Santo
do Dia (Rua Pará) – 11/2/1967 – Sábado [SD
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Santo do Dia (Rua Pará) — 11/2/1967 — Sábado [SD 006]
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Dados biográficos a respeito da devoção de Santa Bernadete a Nossa Senhora * Santa Bernadette não foi chamada a fazer algum enriquecimento da mariologia, mas revelar ao mundo as aparições de Lourdes * Três grandes aparições e em todas as três Nossa Senhora revela um segredo: é um dado para nos confirmar na confiança na Bagarre * No cinqüentenário de Fátima, o desejo do Sr. Dr. Plinio de consagrar publicamente o Grupo a Nossa Senhora
Hoje, dia 11 de fevereiro, é festa de Nossa Senhora de Lourdes e de São Gregório II, papa e confessor, que resistiu tenazmente à impiedade iconoclasta do imperador Leão III Isaurio e mandou São Bonifácio pregar o Evangelho na Germânia. Século VIII.
* Dados biográficos a respeito da devoção de Santa Bernadete a Nossa Senhora
A respeito de Nossa Senhora de Lourdes, na biografia de Santa Bernadette Soubirous, a vidente de Lourdes, pelo Pe. Trochu, nós temos alguns dados biográficos. Fala a respeito da devoção de Santa Bernadette a Nossa Senhora. Então diz:
A devoção à Santíssima Virgem tinha que ser particularmente terna e particularmente filial. Maria, seu ideal vivo, ocupava em seu coração um lugar muito próximo a Nossa Senhor, declarou sua enfermeira, Soror Marta… Tinha que ouvi-la quando pronunciava a Ave Maria. Que acento de piedade, especialmente quando pronunciava as palavras “pobres pecadores”. Quando dizia “Minha Madre celestial”, não podia dizer mais.
Alguém se atreveu a perguntar-lhe se a lembrança da aparição se tinha apagado em sua memória. “Apagado? — exclamou com tom de censura. Oh, não, jamais”. E levando sua mão direita sobre a fronte, dizia: “Está aqui”. “Teria que fazer-nos — lhe sugeriu uma companheira — uma descrição de como era a Virgem, posto que a senhora sabe como era Ela”. “Não poderia nem saberia fazê-lo — foi a única resposta que deu. Eu para mim não necessito. Eu a levo no coração”.
A devoção mariana encheu de certo modo toda a sua vida. Tinha necessidade de vis meditar sobre a Virgem. Via Maria em tudo e por tudo com seu coração e seu entendimento. Nunca para uma alma religiosa, a oração de simples vista podia ter sido mais desejada. Quando rezava à Santíssima Virgem, atesta Soror Gonzaga, parecia ainda que estava vendo. Quando alguém lhe pedia que alcançasse alguma graça, imediatamente respondia que pediria à Santíssima Virgem.
Arrebatada pelo Cântico dos Cânticos em sua honra, informa um grande servidor de Maria, Soror Maria Bernardette se comprazia em louvá-La, fazê-La conhecer, amá-La e servir. Esforçava-se por imitar suas virtudes, especialmente sua humildade e sua renúncia. Dedicou-se, para sua devoção, a compor acróstico. Encontraram-se oito na própria mão dela, numa folha solta, que tinha esse título. Maneira de escrever no seu coração o nome de … [inaudível].
A primeira dessas modestas composições se refere à Santíssima Virgem. Então, o acróstico é uma série de palavras, colocadas em coluna, em que as primeiras letras de cada coluna formam determinado nome. Era mortificação, amor, regularidade, inocência e abandono.
Como os senhores estão vendo forma o nome santíssimo de Nossa Senhora.
No dia da Assunção, na capela, a Madre Henri Fabre, que estava situada um pouco distante de Soror Maria Bernardette, de modo que lhe era fácil poder observá-la, “às palavras do canto ‘es mi Madre, eu vejo’, eu a vi como se ela tivesse sido arrebatada com comoção e alegria”.
Toda sua vida desfiou o Rosário como tinha feito em Lourdes. O Rosário era sua devoção preferida, disse uma superiora geral. Mais de uma vez na enfermaria a Irmã Gonzaga Champi alternou as Ave Marias com ela. “Então, recorda essa irmã, os olhos escuros, profundos e brilhantes de Bernardette, parecia como se estivesse vendo esta”. Pela noite, quando se ia dormir, recomendava a uma companheira: “Toma o Rosário e durma rezando. Farás o mesmo que fazem as crianças pequenas que adormecem dizendo’mamãe, mamãe’”.
* Santa Bernadette não foi chamada a fazer algum enriquecimento da mariologia, mas revelar ao mundo as aparições de Lourdes
Esses dados sobre Santa Maria Bernardette atesta bem a ardente devoção que ela teve a Nossa Senhora. Mas há uma coisa curiosa na vida de Santa Bernardette: é que ficou provado que ela tinha essa grande devoção a Nossa Senhora, mas ela não deixou transparecer senão muito pouca coisa dessa devoção. Quer dizer, algum dado novo, alguma reflexão nova, algum enriquecimento da mariologia, algum sistema de devoção novo, algo que pudesse, enfim, representar um impulso para a devoção a Nossa Senhora, ela não deu. Pelo contrário, via-se que ela era muito devota, mas como os senhores acabam de ver aqui pela síntese de tudo quanto ela dizia sobre Nossa Senhora, além do fato de ela ser muito devota, não resulta nada muito especial para Nossa Senhora.
Isso porque Santa Bernardette teve uma vocação muito parecida com a de Lúcia de Fátima. Quer dizer, ela teve a vocação de revelar ao mundo as aparições de Lourdes. Uma vez que ela revelou essa aparições de Lourdes, ela prestigiou essas aparições tornando-se freira e tornando-se santa canonizada pela Igreja.
Embora a Igreja não mande crer nas aparições de Lourdes porque são aparições de caráter privado, e em matéria de fatos sobrenaturais nós só somos obrigados a acreditar nos fatos oficiais, não nos privados, embora isso seja assim, acaba sendo que roçam pela heresia quem conteste as aparições de Lourdes. Porque seria preciso admitir que uma santa canonizada pela Igreja tivesse tido essas ilusões.
Ora ,isso é uma coisa que não se pode admitir. De maneira que a vida e a santidade de Santa Bernardette de algum modo atestam a autenticidade das aparições de Lourdes.
Aliás, também exuberantemente atestadas pelo fato dos milagres que se operaram depois e que são uma prova de que em Luordes realmente é a graça que opera. Porque Santa Bernardette Soubiruos, durante uma das visões, o povo não via Nossa Senhora, mas via que ela falava com uma pessoa que ninguém via. E a certa altura essa pessoa disse a ela: “Passe a mão aí na terra, revolva a terra, que daí vai nascer uma fonte”. E num lugar onde ninguém supunha que existisse água, viu-se ela meter a mão na terra — ela era uma camponesa, meteu diretamente a mão na terra — e viram a água brotar. Daí veio exatamente a fonte de Lourdes e ela disse que nessa fonte se operariam muitas curas.
De maneira que ela fez uma profecia de uma fonte maravilhosamente aparecida, ela faz uma profecia de que nessa fonte haveria curas, e depois houve as curas. De maneira que cada uma dessas coisas é milagrosa por si.
Além disso, a vida dela pela santidade, atestando a sinceridade das visões que ela teve, atestavam, ao mesmo tempo, o equilíbrio mental dela e atestavam, portanto, a autenticidade dos fatos milagrosos que em Lourdes se deram.
Mas fora disso ela não teve uma missão publica, ela teve uma missão privada. E por causa disso ela se calou.
Isso é muito bonito para nós vermos a diferença de vocações dentro da Igreja, e como a Providência suscita cada pessoa para ordenadamente seguir uma determinada vocação. Um tem uma tarefa, outro tem outra tarefa, outro tem outra . Nossa Senhora distribui essa tarefas de maneira tal, que ninguém se mete na tarefa na qual não foi chamado, e todo mundo se dedica inteiramente à tarefa para a qual foi chamado.
Aí nós temos, então, Santa Bernardette Soubirous como uma espécie de testemunho vivo do milagre de Lourdes.
* Três grandes aparições e em todas as três Nossa Senhora revela um segredo: é um dado para nos confirmar na confiança na Bagarre
Eu achava interessante, entretanto, nesse ano cinqüentenário de Fátima, em que se estuda, em que a atenção volta especialmente para Fátima, fazer notar um pormenor que já foi, eu creio, abordado em algum Santo do Dia, mas a respeito do qual não é inconveniente fazer uma insistência. E é o seguinte: também em Lourdes Nossa Senhora comunicou um segredo a Santa Bernardette; segredo esse que deveria chegar ao Papa Pio IX.
De maneira que nós temos uma série de segredos que vão desde meados do século passado até nossos dias, de segredos de aparições de Nossa Senhora. Nossa Senhora que revela uma coisa, mas que Ela quer continue oculta.
Então nós temos Salete primeiro, depois nós temos Lourdes e nós temos Fátima. Quer dizer, três grandes aparições, em todas as três Nossa Senhora revela um segredo.
Isso é um dado para nos confirmar na confiança na Bagarre. Porque se Nossa Senhora revelasse de um modo público a Bagarre, sem pedir segredo, podia haver uma coisa afirmada categoricamente, etc., poderia haver umas reações que ninguém pode calcular bem donde chegariam.
Pelo contrário, Nossa Senhora revelando de um modo mais particular, a gente vê que é uma coisa que não era para ser posta em público de um momento para outro, apenas gradualmente, com as devidas cautelas, e nos dá a idéia de um segredo terrível, nos dá idéia de um segredo tremendo.
Então a gente vê aí o sinal da Bagarre que se aproxima. Entre outras coisas, certamente, eu creio que no segredo de Fátima existe a Bagarre.
* No cinqüentenário de Fátima, o desejo do Sr. Dr. Plinio de consagrar publicamente o Grupo a Nossa Senhora
Isso tudo, por sua vez, nos leva uma outra idéia.
Nós estamos no ano de Fátima, os senhores sabem que este ano as aparições de Fátima completarão meio século, cinqüenta anos, e nós devemos ir nos preparando para o festejo dessas aparições. E nós devemos pedir, hoje à noite, a Santa Bernardette, que foi uma verdadeira precursora da Irmã Lúcia, que disponha nossas almas para com todo fervor, com toda seriedade, com todo recolhimento, nós festejaremos este ano cinqüentenário dessas aparições.
É impressionante que cinqüenta anos depois de tal maneira o que se sabe da aparição de Fátima se haja de se cumprido, e ainda esteja cada vez mais em vias de se cumprir. Então, todas as razões de piedade e de fé nos levam a nos prepararmos para uma consagração a Nossa Senhora a esse propósito, feita do Grupo publicamente, com particular ardor, e uma consagração privada feita com ardor especial também.
Vamos pedir isso a Santa Bernardette Soubirous e vamos pedir a Nossa Senhora de Lourdes, cuja festa é hoje.
Nossa Senhora de Lourdes cura as pessoas. Que é mais difícil, é curar o corpo ou curar a alma? Evidentemente, para a Rainha do Céu e da terra não é difícil nem uma coisa, nem outra. Aquilo que Ela pedir, Ela obtém. Se Ela cura tanto os corpos, vamos pedir a Ela para curar as nossas almas também.
E vamos pedir então a Ela que transmude nossas almas, de maneira tal que chagas ocultas, defeitos ignorados às vezes por nós mesmos, apegos, desordens de todo tipo cessem em nós maravilhosamente pela ação d’Ela.
Nós sabemos que as doenças do Evangelho são símbolos de doenças morais. Assim como há uma cegueira espiritual, assim Nosso Senhor curava cegos. Assim como há uma paralisia espiritual, ele cura paralíticos, etc. E os comentadores nos dizem que as curas físicas que Ele fazia eram curas para atestar o poder d’Ele de fazer as curas morais.
Vamos, então, pedir a Nossa Senhora que faça as curas morais. Alguns de nós serão cegos, outros serão surdos, outros serão mudos, outros serão paralíticos. Helás! quem sabe se algum há que esteja com coisas pior e seja leproso. Outros serão epilépticos e têm convulsões. Tudo isso são de estado da alma.
Vamos pedir a Nossa Senhora que de tudo nos cure e que Ela nos dê a graça, então, de caminharnos para a festa d’Ela, de Fátima, com alma verdadeiramente renovada. É o que nós devemos pedir.
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