Santo do Dia (Rua Pará) – 25/7/1967 – 3ª feira [SD 247] – p. 3 de 3

Santo do Dia (Rua Pará) — 25/7/1967 — 3ª feira [SD 247]

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Biografia de São Tiago Maior * As horas de Deus na vida dos santos * Na aparição a São Tiago, a coluna era a Espanha católica que ia nascer, encimada pelo lírio que era Nossa Senhora * O nome de São Tiago transformado em brado de guerra pelos cruzados da Reconquista

* Biografia de São Tiago Maior

Hoje, dia 25 de julho, é festa de São Tiago Maior, apóstolo. Irmão de São João Evangelista, foi o primeiro a receber a coroa do martírio. Padroeiro da Espanha, seu nome serviu de grito de guerra na luta contra os muçulmanos.

Agora a biografia de São Tiago Maior tirada de “Catarina Emmerich — Visiones y Revelaciones”:

De Jerusalém, São Tiago seguiu até Sicília e Espanha, detendo-se em Gadiz. Não sendo bem recebido, foi salvo milagrosamente por um anjo de ser assassinado. Deixou a Espanha entregue a sete discípulos. Voltou mais tarde para Saragoça, onde então começaram conversões em grande número. Mesmo assim, os perigos eram muitos. Lançaram víboras contra ele, que as segurava tranqüilamente nas mãos. Em Granada foi preso com todos os discípulos e neófitos. São Tiago implorou o auxílio de Maria, que vivia então em Jerusalém. Por meio dos anjos foi salvo e Nossa Senhora ordenou-lhe que fosse pregar na Galiléia. Mais tarde vi São Tiago em grande perigo por causa de uma perseguição contra os fiéis de Saragoça. Vi o apóstolo rezando à noite com alguns discípulos, junto aos muros da cidade. Pedia luzes para saber se devia ficar na região ou fugir. Pensava em Maria Santíssima e lhe pedia que rogasse por ele a seu Divino Filho, que nada lhe podia negar. De repente, vi descer um resplendor celeste sobre o apóstolo, aparecendo anjos que entoavam um canto harmônico enquanto carregavam uma coluna de luz cuja base assinalava um local determinado ao apóstolo. A coluna era alta e delgada e terminava com um lírio aberto que lançava línguas de fogo em várias direções. Uma delas ia até Compostela. No resplendor do lírio vi Maria Santíssima, de nívea brancura e transparência, de formosura e delicadeza maiores que a seda. Estava de pé, da mesma maneira como costumava rezar. Tinha as mãos juntas e um grande véu na cabeça, que lhe caía até os pés. Pousava seus pés sobre a flor, que resplandecia com seus cinco raios de luz. São Tiago recebeu interiormente o aviso de que deveria erguer ali uma igreja e que a intercessão de Maria devia crescer como uma raiz e expandir-se. Disse-lhe a Virgem que uma vez concluída a Igreja, voltasse para Jerusalém. Mais tarde, completada a obra, o apóstolo entregou seu trabalho a doze discípulos que formara e partiu. E visitou a Santa Virgem em Éfeso. Maria predisse-lhe sua morte próxima, consolando-o e confortando-o muito. Depois São Tiago despediu-se de Maria e de São João e seguiu para Jerusalém. Aí foi preso e levado ao Monte Calvário. No caminho continuou a pregar, convertendo e curando a muitos. Decapitado, tempos depois seu corpo foi levado para a Espanha. A visão de São Tiago deu origem à devoção a Nossa Senhora do Pilar.

* As horas de Deus na vida dos santos

Sem dúvida alguma, o que essa ficha encerra como elementos de beleza e edificação é muito grande e por isto não permite um comentário completo.

Uma nota que é interessante, é a gente ver, na vida dos apóstolos e dos santos, e na vida de Nosso Senhor, como tem a hora marcada por Deus para tudo. Fazem toda espécie de coisas para matar os apóstolos, para os danificar, e não se consegue absolutamente nada por disposição de Deus. Mas depois chega o momento em que Deus tem a intenção de que ele morra, então nada o salva. Ele é avisado de que vai morrer, realmente é martirizado, e sua vida é oferecida em holocausto. Exatamente como Nosso Senhor, que correu vários riscos de vida, antes de ser preso, mas que atravessou os ambientes cheios de inimigos, incólume, sem que ousassem fazer nada contra Ele. Mas quando chegou o momento de Ele ser morto, segundo os desígnios da Providência, Ele mesmo se entregou. E então todos os milagres operados para salvar a vida d’Ele não atuaram mais. A hora d’Ele tinha chegado.

Aqui os senhores vêem o mesmo com São Tiago: ele passou por toda espécie de risco e se operaram prodígios para salvar a vida dele. Jogavam cobras nele e ele pegava nas cobras; tentavam matá-lo por vários modos e todos esses modos resultavam baldos. Entretanto, chegou um determinado momento em que ele recebeu de Nossa Senhora o aviso de que deveria morrer. Nossa Senhora o consolou, confortou-o, e ali ele morreu. Quer dizer, foi desígnio da Providência que se cumpriu.

* Na aparição a São Tiago, a coluna era a Espanha católica que ia nascer, encimada pelo lírio que era Nossa Senhora

É bonito considerarmos aqui essa magnífica aparição de São Tiago na Espanha: esse símbolo de uma coluna, que tem no alto um lírio e esse lírio deitando chamas de fogo.

Um lírio deitando chamas de fogo, parece trazer em si uma contradição. O lírio é níveo, o lírio é delicado, o lírio parece tão facilmente crestável pelo sol. Entretanto, como nos agrada imaginar um lírio que conserva todo o seu frescor, que conserva toda a sua alvura, e ao mesmo tempo deita uma chama de si que não queima, mas que ilumina tudo.

Que lindo quadro seria se um pintor simplesmente pudesse responder a essa pergunta: “Que colorido deveria ter essa chama para ficar bonita, a partir da idéia de que ela sai de um lírio? Como deveria ser essa chama?”. Que obra‑prima de imaginação, de senso cromático, de senso das formas comportaria um quadro dessa natureza.

Os senhores vêem quanta beleza existe nesta revelação.

Este lírio está no alto de uma coluna, e essa coluna é uma coluna esbelta. A gente vê na coluna um outro símbolo e o símbolo é de uma ordem de coisas encimada pelo lírio. Um suporte, um sustentáculo, que tem como base, ou melhor, que tem como parte mais resistente um lírio. É a idéia da Cristandade da Espanha católica que ia nascer, e que era encimada pelo lírio cheio do amor de Deus, que era Nossa Senhora. Porque evidentemente esse lírio que deita chamas é o Coração lirial, o Coração virginal de Nossa Senhora, deitando chamas em grande quantidade. Essas chamas incendiaram todo o Céu e chegaram até Compostela, onde exatamente é o culto de São Tiago, onde se encontra o corpo dele e onde inúmeras peregrinações foram efetuadas durante a Idade Média.

* O nome de São Tiago transformado em brado de guerra pelos cruzados da Reconquista

Os senhores têm então São Tiago como o grande santo que exercia tanta atração na Idade Média. Os senhores têm também “Santiago” como brado de guerra. E os heróis da Espanha e da Reconquista, que avançam sobre os maometanos aos brados de “Santiago! Santiago!” e que com isso obtinha a vitória.

Os senhores podem imaginar a beleza que isto representa, a glorificação desse apóstolo. Eu não conheço, para uma alma combativa, nada de mais bonito do que imaginar isso: que quando ela morrer, quando ela já não for do número dos vivos, a sua memória vai ficar. E sua memória vai ficar, não como um sinal de conciliação, mas como um brado de guerra. E que os bravos, no momento de entregarem, de arriscarem sua vida e de arriscarem tudo pela causa católica, vão ter nos lábios o nome dele, como um símbolo de luta, como um símbolo de batalha e como um símbolo de vitória. E que o último nome que muitos deles pronunciarão, cheios de entusiasmo, antes de se apresentarem à glória de Deus e o sorriso de Maria, vai ser o nome de São Tiago.

Pode haver uma coisa mais bonita, de maior glória para o nome do que servir de grito de guerra dos Cruzados da Reconquista? Impossível.

E aí os senhores vêem a glória de um homem e a glória do nome de um homem.

O que é o nome? A Igreja festeja o Santíssimo Nome de Jesus e o Santíssimo Nome de Maria. São Festas especiais da Igreja. Aí a gente compreende como a glória do nome pode ser a glória do homem e como não pode haver coisa mais bonita do que esse apóstolo, de cujo apostolado nasceu a Nação combativa, católica por excelência, o braço da Cristandade, que é a Espanha.

A Nação ardente de zelo nasceu desse lírio pegando fogo, o nome desse apóstolo da Nação ígnea é um grito de guerra na luta pela Reconquista. Eu não conheço coisa melhor.

Glorifiquemos a Nossa Senhora por toda glória que Ela deu ao grande servidor d’Ela, o Apóstolo São Tiago.

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