Santo
do Dia – 14/8/1965 – p.
Santo do Dia — 14/8/1965 — Sábado [SD 263]
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* Dogma da assunção e “dormitio” * Assunção, glorificação. Recomposição de lugar * Na terra * No Céu e na Igreja Padecente * Algo disso se repetirá no Reino de Maria * Triunfos humanos * Virtude a pedir: o senso da glória de Maria
Estamos na vigília da festa da Assunção de Nossa Senhora, de maneira que dedicaremos a esse mistério à noite de hoje.
* Dogma da assunção e “dormitio”
A festa da Assunção de Nossa Senhora foi constituída em dogma pelo Papa Pio XII, há poucos anos atrás, esse dogma foi ardentemente desejado pelas almas católicas do mundo inteiro, porque é mais uma das afirmações a respeito de Nossa Senhora que A coloca completamente fora de paralelo com qualquer outra mera criatura, justificando o culto de hiperdulia que a Igreja lhe tributa.
Nossa Senhora depois de uma morte suavíssima, que é qualificada com uma propriedade de linguagem muito bonita pelos autores, como a “dormição de Nossa Senhora”, e indicando que Ela teve uma morte tão suave, tão próxima da ressurreição que, apesar de ser uma verdadeira morte, entretanto mais parecia um simples sono. Nossa Senhora, depois da morte, ressuscitou como Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi chamada à vida por Deus e subiu depois aos Céus, na presença de todos os Apóstolos ali reunidos, e de uma quantidade muito grande de fiéis.
* Assunção, glorificação. Recomposição de lugar
Essa Assunção representa para Nossa Senhora uma verdadeira glorificação aos olhos dos homens e de toda a humanidade até o fim do mundo, e depois, o prêmio da glorificação que Ela deveria receber no Céu.
E seria interessante se pudéssemos fazer uma recomposição de lugar para imaginarmos, à nossa maneira, como a Assunção se passou, uma vez que a respeito do fato não existem descrições, e que o fato, na multidão de aspectos que pode ter apresentado, evidentemente podemos imaginá-lo como nossa piedade gostaria de imaginá-lo.
* Na terra
Não só em baixo os Apóstolos, todos ajoelhados, rezando; com a presença dos apóstolos, algo de inefavelmente nobre, sublime, recolhido, interior, todos eles com expressões de personagens de Fra Angélico. Mas também, no Céu, enchendo-se gradualmente de Anjos, à imagem dos Anjos de Fra Angélico também, tomando o céu material coloridos os mais diversos, com matizações, com irradiações magníficas, de maneira tal a apresentar um espetáculo absolutamente incomparável.
Se Nossa Senhora pôde dar ao céu um colorido tão magnífico, tão diverso e produzir fenômenos tão excepcionais em Fátima, por que o mesmo não se teria dado por ocasião de sua Assunção ao Céu? Ela, em oração, Ela que se coloca em pé, o respeito e recolhimento de todos aqueles que estão lá; vai crescendo a semelhança d’Ela com Nosso Senhor Jesus Cristo, semelhança física que certamente existiu, e que vai se acentuando cada vez mais.
A glória de Nosso Senhor transfigurado que se vai comunicando a Ela, cada vez mais Rainha, cada vez mais majestosa, cada vez mais Mãe também. Todo seu íntimo se manifestando de modo supremo nessa hora de despedida. Alguns Anjos que se aproximam, que seriam, talvez, os Anjos mais esplêndidos do Céu, e que fazem Nossa Senhora subir. Com o auxílio deles, Ela vai subindo.
E aos poucos o céu vai se transformando, aquela maravilha vai mudando, a terra volta ao aspecto primitivo, os homens voltam para casa com a sensação que tiveram na Ascensão de Nosso Senhor, ao mesmo tempo maravilhados, com uma saudade sem nome; desolados por algum lado, mas levando na retina algo de que nunca tinham visto, nem podiam ter imaginado a respeito de Nossa Senhora.
* No Céu e na Igreja Padecente
Agora, o triunfo de Nossa Senhora que começa no Céu. A Igreja Gloriosa inteira vai recebê-la, todos os coros de Anjos, Nosso Senhor Jesus Cristo a acolhe, São José está perto. Depois é coroada pela Santíssima Trindade. É impossível pensar nesse triunfo terreno, sem pensar no triunfo celeste que veio logo depois.
A glorificação de Nossa Senhora aos olhos de toda a Igreja Triunfante e aos olhos de toda a Igreja Militante. Com certeza, nesse dia também a Igreja Padecente teve uma efusão de graças extraordinárias, e não é temerário pensar que quase todas as almas que estavam no Purgatório foram libertadas por Nossa Senhora, nesse dia. De maneira que também ali houve uma alegria enorme. Assim é que podemos imaginar como foi a glória dessa nossa Rainha.
* Algo disso se repetirá no Reino de Maria
Algo disso se repetirá, creio eu, quando vier o Reino de Maria. Quando virmos o mundo todo transformado e a glória de Nossa Senhora brilhar sobre a terra, porque seu reinado começou de modo efetivo, e os dias maravilhosos de graças, como nunca houve antes, começam a se anunciar também.
Antes de contemplarmos a glória de Nossa Senhora no Céu, nós havemos de contemplá-la na terra, certamente, com algo que poderá nos dar, com uma tal ou qual analogia, com alguma semelhança, desse triunfo sem nome que deve ter sido, mesmo aos olhos dos homens, a glória de Maria.
* Triunfos humanos
Quando pensamos nos triunfos que os homens têm preparado para seus grandes batalhadores, quando pensamos, por exemplo, o que foi feito pelas tropas francesas que venceram os alemães e desfilaram sob o Arco do Triunfo, depois da Guerra de 1914-1918, quando pensamos, mais “pocamente”, no triunfo preparado para o Mac Arthur; em tantos triunfos que os romanos preparavam para os seus generais vencedores; devemos compreender que Nosso Senhor Jesus Cristo, que é infinitamente mais generoso, deve ter premiado Nossa Senhora, no triunfo d’Ela aos olhos dos homens, de um modo também incomensuravelmente maior, e que tudo quanto de mais glorioso e triunfal nessa hora da Assunção de Nossa Senhora, tudo isso terá certamente brilhado.
* Virtude a pedir: o senso da glória de Maria
Meditando nisso, aproximamo-nos da festa de amanhã, pensando na virtude que -devemos pedir a Nossa Senhora a propósito dessa festa. É claro que cada um deve pedir a virtude que mais carece. Mas, não haveria demasia em pedirmos a Ela uma virtude, que é o senso da glória d’Ela, compreender bem tudo quanto representa sua glória na ordem da Criação. E como isso é a mais alta expressão criada da glória de Deus e como devemos ser sedentos de afirmar e defender por uma virtude de combatividade levada ao seu último extremo, a glória de Nossa Senhora na Terra. Fazer de nós verdadeiros cavaleiros, verdadeiros cruzados de Nossa Senhora, lutando por sua glória na terra. Essa me parece a virtude mais adequada nessa festa de glória, que é a Assunção de Nossa Senhora.
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