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Santo do Dia — 08/07/65 — 5ª feira

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Os vários traços da vida de Santa Isabel em contraste com a concepção progressista * O lindo episódio da transformação das moedas em rosas * O que pedir a Santa Isabel: que nos faça compreender que mais valem as rosas do que o dinheiro

Santa Isabel, Rainha de Portugal

Notícia biográfica * Os vários traços da vida de Santa Isabel em contraste com a concepção progressista * O lindo episódio da transformação das moedas em rosas * Pedir a Santa Isabel que nos faça compreender que mais valem as rosas do que o dinheiro

[Adotamos os seguintes critérios:

- os trechos entre colchetes e “?” são do original datilografado, muitas vezes sem nexo, nem sentido;

- os trechos apenas entre colchetes são sugestões do cotejador.

O microfilme deste texto não apresenta correções manuscritas.]

* Notícia biográfica

A festa de Santa Isabel, Rainha, Viúva, da qual Dom Guéranger, no… [faltam palavras?] …, diz o seguinte:

Elizabeth nasceu [em] Zaragoza, em 1271, filha do Rei IV de Aragão e da Rainha Constância. Seu feliz nascimento reconciliou Pedro III, que era pai dele. Ela se casou muito moça com um Rei de Portugal, do qual ela teve muito que sofrer, mas ela se santificou pela paciência e pela caridade perfeita. Sua piedade, sua caridade para com os pobres, sua austeridade eram admiráveis. Muitas vezes ela estabeleceu [sua?] [a] paz entre os príncipes e desiludidos.

Tornada viúva, ela desejou deixar o mundo para não mais pensar senão em servir a Deus, contudo, que antes de decidir isto, mas desde então, ela se consagrou, vestindo o hábito de São Francisco, às obras de piedade e [aos] cuidados dos pobres, dos doentes.

Em uma das capelas que ela fundou em Lisboa, pela primeira vez se prestou culto público à Imaculada Conceição.

Atingida pela febre, ela declinou e morreu na paz em [14?] [4] de julho de [1366?] [1336], depois de ter sido [reconfortada?] [confortada] pela visão de Nossa Senhora.

Seu culto foi conseguido na Diocese de Coimbra, onde ela morreu, em 1516, e sua canonização foi proclamada em 1625.

* Os vários traços da vida de Santa Isabel em contraste com a concepção progressista

Os senhores têm aqui vários traços que merecem a nossa atenção. Dentro desses traços é preciso notar o seguinte: o traço que teria um “santo” do progressismo, que vai tornando o seguinte bem claro: ela foi casada muito jovem com o Rei Edmundo, de Portugal, e ela teve muito que sofrer dele, “mas ela se santificou pela paciência e pela sua caridade perfeita”.

O traço de uma “santa” progressista seria: Ela foi casada com um marido brutal, mas reivindicando firmemente o direito da mulher, de uma certa emancipação, entestou com ele. Bem, e se divorciou… [risos]

É a “santa” do progressismo. Bem.

sua piedade, sua caridade para com os pobres, suas austeridades eram admiráveis.

A “santa” do progressismo, se tem um santo zelo pelos direitos dos pobres, levou-a a colaborar com o Partido Socialista e audaciosamente com o Partido Comunista, para impor as reformas de base necessárias.

O tempo todo, o paralelo é este. Depois continua:

suas austeridades eram admiráveis.

Os progressistas diriam: “Bom, estava com uma grande alegria, ela fazia os serviços de todos os meios de satisfação humanos para atrair os outros pela alegria; ia fazer apostolado nas boates e nos bares, para trazer os outros para o Cristo”.

Austeridade passa horrível. Nada de gente austera. “A gente vai passando bem. Vamos realizar a Páscoa. Vem cá, bebam isto.” Aos homens manda beber whisky. Um homem muito piedoso tomou cinqüenta whiskys! Lá vai, é o “santo” do novo estilo do mundo rico.

Bem, muitas vezes ela restabeleceu a paz entre os príncipes cristãos. Eu [diria] de outra maneira [segundo o modelo progressista]: “Ela, firmemente empregada nos ideais da República Universal, serviu à Missão de Paz da ONU com toda a dedicação que lhe foi possível”.

Bem:

tornada viúva, ela desejou deixar o mundo para não pensar senão em Deus.

[Diriam:] “Tornada viúva, ela conseguiu rapidamente um novo marido, tais eram os seus atrativos”.

Bem, em virtude de conselhos sábios, ela foi impedida de estar no mundo:

e desde então se consagrou, com o hábito terceiro de São Francisco, à obras piedosas…

Diz [o progressista]: “Ela recusou conselhos fanáticos, ultramontanos, que lhe aconselharam que fosse freira. E ela entrou para a Ação Católica, para ir, no novo estado de casada, melhor servir seus ideais”. O tempo inteiro o paralelo é este.

Bem, os senhores sabem que o hábito terceiro de São Francisco, usar o hábito de São Francisco de Assis, é usar todo dia. Não é como nós usamos o hábito do Carmo, na hora da procissão. É usar como um frade usa, usava a sua batina, não é?

Bem, então, aqui se nos teria [?] [se diria?] — está compreendendo? —: “Compreendendo que nesta época [em] que até freira se [está] acostumando [?] com batina, ela jamais teve o atrativo de usar o hábito de São Francisco. Nessa Ordem Terceira pugnou pela eliminação do hábito”. Isto é a “santa” progressista.

Bem, depois ela se consagrou, então:

às obras piedosas, aos cuidados dos pobres e dos doentes.

Quando fez um curso de enfermagem eficiente, ela, com extraordinária técnica, cuidava dos doentes”.

Bom:

[foi em uma] dessas capelas que ela fundou em Lisboa, que foi prestado pela primeira vez um culto público à Imaculada Conceição.

Notem que era no século XIII e que a Imaculada Conceição foi definida como dogma 600 anos depois, no século XIX, então. Aqui se diria: “De uma piedade muito florescida, ela recusava de dar a Nossa Senhora atributos ainda não definidos como dogma; assim evitou de todos os modos o fruto da Imaculada Conceição”… [faltam palavras] …isto seria o fruto que se tiraria daí… [faltam palavras].

(Sr. –: “E trabalhou para tirar as imagens da igreja.”)

E trabalhou para tirar as imagens da igreja.”

Atingida pela febre, ela dormiu em paz em [14] de julho de 1336,…

A forma seria: “Foi uma catástrofe para o Serviço Social que ela morreu; lutou bravamente com a sua doença, mas todos [os] recursos da Ciência neste estágio da evolução humana, ainda foram insuficientes para curá-la”.

depois de ter sido reconfortada pela visão da Virgem.

Ela morreu como um forte. Nada de delírios, nada de “vivência”, nada de imaginação. “Até seus últimos momentos, ela prestou contas da escrituração de seu serviço social”.

Seu culto foi conseguido na Diocese de Coimbra, etc., etc.

* O lindo episódio da transformação das moedas em rosas

Há um episódio muito gracioso e muito bonito da vida de Santa Isabel que eu não sei por que é que Dom Guéranger não menciona. Os senhores conhecem também este episódio que se deu também na vida da tia-avó dela, que foi a Rainha Isabel da Hungria.

Este Dom [Veni?] [Benhir], de Portugal, não era fácil de trato, enfim, tinha um caráter prioritário, categórico, um pouco rústico, sumário, e ela ia, numa certa ocasião, andando, trazendo uma certa quantia de dinheiro. Naquele tempo não havia notas, eram moedas, e era difícil de carregar. E parece que ela trazia no avental — até assim dobrado — dinheiro para distribuir aos pobres, e o…

(…)

contra ela. Então ficamos aí.

Trágico, está compreendendo? Dinheiro para ser dado aos pobres, está compreendendo? E ele não gostava disto. Então, ela disse que eram rosas. Quando ela desdobrou em seguida para ver o avental, estava cheio de rosas. Quer dizer, a Providência tinha dito a ela, tinha feito a ela, que [estava?] sido transformada em rosas, e assim ela evitou o truculento [de?] [do] [Banhir?] [Benhir]. É um lado lindíssimo, de uma graça, de uma misericórdia que a gente não sabe o que mais admirar: se a vemos dizer… a delicadeza, se a personalidade dela diante do marido, de não querer lhe enfrentar, a timidez; de outro lado, a santa obstinação em dar dinheiro aos pobres, [correntes risos?], etc., etc… ou então o gracioso da Providência fazendo milagres estupendos para ela, para evitar uma amolação que ela teria alguns tempos antes ou depois.

[Esta?] vendo como neste momento a Providência sorri para seu servo, ou para sua serva, ou se a linda idéia de transformar dinheiro em rosas, porque a rosa, [e da?] [ainda?] mais bela que o dinheiro, é uma tal elevação na ordem ontológica, passando do dinheiro para a rosa, que realmente a gente não sabe o que admirar nestas áreas todas.

Bem, qual seria o dito de hoje? Era o contrário. O milagre imaginado pelo progressista de hoje era o contrário: “Ela levando o bouquet de rosas e elas se transformarem em notas de 1000 cruzeiros, e aí…”

[risos]

“…aí estaria a verdadeira beleza”. Porque não há maior frustração do que transformar em flor a coisa mais florida da Terra, que é o dinheiro! Isso na época de Mamon, [os] senhores vejam como mudam as coisas. Só Deus é que não muda.

* Pedir a Santa Isabel que nos faça compreender que mais valem as rosas do que o dinheiro

Com isto vamo-nos recomendar a Santa Isabel, para ela nos dar este espírito de [detestar?] cada vez mais o espírito oposto, para que nós sempre, entre as rosas e o dinheiro, compreendamos que mais valem as rosas do que vale o dinheiro.

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