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Santo do dia — 27/12/66

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A morte de São João Evangelista se deu quase por deliberação própria * Onde está São João Evangelista? Num lugar na terra que lembra muito a doutrina da mediação * Os conhecimentos que trarão Enoch e Elias aos fiéis dos últimos tempos * Três pedidos a São João Evangelista: devoção à Nossa Senhora, uma participação na pureza dele e a intimidade com Nosso Senhor e Nossa Senhora

Hoje é festa de São João Evangelista e amanhã é festa dos Santos Inocentes. A respeito de São João Evangelista, a ficha é a seguinte:

Morte de São João: João rezava com os braços estendidos, de pé, junto à sepultura. Lançou seu manto dentro dela, desceu, deitou-se e rezou novamente.

Uma grande luz desceu sobre ele. Ainda falou com seus discípulos. Esses estavam junto à sepultura, choravam e rezavam. Vi então algo maravilhoso: enquanto João estava deitado e morria plácidamente, vi como um resplendor sobre ele uma figura luminosa e com ele mesmo saindo de seu corpo como de um envoltório, desaparecendo na mesma lua e resplendor.

Vi também que o corpo de João não está na terra.

Veio entre o leste e o oeste, um espaço luminoso semelhante a um sol, e o vejo ali como se intercedesse a favor dos demais, como se recebesse algo de cima e os desse aos de baixo.

Vejo este lugar como pertencente à terra, porém é todo elevado sobre ela. De nenhum modo se pode chegar até lá.

Santo Antonino narra esses mesmos fatos da forma como narra Catarina Emmerich.

A tradição confirma o que foi visto pela vidente na morte do Santo.

Santo Agostinho, São Gregório de Tours, Santo Hilário, São Gregório Nazianzeno, Santo Alberto Magno, São Tomás de Vilanova e outros são de parecer que João morreu efetivamente, mas que seu corpo foi tirado da terra e que agora vive, como Enoch e Elias, para voltar ao fim dos tempos para pregar às nações.

* A morte de São João Evangelista se deu quase por deliberação própria

Os senhores tem aí a lindíssima morte de São João.

É uma morte de que morreu, mas morreu não por doença, nem mesmo por velhice, embora ele tivesse chegado a uma extrema velhice, mas quase por uma como quê deliberação de morrer.

Quer dizer, ele sabia que era o momento em que ele devia morrer, e ele sabia que ele devia morrer num ápice de amor.

Ele era o apóstolo do amor, e ele deveria então morrer num ápice de amor. De um amor que a gente não deve entender do modo sentimental e tolo, mas deve entender como nós entendemos o amor ao absoluto. Quer dizer, num apogeu de amor ao absoluto, de amor a Deus que é a personificação de todas as coisa belas, grandes e nobres, ou por outra, da beleza, grandeza e nobreza que existem nas coisas que Ele criou. E Deus que é afinal de contas, o único absoluto e o absoluto perfeito e acabado. Então, nesse ato de amor a Deus, ele ia morrer.

Com certeza ele morreu de amor, como morreu Santa Teresa de Jesus. Quer dizer, foi tão grande a plenitude do amor que o corpo não suportou mais a pressão desse amor e a alma se destacou, por essa forma, do corpo.

Então ele vai para a sepultura como um homem são. Ele chega lá, deita o seu manto dentro da sepultura e depois ele mesmo entra e deita-se dentro da sepultura. E depois ele começa a morrer dentro da sepultura, já pertencendo mais ao mundo dos mortos do que dos vivos, ele começa a rezar.

Seus discípulos, em torno da sepultura, choram e rezam. Choram porque vão perder o mestre, mas de outro lado, rezam por causa da grandeza incompáravel da cena a que estão assistindo.

Então eles vêem uma luz que desce do céu e cobre São João Evangelista. Essa luz é, evidentemente, uma graça do céu, é uma ação especial de Deus, que o envolve todo e ele morre dentro dessa luz.

* Onde está São João Evangelista? Num lugar na terra que lembra muito a doutrina da mediação

Quer dizer, ele morre banhado por essa ação de Deus. Seu corpo é visto pelos discípulos — Catarina Emmerich o vê — destacando-se como se ele fosse ele mesmo saindo de dentro de um envólucro. Mas depois pairando numa região, que é uma região que lembra muito a doutrina da mediação.

É uma região onde ele, o discípulo amado, o filho de Nossa Senhora, aquele a quem Nossa Senhora foi dada, nesta região ele fica pairando no ar e todas as graças são dadas a ele para serem distribuídas, todos os pedidos são encaminhados para ele, para ele levar para Deus, naturalmente com Nossa Senhora como intermediária. E ele fica nesse lugar, para onde seu corpo vai juntar-se também.

E ele ressuscitado, com seu corpo glorioso, fica nesse lugar, à maneira de Enoch e de Elias, que também estão num ponto que ninguém sabe qual é, mas que é um ponto da terra.

E nesse alto lugar ele exerce seu ofício de medianeiro. Ele então paira sobre toda a humanidade, e naturalmente sobre ele paira Nossa Senhora.

E não é impossivel a hipótese que Catarina Emmerich dá aqui não exclue o fato — não é impossível que esse lugar seja o mesmo de Enoch e de Elias, e que Enoch e Elias tenham portanto, a alegria e a honra incompáravel de conversar com São João; de ter com ele um convívio, um contato em que, com certeza ele conta a Elias, que foi, por assim dizer, o fundador da devoção a Nossa Senhora, o grande precursor da devoção a Nossa Senhora, ele conta a Elias todas as maravilhas das relações dele com Nossa Senhora.

E prepara assim Elias para o resto de sua missão terrena, que ele ainda deve exercer.

Com Enoch também — a figura de Enoch é muito misteriosa, pouco se sabe a respeito dela — mas naturalmente, se é verdade a hipótese que eu [levanto], também ele prepara Enoch para a vinda dele na terra.

* Os conhecimentos que trarão Enoch e Elias aos fiéis dos últimos tempos

E assim, quando nós recebermos Enoch e Elias, receberemos gente que privou milhares de anos com São João Evangelista, e que traz as mais sublimes doutrinas, os conhecimentos mais extraordinários para o conhecimento desses dois profetas.

Agora, eu pergunto: Não será que Enoch e Elias tem a missão de revelar coisas que São João Evangelista lhes contou?

Não será que muita coisa — nunca pertencendo à Revelação oficial — mas não será que muita coisa oficiosa possa ser comunicada nessa ocasião e que encherá de júbilo os fiéis dos últimos tempos, e que dará à Igreja um conteúdo de doutrina, uma perfeição de conhecimentos incompáravel?

É uma coisa que nós podemos e devemos admitir, em que a nossa piedade se deve comprazer. Não devemos admitir como coisa certa, não é o que eu quero dizer, mas devemos admitir como possível, e é uma dessas hipóteses piedosas que fazem bem à alma e que a verdadeira piedade recomenda que se cultive.

Assim, nessa festa de São João Evangelista, cabe-nos fazer a ele um pedido. Mas ele é tão grande que vários pedidos nós poderíamos fazer.

* Três pedidos a São João Evangelista: devoção à Nossa Senhora, uma participação na pureza dele e a intimidade com Nosso Senhor e Nossa Senhora

Poderíamos fazer a ele um primeiro pedido: e esse pedido é a graça da devoção à Nossa Senhora. Que ele nos dê uma participação da devoção dele a Nossa Senhora; dê uma devoção cheia de conhecimentos verdadeiramente arcanos, transcendentais, que poucos conhecem, mas que as almas piedosas podem conhecer com o auxílio da graça de Deus.

Em segundo lugar que ele, como modelo de pureza, nos alcance aquela pureza transcendental que ele teve também.

Em terceiro lugar, aquele dom de intimidade com Nossa Senhora e de intimidade com Nosso Senhor que ele teve, e que caracterizou a vida de piedade dele por uma nota, ao mesmo tempo de suprema veneração, mas de proximidade, de aconchego, em que a relação dele com Nossa Senhora e com Nosso Senhor era sumamente reconfortante.

É, portanto, uma piedade toda ela imbuída da virtude da confiança.

E, por fim, esse admirável amor do absoluto, que fazia exatamente dele o apóstolo amado.

Ele amava Nosso Senhor porque Nosso Senhor era o absoluto, e o Absoluto o amava porque se sentia amado por ele. Ele era o discípulo a quem Jesus amava, diz o Evangelho, e a quem, por isso, São Pedro perguntou, pediu que perguntasse a Nosso Senhor qual era o traidor, qual era o apóstolo que iria trair a Nosso Senhor.

Essas são as graças que nós devemos pedir a São João Evangelista, pedindo a ele então que seja nosso altíssimo mediador ante Nossa Senhora, e que ele nos obtenha d’Ela todos esses favores e todos os outros que Nossa Senhora, na sua imensa misericórdia, queira nos outorgar: a nós todos que estamos aqui, a todos os membros do movimento, incluindo, evidentemente , Cruzada e Fiducia; a todos aqueles que dentro do movimento estão particularmente tentados, particularmente provados, sofrendo dificuldades especiais, e àquelas almas que perâmbulam pelo mundo, com vocação para vir pertencer a nós e que passam por tantas tentações e tantas dificuldades.

Para todos esses que Nossa Senhora obtenha, conceda, no dia de São João Evangelista, graças que sejam o começo dessas enormes graças de que eu acabo de falar.

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