Santo
do Dia (Rua Pará) – 4/2/1965 – 5ª feira [SD
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Santo do Dia (Rua Pará) — 4/2/1965 — 5ª feira [SD 078]
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No Reino de Maria, para que Nossa Senhora seja verdadeiramente Rainha é preciso que Ela possa junto a Deus tudo quanto Ela quer, pois é por essa forma que Ela governa o mundo: Ela é a Onipotência Suplicante * Nosso Senhor quis que milagres ocorressem em grande quantidade em um santuário dedicado a Nossa Senhora, e não em um santuário d’Ele, caracterizando assim a mediação * Nossa Senhora serve-se de milagres físicos para fazer bem às almas
* No Reino de Maria, para que Nossa Senhora seja verdadeiramente Rainha é preciso que Ela possa junto a Deus tudo quanto Ela quer, pois é por essa forma que Ela governa o mundo: Ela é a Onipotência Suplicante
Eu suponho entretanto que continue a novena de Nossa Senhora de Lourdes, de maneira que nós poderíamos acrescentar mais uma palavra a respeito dessa devoção a Nossa Senhora de Lourdes.
Eu acho que de muitos aspectos, enfim, tanta coisa que se poderia dizer a respeito da devoção a Nossa Senhora de Lourdes, dos muitos aspectos que essa devoção tem, um me parece que tem sido insuficientemente acentuado, que é o seguinte:
Os senhores sabem que para o Reinado de Maria, uma verdade fundamental é Nossa Senhora Medianeira de todas as graças. Porque para Nossa Senhora ser verdadeiramente Rainha, é preciso que Ela possa junto a Deus tudo quanto Ela quer. Porque é por esta forma que Ela governa o mundo.
Ela tem uma natureza humana como a nossa e pela sua própria natureza Ela não tem mais poder sobre os astros, sobre os homens, do que nós temos. De maneira que Ela para ter o reinado de todo o universo, Ela ser a Rainha de todos os anjos, Rainha de todos os santos, Rainha de todos os homens, Rainha de todo o mundo material e dominadora terribilíssima e completa do demônio, para isto Ela precisa ter a graça de Deus. E é enquanto exatamente ponto de convergência de todas as graças de Deus que Ela é, portanto, Rainha. E a onipotência de Nossa Senhora tem sido muitas vezes chamada, e muito adequadamente, onipotência suplicante, porque é por meio da súplica que Ela faz que Ela pode tudo. Porque Ela pode tudo junto Àquele que pode tudo, é por isso que é Rainha.
Portanto, o reinado de Nossa Senhora é o Reinado das súplicas que Ela faz, do valor das orações que Ela oferece.
Agora, acontece que, portanto, a realeza de Nossa Senhora está numa conexão íntima com o fato de Ela ser o canal de todas as graças. Ela é Rainha de tudo, porque todas a graças passam por Ela. Todas as graças que são dadas aos homens, são dadas pelas mãos d’Ela. Todos os pedidos que os homens fazem são apresentados por meio d’Ela. E se todos os santos e anjos do Céu pedissem algo que não fosse por meio d’Ela não obteriam. Ela sozinha, pedindo sem nenhum deles, obtém. De tal maneira o foco da predileção Divina se concentrou inteiro nEla. E depois parte d’Ela de novo para toda a criação. E é porque Ela é medianeira de todas as graças, é que Ela é onipotente.
Há, portanto, uma espécie de correlação íntima entre uma coisa e outra.
* Nosso Senhor quis que milagres ocorressem em grande quantidade em um santuário dedicado a Nossa Senhora, e não em um santuário d’Ele, caracterizando assim a mediação
Agora, as aparições de Lourdes se inserem numa série de aparições de Nossa Senhora no século XIX, que são as mais célebres dessas aparições, e debaixo de alguns pontos de vista merecidamente as mais célebres. Essas aparições de Nossa Senhora no século XIX que culminam com Fátima, culminam com a afirmação do Reinado de Maria. E a aparição de Lourdes, portanto, está num pontilhado de aparições que são como que nas noites extremas de nossos dias são como que uma clarinada do Reino de Maria: uns pontos alvos, anunciando que o Reino de Maria virá.
Em cada uma dessas aparições e seria muito interessante estudar a presença da idéia da mediação universal das graças e do Reinado de Maria, mas isso em Lourdes especialmente se pode dizer debaixo de um título: Nosso Senhor poderia ter dado essa fecundidade estupenda de milagres a um santuário d’Ele. Na França, por exemplo, há um santuário magnífico, consagrando uma devoção estupenda a Ele, que é o santuário de Paray-le- Monial, onde Nosso Senhor fez suas revelações a Santa Margarida Maria Alacoque. Ele poderia perfeitamente fazer com que esses milagres se dessem lá. Poderia fazer dar em todos os santuários consagrados a Ele. Mas não é verdade.
Ele quis que a maior fonte de milagres que houve na história da Igreja, na história do mundo, fosse num santuário consagrado a Nossa Senhora. Quer dizer que Ele quis que aquelas curas todas só fossem obtidas sob a égide de Nossa Senhora, depois de uma aparição de Nossa Senhora, como uma graça de Nossa Senhora, e mediante um pedido feito a Nossa Senhora. Quer dizer, todas essas curas estupendas Ele quis que passassem pelas mãos d’Ela.
Quis que passasse para quê?
Evidentemente para documentar o dogma — que ainda não é dogma, é verdade de fé — da mediação universal. E que se passasse para quê? Para os homens compreenderem bem até que ponto que Ela pode tudo.
As piores doenças, os maiores males, os sofrimentos mais horrorosos, Ela cura, Ela toma as leis mais inflexíveis da natureza e Ela as elimina, Ela vence tudo. Uma pessoa que vê sem nervo ótico, isso é um tal domínio de Nossa Senhora sobre a natureza, como mais não se pode imaginar.
Bem, isto tudo é feito por meio d’Ela, por quê?
Para mostrar que todas as graças vêem por meio d’Ela, e a presença de todas as graças nas mãos d’Ela para serem distribuídas por sua vez quer dizer que Ela é Rainha do Céu e da Terra e por Ela é que passa tudo.
Eu me lembro de uma cançãozinha religiosa, que se cantava no meu tempo em que havia por aí um resto de piedade, e que dizia: “Salve, oh Mãe! Salve, oh Virgem Santíssima! Do universo portento primor. Mais esplêndida glória que a tua, só tem Deus do Universo Senhor”. Mas é piedosa a canção.
E realmente a conclusão é esta: mais esplêndida glória que a tua, só tem Deus do Universo Senhor.
Quer dizer, Nossa Senhora está infinitamente abaixo de Deus, e tudo o quanto está abaixo de Nossa Senhora, está incomensuravelmente abaixo d’Ela. É o que a perenidade das curas de Lourdes nos diz.
* Nossa Senhora serve-se de milagres físicos para fazer bem às almas
Há uma certa religião assim um pouco dada a graças materiais, a pedir favores materiais, etc , que desdenha os favores espirituais e que se impressiona muito com as graças de Lourdes. Eles não compreendem que os favores materiais que Deus dá são de fato favores. E favores que a gente deve pedir. Mas que só são verdadeiramente favores, na medida em que levam a nossa alma a desejar os favores espirituais. As graças para a alma.
É por aí que verdadeiramente Deus atrai as almas para Ele, porque todos os favores têm este.
Não pense que a cura de Lourdes é só porque Nossa Senhora tem pena do homem que é capenga no sentido físico da palavra e que, portanto, Ela corrige o coxo. Ela tem pena do coxo, é claro. Ela tem gosto em corrigir a capenguice do coxo, é claro. Mas Ela, muito mais do que isto, quer fazer para ele um bem para a alma. E serve-se de um milagre físico, para fazer bem para a alma dele e dos outros que vêem isto. E o bem que no caso está em vista é uma grande fé na verdade de que Ela é medianeira de todas as graças.
Eu digo isto porque nós tivemos, não me lembro mais bem se ontem ou anteontem, a cerimônia das velas de São Brás e eu estava vendo aquele mundo de gente que vai lá para se proteger contra a dor de garganta. A bênção dada em português.
Nós tivemos no Coração de Maria eu creio que umas quatro mesas de comunhão, não é? O Fábio me disse que quarenta minutos. Foi você ou Sérgio que me disse? Foi você.
Umas vinte mesas de comunhão de gente que vai lá com medo de dor de garganta. Às oito horas havia de novo, não é?
(Sr. –: Santo Antônio de dez em dez minutos. )
Santo Antônio, é?!
Mas vejam a coisa como é. É claro que Nossa Senhora ama, preza, de nos livrar de um mal da garganta, nos casos em que esse mal não nos conduzem para a salvação. Porque às vezes uma dor de garganta, e coisas piores do que isto, às vezes muita doença faz muito bem para muita gente. Se não houvesse doença na Terra, o Inferno estaria muitíssimo mais cheio do que está. Portanto, não é qualquer doença que Nossa Senhora cura. Mas quando é o caso de curar, Ela com amor materno gosta muito de curar. Mas Ela cura para quê? Para fazer sentir às pessoas a bondade d’Ela e para lhes estimular o desejo de se curarem dos males, das doenças da alma, para adquirirem os bens da alma.
É para isto que Ela faz, e é assim que a coisa deve ser vista. Realmente para a cura do corpo, considerando também em si a cura do corpo, mas visando sobretudo a cura da alma.
Essas são as considerações que na novena de Nossa Senhora de Lourdes eu podia fazer.
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