Santo
do Dia – 12/64 (?) .
Santo do Dia — 27/12/19641 — Domingo
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Leitura de um trecho sobre São João Evangelista * A castidade de São João fê-lo objeto de um particular amor de Nosso Senhor * Duas provas incomparáveis do amor de Nosso Senhor: auscultar o Sagrado Coração e receber por Mãe a Nossa Senhora * São João foi também o precursor de todos os lutadores da Fé até o fim do mundo
* Leitura de um trecho sobre São João Evangelista
Considerou o martírio como a última grande demonstração… [inaudível] … da fé mais nobre, mais corajoso… [inaudível] … soberanamente o coração de Deus foi o sacrifício da virgindade. E é desta forma que logo após Santo Estêvão aparece [em?] São João.
Santo Estêvão é reconhecido como o protótipo dos mártires, mas São João se nos apresentam como o príncipe dos que são virgens. O martírio valeu a Estêvão a coroa e a palma, a virgindade mereceu a João prerrogativa sublime… [inaudível] …que demonstra ao mesmo tempo pureza e castidade, e coloca esse discípulo entre os principais membros da humanidade.
Descendente de David… [inaudível] … da família da Santíssima Virgem, São João era parente de Nosso Senhor segundo a carne. Enquanto outros foram Apóstolos e discípulos, ele foi amigo do filho de Deus. Essa predileção veio de sua virgindade, graças especiais… [Aqui falta uma palavra qualquer]
Primeiro. Foi — segundo o Evangelho — o discípulo que Jesus amava. Essa simples frase basta por si mesma. Mas esse amor deve ter sido para São João o princípio de dons assinalados que eu recomendo à admiração de toda a Igreja, entre eles destaca-se o fato de ter sido o primeiro defensor do Verbo Divino do Filho consubstancial ao Pai, que a heresia já começava a negar. Nessa defesa, São João eleva-se na águia até ao Divino Sol em ensinamentos luminosos e límpidos.
Se Moisés após ter conversado com o Senhor retira-se desse maravilhoso entretenimento com a fronte ornada de raios maravilhosos, quão radiosa deveria ser a face admirável de João que se apoiava sobre o Coração de Jesus, onde, como fala o Apóstolo, estão ocultos todos os tesouros de sabedoria e de ciência. Os, quão divinos também, seus escritos sobre a divindade do Verbo.
Segundo: foi o filho de Maria! Ao morrer, Jesus deixava Maria. Quem na terra mereceria receber um tal legado? De certo o Salvador devia [enviar] os seus Anjos para guardar e consolar a Santíssima Virgem. Mas do alto da Cruz, o Salvador viu o seu discípulo virgem e sua castidade o tornou digno de herdar esse tesouro tão valioso. Assim, segundo a bela frase de São Pedro Damião, Pedro recebeu em depósito a Igreja, a Mãe dos homens, mas João recebeu Maria, a Mãe de Deus.
* A castidade de São João fê-lo objeto de um particular amor de Nosso Senhor
Aqui pululam os pensamentos profundos e as considerações importantes de maneira que não se pode comentar tudo, mas alguma coisa pode ser considerada.
Em primeiro lugar é essa afirmação, muito verdadeira, de que o sacrifício da virgindade, a oblação da castidade é uma oblação tão grata a Deus que vem logo depois do martírio.
[O seguinte parágrafo não faz muito sentido]
[Isto é porque estabelece entre a alma e Deus um vínculo — eu diria uma semelhança — que faz exatamente que os judeus que se amam infinitamente a si próprios, e, portanto, amam tudo que é dissemelhante a eles, se infunda naquela alma, se derramem naquela a alma, levados exatamente por esta extraordinária afinidade.?]
Nós já temos falado aqui a respeito da castidade. Nós mostramos que a castidade é sobretudo uma virtude da alma, e que essa virtude — aliás como uma série de virtudes, é na alma — e que essa virtude importa num abandono do que é baixo, num abandono do que é sórdido, numa renúncia a tudo aquilo que tenderia a estabelecer o domínio da matéria sobre nós, em vez do domínio do espírito e que é por essa forma que a castidade enobrece e dignifica a criatura humana, tornando-a exatamente afim com Deus. É por isso que Nosso Senhor Jesus Cristo amava a São João. [Ele] era — como está lembrado aqui — o discípulo a quem Jesus amava.
E aqui está dito muito bem que se os outros foram Apóstolos e foram discípulos de Nosso Senhor, ele foi o amigo. Quer dizer, aquele que era mais próximo de todos e a quem Nosso Senhor tributava um sentimento que estava acima dos sentimentos dados pelos outros.
* Duas provas incomparáveis do amor de Nosso Senhor: auscultar o Sagrado Coração e receber por Mãe a Nossa Senhora
Aquele pequeno episódio que se deu na Ceia é muito característico a esse respeito. São Pedro queria saber quem era a pessoa que iria trair Nosso Senhor, porque Nosso Senhor tinha dito que um deles iria trair. Então São Pedro — notem que se tratava do primeiro Papa — sabendo que ele não conseguiria, mas querendo de todos os modos conhecer o nome dessa pessoa, São Pedro pediu então a São João para perguntar, e São João deitando a cabeça sobre o próprio peito de Nosso Senhor, perguntou. E aí então os senhores têm uma maravilhosa evocação da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. É São João com o seu ouvido colocado junto ao peito divino e ouvindo pulsar o Coração de Jesus. As pulsações eram naquele momento pulsações de amor, mas eram também pulsações de angústia e de dor, porque a Paixão estava se aproximando e o abismo de sofrimento em que iria precipitar-se estava chegando perto d’Ele.
E então aí se vê São João — uma alma eminentemente virgem, mas uma alma também eminentemente chegada a Nosso Senhor e devotíssima do Sagrado Coração de Jesus — em uma proximidade única em relação a Nosso Senhor.
Mas, como diz muito bem D. Géranger, pode-se dizer que um dom que não ficava abaixo desse era o dom que São João teve de receber Maria como Mãe. Quer dizer, Nosso Senhor ao morrer deixou ao seu amigo, deixou ao seu discípulo predileto, mais [do que a] todos os outros, [deixou] um tesouro que valia um preço que não tem preço e que é Nossa Senhora. Receber Nossa Senhora é receber a Rainha do Céu e da Terra; receber Nossa Senhora é receber o primeiro ser que existe abaixo de Deus; receber Nossa Senhora é receber tudo o que Deus pode dar a um homem. Mais do que isto Deus não poderia dar.
De maneira que aí os senhores têm outra manifestação extraordinária do amor às almas virgens. Nossa Senhora, Virgem, foi dada pelo virginal Filho ao virginal amigo, ao virginal discípulo que era são João. Os senhores têm então alguns traços [para] considerar a grandeza de São João Evangelista.
* São João foi também o precursor de todos os lutadores da Fé até o fim do mundo
Dom Géranger, como verdadeiro ultramontano, compreendeu bem que o quadro não seria completo se ele não mencionasse um outro aspecto da vida de São João. São João foi um dos primeiros lutadores contra a heresia. A primeiríssima heresia que nascia naquele tempo era a respeito das relações entre as natureza humana e divina de Nosso Senhor, e São João começou a lutar contra a heresia. Então o Apóstolo virgem, o Apóstolo do Coração de Jesus, o Apóstolo que recebeu Nossa Senhora como presente, foi também o precursor de todos os lutadores da Fé até o fim do mundo, até o momento em que o profeta Elias vai lutar contra o anticristo.
Nestas considerações nós temos matéria ampla para nos recomendarmos a São João, pedindo que nos consiga as qualidades de alma que [o fizeram digno] de receber este prêmio verdadeiramente… de uma grandeza que não se sabe dizer qual é, que é o de receber Nossa Senhora, para ele tomar conta d’Ela.
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1 Dia suposto, pois a festa de São João cai no dia 27.