Santo do Dia – 11/7/67 – 3ª feira [SD - IIA D 066] . 4 de 4

Santo do Dia — 11/7/67 — 3ª feira [SD - IIA D 066]

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Uma visão magnífica: a Igreja nascente, com todos aqueles lances maravilhosos, toda ela inspirada e dirigida por Nossa Senhora * Nossa Senhora foi a inspiradora da mentalidade e do espírito com que os apóstolos atuaram * Outros podem ser chamados Doutores, mas Maria é muito mais do que isso, Maria é a Mestra dos Doutores, é a Doutora dos Doutores * As poucas palavras de Nossa Senhora no Evangelho torna difícil o poder formar inteiramente na idéia o que possa ter sido, verdadeiramente, a mentalidade e o espírito d’Ela * Tudo quanto São João Batista fez em sua vida era uma decorrência da graça inicial que ele recebeu de Nossa Senhora, no seio de Santa Isabel

Hoje, dia 11 de julho, continua a novena continua a novena de Nossa Senhora do Carmo. Eu vou comentar um trecho de um livro que eu comprei lá do nosso Narciso, e que é da biblioteca do Sion, que é sobre Nossa Senhora e, considerado assim, quanto a trechos avulsos, tem pensamentos muito piedosos, muito bonitos, que são próprios a intensificar a nossa devoção a Nossa Senhora.

* As poucas palavras de Nossa Senhora no Evangelho torna difícil o poder formar inteiramente na idéia o que possa ter sido, verdadeiramente, a mentalidade e o espírito d’Ela

Aqui há um trecho em que ele trata do seguinte assunto — os senhores compreendem que é um tanto difícil, conhecendo nós poucas palavras de Nossa Senhora proferidas no Evangelho, nós formarmos inteiramente na idéia, do que possa ter sido, verdadeiramente, a mentalidade e o espírito d’Ela.

Naturalmente, o mais poderoso dos meios que nós temos para retraçar o perfil moral de Nossa Senhora é compará‑la com Seu Divino Filho.

Mas Nosso Senhor é tão alto — Ele é Divino — que mesmo para a gente se referir à Mãe dele, a comparação tem qualquer coisa que não se ajusta bem. Aliás, toda comparação claudica mas essa aí especialmente.

* Tudo quanto São João Batista fez em sua vida era uma decorrência da graça inicial que ele recebeu de Nossa Senhora, no seio de Santa Isabel

Então, nós somos obrigados por outras formas a procurar conhecer alguma coisa do espírito de Nossa Senhora. Um dos meios bonitos de nós conhecermos o espírito d’Ela e conhecermos o conteúdo do Imaculado Coração d’Ela, uma das coisas bonitas que há consiste em estudar a vida de São João Batista.

Porque São João Batista foi santificado no seio de Santa Isabel pela palavra de Nossa Senhora, vê‑se que Nossa Senhora comunicou aí, misteriosamente, o espírito d’Ela a São João Batista. E tudo quanto São João Batista fez na vida dele, era uma decorrência dessa graça inicial que ele recebeu, e que pelos rogos d’Ela foi constantemente intensificada, até chegar ao auge em que ele morreu.

E aí nós podemos ver São João Batista enquanto asceta austero. São João Batista enquanto pregador do Cordeiro de Deus que viria, e depois como herói que enfrenta Herodes e que morre como mártir, sublime de grandeza e de serenidade, é uma das facetas do espírito de Nossa Senhora.

* Sendo Nossa Senhora a Sede da Sabedoria, em Seu convívio com os apóstolos era impossível que eles não recorressem à Ela freqüentemente

Haveria outras facetas? Uma faceta muito bonita, da qual pouco se fala é a seguinte: Nossa Senhora é a Sede da Sabedoria e, portanto, nEla estava contida toda a sabedoria que vem de Deus para depois ser estendida aos homens.

E como tal — isso aqui não se diz muito, o que eu vou dizer agora — Nossa Senhora estando presente entre os apóstolos, é impossível que os apóstolos tenham trabalhado, que os apóstolos tenham ensinado Nosso Senhor Jesus Cristo e que os evangelistas tenham escrito os Evangelhos, sem consultar a Nossa Senhora. Quer dizer que eles recorreram freqüentemente a Ela porque o espírito dos Evangelhos é o próprio espírito d’Ela.

Então, essas relações de Nossa Senhora com a pregação da Igreja nascente e mais especialmente com o Evangelho, essa relação fica expressa em termos bonitos por este trecho do livro que agora eu vou ler:

Nossa Senhora foi o oráculo vivo que São Pedro consultou nas suas principais dificuldades.

São Pedro, primeiro papa, o chefe da Igreja.

A estrela que São Paulo não cessou de olhar para se dirigir em suas numerosas e perigosas navegações.

Falava, naturalmente, das navegações, em sentido figurativo.

Nada se fez senão de acordo com o conselho e a direção de Nossa Senhora.

* Uma visão magnífica: a Igreja nascente, com todos aqueles lances maravilhosos, toda ela inspirada e dirigida por Nossa Senhora

Então a gente tem uma visão linda: a Igreja nascente, com todos aqueles lances maravilhosos da história da Igreja nascente, toda ela inspirada e dirigida por Nossa Senhora.

É verdade que São Pedro era o papa e era dele que era o poder sobre a Igreja. Mas é verdade que São Pedro estava completamente submisso a Nossa Senhora e que, em São Pedro, era Nossa Senhora que dirigia os demais apóstolos.

É verdadeiramente então que Ela preencheu a significação de seu nome simbólico.

E aí vem uma linda interpretação do nome de Nossa Senhora, como Sede da Sabedoria. Eu nunca tinha ouvido essa interpretação, que me pareceu muito bonita.

Pois, diz São Boaventura, o nome de Maria pode traduzir‑se por essas palavras:

Vejam os senhores agora a Sede da Sabedoria, portanto, o foco da ortodoxia e da boa doutrina.

Maria é aquela que é iluminada por cima e que espalha, por todo lugar, as luzes, por todas as direções, a luz. Quer dizer, é verdadeiramente a medianeira da luz. Toda a sabedoria e toda a luz descem d’Ela e é a partir d’Ela que se espalha por todos os homens.

* Nossa Senhora foi a inspiradora da mentalidade e do espírito com que os apóstolos atuaram

Então, quem quiser receber a sabedoria, quem quiser progredir na virtude da sabedoria, deve recorrer a Nossa Senhora que é, por definição, pelo mesmo conteúdo de seu nome um foco de uma luz celeste que se espalha pela humanidade inteira.

O autor argumenta muito bem, era possível ser entre os apóstolos este foco, sem que esse foco não iluminasse os apóstolos? Tudo quanto os apóstolos fizerem e que os evangelistas disseram, o que é senão a luz que procede desse foco?

Então, estudar Nossa Senhora como inspiradora da mentalidade, do espírito com que os apóstolos escreveram o Evangelho, A que deu os dados e as informações — os apóstolos pregaram os Evangelhos, os evangelistas escreveram — de que eles se utilizaram. É uma coisa que nos faz ver cenas maravilhosas.

Nossa Senhora tendo ao lado d’Ela São Paulo, São Pedro ou São João Evangelista, ou esse, ou aquele, contando, explicando, interpretando, ajudando a ver tais e tais fatos da vida de Nosso Senhor, pondo em realce aquele, aquele outro fato, e sendo, portanto, o aroma do bom espírito perfumando a Igreja inteira.

Aí a gente vê o papel de Nossa Senhora presente e visível na Igreja nascente, que é uma coisa verdadeiramente maravilhosa.

Depois ele continua:

* Se os evangelistas querem recolher os principais fatos da vida de Jesus e seus ensinamentos mais importantes a fim de nos transmitir os seus escritos autênticos, eles recorreram a Maria

Se os evangelistas querem recolher os principais fatos da vida de Jesus e seus ensinamentos mais importantes a fim de nos transmitir os seus escritos autênticos, eles recorreram a Maria.

Foi a Ela que eles pediram os esclarecimentos necessários sobre a Encarnação.

De fato, a quem pedir informações sobre a Encarnação? Esclarecimentos, a não ser a Ela?

Sobre a infância e a juventude do Homem Deus, assim como sobre o modo perfeito de exprimir os dogmas que Ele trouxe do céu. Pois, disse o Cardeal Hugo, Ela fez de seu coração o tesouro das palavras e das ações de Seu Filho, a fim de os comunicar em seguida aos escritores sagrados.

É mais uma vez essa idéia: Nossa Senhora é o vaso que recolheu todas as ações, todos os ensinamentos de Nosso Senhor e de onde então, isso, à maneira de ensinamentos se distribuiu para os apóstolos, para a Igreja nascente e para a Igreja até hoje. Não só, portanto, no que está escrito, mas em importantíssima parte, na Tradição da Igreja.

Nenhuma criatura, diz Santo Agostinho, jamais possuiu um conhecimento das coisas divinas e do que se relaciona com a salvação, igual à Virgem Bendita. Ela mereceu de ser a mestra dos apóstolos e é Ela que ensinou aos evangelistas os mistérios da vida de Jesus.

É um santo que fala. Agora é um grande autor espiritual, o abade Rupert:

* Outros podem ser chamados Doutores, mas Maria é muito mais do que isso, Maria é a Mestra dos Doutores., é a Doutora dos Doutores

E os outros, é verdade, diz o abade Rupert, que podem ser chamados Doutores. Mas Maria é muito mais do que isso, Maria é a Mestra dos Doutores. É a Doutora dos Doutores.

Os senhores vêem aí o esplendor da alma santíssima de Nossa Senhora. Os senhores vêem também o papel da ortodoxia e da sabedoria na santidade de Nossa Senhora. Não é um papel colateral, como a heresia branca quereria fazer sentir, mas é um papel fundamental. E os senhores têm aí um vislumbre que pode ajudá‑los a amar mais ainda a Nossa Senhora.

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