Santo
do Dia – 17/5/66 .
Santo do Dia — 17/5/66 — 3ª feira
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Nossa Senhora vem pressurosa em auxílio de todos os homens que estão em tempestades * Nossa Senhora acorda seu Divino Filho que dorme no barco e Ele acalma a tempestade * Dois pensamentos aparentemente opostos, de São Boaventura e de Santa Teresinha, mostram a beleza das vias de Deus * Nosso Pai e Fundador recomenda a novena a Nossa Senhora Auxiliadora e dá uma fórmula para se fazê-la
Há hoje, 17 de maio, a festa de Nossa Senhora das Tempestades em Tolentino. O histórico dessa devoção é a seguinte:
“São Leonardo…
Deve ser, provavelmente o grande São Leonardo de Porto Maurício.
…fez colocar na sua igreja primitiva de Santa Maria, em Tolentino, uma imagem da Virgem que tivera na capela do seminário. Convidou então os habitantes do local a implorar à Virgem Santíssima a graça de preservar a cidade dos prejuízos do granizo, tão freqüente na região. A Virgem ouviu o pedido.
Pio VII, em seu retorno do cativeiro na França, coroou solenemente a Virgem milagrosa e aprovou o ofício próprio a toda diocese”.
* Nossa Senhora vem pressurosa em auxílio de todos os homens que estão em tempestades
Os senhores estão vendo que aqui, mais uma vez se trata do histórico de uma devoção que nos faz ver o modo pelo qual as devoções de Nossa Senhora costumam se formar. Em geral, é uma graça concedida por Nossa Senhora, um favor que Ela dá a alguém, ou que Ela dá a uma população. E este favor, que tem todo o sabor espiritual e imponderável de um sorriso d’Ela. Incutir estavelmente nas populações a esperança de serem atendidas em outras dificuldades, em outras necessidades.
Então, esse favor, que aquela invocação se liga àquele favor, nos dá a idéia de misericórdia de Nossa Senhora e depois nos dá a idéia do socorro prestado à Nossa Senhora em condições espirituais análogas àquelas condições terrenas.
Então, os senhores vêem aqui: havia uma imagem numa capela do seminário. Essa imagem com certeza muito expressiva e muito bonita, São Leonardo a destinou depois para ser exposta em uma igreja de sua diocese. Na Igreja de Santa Maria, em Tolentino.
Bem, ali o povo a venerava, mas ele recomendou que o povo pedisse à Nossa Senhora o favor de que as tempestades não se desencadeassem nesse local com a intensidade destrutiva com que se desencadeavam antigamente. É um favor de caráter material que ele pediu. Esse favor de caráter material fez com que, obtido, consistiu em que as tempestades cessassem e a população se visse livre daquele flagelo. Então a imagem ficou chamando Nossa Senhora das Tempestades. Quer dizer, Nossa Senhora que amaina as tempestades, que vence as tempestades, que previne as tempestades. Podia chamar também Nossa Senhora da Bonança.
Bem, agora, o Papa Pio VII, fugindo da tempestade — entre parênteses, por ele desencadeada — na França, no caso de Napoleão, aquele horror todo, ele passando por esse lugar e dando graças a Deus por se sentir livre das garras de Napoleão, ele entendeu que daquela tempestade ele estava salvo por causa de Nossa Senhora. Então coroou a imagem de Nossa Senhora das Tempestades, mas já a palvra tempestade significando outra coisa: são as tempestades da História, são as tempestades da vida, são as tempestades da alma.
Então, Nossa Senhora patrona dos homenspostos em tempesades. Tempesades de toda ordem: tempestades espirituais, tempestades, portanto, da luta contra o pecado, tempestades da queda no pecado, tempestades para prevenir o pecado, tempestades que a alma sente quando vê outros em pecado, tempestade nas aflições que não dizem diretamente respeito ao problema do pecado, mas nas grandes aflições espirituais que a vida pode estar em jogo.
O caso do Carlos Alberto, por exemplo, para nós foi uma tempestade. Então, pedir o socorro a Nossa Senhora no meio das tempestades, sentir-se fraco, sentir-se pequeno, sentir-se incapaz de evitar completamente a tempestade, de vencer na tempestade, recomendar-se a Ela é exatamente a idéia que está posta dentro disso.
Está posta também uma idéia de compaixão. Toda mãe, quando sente seu filho na tempestade, tem uma pena enorme e acorre sôfrega — ela não vem devagar, ela vem sôfrega, e vem com toda a velocidade que os interesses espirituais daquele filho permitem. Mas aí nesse sentido ela vem imediatamente. Então a idéia de Nossa Senhora enquanto nosso socorro, nosso socorro na aflições, expressa em tantas outras invocações, Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora do Amparo, Nossa Senhora do Socorro, Nossa Senhora dos Aflitos, essa idéia tem mais uma formulação muito bonita no título de Nossa Senhora das Tempestades. A gente compreende, portanto, quão expressiva é essa invocação.
Duas espécies de tempestades: há as tempestades torrenciais; mas há uma outra espécie de tempestade, que é uma completa subversão da atmosfera com a água, chuviscos, escuridão, incerteza, terra escorregadia; não é isso? Que analogicamente também se poderia chamar de tempestade. As situações da vida espiritual são assim. Também são todas elas cheias de dramas, cheias de dificuldades, cheias de incertezas, são formas de tempestades. Nossa Senhora nos ajuda em todas essas tempestades. Aí nós temos Nossa Senhora das Tempestades.
* Nossa Senhora acorda seu Divino Filho que dorme no barco e Ele acalma a tempestade
O pensamento que vem consignado aqui é um pensamento muito bonito:
“Eu vos saúdo, Maria…
É um pensamento de São Boaventura.
…que acalmais o mar tempestuoso do mundo. Que Jesus que dorme em nosso barco, se levante acordado por vós.
Quer dizer, Jesus estava na tempestade, os apóstolos o acordaram, Ele fez parar a tempestade. Tantas vezes Jesus dorme. Então, nós acordamos Jesus para que Ele venha ao nosso socorro. Nossa Senhora acorda Jesus para que Ele venha ao nosso socorro e, diz o Evangelho, que se fez então uma grande bonança depois que Jesus acordou. E vem um comentário que eu acho magnífico
(…)
…completa obediência em relação a Ele. É interessante ver os vários espíritos diversos que sopram na Igreja Católica; esse é o pensamento de São Boaventura.
* Dois pensamentos aparentemente opostos, de São Boaventura e de Santa Teresinha, mostram a beleza das vias de Deus
Santa Teresinha do Menino Jesus tem um pensamento oposto. Quando a pessoa sofre, não deve pedir muitas vezes que o sofrimento passe, para sofrer por causa da Igreja. Então diz ela: “não acorde Jesus que está dormindo em seu barco. Deixe-O dormir, deixe que pelo menos na sua alma Ele descanse. Não O acorde.
Um santo recomenda: acorde, e é esplêndido.
Uma santa recomenda: não acorde, e é esplêndido também. Tudo depende das vias de Deus.
Vejam a beleza desses vários caminhos e o universo de maravilhas morais que existe nisso.
* Nosso Pai e Fundador recomenda a novena a Nossa Senhora Auxiliadora e dá uma fórmula para se fazê-la
Amanhã começa a novena de Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos. O grande D. Bosco obteve várias graças nessa novena. Ele recomendava muito a todos os salesianos. Um padre salesiano recomendou essa novena hoje na igreja, assim: três Padre Nossos e três Salve Rainhas. Os senhores querendo façam assim se quiserem fazer. Eu aprendi de outro modo, vou fazer assim que acho muito mais razoável: Três Padre Nossos, três Ave Marias, três Glória Patri, depois dos quais a gente diz: louvado e adorado seja o Santíssimo Sacramento. E depois uma Salve Rainha seguida da jaculatória: Auxilium Christianorum, ora pro nobis. Parece que a tradição é essa. A fórmula não é tão importante. O importante é fazer uma novena. Mas a fórmula tem também seu interesse que é uma fórmula que Nossa Senhora premiou com manifestações de agrado especiais. É legítimo que se procure usar essa fórmula, com toda fidelidade, para agradar a Ela, ainda que seja por um ato de obediência.
Eu recomendo essa novena porque acontece que D. Bosco — eu já falei outro dia dele aqui — é em nossa época, o grande arauto de Nossa Senhora enquanto Auxílio dos Cristãos. As maravilhas que se passaram na existência dele a respeito de Nossa Senhora enquanto Auxílio dos Cristãos foram maravilhas extraordinárias. Ele conseguia coisas assim: ele lançava obras — ele era muito pouco comissão F, embora a comissão F seja uma coisa muito santa — e está aqui mais uma vez a diversidade de espíritos, mas a nossa escola é da comissão F — os senhores vão compreender daqui a pouco por que é que é.
Bem, ele era muito pouco comissão F. Ele mandava construir uma torre de uma igreja. De repente, quando a torre estava em andamento não tinha dinheiro. Aí começava aquele berreiro, credores etc., operários, toda a inferneira de uma obra que não está indo para a frente. Então, ele dizia: “o que é que eu posso fazer? Eu vou à rua e vou dar um passeinho para ver se Nossa Senhora me ajuda”. Ia diante da imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, rezava essas tais orações e ia dar um passeinho. Voltava com o bolso cheio e pagava. Nessas condições, naturalmente, eu compreendo que a gente não precise de comissão F. Quando nós, portanto, formos assim…
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