Senhor Carlos, meu Pai,…

notem que ele era meio sobrinho de Carlos Magno, não é? —

Senhor Carlos, meu Pai…

Mas é uma…é muito bonito ver esta, esta espécie de simplicidade com grandeza. Porque o título de Senhor dirigido a Carlos Magno toma uma elevação extraordinária, não é verdade? É diferente de senhor fulano, não é? É o Senhor Carlos, Senhor dos senhores, o Senhor por excelência, não é? Mas de outro lado como ele diz a coisa afetuosamente:

Senhor Carlos, meu Pai, com viva saudade.

Há uma coisa mais bonita na hora dele fazer uma súplica: eu ouvi…que luta por vós, que é vosso até na hora da morte, eu Vos trago aqui os mil perigos que eu sofri, a que me expus eu vos torno presentes a vós. Ouvi-me em nome das dores que por vós eu sofri.

Como isto é bonito e como isto é equilibrado, não é? Bem, então diz:

com viva saudade. Vós sabeis, Senhor, o quanto eu Vos amo e o quanto eu Vos servi. Vós me sois mais caro do que a vida e do que a luz.

Por que, que é mais bonito dizer: “Vós me sois mais caro do que a vida e do que a luz” do que dizer só do que a vida? A vida não traz consigo a luz? Por que, que fica mais bonito dizer: “mais caro do que a vida e do que a luz”? É que dá idéia de uma vida luminosa, de uma vida cheia da claridade da virtude, de um valor espiritual excepcional. Então Vós sois mais caro do que a vida e do que a luz.

Eu estava ao vosso lado nas batalhas e por toda parte onde eu vi perigo por vossa pessoa e eu vos fiz um anteparo com meu próprio corpo.

É o caso de dizer que era um grande advogado esse homem, porque ele era eloqüente e sabia dizer a coisa, não é?

Mas agora os tempos das batalhas passaram e eu peço permissão para daqui por diante servir ao meu Rei Eterno. Portanto, Senhor, meu Amigo e meu Pai, deixai-me ir, porque desde há muito tempo voto de deixar este mundo e me trancar num mosteiro que eu construir no deserto por amor de vós.

Quer dizer, ele construiu este mosteiro com certeza para rezar por Carlos Magno, etc. Então, depois dele ter dedicado a vida a Carlos Magno, ele vai dedicá-la a Deus no mosteiro que ele mandou construir por fidelidade ao Imperador. Os senhores estão vendo que isto é repassado de uma elevação de sentimento que não se diria que existe mais hoje, é uma coisa…se evaporou, não é?

O bom Imperador surpreso mudou de cor e ficou alguns instantes, sem voz.

É que ele perdia um de seus melhores generais. Então,…

Mas, enfim, deu um grande suspiro…

Agora vem a réplica do Imperador. A gente parece ver na réplica o tom de voz Cheio de Deus, cheio de inflexões assim como um órgão, não é? quando dá seu tom grande, não é? Veja isso:

Duque Guilherme!…

[Risos]

É beleza o modo de entrar, não é? Duque Guilherme…e depois com tanta solenidade diz o seguinte:

Vós me traspassais o meu coração!

[Risos]

Não é bonito?

Vós me traspassais o meu coração! Certamente se vós me tivestes preferido um rei ou um imperador qualquer eu o tomaria como uma injúria contra mim e eu contra este imperador eu levantaria o universo, porque ele roubou o Duque Guilherme.

Vejam, veja que bonito, que bonito modo de elogiar o Duque Guilherme. Valia uma guerra mundial o Duque Guilherme.

Mas vos impedir de deixar o meu exército para tornar-se soldado do Rei dos Anjos, isto eu não o posso.

Veja como é lembrado a propósito o Rei dos Anjos, não é? Porque é o exército de Deus, não é? Com é que se pode proibir alguém de deixar de pertencer ao exército dos homens para ir pertencer ao exército de Deus? Não é possível, isto ele não pode.

Eu vos permito, portanto, que vades e eu não vos peço, senão uma coisa: é que aceiteis algum presente para ter uma lembrança da minha amizade.

Tendo dito estas palavras ele se jogou ao pescoço do Duque Guilherme e chorou amargamente.

Os senhores estão vendo que bonito. Um homem que deixou povos e que na hora de se separar de seu general, daquele que foi o escudo dele na guerra, que levou o gládio dele para frente, que venceu povos inteiros, ali ele chora! Não é mesmo a hora de chorar?

Bem,…

E o Duque Guilherme também se derreteu em lágrimas vendo chorar o seu próprio rei?

É tão varonil, são de tal maneira lágrimas de homem, é tão grande isto, não é? E tão sem megalice, porque normalmente o mega vendo que o imperador estava chorando por causa dele ficaria num alegria tal que não chorava.

[Risos]

Começava olhar para sala…estão vendo que ele está chorando por mim? Aquele velhinho é bom, está compreendendo? Quer dizer, eu sou bom, está compreendendo! Olhe o Imperador hein? Reconhece! Vocês não quiseram reconhecer até agora, olha aqui, o grande Carlos Magno está me dando valor! Por aí, é incapaz de chorar nesta hora. A megalice subia verticalmente não sei até que delírio, não é?

Bem,…

Mas reunida todas as suas forças ele disse ao Imperador: Se Vossa Alteza …

Naquele tempo não se chamava os reis de Alteza…os reis de Majestade porque o título de majestade era reservado só a Deus. Então…

Se Vossa Alteza não chore mais como também seu servidor. Se eu tivesse previsto estas lágrimas, eu confesso minha falta: eu teria fugido sem nem se quer saudar a Vós… a vos saudar.

Vejam que beleza, não é? Não é dizer que por vosso pranto eu não teria que servir a Deus! Não! Deus me chama, quer sofrais, quer não sofrais, eu obedeço a Deus. Mas eu teria evitado a cena que emociona a vossa nobre dignidade, eu teria fugido.

Agora, pois, senhor para meu maior bem e o vosso, começais vós mesmos. Despachai-me para junto do nosso Amo comum, não com tristeza, mas com alegria cristã.

Quanto aos tesouros…Quer dizer, vamos nós, nos alegrarmos agora.

Não é hora de entristecermos. Mandai-me junto Àquele que é tanto seu Amo, quanto meu. Quanto aos tesouros que vós me ofereceis, tendo a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo…tendo a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo que eu deixo tudo quanto é mim…quanto é meu, como é que eu poderia tomar aquilo que é vosso? Entretanto se vos agrada absolutamente de oferecer a Deus alguma coisa em minha pessoa eu vos peço um pedaço do Santo Lenho que vós recebestes em Jerusalém,…

Quer dizer, ele pede apenas um pedaço do Santo Lenho, como prêmio de toda uma vida de trabalho etc., ele só quer levar — nada dos tesouros — um pedaço do Santo Lenho.

que vós recebestes em Jerusalém, um dia quando eu estava perto de vós. E o bom Imperador Carlos, ainda que fosse extremamente afeito a esta insigne relíquia a deu imediatamente ao bom Duque Guilherme.

O bom Imperador Carlos, o bom Duque Guilherme! Que relações, que atmosfera, que situação!

Como testemunho de perpétua amizade, mas durável que a vida, mais forte que a morte. E tendo ainda chorado nos braços uns do outro,…

Os medievais choravam muito, ouviu? Quem pensa que o medieval era um calvinista frio, a quem se decepa um dedo…só isto?

[Risos]

Múcio Cevola idiota dentro do braseiro assim, isso não é jeito do medieval não! O medieval chorava, enfrentava a dor, mas chorava. Nada de calvinismo acretinado. Bem, então…

Eles se separaram, combinados de só se reverem no céu.

Quer dizer, a coisa sobe para um pacto, aonde não há mais linguagem humana, não é? É o céu, é Deus, etc.

O Duque Guilherme, humilde monge, coberto apenas de um simples boréo, montado sobre um burro, ia levar o alimento aos operários do mosteiro que se tinha espalhado pelo campo.

Eram, em geral, monges, eles próprios.

Ele é hoje, São Guilherme de Gelon.

São Guilherme de Gelon, rogai por nós e fazei-nos semelhante a vós. Acho que não há outra coisa para dizer.

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Auditório da Santa Sabedoria