Santo
do Dia – 17/5/1966 – p.
Santo do Dia — 17/5/1966 — 3ª-feira
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Nossa Senhora Auxiliadora
Hoje continua a novena à Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos e amanhã é festa de são Feliz de Cantalício, Confessor. Ele pertenceu à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Diz dele o Martirológio, que foi notado pela candura e pela caridade evangélica. Sua relíquia se venera em nossa Capela. Continua também amanhã a novena de Nosso Senhor Auxílio dos Cristãos. Eu gostaria de dizer um palavra mais especialmente quanto à Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos nas dificuldades da vida espiritual. As dificuldades da vida espiritual costumam ser de duas ordens: Umas dificuldades são as crises breves da vida espiritual, quando a pessoa se sente tentada, e portanto, hesitante ou abalada entre o Bem e o Mal, e com a possibilidade de ser arrojada no precipício do Mal de um momento para o outro. Isto é a dificuldade clássica da vida espiritual, e quando falamos à respeito dessa dificuldade, naturalmente nós pensamos primeiro na dificuldade do tipo clássico, quer dizer, no grande apuro da vida espiritual. É bem evidente que Nossa Senhora é auxílio nessas circunstâncias. O que não teria sentido Ela ser Auxílio dos Cristãos se não fosse sobretudo para a vida espiritual e é claro que o auxílio é sempre para os mais necessitados. Não há razão para ter o título de Auxiliadora se não for para auxiliar sobretudo os mais necessitados. Então, para as pessoas que estão em crises agudas da vida espiritual e gravemente necessitadas, Nossa Senhora, na plenitude do termo, é o auxílio. É claro também que esse auxílio nos é dado como uma Mãe de Misericórdia, e que, portanto, o auxílio não é dado apenas para uma pessoa que esteja na seguinte posição: eu vou perfeitamente bem na vida espiritual, estou muito tentado, mas não cedi em nada, e por fim, eu não cedi em nada. Eu tenho direito ao Vosso Auxílio. Vinde e auxiliai-me. Mas é também para as pessoas que se encontram numa posição pior, e de apuro muito mais grave, que consiste no seguinte: eu estou muito tentado, e não andei bem. Eu pequei. Eu andei mal. Tenho o receio de me embrutecer no pecado, de me habituar ao pecado, de não sair da vida do pecado, tenho uma vontade imensa de me regenerar, não mereço Vosso auxílio, mas porque sois Auxiliadora, porque sois Auxiliadora dos Cristãos todos, e não apenas dos cristãos bons, porque sois Auxiliadora até dos mais miseráveis dentro dos cristãos, então nós vos pedimos, vinde auxiliar-me. Quer dizer então nessa visualização, é a miséria da pessoa, é o próprio fato de ela ter caído em pecado, que é alegado diante de Nossa Senhora como uma razão para obter auxílio. É mais ou menos como quem se coloca diante da mãe e diz o seguinte; eu estou tão necessitado que até me aconteceu…é verdade que o que foi por minha culpa é o pior, e que foi por minha culpa me aconteceu este mal — eu pequei. E porque eu estou exatamente no sumo do desamparo, por ser um pecador, então eu, enquanto desamparado, encontro no desamparo a razão pela qual primeiro devo então pedira a vossa misericórdia, quer dizer, esta consideração é uma consideração de fundo, que não fecha nunca as portas da esperança na vida espiritual porque Nossa Senhora, sendo nossa Auxiliadora, é próprio a Ela, é inerente a Ela, é movimento profundo nEla, correspondente a Sua missão, é o amor insondável que Ela tem de Deus de nos auxiliar por esta forma.
Os senhores compreendem que há aqui uma esperança sem fim, há um recomeçar sem fim de novos propósitos de emende que deve ser o fundo de nossa vida espiritual. A esse respeito nós conversávamos aqui ontem a tarde, os membros da rua Pará. Um dos membros da rua Pará dizia com muito propósito, com muita razão que as pessoas não estão habituadas por causa da heresia branca, isso até mesmo as pessoas mais hostis à heresia branca. Às vezes, não estão habituadas a raciocinar sobre o texto da oração que lêem. Vão ler o texto de uma oração e pensam que aquilo é uma pura emoção e papaguismo aquela oração…se emocionou — está bem. Se não emocionou não presta para nada. Uma oração não é também uma força de expressão do santos, e quem fazia estas reflexões ontem era o Prof. Fernando. Quem muito gente toma a oração como força de expressão do santo…o santo querendo fazer uma coisa oratória, bonita para ativar os corações chegou aos exageros. Então a gente lê aquilo com granum salis — como quem diz: bem, é um pouco assim como ele dizia, mas no fundo não é tanto porque nem pode ser. Porque nada é tanto quanto as orações indicam, porque as orações são muito superlativas, nada é superlativo, tudo é mais ou menos cinzento e desbotado, inclusive Deus, o Céu, e Nossa Senhora e seus anjos e seus santos e portanto a oração nem a gente analisa muito, nem toma muito ao pé da letra o que a oração diz. Isto é realmente um hábito heresia branca que nós devemos abater, que nós devemos aniquilar porque é um hábito contrário as verdades dos fatos. Primeira coisa que a oração deve ser analisada, deve ser raciocinada, quem reza sobretudo essas orações comuns deve entender o sentido e o alcance de cada palavra que emprega quando reza…[musica] …de vendedores ambulantes de pomada e não de Bucko…e quem vai anunciar não sei o que..deve essa campainha…meus senhores a harmonia do Big Bem discrição de um sino interno ouvia esta campainha fabricada em Londres…faz põem e não sei o que…minha senhora Dona Filismina…olha que harmonia — “vinde faz dona Filismina, assim também se faria uma oração, não é verdade. A oração na age ou não contem fôraças de expressão, ela contém expressões fortes mas para designar uma realidade ainda mais forte e então nós podemos aqui fazer uma pequena análise do “Lembrai-Vos”, vejam bem: São Bernardo:
“Lembrai-vos o piíssima Virgem Maria que nunca se ouviu dizer”. Em primeiro lugar esse “piíssima”, quer dizer piedosissima, quer dizer cheíssima de compaixão. Então logo de inicio ele diz a Nossa Senhora isto: Vos sois cheíssima de compaixão, sóis pleníssima de compaixão, bem, lembrai-vos o que? Que nunca se ouviu dizer, nunca não é força de expressão, nunca é nunca é mesmo [nunca?]. Não quer dizer a maior parte dos casos, não quer dizer muitas vezes não quer dizer que num conjunto de bandas…não, nunca é nunca mesmo. Nunca se ouviu dizer que tendo alguém recorrido a Vossa proteção e implorado Vosso Socorro. É um reforçar do mesmo pensamento que é repetido para inculcar bem. Recorrer à proteção, implorar o socorro são a mesma coisa . Mas é repetido para inculcar bem, não é exagero, é [momônica?] para entrara pela cabeça adentro. Então nunca alguém que tivesse recorrido à proteção de Nossa Senhora e pedido o socorro dEla foi desamparado. Entende-se naturalmente que alguém que tenha pedido convenientemente, pedir convenientemente não é ser virtuoso, mas é pedir desejando o que pede, entendendo o que pede, desejando o que pede. Bom se portanto o Lembrai-vos foi rezado por uma dessas mulheres que a gente vê na Igreja…assim…não precisa dizer papa…pa…papa…pa…papa…olhando para toillete da outra etc., etc., ou então por abóbora…Lembrai-vos…aquela “babação” que a gente está vendo que não está querendo o que ele pede por que é um homem incapaz de querer uma coisa séria ou a dona Filismina que tem defronte do altar quer dizer não está pedindo…
A. R. M.
[Esta fita esta incompleta depois vem outro Santo do Dia que é são Cirilo e são Metódio.]