Santo
do Dia (Rua Pará) – 10/7/1965 – Sábado [SD
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Santo do Dia (Rua Pará) — 10/7/1965 — Sábado [SD 066]
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Se há ímpios na Terra, é preciso haver luta visando sua exterminação * Dar liberdade aos maus ou promover com eles a paz é entregar os bons para serem por eles perseguidos * Sendo a paz a tranqüilidade da ordem, o meio de conseguir a ordem não é entrar em concórdia com os seus adversários — Sendo Nossa Senhora da Paz a Nossa Senhora da Ordem, Ela é Nossa Senhora enquanto promovendo a ordem das coisas * O Bem-Aventurado Adriano de Fortescue: um religioso da Ordem de São João de Jerusalém, que recusou obediência a Henrique VIII a partir de quando este se tornou herege
* Se há ímpios na Terra, é preciso haver luta visando sua exterminação
A paz é boa para a vida desta Terra e a única finalidade da religião séria, de acordo com esse conceito puramente naturalista, promover o bem na Terra, quer dizer, é promover o bem-estar na Terra. A vida eterna não entra em linha de conta.
Depois este conceito de paz abstrai da idéia de que há ímpios, de que há homens maus que desejam o mal, conhecem o mal, o querem e visam a sua realização.
Se há homens assim, então é indiscutível que é preciso haver luta, porque estes homens que conhecem o mal e procuram realizá-lo estão numa ação constante para negar os direitos de Deus, para negar a doutrina de Deus, para destruir a civilização baseada nos mandamentos de Deus. E se isto é assim, é preciso haver luta com eles até que eles sejam exterminados.
Mas se não existe um Deus vivo e verdadeiro, se não é certo que Ele tenha dado uma doutrina, se não é certo que ele tenha instituído uma Igreja, se não é certo que Ele tenha revelado uma lei, então tudo pode se acomodar.
Agora, se Deus existe, se Deus tem uma Igreja, se Ele tem uma lei, se há uma civilização baseada nesta lei, o homem que quer destruir isto é um injusto agressor e eu só poderia ser fiel a Deus se eu abrir luta contra este homem ou se eu abrir luta contra as correntes, contra as organizações, contra os partidos que querem realizar este objetivo.
* Dar liberdade aos maus ou promover com eles a paz é entregar os bons para serem por eles perseguidos
Em última análise, a liberdade dada aos maus ou a paz com os maus é a entrega dos bons para serem perseguidos pelos maus. Porque o mau onde está persegue o bom. Ele é inimigo do bom, ele procura criar para o bom toda espécie de dificuldade. E entrar em paz com o mal, não é outra coisa senão dar ao mal meios para ele, de todas as formas possíveis, perseguir os bons.
De maneira que não há idéia mais errada do que a idéia de uma paz baseada na liberdade para os maus e na idéia de que um acordo é possível. Porque este acordo os maus nunca o respeitarão, nunca o respeitarão. Desde Adão e Eva até o fim do mundo haverá Cains e haverá Abéis, e os Cains vão matar os Abéis e vão persegui-los. Isto é indiscutível.
A prova mais provada que a gente tem é na própria vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Maior santidade, maior virtude, maior doutrina, maiores milagres, maiores dons de atração e de enlevo pessoal nunca ninguém pôde ter nem se pode imaginar. O que fizeram com Ele? Crucificaram.
Quer dizer, a bondade dos bons não desarma a maldade dos maus. Os maus lutam — e lutam até o fim — para acabar com os bons porque odeiam os bons. De maneira que esta idéia de paz é uma idéia completamente errada assim.
* Sendo a paz a tranqüilidade da ordem, o meio de conseguir a ordem não é entrar em concórdia com os seus adversários — Sendo Nossa Senhora da Paz a Nossa Senhora da Ordem, Ela é Nossa Senhora enquanto promovendo a ordem das coisas
Então, o que é que é a paz?
A paz não é uma tranqüilidade qualquer. São Tomás de Aquino a define como a tranqüilidade da ordem. Nos lugares onde há ordem e desta ordem decorre tranqüilidade, ali há paz. Mas, então, para conseguir a paz, o meio não é entrar em concórdia com os adversários da ordem, com os propagadores da desordem. Para haver paz, o meio consiste em promover a ordem. Não defenda a ordem, permita que ela seja calcada aos pés e nasce a desordem.
De maneira que, então, o que é a paz?
Sendo a tranqüilidade da ordem, a paz é fundamentalmente a ordem. E Nossa Senhora da Paz o que é? É Nossa Senhora da Ordem, é Nossa Senhora enquanto promovendo, favorecendo que as coisas estejam em ordem. Mas qual é a ordem das coisas? É estar em função de Deus, estar de acordo com a vontade de Deus, estar de acordo com a lei de Deus, realizar os planos de Deus. Esta é a ordem.
Nossa Senhora da Paz é Nossa Senhora da Civilização Cristã, é Nossa Senhora das Cruzadas, é Nossa Senhora da Sagrada Inquisição. Por quê? Porque a Civilização Cristã é a ordem. As Cruzadas, a Inquisição, as ordens de cavalaria, etc., foram os meios feitos para defender a ordem contra aqueles que a querem calcar aos pés. Isto é Nossa Senhora da Paz.
É, portanto, muito coerente que a gente celebre no dia de Nossa Senhora da Paz também a festa deste santos, do qual os senhores vêem esta coisa admirável.
* O Bem-Aventurado Adriano de Fortescue: um religioso da Ordem de São João de Jerusalém, que recusou obediência a Henrique VIII a partir de quando este se tornou herege
Ele era um religioso, membro da Ordem de São João de Jerusalém, quer dizer, que tinha os três votos de pobreza, de castidade e de obediência, votos que ele tinha feito permanecendo leigo mas religioso, para poder combater. Porque o padre, o sacerdote de Cristo não maneja as armas, a não ser na defesa, na legítima defesa.
Bem, ele entrou para essa ordem religiosa e participou de grandes batalhas. Era, portanto, um soldado magnífico. Mas quando Henrique VIII se rebelou contra o Papa, este homem corajoso e de fé declarou que não obedecia o rei. Até o momento em que o rei era fiel ao Papa, o rei não tinha melhor apoio do que ele. A partir do momento em que o rei se revolta contra o Papa, ele declara que ele não acompanha o rei.
E é natural. Por quê? Porque é preciso obedecer, diz São Paulo, primeiro a Deus e só depois aos homens. Os homens na medida que mandam aquilo que Deus manda. A um rei herege não se deve obediência nos mesmos termos e do mesmo modo que se deve a um rei católico. Então, ele se recusou a abjurar a religião católica. Resultado: o rei toma este ótimo soldado e manta matá-lo, como os senhores viram, depois de tremendas humilhações.
Nós temos no exemplo da vida dele, em primeiro lugar, esta bela visão de um guerreiro católico. Não pode haver nada de mais bonito, debaixo de certo ponto de vista, do que o guerreiro católico. Quer dizer, a fé que toma as armas para se defender a si própria, em benefício da causa católica e em benefício da salvação das almas, a fé que se faz empreendedora, aguerrida, arrojada, lutadora, a fé que mostra assim como ela é cônscia de si mesma. Porque só luta por um ideal até este extremo quem crê inteiramente neste ideal.
É esta a visão que nós temos na noite de hoje.
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