O
Anticristo já veio?
I. Amostras da campanha de promoção da figura de JC pelos seus agentes 2
A. Nas Sedes da Saúde antes do falecimento de Dr. Plinio e ao longo de 1997 2
B. No Eremo Nossa Senhora da Divina Providência ao longo dos anos 1996 e 1997 3
C. Entre os CCEE do Norte Fluminense 5
1. Estados Unidos: operação “quebra do gelo” 6
E. No afã de promover a JC, seus adeptos não tem escrúpulos em lhe atribuir méritos alheios 8
II. Facetas da promoção da figura de JC pelos seus agentes 9
A. Discípulo perfeito, única pessoa capaz de dirigir a TFP, sucessor de Dr. Plinio, etc. 9
C. Dotado de discernimento dos espíritos 18
D. É comparado com a Igreja e com NSJC 18
E. Inspirado pelo Espírito Santo 19
F. Conhece o Segredo de Maria 19
G. É equiparado a São Luiz Grignion de Montfort e a São Miguel Rua 20
H. “Dona Lucilia, protetora do Sr. João, rogai por nós” ... 20
III. Facetas da promoção da figura de JC por “videntes” 25
IV. Promoção dos que promovem a JC 27
V. Amostras e facetas da campanha feita por JC de promoção de si próprio 28
A. Enquanto homem que não cometeu nenhum pecado mortal 28
B. Enquanto homem de confiança de Dr. Plinio 28
C. Enquanto assumido por Dr. Plinio 30
D. Enquanto homem providencial, que recebe avisos sobrenaturais, etc. 39
E. Enquanto homem inspirado por Dr. Plinio e pelo Espírito Santo 58
F. Enquanto profeta que interpreta o presente, prevê o futuro e indica os rumos 64
I. Enquanto medianeiro entre Dr. Plinio e os membros do Grupo 91
L. Divulga elogios do SDP a ele 94
N. Conta que o Sr. Horácio Black teria se oferecido como vítima expiatória por ele 113
O. Doutrina católica a respeito da auto - propaganda 116
VI. Métodos da auto - promoção 118
B. Ao mesmo tempo que afirma uma tese que o enaltece, a nega para evitar cristalizações 128
VI. Elementos para analisar a apostila da humildade de JC 132
Telefonema entre JC (EEUU) e a Saúde (São Paulo), 4/4/95:
(Jorge Andrey: Sr. João, tendo em vista toda a paixão da Santa Igreja, como o Senhor Doutor Plinio está comentando nessas reuniões últimas e como o senhor há pouco mencionou numa outra pergunta, perguntaria ao senhor, como nós... porque tem certas pessoas que são chamadas a estarem muito próximas ao profeta da Destra de Maria e que Nossa Senhora pode dispor de certas ocasiões para afastá-lo. E como nós vemos, em certas pessoas, que a pessoa procura, em tudo, ter um amor reparador ao Senhor Doutor Plinio e ao mesmo tempo que ela se esforça, de toda a alma, como nós vimos em certas correspondências de grafonemas do Senhor Doutor Plinio para o senhor, dessa pessoa que o senhor conhece muito bem, em tudo querer aliviar a cruz do Senhor Doutor Plinio).
Quer dizer, antes do 3/10/95, certas cartas e grafonemas pessoais, enviados por Dr. Plinio a JC, e que comportavam na promoção deste último, circulavam entre os neófitos da Saúde.
Como é que esses documentos chegavam às mãos de cooperadores tão novos na TFP? É descabelado supor que, quem difudia esses documentos, eram eremitas de São Bento e Praesto Sum?
Mas por sua vez, como chegaram esses papeis aos eremitas de São Bento e Praesto Sum? Por detrás daquilo tudo não estaria o próprio JC?
É difícil adivinhar os objetivos visados pelos difusores daquela correspondência?
*
Atendendo às leis do Poder Temporal, a DAFN apresenta cada ano um relatório das atividades da TFP, com base em informações fornecidas pelos encarregados das diversas unidades da Instituição.
No tocante às atividades desenvolvidas nas Sedes da Saúde, ao longo de 1997, Auro Mitsuka apresentou os seguintes dados:
- Reuniões com JC: 24
- Telefonemas com JC: 31
Peças teatrais e sketchs – A título de exemplo:
- A inveja e o orgulho (1)
- São Pedro e Judas: a boa e a má tristeza (2).
Temas de algumas das reuniões:
- São João Bosco e São Miguel Rua (3)
- Troca de corações (4)
- A admiração e o vicio da inveja
- Elias e Eliseu (5)
Comentários:
O tema não foi escolhido à toa. Todos os que não adoramos a JC, fomos postos, aos olhos dos neófitos da TFP, como orgulhosos e invejosos.
A tristeza que experimentou São Pedro na morte de Nosso Senhor está para a tristeza que Judas experimentou nessa ocasião, como a “tristeza” de JC a propósito da morte de Dr. Plinio está para “má” tristeza dos que não pertencemos à seita de JC. Só que, antes, durante e depois do falecimento de Dr. Plinio, JC não teve tristeza nenhuma, mas alegria escancarada.
Entre os joaninos corre que São João Bosco está para São Miguel Rua como Dr. Plinio está para JC.
No fundo, o tema é a suposta troca de corações entre Dr. Plinio e JC.
Para os adeptos do joanismo, seu senhor está para Dr. Plinio como Eliseu está para Elias.
Quanto às atividades desenvolvidas no ENSDP em 1996 e 1997, o insuspeito Amaury Moreira César comunicou à DAFN, através de relatórios assinados por ele, que os temas das conferencias, jornais-falados, etc., foram:
- Semana 12/2 a 18/2/1996: "Perguntas e respostas do Sr. João Clá na França".
- Semana 19/2 a 25/2: "j-j do Sr. João no exterior (vídeo) e uma vinda do SDP ao Japy" (1)
- Semana 26/2 a 3/3: "Vídeo do Sr. João em reunião geral em Madrid".
- Semana 4/3 a 10/3: "vídeos de reuniões do Sr. JC".
- Semana 11/3 a 17/3: "vídeos de reuniões do Sr. João Clá".
- Semana 18/3 a 24/3: "vídeos de reuniões feitas pelo Sr. João Clá".
- Semana 25/3 a 3/3: "Vídeos de reuniões e passeios do Sr. João Clá e um almoço do Sr. Dr. Plinio" (2).
- Semana 1/4 a 7/4: "Vídeos do Sr. João Clá na Europa e USA".
- Semana 8/4 a 14/4: "vídeos de João Clá na Europa e USA".
- Semana 15/4 a 21/4: "jornal falado sobre jubileu do Pe.Gervásio".
- Semana 22/4 a 28/4: "jornal falado do Sr.Andreas Meran"
"vídeo do Sr. João Clá nos EUA".
- Semana 6/5 a 12/5: "um vídeo do Sr. João Clá na Espanha 4/3 sobre a graça nova".
- Semana 13/5 a 19/5: "Vídeos de reuniões feitas Sr. João Clá na Europa, em Miracema e festa de jubileu do Padre Gervásio em Lage do M.".
- Semana 20/5 a 26/5: "jornal falado sobre Miracema e Campos (Sr. João e fanfarra)".
- Semana 22/7 a 28/7: "jornal falado de 2 conversas feitas pelo Sr. João Clá".
- Semana 19/8 a 25/8: "dois vídeos de programa de apresentações do coro e fanfarra".
- Semana 2/9 a 8/9: "jornal falado de reunião do Sr. João Clá. Vídeos de Miracema e Cardoso Moreira. Fanfarra, coro e reunião do Sr. João Clá".
- Semana 9/9 a 15/9: "jornal falado sobre reunião do Sr. João Clá. Vídeo de Cardoso Moreira. Reunião sobre o mailing Na. Sra. de Fátima e viagem a Congonhas do Campo (MG), profetas de Aleijadinho, etc.".
- Semana 16/9 a 22/9: "2 treinos de coro", "1 jornal falado (reunião do Sr. João Clá)."
- Semana 23/90 a 29/3: "Chegada do Sr. João Clá e reunião no EUA sobre o flash. Jornal falado de reunião do Sr. JC".
- Semana 30/9 a 6/10: "Reuniões do Sr. João Clá sobre o flash nos EUA, programa em Miracema, mailing Na. Sra. Fátima".
- Semana 14/10 a 20/10: "Vídeo de santo do dia e do Sr. João Clá no EUA, e notícias várias".
- Semana 4/11 a 10/11: "jornais falados de reuniões do Sr. João Clá".
- Semana 11/11 a 17/11: "vídeos do Sr. João Clá e jornais falados de reuniões do Sr. João Clá (reuniões nos EUA)."
- Semana 18/11 a 24/11: "jornal falado e vídeos de reuniões feitas pelo Sr. João Clá".
- Semana 25/11 a 1/12: "jornal falado e vídeos de reuniões do Sr. João Clá".
- Semana 2/12 a 8/12: "reuniões feitas pelo Sr. João Clá".
- Semana 9/12 a 15/12: "reuniões do Sr. João Clá nos EUA".
- Semana do 20/1 a 26/1/1997: "jornal falado de viagens", "audição especial de reunião do Sr. João Clá"
- Semana 3/2 a 9/2: "repetição de reuniões dadas pelo Sr. João Clá".
- Semana 17/2 a 23/2: RR sobre a opinião pública no paraíso, "conversa com o Sr. João Clá e noticias"
- Semana 24/2 a 2/3: "repetição de reunião do Sr. João Clá, conversa e notícias"
- Semana 3/3 a 9/3: jornal falado de viagem a Europa com slides
- Semana 10/3 a 16/3: treino de coro feito por um eremita do PS, jornal-falado, noticias de vida interna do Grupo
- Semana 17/3 a 23/3: "notícias, conversas com o Sr. João Clá", chá sobre a SDL
- Semana 24/3 a 30/3: "repetição de reunião do Sr. João Clá", "repetição de reunião do Sr. João Clá", programa de semana santa para vizinhos
- Semana 12/5 a 18/5: "jornal falado de reunião do Sr. João Clá", notícias e comentários sobre o mailing de Fátima
- Semana 19/5 a 25/5: notícias do grupo da Espanha
- Semana 7/7 a 13/7: "fomos todos para o congresso de neo-cooperadores"
- Semana 28/7 a 3/8: passeio dos membros do Grupo da Saúde (20) assistiram um vídeo da primeira vinda do SDP ao Japy.
- Semana 29/9 a 5/10: audição de fitas Missa Nova para duplas, jornal falado sobre reforma agrária, mailing Fátima e impressões das duplas
Comentários:
Na mentalidade do eremita de São Bento Amaury Moreira César, primeiro está JC e depois Dr. Plinio.
Os videos dos passeios de JC são mencionados antes que o almoço de Dr. Plinio.
Dados tirados de relatórios das atividades dos CCEE do Norte Fluminense, no ano 1996, enviados à DAFN, e assinados por correspondentes das respectivas cidades:
- 24/2: Reunião "com o padre Olavo para os correspondentes [40] sobre o Encontro, a importância como preparação para a Bagarre, as graças do ambiente de São Paulo, Sr. João Clá, etc."
- 14/4: "Reunião do Sr. João Clá" (mais ou menos para 200 CCEE de Miracema).
- Semana do 13/5 a 19/5: "palavrinha com o senhor João Clá em Lajes, 20 pessoas"; "Reunião sábado em Miracema, Sr. João Clá"; "Reunião domingo em Campos Sr. João Clá".
- 18/5: "Reunião com o Sr. João Clá - mais ou menos 800 pessoas".
- Semana do 10/6 a 16/6, no item Filmes e audiovisuais, o tema foi: "Visita do Sr. João Clá Dias"
- Semana do 10/6 a 16/6: "Reunião sobre a graça nova dada pelo Sr.Hailton, para 80 pessoas"
- 7/7: reunião do Sr.Hailton, sobre a graça nova, para 50 mulheres e 30 homens.
- Semana do 15/7 a 21/7, no item Filmes e Audiovisuais, o tema foi: "Vinda do Sr. João a Campos e Montes Claros"
- 4/8: "Reunião com o Sr. João Clá. Local: S. João del Rei. 40 participantes de Miracema"
- Semana do 5/8 a 11/8, em Cardoso Moreira: "Ensaio dos meninos para a vinda do Sr. João Clá: 18 meninos".
- Semana do 13/8 a 18/8: "Reunião dada pelo Sr. Hailton, para 80 pessoas, na sede, sobre a graça nova".
- Semana do 19/8 a 25/8, em Cardoso Moreira: "visita do Sr. João Clá com apresentação no club local, com a participação de 1000 pessoas"
- Semana do 2/9 a 8/9, em Cardoso Moreira, no item Filmes e Audiovisuais, o tema foi: "visita do Sr. João Clá".
- 11/9, reunião dada pelo Sr.Hailton, sobre a graça nova, para 33 senhoras e 12 homens
- 15/9: "Foi feito um telefonema para o Sr. João Clá nos Estados Unidos. Ele deu uma palavrinha de 45 minutos para os presentes".
- Semana 23/9 a 29/9, em Cardoso Moreira, no item Filmes e Audiovisuais, o tema foi: "visita do Sr. João Clá. Apresentação da Fanfarra".
- Semana do 21/10 a 27/10, no item Filmes e Audiovisuais, o tema foi: "visita do Sr. João Clá a Cardoso Moreira".
- Semana do 4/11 a 10/11, em Cardoso Moreira, no item Filmes e Audiovisuais, o tema foi: "visita do Sr. João Clá".
Depoimento do Dr. Mário Navarro, 16/12/97:
Em setembro de 96, [nos EEUU], este EM [perguntou a JC]: o Sr. reflete a vocação inteira do SDP, sim ou não?
Ele disse: evidentemente que não. E deu a doutrina correta. Mas não gostou nada da coisa. Entendeu.
[Na] reunião da tarde, (...) como ele se viu apertado, várias vezes soltou o negócio de que “não”.
Então ele deu a reunião, que foi meio complicada, (...) um tanto tensa, ele estava de mau humor, incomodado.
Depois houve a cerimônia de 10 aniversário do eremo de lá, Sedes Sapientiae. Ele arranjou um pretexto e não foi. Houve a cerimônia na capela e depois houve um banquete no eremo. E ele ficou em cima. Aí o Umberto passou o banquete inteiro trabalhando ao Sr. .............. E a tese dele era: os senhores aqui estão fora da pista, porque essa reunião --a tal reunião que tinha havido-- foi um gelo e é preciso quebrar o gelo. Então tese: é preciso quebrar o gelo. E nós em São Bento fazemos a coisa assim. E foi explicando ao Sr. .......... como é que a coisa era feita em São Bento. Foi uma “lavagem cerebral”.
(Aparte: o Umberto passava grafonemas para o “joanismo” do mundo inteiro, eu tenho 4 dias de grafonemas seguidos sobre a quebra de gelo; gravei num diskette; esse é um dos dias, é de arrepiar a maneira como ele conta para os “irmãos de hábito”, excluindo a todos os outros).
(...)
[Se mal não me lembro, o dia do 10 aniversário do eremo Sedes Sapientiae] subimos para nos despedir dele [JC], (...) e quando ele abriu a porta --estava no escritório dele-- estava aquela multidão dos que tinham sido sublevados pelo Umberto, (...) estavam os gritos e nós tivemos dificuldade de sair, porque eles queriam “quebrar o gelo”.
Quando saímos --isso soubemos depois-- e fomos embora, JC foi com os outros todos para a sala de jantar dele --porque tinha uma sala de jantar privativa-- e na sala de jantar o Sr. .......... se jogou ao chão, ele conta a história, ele não ficou de quatro não, ele ficou inteiramente paralelo ao chão. Aí houve um agarra-agarra, todo mundo tentando pegar os pés dele.
(Aparte: O grafonema do Umberto conta isso: nesse momento eles pegaram a graça nova completa).
(...)
Então nós descemos e ele ficou muito preocupado, EM estava de hábito, então eu para viajar precisava passar na portaria, junto à saída, então ele telefonou para lá sem razão nenhuma: “ah, os senhores estão aí? Muito boa viajem, hein! Até amanhã”, para ver como é que nós estávamos reagindo.
*
Depoimento o Sr. Henrique Fragelli, 16/12/97:
Os “bem-te-vis” corriam atrás de JC, idolatravam a ele, se jogavam aos pés dele, beijavam o peito dele, beijavam os pés dele. Tinha uns que beijavam a sola do sapato.
(Sr. Valdis: quando começou isso assim?)
Insuflado pelo Umberto e Michael Carlson. Havia casos por exemplo assim: chegavam 2, 3 “bem-te-vis”, batiam na porta do quarto do JC, entravam lá, trancavam por dentro, depois de certo tempo saiam. A gente perguntava para eles: o que aconteceu aí dentro? Eles diziam: não, JC proibiu de contar.
*
Síntese de depoimentos diversos durante reunião nos EEUU, post 15/10/96:
Nos EEUU, mais ou menos em setembro de 1996, os mais moços serviam as refeições a JC de joelhos, com luvas, etc.; osculavam as costas, os pés dele, etc., instigados pelo Umberto e Carlson.
Estes foram vistos dizendo abertamente aos mais novos: “o que os senhores tem que fazer é pegar relíquia do Sr. JC, emprestar a capa para ele usar e depois ficar como relíquia; quando o servirem, peguem os restos, etc.; ensinavam a dizer: “Sr. JC, ora pro nobis”, etc.
E argumentavam que o exemplo eram as moças: “não podemos deixar que as correspondentas sejam mais do que nós”.
Se alguém tomasse distancia com aquilo, David Ritchie tentava convencer, argumentando que aquilo “é fenomenal”.
Quer dizer, eram induzidos.
Os mais velhos, num primeiro momento ficavam chocados com aquilo. Alguns deles, pensando que aquilo era de bom espírito, para mostrarem sua fidelidade, entravam na onda. Outros preferiam não levantar o problema e ficar em silencio.
O “ entusiasmo” dos membros do “Grupo” da Espanha --tido como o mais “fervoroso”-- também era induzido, conforme se depreende dos seguintes documentos:
Grafonema “confidencial” de 7/11/97, redigida por um joanino anônimo da Saúde que estava morando em Madri, dirigido para os revoltados que habitavam na “torre da Avenida Angélica” e que foi encontrado nos computadores da TFP que estes usavam (arquivo JDHN17S1). O autor, logo de relatar o dia-a-dia de seu senhor --que estava na Espanha nessa época--, diz o seguinte:
(Os parênteses não são nossos)
ESTE TRECHO EM CURSIVA É SÓ PARA O SENHOR FAVOR CORTA-LO ANTES DE IMPRIMIR.
Então ele perguntou ao sr. Otavio porque é que as pessoas aqui não fazem perguntas, pois nas reuniões são quase sempre os mesmos que perguntam (em geral são da Saúde).
Ele disse que talvez o pessoal já estivesse se cansando das reuniões. (puxado não?)
Acho que vai muito na linha daquele grafonema que tinha escrito ao senhor e sobretudo do comentário que ele fez sobre o Grupo aqui, das vistas baixas etc.
Também ele já se tinha queixado com D. Pedro Paulo ontem de que quase ninguém fazia pergunta.
D. Pedro Paulo esteve dando uns apertos no pessoal, vamos ver o que sai na reunião de hoje. Mas de qualquer maneira não convém comentar este tipo de temas por aí, apenas lhe escrevo para que o senhor reze para que as graças aqui sejam de subir cada vez mais e sem parar.
No dia seguinte, o mesmo autor envia mais um grafonema:
Ontem na hora do almoço não deu para pegar nada, mas a reunião foi muito boa.
Depois do aperto de ontem houve umas 10 pessoas que se levantaram para fazer perguntas o que o deixou muito contente, e ele disse que aqui na Espanha é 8 ou 80 mesmo, e que até agora só o pessoal da Saúde fazia perguntas, como ele ameaçou em diminuir as reuniões houve aquela avalanche.
No texto da reunião para a Saúde, 14/11/95, figura o seguinte subtítulo: “Para nosso Fundador, o ‘fiat lux’ a respeito do relacionamento na S.E. deu-se com a explicitação dessa graça pelo Sr. João”
Mas aquilo não confere com a realidade:
(Paulo Sérgio: O poderia dizer como foi os primeiros lampejos da graça, digamos assim, desse relacionamento entre escravo e senhor, foi nascendo na alma do Senhor Doutor Plinio. Desde quando [inaudível] relacionamento perfeito entre ele e os filhos dele, entre ele e os escravos dele?)
O que tem é o seguinte, é que ele não tinha pensado nessa fórmula. A fórmula da Sempre Viva não tinha passado pela cabeça dele. Ele estava a procura, querendo muito que houvesse um meio de solucionar a questão dos votos. Mas a formula da Sempre Viva não tinha passado pela cabeça dele.
Quando ele recebeu uma carta, lendo a carta, ele chamou Dr. Eduardo, que também tinha pedido os votos com o Dr. Caio, e deu nas mãos do Dr. Eduardo e disse:
- Olhe, conversem entre si porque aqui está a solução.
Foi um fiat lux, mas não foi ele que explicitou. Ele tendo um elemento nas mãos, ele viu que era um caminho seguro.
E de fato era. Tanto assim que foi feito o Torreão sobre a escravidão, o Pe. Victorino leu inteiro e aprovou com toda a naturalidade vendo que aquilo não tinha problema nenhum.
Bem, de maneira que o que aconteceu, isto sim, é que uma vez dada a idéia ele se pôs na perspectiva da nossa vocação e sacralizou muito a idéia. Porque a idéia como ela saiu, saiu no meio de um enlevo etc., mas não tinha as fórmulas todas, e a própria substância não estava muito clara. Ele aí então, com o tempo, foi tornando tanto as formulas, formas, quanto a substância. Claríssima.
As reuniões todas que ele fez, a série da sacralidade, tudo isso foi deixando cada vez mais bem claro o que é que era o conteúdo da S.V., ele foi quem desenvolveu. Mas a primeira idéia nasceu de um fiat lux.
Conversa na Saúde, 19/1/95:
(Amorin: [Em] todas as Ordens religiosas, Deus sempre suscitou ao lado do Fundador alguém, ou seja, que é, por assim dizer, o discípulo perfeito dele, é aquele que é o porta voz do Fundador ((1). Evidentemente, por outro lado, na Ordem do Senhor Doutor Plinio a gente vê que o Senhor Doutor Plinio não tem possibilidade de que um homem depois que ele morra fique no lugar dele. Essa certeza na alma de que a Ordem do Senhor Doutor Plinio é diferente. Mas, embora seja diferente, ou seja, que nós temos a certeza de que o Senhor Doutor Plinio não irá morrer, nós vemos que nós temos também que ter um homem que passa pelo papel desse discípulo perfeito (2), ou seja, que é tocar às almas daqueles e levar junto à pessoa do Senhor Doutor Plinio. Eu não sei, pode ser que interpreto mal, [mas] esse bem estar aqui da vida que nós temos, essa benquerença que o Sr. Ricardo acabou de dizer aqui, ou seja, nós vemos que todo esse papel que o senhor tem de nos levar ao Senhor Doutor Plinio vai muito nessa linha desse discípulo perfeito que seria o ... Queria perguntar para o senhor o seguinte: primeiro, se o senhor poderia explicar um pouquinho para nós qual o papel fundamental desse bem-querer entre os irmãos, filhos da luz, entre nós, filhos do Senhor Doutor Plinio para nos unirmos cada vez mais a pessoa de nosso Fundador? E outra coisa é o seguinte: uma vez que nosso Fundador não vai morrer, qual o papel principal desse discípulo perfeito (3), ele aparecendo o que ele faria?)
Dos discípulos, aí está perfeito, plural está perfeito.
(Amorim: Depois nós sublinhamos, não tem problema.) (4)
(...)
O que é que é um discípulo perfeito? É aquele que foi chamado a representar um reflexo de algo do Fundador e esse reflexo ele representa na plenitude do brilho. E, então, a gente olhando para ele, vê um aspecto do Fundador que se desdobra nele e que toma uma cintilação que a gente vai entender melhor depois olhando aquele ponto no Fundador (5).
(...)
(Amorim: (...) Eu estava me perguntando o seguinte: ao ver, por assim dizer, porque esse reflexo existe, ele é visível, ele é palpável, ao ver esse reflexo, ao conversar com outro, qual seria a atitude nossa, ou seja, a gente ver numa pessoa que tem esse reflexo do sol, a gente vendo e conversando a respeito dessa pessoa, sobre os reflexos que essa pessoa irradia do sol, se chega até o sol, ou seja, é de bom espírito que se fale disso, que se ponha megafone, que proclame...) (6)
(...)
(Lauro D.: Sr. João, nessa linha, só para [inaudível] o que o Sr. Amorim dizia no começo, o elogio que ele fez ao senhor. Nas profecias do Bem-Aventurado Palau, em determinado momento é dito que o Moisés da Lei da Graça necessitaria de um Josué, de um São Luís e um São Fernando para poder ajudá-lo.) (7)
Comentários:
Observe-se o “raciocínio” do pergunteiro: a) em todas as ordens religiosas, ao lado do Fundador, Deus suscita um discípulo perfeito; b) é evidente que a ordem fundada por Dr. Plinio é diferente; c) mas nós temos também um discípulo perfeito.
Ao terminar de ler a intervenção de Amorim, fica claro que este se refere a JC. Assim sendo, acontece o seguinte: Por definiçao o Profeta é o porta voz de Deus, isto é, aquele através do qual Deus fala aos homens e lhes indica os rumos que devem seguir. Ora, se na TFP JC faz o papel de “porta voz” de Dr. Plinio, o Profetismo acaba residindo em última análise na pessoa de JC, não na pessoa de Dr. Plinio.
Acima Amorim descreveu o papel do “discípulo perfeito”, e agora pergunta no que consiste esse papel.
A “arte de sublinhar” foi introduzida por JC nos ambientes que seguem sua orientação para “entender” certas palavras emitidas por Dr. Plinio --como “Grupo”, “Causa”, “Nossa Senhora”, “Igreja”, “inefável”, “transesfera”, “inocência”, etc.-- enquanto referências a si próprio. Conforme o depoimento de Amorim, acontece que essa “arte” também é aplicada pelos joanistas a JC.
Em concreto, qual será o aspecto, ou os aspectos de Dr. Plinio que “brilham” na pessoa de JC? Será acaso a lealdade? a retidão? a veracidade? a humildade? a despretensão?
É de bom espírito --isto é, é bem visto no pátio-- divulgar, proclamar, trombetear que JC é discípulo perfeito de Dr. Plinio.
Note-se a data desta reunião: janeiro de 1995. Quando em diversos ambientes da TFP nem passava pela cabeça que Dr. Plinio iria falecer 9 meses depois, nos ambientes joaninos já circula a tese do neo “Josué”, do “substituto” de Dr. Plinio.
*
Pouco depois da morte do SDP, começou a circular nos ambientes dos eremos, Saúde e CCEE a idéia de que quando JC abraçara o corpo do SDP que acabava de expirar, a alma do fundador “passara” pelo JC. Mais tarde a teoria radicalizou-se e passou-se a falar de uma “inabitação” da alma do SDP no JC.
*
A missão que Andreas Egalité desempenhou junto aos grupos do interior do Brasil (1996-1997), comportava dois aspectos: por um lado, difamar os Provectos; e por outro, exaltar ao ídolo.
Com efeito, o Sr. Paulo Emílio de Carvalho (cfr. relatório de 5/5/98) testemunha que Andreas Meran, na sede do Rio de Janeiro, entre maio e setembro de 1996, nas conversas freqüentemente afirmava ou dava a entender que o espírito do SDP estava realmente com o Sr. João Clá; que inclusive “o temperamento dele estava ficando idêntico ao do SDP”; e que “o governo do Grupo seria exercido de modo exclusivo pelo Sr. João Clá, sendo a única pessoa capaz para dirigir a TFP”.
*
Patrício Amunátegui e Patrício Larrain, numa reunião para um grupo de espanhóis, chilenos, bolivianos e alguns brasileiros, realizada no 18/7/97, no São Bento, apresentaram a JC como líder natural, continuador do espírito do SDP e único apto a dirigir a TFP.
*
Reunião na Saúde, 17/10/95, fala Márcio Rosendo:
Como as nossas almas devem estar dispostas a receber a graça da Sempre Viva. Vários receberam a graça da SV, mas chegou até um limite, com vários que não corresponderam, a não ser o senhor.
*
"Jour-le-jour" 24/10/95, Carlos Alberto Suárez apregoa:
Senhor João, o senhor desculpe a franqueza, mas no domingo, no "Jour le Jour", o senhor se lembra que no final o senhor fez umas as advertências que levaram dez, quinze minutos, que de fato serviu para todos nós. (...) Naquele momento --eu conversei com muitas pessoas ao longo do domingo-- mas eu acho que o Sr. Dr. Plinio assumiu o senhor, porque não era o senhor que falava. Quer dizer, foi uma coisa que tocou. (...) porque foi uma coisa teologicamente difícil de expor e o senhor expôs com muita desenvoltura. Eu acho que realmente ele estava presente.
*
Proclamação de 30/5/96, no ANSA, das repercussões de uma das apresentações do coro e da fanfarra no Norte Fluminense. Fala Carlos Alberto Suárez:
Eu peço licença ao Príncipe D. Bertrand e aos provectos para dar uma repercussão (...). É de Miracema ainda, onde as graças lá foram muito grandes, nas duas idas. Na primeira eu estive e posso dizer, diante de Deus e de Nossa Senhora, que em toda a minha vida nunca percebi uma graça tão sensível assim. Uma graça mística, digamos, de tão profunda.
Há um correspondente lá muito chegado ao Pe. Olavo, o Sr. José Antônio que quase todos aqui conhecem, um dos primeiros de Miracema. Ele depois dessa segunda apresentação da fanfarra, que foi há uns quinze dias atrás, teve que ir a uma loja de eletrodomésticos, por um problema pessoal. Ele conhecia o proprietário, que é um comerciante abastado, chamado Carlos Alberto, que é um assinante de "Catolicismo" e é do fichário do "Amanhã dos Nossos Filhos".
Depois de resolver o que tinha que resolver lá, perguntou:
-- Ó Carlos Alberto, então você gostou da fanfarra?
-- Não, rapaz! Eu não só gostei, eu adorei a fanfarra. Agora, o que mais me chamou atenção não foi a fanfarra, foi aquele senhor.
-- Mas qual senhor?
-- Aquele senhor que é o maestro.
-- Ah, é?
-- É, me chamou muito atenção. Inclusive eu falei com a minha esposa: "Olha para o rosto desse senhor e diga o que é que você vê no rosto dele". A minha esposa pensou e comentou: "É, é, alguma coisa existe de diferente. O que é eu não sei". Eu disse para ela: "Pois é, eu vou lhe dizer o que é. É a bondade. O rosto deste senhor é um rosto de bondade. Eu vou dizer mais a você: ele tem o rosto do Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, aquele senhor daquela revista que nós temos lá em casa". [Aplausos]
Depois este senhor voltando-se para ele, comentando, disse:
-- Eu quando olhei para o rosto daquele senhor, eu lembrei na hora do rosto do Dr. Plinio Corrêa de Oliveira que saiu no "Catolicismo". [Aplausos]
Toda esta história foi repetida pelo Carlos Alberto, num simpósio para CCEE, no 1/6/96 (segunda reunião do dia), estando presente JC.
*
Reunião para os veteranos 8/10/96 - JC lê o texto de uma conversa que Dr. Plinio teve com ele em 12/10/74 a respeito da situação do Grupo na década de 70:
(Alonso: O senhor podia só repetir um pouquinho atrás? Ficou algo...)
Eu acho que se refere eu creio que é a Jasna Gora, aqui, a um conjunto de pessoas que aceitavam muito a doutrina que ele dava e que, portanto, é mais ou menos como o Sr. Carlos Alberto dizia. A parte doutrinária era aceita com muita facilidade, e muito mais facilidade até do que 67. Nisto significava que o processo não tinha penetrado.
Portanto, as doutrinas explicitadas por ele era esse algo.
(Alonso: Mas parece que é um algo mais profundo, não é?)
O senhor quer ver aqui?
[Palavras de Dr. Plinio]: ...numa profundidade onde as coisas não entravam, entrou.
Eu imagino, eu estou reconstruindo por pura hipótese, de que ele estivesse dizendo, nessa parte censurada, alguma coisa referente a um Grupo que estava correlacionado com os estudos feitos em Jasna Gora nesse ano de 74, em que as pessoas se interessavam pelas doutrinas como nunca.
Então, nesse interesse pela doutrina o processo não tinha entrado. Era dentro da aridez. Não havia entusiasmo. O processo não tinha entrado neste desejo de receber mais explicitações e mais explicitações feitas pelo Sr. Dr. Plinio, mas era um desejo gélido, era um desejo árido.
Aí ele continua:
[Palavras de Dr. Plinio]: Desde que a gente não tome como o auge da profundidade do homem o entusiasmo, mas é aquilo que ele aceita como entusiasmo. E isto é a profundidade do homem. A profundidade da alma do homem não está no entusiasmo, está na aridez.
Ele mostrava que dentro da aridez havia um interesse pelas explicitações dele e que nisto o processo de deterioração não tinha entrado. Está claro ou não?
E ele continua:
[Palavras de Dr. Plinio]: E, portanto esta idéia de decadência de algum modo, não digo que desmentida, mas em alguma [proporção?], não inteiramente, contrabalançada ou compensada por esta noção de algo de uma profundidade, que pega onde a gente vê que nem tudo se reduz ao processo de deterioração, porque se fosse um processo de deterioração não haveria isto.
Exatamente. Há um sinal de progresso aí, um progresso sui generis, mas um progresso que é preciso saber ver, porque progresso existe. É um progresso pardacento que não produz nenhum fulgor de entusiasmo, é um progresso que não impede que eles fiquem de todo pardo, mas é um progresso que se opera numa região que de um ponto de vista é mais profundo da alma. Porque você compara nossa situação atual com a situação de 67. Uma série de coisas que hoje se diz e aceitam, em 67 trariam dúvidas.
Não sei se está claro. Parece que não, o senhor tem ainda alguma dúvida a respeito de algo. Diga, diga à vontade.
(Alonso: Não, é que me parece o seguinte: o que restou de fidelidade que o Sr. Dr. Plinio viu estava no fundo da alma do senhor, não estava em outro lugar.)
Não. Eu me lembro perfeitamente da conversa, em nenhum momento ele fez alguma afirmação nesse sentido. Depois a gente tem amor próprio, e se tivesse feito alguma afirmação a meu respeito eu não teria me esquecido. Mas não me lembro não.
(...)
(Paulo Martos: Eu queria sugerir cantarmos o "Magnificat" por Nossa Senhora ter misericórdia de nós e pelo senhor não ter quebrado.)
Eu não ter quebrado não, nessa época eu quebrei, ouviu, senhor?
(Aparte: O senhor não quebrou, Sr. João.)
Não, não, nessa época aí eu estava quebrado. Eu estava com tuberculose e não sabia. [Risos] Eu estava arrasado.
(Aparte: Sim, mas a alma não quebrou.)
*
"Jour-le-jour" 16/12/96 - Ao ouvir a fita fica muito claro que, logo depois que JC fez um comentário a respeito das relações entre NSJC e o Padre Eterno, suas bases “sublinharam” a frase, no sentido de que, quem vê a JC, vê a Dr. Plinio. Daí os aplausos calorosos:
[Nosso Senhor Jesus Cristo] é substancialmente igual ao Pai, porque é Deus. Ele tem uma Pessoa só, então essa Pessoa une a natureza humana e a natureza divina, e Ele enquanto homem...
Por isso é que São Filipe pergunta a Nosso Senhor depois da Santa Ceia:
-- Porque não nos mostra o Pai?
-- Mas, Filipe, depois de todo esse tempo que eu estive entre vós, vós ainda perguntais como é o Pai? Pois quem me vê, vê o Pai. [Aplausos]
Isto está no Evangelho. Eu acho bonito que os senhores se encantem por uma frase que está no Evangelho, mas está no Evangelho, Nosso Senhor diz isso.
*
No libelo "E Monsenhor Lefevre vive?", p.131, Patrício Amunátegui apresenta a JC como salvador de todas as TFPs, pessoa ponderada, prudente e de heróica paciência:
Nos meses subsequentes à morte de nosso Pai e Fundador, o Sr. João Clá conduz brilhantemente todos os assuntos referentes ao “estrondo” da Espanha, salvando assim não só a TFP espanhola da destruição, como todas as TFPs, pois o SDP havia comentado que se o caso espanhol não nos fosse favorável, rebentaria um “estrondo” internacional.
(...) O Grupo só não virou pó devido à ponderação, prudência e heróica paciência dele?
*
Estribilho de uma canção interpretada pelos correspodentes da Espanha a JC:
En Ud. vemos la herencia
Que el Dr. Plinio dejó;
Es Ud. su “alter ego”
Eco de su corazón ...
Gracias a Doña Lucilia!
Pues Ella nos alcanzó
Que al ir al cielo su hijo
Nos quedara el Sr. João
Conversa na Saúde, 21/12/94 - Palavras de agradecimento a JC pelo papel que este teria tido nas cerimônias realizadas em dezembro de 1994:
(Frizzarini: Não seria propriamente uma pergunta, Sr. João, mas seria um agradecimento, porque evidentemente que nós todos aqui sabemos que se não fosse tudo que o senhor tem feito, tudo que o senhor fez, todo o empenho que o senhor dedicou...)
Se não fosse existir a pessoa dele não tinha nada feito.
(Frizzarini: Isso é evidente, porque senão não teria sido feito nada do que foi feito, que foi evidentemente para ele. E nós sabemos bem que o senhor vai dizer que foi a graça, que foi Nossa Senhora, que jamais sairia alguma coisa se não fosse por aí. Mas...)
Não, sabe o que eu vou dizer? É que é obrigação de cada um de nós. Cada um de nós tem essa obrigação.
(Frizzarini: Nós temos isso bem presente e sabemos sobretudo que se não houvesse o senhor que estivesse em cima e que estivesse pedindo e cobrando isso jamais sairia.)
[Aplausos]
(Frizzarini: Uma coisinha só rápida, um contra-argumento porque eu sei que o senhor vai dizer que... das outras vezes...)
Não, eu vou dizer a verdade.
(Frizzarini: Porque é evidente que o senhor pode dizer que foi Nossa Senhora que escolheu e que foi Ela que fez tudo, mas que nós vemos que Ela foi Quem escolheu o senhor.)
Eu acho que a situação é um pouco mais dramática do que essa. Se tivesse escolhido só a mim já seria um desastre. Eu acho!
Eu acho o seguinte: é que Ela escolheu a cada um de nós, e cada um de nós deve ser uma trombeta incessante...
(Paulo Jorge: Exatamente, é só uma.)
Não é só uma não. Cada um de nós deve ser uma trombeta constante, permanente, insistente, e a ponto de furar os tímpanos: "Tem que ser, tem que ser, olhe para ele, olhe para ele, olhe para ele. Ele, ele, ele, ele, ele. Olhe, e tal outra coisa, e tal outra, e tal outra". Cada um de nós.
(Frizzarini: Este e. M. não é da fanfarra e não vai dar uma precisão a respeito de música que o senhor bem melhor saberá dizer, mas que todas as trombetas não fariam nada se não houvesse um maestro que regesse...)
[Aplausos e exclamações]
[O Sr. João faz som de sineta com a boca]
(...)
(Lauro D.: Está vendo, é o senhor que nos mantém, Sr. João.)[Risos])
(...)
(Tokura: Completando o que o Sr. Frizzarini disse, renovando também o pedido, se o senhor pudesse rezar, como já estamos na "Bagarre" falta a "Bagarre" sangrenta mesmo, se nós nos dispersarmos ou alguma coisa acontecer conosco, talvez o ano que vem, talvez até o final desse ano, nesse dia mesmo, não esteja mais ninguém aqui nessa casa, estourou a "Bagarre", pedir ao senhor que rezasse para que nunca nós nos separássemos.)
*
"Jour-le-jour" 26/9/95:
(Carlos Alberto: O senhor desculpe, mas nós estamos numa hora trágica e (...) eu tenho medo de ser ingrato a Nossa Senhora. Se não fosse o apostolado que o senhor tem feito nestes últimos dez dias, eu estava desesperado. E eu estou notando uma serenidade que muita gente deve, como eu, estar sentindo. Eu acho que é uma graça que Nossa Senhora está dando e por seu intermédio. [ininteligível].)
Corrija um pouquinho o que o senhor disse: é por intermédio dos textos de nosso Pai e Fundador que chegam de modo inesperado aqui na reunião. Aí não tem dúvida!
(Carlos Alberto: Mas o que eu queria dizer é o seguinte: é que essa ação [ininteligível] textos de nosso Pai e Fundador está livrando muita gente de...)
[Aplausos]
[Carlos Alberto não consegue terminar a frase devido ao estouro de aplausos.]
(Carlos Alberto: Só para terminar... E portanto, é evidente que é uma ação da graça, e se o senhor não correspondesse a essa graça, o senhor seria infiel. É uma graça que vem pelo nosso Pai e Fundador. Mas o principal agora é a serenidade, a paz e a confiança com que o senhor diz. Mas [ininteligível] cheio de serenidade, paz e confiança. Portanto, é uma graça [luciliana?].)
Bem, eu acho que o senhor tem razão, desde que o senhor corrija. Porque eu aqui não faço o papel senão de leitor.
Dirigindo-se a JC numa reunião (6/3/96), Pedro Paulo lhe disse:
Uma pergunta um pouco indiscreta que eu vou fazer aqui agora um pouco de público. O senhor nos conhece a todos mais do que nós mesmos.
*
Reunião na Saúde, 8/10/96:
Nesses CCEE que passaram pelo São Bento esse fim de semana aí, um correspondente "X", olhou bem assim para mim e disse:
-- O senhor pode olhar nos meus olhos?
-- Sim, o que é que há?
-- O senhor pode me dizer se eu tenho algum pecado oculto?
*
Grafonema de André Dantas para Marcos Faes, 19/11/96, p.14, difundido pelo mundo inteiro:
O Padre Silveira afirma que muitas moças tem dito a ele: “o Sr. João me disse que meu defeito capital é este; minha luz primordial é tal; minha vocação é tal, etc.”
*
Soror Maria Dolores de la Cruz, religiosa do Convento de Nossa Senhora do Bom Sucesso, de Quito, em carta a seu irmão, o Sr. Luis Criollo, de 13/2/98, narra que, quando o carismático foi para Equador, entre janeiro e fevereiro de 1998, seus adeptos equatorianos e os que o tinham acompanhado desde o Brasil “casi a cada paso lo fotografiaban y lo filmaban”; aclamavam-no ao entrar e ao sair do convento; e aproveitaram a ocasião para propagarem a devoção a ele, repartindo suas fotografias às freiras e sustentando que ele tinha “discernimento dos espíritos”.
Para André Dantas, todos os adversários de JC estariam para JC como os protestantes estão para a Igreja Católica:
É curioso, mas os revoltosos vivem dizendo: ‘é preciso nós termos união em torno do SDP, não em torno do Sr. João’. Mas atualmente eles estão unidos precisamente em torno do Sr. João. Eles vivem de pensar o dia inteiro no Sr. João, para odiá-lo. É exatamente o que se dá com os protestantes, que vivem de combater a Igreja Católica.
(Cfr. Grafonema de André Dantas para Marcos Faes, 19/11/96. p.13).
*
A respeito do distanciamento entre a TFP Norte-americana e JC, André Dantas diz:
As mesmas pessoas que antes (...) aclamavam o Sr. João num como que ‘Domingo de Ramos’, agora estão a ponto de exclamar ‘Tole, tole, crucifige!’ (Cfr. Grafonema de André Dantas para Marcos Faes, 25/10/96)
Para um dos adeptos de JC, as respostas que seu chefe deu, numa reunião para os moços da Saúde, foram de tal maneira acertadas, que pareciam emitidas, não só pelo SDP, mas pelo Espírito Santo - Conversa com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 20/9/95:
(Baggini: Todo mundo ontem percebeu, o Sr. falando da graça, as respostas que tínhamos na Saúde, percebíamos que as perguntas feitas ao Sr., se fossem respondidas pelo Senhor Doutor Plinio, seria por assim dizer tais quais, porque nós percebíamos (...) Impressionou as respostas rápidas que o Sr. dava. Era de uma síntese que dizia: isto aqui é o Espírito Santo porque, na situação em que o Sr. está e a resposta que o Sr. dava era quase que [ininteligível] porque de tal maneira Nossa Senhora nos deu, com as luzes que tem dado, que só pode cada vez mais dar confiança nEla.)
*
Ramón León sustenta a mesma tese. Referindo-se ao apostolado de seu senhor, disse que é “inegavelmente inspirado pelo Espírito Santo” (Cfr. "Quia nominor provectus", p.114)
*
Na missa do 3/10/97, segundo aniversário do passamento do SDP, celebrada na igreja da Consolação, “um apóstolo da Saúde disse a um apostolando, apontando para o alto, em direção ao Sr. JC, que estava no coro do templo: ‘olhe lá o Espírito Santo’.
(Cfr. carta do Sr. Francisco Machado para Dr. Caio, de 6/10/97).
Reunião na Saúde, 20/5/97:
(Aparte: Será que o senhor poderia explicar o que é o Segredo de Maria?) [Risos]
Ele quer que eu explique aquilo que São Luís Maria Grignion de Montfort não conseguiu entender...! [Aplausos]
(Aparte: O senhor entendeu, não é, Sr. João?)
Para o Pe. Olavo, JC, “as instar” de S. Luiz Grignion de Montfort, “foi incompreendido, perseguido e tolhido com grave prejuízo de sua missão e do bem das almas”.
A passagem de JC “por nossas capelas e nossos fiéis deixou um rasto luminoso de frutos sobrenaturais”. É verdade que houve excessos nas manifestações de entusiasmo pela pessoa de JC (nas apresentações da fanfarra e do coro no Norte Fluminense); mas foram menores que os excessos que houve outrora no velório de Santa Rosa de Lima, nas exéquias de S. João Berchmans e por ocasião dos funerais de Santa Margarida Maria Alacoque. “Certa excitação, torcida, correrias, etc.”, não pode absolutamente ser atribuído a JC. “O temperamento trepidante de inúmeros jovens e adolescentes, a aglomeração enorme, eram próprios a explicar essa excitação”.
(Cfr. grafonema de André Dantas para Marcos Faes, 19/11/96, pp.1,2).
*
Segundo André Dantas, pode se afirmar, com muitíssima verossimilhança, que “a nossa história se parece muito mais com a de S. João Bosco e a do Beato Miguel Rua”.
(Cfr. Grafonema de André Dantas para Marcos Faes, 25/10/96, pág.20).
"Jour-le-jour" 30/12/96:
(Aparte: Eu tive um sonho no dia 23 à noite. O Senhor Doutor Plinio dava a última reunião da sua vida. Eu perguntei ao Sr. Dr. Plinio: "Sr. Dr. Plinio, dê-me uma jaculatória". O Sr. Dr. Plinio disse: "Da. Lucilia, protetora do Sr. João, rogai por nós".)
GRAFONEMA PARA O SR. CÉLIO CASALE - TORRE DA ANGÉLICA
* * * CONFIDENCIAL * * * REM: JOSÉ MARIO - LISBOA, 8 DE MAIO DE 1997.
Às tantas [enquanto JC estava dando uma reunião] Don Pedro Paulo interrompeu e foi comentado que por cima da sede SPA enquanto PF fazia a reunião apareceram 3 arcos-iris, sendo que um, bem por cima da sede e não da forma costumeira, como estamos habituados a ver, mas sim em forma de auréola na horizontal. PF comentou que não quis sair para ver pois atrapalharia toda a reunião...
GRAFONEMA PARA: Sr. Joao Cla
Remete: Walmir¯
IMPRESSIONANTÍSSIMO IMPRESSIONANTÍSSIMO IMPRESSIONANTÍSSIMO
************ C O N F I D E N C I A L ************
Torre da Angélica, 30-05-1996 - 12:37 PM
Caríssimo Sr. Joao
Salve Maria!
Encontrando o sr. Leonardo Haddad em São Carlos, este me disse que havia sonhado com o sr. Doutor Plinio e o sr. há um tempo atrás... e que não tinha contado a ninguém (entrava uma certa humildosa).
Pedi para que contasse e pareceu-me tão impressionante e "dicedor" que insisti no sentido dele relatar por escrito ao Sr.
Três dias depois ele disse ter tido um outro sonho e entregou-me um papel com os dois, relatados por escrito, que datilografei e remeto agora ao Sr.
Esses sonhos só vêm reforçar uma convicção que todos temos.
Recomendando-me às preciosas orações do sr. junto a Nosso Pai e Fundador e a Senhora Dona Lucilia - que habitam no coração do senhor - e pedindo 2 milhões de recomendações, despeço-me,
In Iesu et Maria.
Walmir
PS- Contei o 1° sonho a alguns e talvez já tenha chegado aos ouvidos do sr.
28/5/96
PRIMEIRO SONHO
(o sonho que segue deu-se, mais ou menos, a uns 50 dias)
Um Sonho, Uma ajuda!
Estava com grande desejo de ter um contato com o Sr. Dr. Plinio. Ouvia falar de sonhos, aparições, etc, mas ficava quase só com o desejo e... nada...
Após uma reunião do Sr. João Clá, na qual comentava os sonhos, ele disse: - O Sr. pode e deve pedir para sonhar com Nosso Pai e Fundador... guardei o conselho.
À noite, após rezar as orações, oscular as relíquias, etc, o último ato de piedade foi o de oscular o quadro de Meu Senhor e fazer o seguinte pedido: - Dai-me a graça de sonhar convosco. Adormeci... e ele me atendeu.
Sonhei que estava no Eremo de S. Bento, no andar superior do Prédio Velho, onde estão a Sala Nova, a Sala do Troneto e o quarto de Nosso Pai e Fundador.
Eu andava por lá à procura do Sr. Dr. Plinio e pensava:
Será que o Sr. Dr. Plínio estará na sala de Nossa Senhora de Paris? Fui para lá.
Chegando, veio ao meu encontro o Sr. João Clá. Eu lhe disse: - Estou procurando o Sr. D. Plinio.
E sai na direção do quarto e ao entrar, novamente aparece o Sr. João e eu lhe disse:
- Não, eu quero o Sr. Dr. Plinio.
E sai na direção da Sala do Trono e pela terceira vez encontrei o Sr. João. Neste momento eu lhe disse:
- Eu quero o Sr. D. Plínio.
E fiquei olhando para o Sr. João que estava de hábito, em pé e me fitando. Como era já a terceira vez eu pensei:
O que o Sr. Dr. Plínio quer me dizer com isso? Senti uma mudança sensivel, e pedi licença para abraçá-lo e pôr a cabeça em seu coração.
Estando com minha cabeça junto a seu coração disse em voz alta:
- Senhor Doutor Plinio que habitais o coração do Sr. João, Salve Maria Sr. D. Plinio!
Ouvi então a voz de Nosso queridíssimo Pai e Fundador sair do coração do Sr. João, me respondendo:
- Salve Maria meu filho!
Fiquei impresionado e pensei... se está o Pai está a Mãe:
Disse mais uma vez em voz alta:
- Senhora Dona Lucilia que habitais o coração do Sr. João, Salve Maria Senhora Dona Lucilia!
Ouvi uma voz que julguei ser a dela: - Salve Maria! Neste momento acordei, passei a mão no rosto e vi que estava banhado em lágrimas, chegando até a molhar o traveseiro.
Após este sonho que se deu mais ou menos no dia 8 ou 10 de abril de 1996 sinto muito a presença deles no meu queridissimo Senhor João Clá e crescendo no amor, confiança, devoção a ele, Sr. João, para crescer no amor ao Sr. D. Plínio e a Senhora Dona Lucilia.
SEGUNDO SONHO26/05/96 PARA 27/05/96Um outro Sonho!Sonhei que estava numa sede onde se dava o velório de um membro do grupo. Aproximei-me do cadaver e reconheci-o: Era o eremita servidor Leoilson.
Ouvi alguém comentavar que ele tinha um problema, pelo qual não estava morto, mas apenas paralisado, e bastaria se mover um pouco sozinho, para sair daquela situação, pois se fosse enterrado assim, poderia acontecer de acordar em baixo da terra.
Ao ouvir isso - estando próximo ao caixão - pensei ;
- A Santidade do Sr.Dr. Plínio não é contestada dentro do grupo. A Santidade da Senhora Dona Lucilia também não e contestada dentro da grupo. A Santidade do Sr. João Clá talvez seja contestada por alguns. Por que não rezo ao sr. João pedindo sua ajuda?
Neste momento o eremita servidor se moveu no caixão. Fiquei muito contente e fui correndo contar ao Sr. João Clá o fato e pedindo autorização para contar aos outros. O Sr. João disse-me!
- O fato que aconteceu pode, conte.
Voltei à sala onde estava o cadaver e comecei a chamar a todos, para contar o ocorrido, e quando repeti que a Santidade do Sr. Dr. Plínio não era contestada no grupo, nem a Santidade da Sr.D. Lucilia era contestada, e que alguém poderia querer contestar a Santidade do Sr. João, rezei então por ele neste momento de contar o fato e o cadaver se moveu novamente.
Não lembro se se levantou do caixão, pois neste momento entrou na casa o Fabio, eremita servidor, e eu acordei notando que saia de um profundo sono.
Neste momento chamei por ele com a intenção de contar-lhe o que acabava de acontecer, mas resolvi não fazê-lo.
Ele então me disse:
Acabo de rezar ao Sr. Dr. Plínio e a Plínio Fernando e eles me ajudaram de uma forma impressionante...
*
Relato de um sonho de Jano Aracena, encontrado num dos computadores da TFP que os joaninos usavam na “torre da Avenida Angélica” (a data que figura no arquivo respectivo é 5/5/97):
El suenho de la noche pasada se dio ciertamente despues de las cuatro de la manhana esto porque siendo ayer domingo, luego del jantar que fue pizza, por medio de las tres de la manhana sentï sed y me levantë para tomar un poco de agua, tambien porque percibiendo ya falta de suenho, habïa decidido leer un poco del tratado sobre la Oracion comentado por NPF.
Realicë las dos cosas y habiendo leïdo una media hora retornë a descansar, no tardë mucho en reconciliar el suenho y lo cierto es que sin ser EM muy abundante en suenhos, (por el contrario muy raras veces y ni siquiera los recuerdo despues), së que a las tantas vï al Sr. Joao que iba a sentarse en una silla que estaba contra una pared, mas o menos como en un lugar similar al que ocupa cuando dã las reuniones en la Saude, mas me parece en altura normal y ocupando una de las tres sillas que estaban colocadas en fila, (las tres). Fue a sentarse en la que estaba colocada mãs a la puerta, y en el instante siguiente comencë a prestar atenciõn en sus palabras, së que me encontraba arrodillado mirando para su rostro. El sr. Joao iba haciendo comentarios sobre las mejoras que se habïan ido haciendo en materia de aparatos de grabaciõn, dando a entender que de esta manera aprovecharïamos para escuchar las palabras de NPF. Hacïa cierto ënfasis de que todas las cosas que fuesen hechas en torno del SDP siempre deberïan hacerse lo mãs perfecta y fidelïsimamente posible.
Iba discurriendo sobre esto que durõ mas o menos un minuto o dos, y se dirigiõ con la mirada y la expresiõn a una de las sillas diciendo mas o menos las siguientes palabras: "lo que no es posible es que esta cadeira no estë siendo ocupada fïsicamente por El". Terminaba de decir estas palabras y quedõ mirando para frente y un instante mirando para EM con la expresiõn de que no terminaba de entender algo al mirarme. Era lo mãs cierto pues mirando directamente EM para el rostro del sr. Joao quedë alelado y estãtico, era como que una adormecimento recorriese la columna y me dejase con la expresiõn muda sin poder dirigir palabras ni moverme lo mãs mïnimo para expresarme ni siquiera por gestos, era como que un escozor recorriese la columna, pues mirando para el rostro del sr. Joao, como que veïa a travez de el o como que si no existiese la parte fïsica del sr. Joao una luminosidad, claridad y brillo como nunca vï o imaginë, al sr. Dr. Plinio, todo esto durõ un instnate que podrãn ser unos segundos, mas me impresionõ enormemente ver a NPF, que estaba como digo con una luz, revestido del Manto Sacralïsimo que es Su Habito mas la fisonomïa con una energïa y vitalidad impresionantes. Fue como si fuese una apariciõn que fue creciendo en intensidad hasta llegar a un zenit, para en el instante siguiente irse diluyendo rãpidamente, me parece aün que NPF iba profiriendo palabras marcadas con ënfasis mas cuyo sentido no alcancë ni siquiera a escuchar, solamente lo vï.
Digo que veïa al sr. Dr. Plinio mas no veïa al sr. Joao, o lo veïa a travez de ël, como que si el sr. Joao quedase invisible o transparente pues era en el mismo lugar o a poquïsima distancia detrãs que antes ocupaba el sr, Joao al sr. Dr. Plinio.
En el instante siguiente veïa la fisonomïa del sr. Joao que veïa tal vez el esfuerzo que procuraba EM emplear para explicarle lo que acababa de ver mas que como dije no conseguïa articular.
Fue asï que con esa impresiõn fuertïsima me despertë creo que enseguida pues el suenho consistiõ en eso. La impresiõn que tuve fue de que era una cosa tan real que sentïa aün la inmovilidad fïsica y ese escozor en toda la columna que no me dejaba mover, impresiõn sõlo tal vez o imaginaciõn mïa?... El pensamiento que vino en seguida era que eso se trataba de una senhal clarïsima de que quien vë al sr. Joao estã viendo al propio sr. Dr. Plinio que de esa manera visiblemente se manifiesta, de ahï a decir que no sõlo lo vemos a travez de ël mas que lo vemos en ël o que por asï decir se "transfigura" en El... con la certeza de que el corazõn late al unïsono en el.
Por ello digo que este suenho fue como que una confirmaciõn y sustento en esta lïnea y una Gracia gratuita e inmerecida de NPF para un hijo Suyo.
"Em Defesa", (segunda edição, Artpress, São Paulo, 1983, p.243):
Quando se aproxima de certos ambientes católicos alguma figura de certo relevo, são por vezes tantas e tais as manifestações de prazer que, antes mesmo de se ter procedido a indagações e provas que a prudência impõe, já o neófito está canonizado! E, às vezes, essa “aproximação” é puramente ilusória: um ato, uma palavra, uma meia palavra até, já é prova de uma conversão autêntica e duradoura, que merece imediatos e ardentes aplausos, e a concessão de foros de catolicidade insuspeita e total.
Fax de Domínguez para JC, 22 de maio de 1998 (encontrado no porta-luvas de um dos automóveis usados pelos joaninos no dia 16/11/98):
Acabo de receber um interessante relato de uma visita feita por Dona Maria Maragno a duas senhoras contatadas na campanha do livro ‘Fátima, aurora do terceiro milênio’. Portanto, pessoas que não conhecem nada do Grupo. É curioso como uma delas diz que o Sr. tem um plano de união e no entanto não entende o que isso queira dizer. Transcrevo o texto, quase literalmente, corrigindo apenas a pontuação e certas concordâncias gramaticais:
Visita a Dona Aureni e sua mãe [Dona Gertrudes] que tem 82 anos. Esta senhora enxerga muito pouco, pois é quase cega. Nós mostramos o livro ‘Fátima, aurora do terceiro milênio’, abrimos as páginas e paramos na foto do Sr. Dr. Plinio. Ela ficou olhando a foto, e começou a falar sobre ele.
Ela disse que ele tinha um olhar triste e preocupado, pois ele não conseguiu completar o que ele tinha em mente, uma missão. Ele morreu sabendo que faltava alguma coisa. Ela disse que ele nasceu com um dom maravilhoso. E sem que se perguntasse ela disse que ele foi direto ao Céu.
Como nós ficamos contentes com o que ela disse, resolvemos mostrar a foto do Sr. João Clá. Ela disse que ele é um lutador. Ele gosta de falar para o povo as palavras de Deus, gosta de ensinar. Mas ele não é igual ao outro (que era a foto do Sr. Dr. Plinio). O outro é muito mais que ele. Ela disse que o Sr. Dr. Plinio nasceu com o dom e o Sr. João Clá criou o dom.
Perguntamos se ele ia vencer esta luta. Ela disse que sim, a vitória seria dele.
Isto foram palavras desta senhora, mãe de Dona Aureni, depois a Dona Aureni pegou o livro e fez uma oração. Nós vimos lágrimas correndo pelo rosto dela e ela nos disse que a tristeza [em] que ela estava quando chegamos desapareceu depois que ela pegou o livro e rezou. Ela disse também que no túmulo do Sr. Dr. Plinio as pessoas recebem muitas graças, que tem pessoas que quando chegam no túmulo sentem um abalo, de tão grandes que são as graças, e as pessoas recebem milagres ali.
.............................. disso, não foi comentado nada sobre a Consolação. Nós ficamos também bem surpresas com tudo isso.
Dona Aureni falou do Sr. João Clá, que ele tem muita força de luta e que ele tem um plano. E esse plano é um plano de união. Ela disse que não sabe o que é isso, mas ele quer união.
Perguntamos também a ela como estava o Sr. Dr. Plinio no túmulo. Ela nos disse: do mesmo jeito. Quem foi fiel a Deus, como ele, a terra respeita.
O Sr. Gioffi falou posteriormente com uma das senhoras CCEE que também estivera presente na visita, e enviou mais alguns detalhes.
São duas senhoras muito humildes, não conhecem nada de nossas coisas. A filha é solteira, reza bastante, é piedosa, chegando a fazer vigília até 3 horas da madrugada. Os vizinhos a consultam, apresentam fotos para ela rezar.
Recomendando-me às orações do Sr. e pedindo-lhe a benção, despeço-me
In Jesu et Maria,
Dominguez
*
Fazendo parte do mesmo bloco de papel do fax acima transcrito, há mais comentários a respeito de JC (segundo tudo indica, de outra vidente, de língua hispana):
Entonces le mostraron una foto del Sr. João y ella dijo:
Este hombre tiene una luz muy fuerte. De todo lo que él habla, 60 o 70% no es de él. El no está alli por acaso (nadie le habia hablado nada sobre la posición del Sr. João en el Grupo). El no está alli por acaso, él tiene fuerza par atraer las masas, para atraer mucha gente. Yo veo por su cabeza que él es especial, él tiene una cabeza de profeta.
Después mostramos una foto del Sr. João de hábito. Ella miró y dijo: él está vestido con los tres colores. Rojo es la fuerza; blanco, la vida; y el negro (la foto estava un poco oscura y ella pensó que el hábito fuese negro, pero se comprende) es la muerte. Él tiene los tres colores. Y ese hombre tiene mucha fuerza, mucha fuerza. Y 70 % de lo que habla no es de él.
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 1/4/96:
O cerne duro do Grupo está aqui, (...) as coisas todas aqui nos dois êremos são muito mais bem levadas do que noutros lugares [da TFP].
*
"Jour-le-jour" 1/12/96, parte II – JC prestigia ao “raposão” como uma das pessoas que tinha “mais intimidade” com Dr. Plinio e “muito comunicativo”:
Este tema é um tema de 1987 (...). O Senhor Doutor Plinio está num almoço em Serra Negra, ele passava uns períodos em Serra Negra para tocar alguns trabalhos. Eu tentei forçar a memória para me lembrar o que é que ele foi fazer em maio de 87 em Serra Negra e não consigo me lembrar exatamente. (...) O que é certo é que ele às refeições chamava alguns que estavam por ali presentes, algumas pessoas que tinham mais intimidade. Lembro-me de muitos almoços e jantares em que o próprio Dr. Antônio Augusto Lisboa Miranda ali se encontrava.
Neste em concreto não me lembro que estivesse, porque como o Dr. Antonio Augusto é muito comunicativo não aparece o nome dele aqui, de modo que não devia estar mesmo, senão teria aparecido com certeza.
*
"Jour-le-jour" 19/2/97:
Um grande professor, mestre de religião, no Colégio Santo Inácio do Rio, nós temos aqui, Dr. Antônio Augusto Lisboa Miranda.
*
No começo do "jour-le-jour" 23/2/97, período da manhã, JC tinha vários temas para tratar, mas deixou a escolha nas mãos do “rapozão”:
Separei três temas para os senhores escolherem. Um é sobre a Sra. Da. Lucilia, o modo de ela ser dadivosa, e é uma CSN. Outro é um EVP em que o Sr. Dr. Plinio fala sobre a sacralidade, "tal enquanto tal". E outro é uma Hipoteca em que o Sr. Dr. Plinio trata a respeito do flash.
Eu mesmo fico na dúvida, não sei... Dar as três é impossível, dar as três começamos agora e sairemos daqui às cinco da tarde.
(Todos: Fenomenal!)
Por que assuntos entramos? Dr. Antônio Augusto?
(AALM: Sacralidade, para dar continuação.)
Sacralidade. Está bom, vamos lá.
O seguinte trecho vem precedido, no texto respectivo, por este epígrafe: “Certeza moral do Sr. João Clá e também de nosso Pai e Fundador de que, se por desgraça algum deles tivesse cometido um pecado mortal, Nossa Senhora lhe tirava a vida”
Eu ainda outro dia estava me lembrando disso: que nós estávamos os dois sozinhos conversando e eu estava dizendo para ele o seguinte:
-- Não sei por quê, pode ser que eu me engane, o senhor poderá me confirmar ou não, mas a minha impressão é a seguinte: se eu tivesse a desgraça de cometer um pecado mortal Nossa Senhora me matava.
Ele olhou para mim e disse:
-- Quer que eu lhe diga uma coisa? Isto é tanto assim, que esse pensamento eu já tive várias vezes a meu respeito. Se eu não correspondesse à graça e cometesse, por infidelidade, um pecado mortal, Nossa Senhora me tirava a vida.(Cfr. reunião na Saúde, 25/6/96)Logo, como JC ainda está vivo, não cometeu nenhum pecado mortal ... Note-se no epígrafe que primeiro é mencionado JC e depois Dr. Plinio.
*
Ao que parece, eximindo-se de qualquer deslize no tocante ao apostolado com mulheres, JC, em carta de 18/10/96 dirigida ao Sr. LA Fragelli, fala de “minha honra de varão íntegro em sua virgindade”.
(Cfr. grafonema de André Dantas para Marco Faes, 25/10/96, p.46)
"Jour-le-jour" 17/1/96:
Eu tive uma conversa com [o SDP] no Êremo do Amparo de Nossa Senhora, foi uma conversa de duas horas em que ele abriu a alma dele a respeito de uma série de assuntos, e que mostrava, pelo fato dele ter me dito o que ele me disse, que ele me depositava confiança. Eu fiquei pasmo, eu disse: "Puxa, mas como é que este homem com esta grandeza me conta essas coisas?"
Mas diz respeito a outras pessoas inclusive, e aí, segundo as leis da moral, eu não posso contar, porque as pessoas... enfim, não dá para contar.
Ele disse: "Eu não sei o que vai acontecer comigo. Eu quero que você fique conhecendo isto para se algum dia for preciso depor num juízo canônico ou em alguma parte onde é preciso que haja uma testemunha, você pode dizer que eu lhe contei isto assim".
*
Menos de um mês depois, no "jour-le-jour" 8/2/96, JC insiste:
Foi isto em que ano? Não foi três, quatro anos atrás não.Foi em Amparo, o Sr. Dr. Plinio estava em Amparo, e uma manhã ele reservou para tratar comigo um assunto X. Levou duas horas para tratando comigo esse assunto X.
(...) Mas não tem uma relação com a Bagarre, eu acho que tem uma relação com tudo. Tem relação com o futuro, com o presente e com o passado.
(...) O Sr. Dr. Plinio nunca em minha vida me deu uma prova de tal confiança como ele me deu [esse dia], porque ele me disse coisas que realmente são coisas que mostram uma confiança da parte dele em mim extraordinária.
Mas eu não posso dizer o que é.
(...) ele deu uma prova de confiança realmente extraordinária contando coisas que são de arrepiar, mas que eu não posso contar.
*
Reunião na Saúde, 18/6/96:
(Constantino: Eu ouvi dizer que, pela intimidade que o senhor tinha com o Sr. Dr. Plinio, quando o senhor se despedia dele o senhor osculava o peito do Sr. Dr. Plinio.)
Não, não, isto... Enfim, eu conto envergonhado, mas já que a pergunta dá vazão a isso, dá margem a isso...
Eu via que a sede de toda a sabedoria dele estava na cabeça, então -- me passou pela mente de enjolras -- eu cheguei para ele e pedir se não podia oscular a cabeça dele. Ele me disse:
-- Eu não posso permitir isso porque eu quero algum dia, sendo posto na parede, poder dizer que eu nunca permiti que alguém me osculasse a não ser minha mãe.
Eu entendi a coisa e respeitei. Mas respeitei até o momento em que ele foi parar no hospital na época do desastre, porque aí ele estava meio desmaiado e eu osculei três vezes a cabeça dele.[Aplausos]
Eu acho que da eternidade ele me perdoa. Eu estou contando porque agora ele já sabe. [Risos]
Reunião na Saúde, 10/10/95:
No outro dia eu estava meio assim com o coração apertado --foi anteontem isso--, e na hora do Angelus eu fui rezar o Angelus. Quando eu vou para a capelinha da torre, olho e vejo o Quadrinho --aquele que esteve com o Senhor Doutor Plinio durante [a permanência] no hospital, pintado pelo Sr. Buzzarelo--, eu olho para o Quadrinho: está todo ele dourado-vermelho. Eu pensei: "Puxa, será que alguém acendeu um spot-light nesse meio tempo? Ligou um spot-light aqui?" Comecei a olhar e era o sol que estava se pondo e que batia no vitral e iluminava só o Quadrinho.
Então, ao mesmo tempo que me vinha uma apreensão de como vão ser as coisas, como é que nós vamos ter que tocar isso, [vinha] uma calma, uma serenidade, uma tranqüilidade, uma presença dele tão grande, tão grande que eu sentia que muita coisa que eu fazia, não era eu que fazia, mas era ele. [Exclamações.] Então a segurança.
*
Reunião para a Saúde, 7/11/95:
(A. Tavares: Certa vez o Senhor Doutor Plinio concedeu ao senhor umas seis ou sete graças, ligadas a uma relíquia. Pergunto: Primeiro, se o senhor pudesse dizer quais são essas graças e dizer alguma coisa sobre elas).
O Senhor Doutor Plinio fez uma operação em 1967, da qual resultou que lhe foram cortados três artelhos (...) Mas esse material todo restou e hoje eles preenchem cinco caixas de relíquias: quatro de carnes que foram tratadas e uma de puro ossos. Desses ossos, nós conseguimos umas pouquíssimas relíquias. (...)
Eu me lembro que nós estávamos manuseando isto e conseguimos então fazer umas tecas e infelizmente o Senhor Doutor Plinio nem permitiu que passasse para outros. Quando ele soube que nós estávamos com isto, ele segurou e ficamos apenas o Sr. Mário [Navarro] e eu com a relíquia dele em teca.
Então, pedimos a ele que uma vez que nós tínhamos feito a consagração nas mãos dele, que ele então nos impusesse a relíquia, ou seja que com uma corrente, ele nos impusesse no pescoço. Estou com uma outra no pescoço, que também foi imposta. (...)
Então, nós resolvemos pedir a ele uma série de graças, que estivesse condicionada à outorga dessa relíquia. Ele concedeu todas as graças. A primeira era --estou me lembrando-- de poder amaldiçoar os maus em nome dele, com a relíquia dele nas mãos, quando fosse necessário, sobretudo durante a Bagarre; que ele nos concedesse a graça de, ao morrermos, sermos enterrados no túmulo junto com a Senhora Dona Lucilia. Depois vem mais cinco que eu não estou me lembrando.
Ah! É verdade. Que nós pedíamos que assim que ele nos impusesse a relíquia com a corrente, que ele nos concedesse também o duplo espírito dele. Tem mais quatro que não me ocorre no momento. Barbaridade, hein?!
No texto respetivo este trecho aparece com o seguinte subtítulo: “As graças concedidas por nosso Pai e Fundador ao Sr. João: poder amaldiçoar em nome dele, com a relíquia dele nas mãos; o duplo de seu espírito e o ser enterrado junto à Sra. Da. Lucilia”.
*
Reunião na Saúde, 28/11/95:
Quando [o SDP] morreu, (...) tive uma alegria interior extraordinária, e eu tinha certeza absoluta de que ele tinha ido para o Céu, de que ele estava na Visão Beatífica e de que a partir dali eu ia ter um convívio com ele que era mais intenso do que antes. Então eu não faço esforço para ter convívio com ele, e eu não faço exercício de presença dele. Eu vivo assistido por esse sobrenatural e me sinto na presença dele.
Por exemplo, uma fotografia para mim... eu gosto de ter fotografias em quantidade até, mas não acrescenta nada. Ela apenas condensa aquilo que é uma graça. Eu não sei, eu não consigo. (...) Eu estou nessa contingência de ter de entrar na água todos os dias. Está bom, eu entro na água e eu antigamente entrava na água e esquecia a vida. A água é a água e então toma a pessoa completamente. Eu entro na água e estou com ele na cabeça. Ele, ele, ele, ele.
*
"Jour-le-jour" 2/3/96:
(Aparte: Sr. João, o senhor disse que a graça às vezes faz aparecer para glorificar o Sr. Dr. Plinio, outras vezes ele não aparece. O senhor disse que algumas vezes havia se dado isso. O senhor poderia dar um exemplo?)
Não tem dúvida. Por exemplo, pela primeira vez eu tive que falar com o Pe. Victorino. Não o conhecia. Sabia que ele era uma sumidade porque tinham me dito que era uma sumidade. Então tinha que falar com o homem. Eu disse:
-- Meu Deus do Céu!
Eu aí via que era um incapaz, porque em matéria de Teologia eu sabia o quê? Nada, naquele tempo. Hoje eu sei três grãos de areia. Naquele tempo eu não conhecia nada. Palha de arroz. E tinha que tratar com o homem sobre problemas teológicos. Então, pedi auxílio do Sr. Dr. Plinio, pedi auxílio da Sra. Da. Lucilia e fui.
Quando cheguei e tratei com o homem, nós nos entendemos com uma facilidade única. O homem eu vi que gostou da conversa que tivemos e eu percebi perfeitamente de que era uma coisa que não era minha. Ele tinha visto em mim outra pessoa.
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 31/3/96:
Em certo momento [o SDP] chamou o Sr. Poli e a mim, em certo momento de 67. Já estava andando de muletas, já estava próximo da morte da Sra. Da. Lucilia inclusive. No Sr. Poli, na minha frente, ele deu um aperto, mas desses de chiar, de tirar a pele e raspar os ossos.
Depois virou-se para mim -- eu vou dizer para os senhores sem receio nenhum porque é para exemplo dos senhores -- e disse:
- "E você, meu filho, você tem tomado conta da casa mais ou menos como se fosse dono dela, com uma megalice que lhe sai pelos poros, dando ordens, orientando, governando, etc. Saiba que essa casa não é sua, mas é minha. Depois a ponto de ter conversas com mamãe sem limites e cansando-a a mais não poder."
(...)
(Casale: Na Saúde o senhor contou também uns apertos que o Sr. Dr. Plinio tinha dado no senhor.)
Sim.
(Casale: Mas não era esse mesmo tom.)
Não, porque o que aconteceu é que eu fui me corrigindo, não é? (1) Espero, espero. (...) eu agradeço todos os apertos que ele me deu e tenho saudades. Eu gostaria que ele me apertasse ainda muito mais, todos os dias, de manhã, à tarde e à noite, porque para mim foram de uma utilidade única (2). Mas eu não contei todos, eu tive vários outros, eu passei por inúmeros apertos.
Aos poucos o relacionamento meu para com ele foi ficando cada vez mais entranhado, cada vez mais entranhado, e cada vez mais eu fui me sentindo um membro dele de fato, e ele cada vez mais foi me tratando como um membro dele de fato.
Assim como, por exemplo, uma mão escorrega ao se levantar:
- Escorregou? Besta!
O senhor não vai dizer isso, porque é sua mão, e o senhor não vai dar um tapa na sua mão porque escorregou. O senhor nem se põe o problema.
A partir do momento em que eu deixei de ser outro em relação a ele, mas passei a ser cada vez mais algo que era entranhado com ele, isso passou a tomar um caráter de um convívio arqui, arqui, arqui-suave.
Quando muito era uma coisa assim:- Meu filho, tal coisa assim e assim não sei se era o melhor que nós deveríamos ter feito. O que é que você me diz disso?-- Não, o senhor tem razão, é assim e assim. Mas queria explicar para o senhor que tem tal coisa, tal outra e tal outra.
- Ah, bom, isso explica inteiramente e me deixa inteiramente tranqüilo. Então, olhe aqui, uma bênção dupla para você.
Comentários:
Tanto assim se corrigiu desses defeitos que, antes de Dr. Plinio morrer, JC tomou conta da casa de Dr. Plinio como se fosse o dono absoluto e roubou quantidade de bens de Dr. Plinio.
Foram de uma utilidade única, mas não se corrigiu desses defeitos ...
*
Reunião na Saúde, 23/4/96:
(Aparte: Quando os Apóstolos receberam o Pentecostes, São Pedro fez um sermão. Como é a inspiração do Espírito Santo para as pessoas? Nós vemos que o senhor é inspirado pelo Espírito Santo.)
O senhor também! [Risos] Todos nós, não há um aqui que não seja inspirado por ele.
(Aparte: Sim, mas grandes inspirações do Espírito Santo.) [Risos]
Sim, alguns terão mais, outros terão menos, é certo.
[Exclamações]
(Aparte: Como se dá essa inspiração do Espírito Santo? Por exemplo, houve uma voz que disse tal coisa...)
Uma voz interior, ou é...
(Aparte: Ou é o Espírito Santo que enche de amor o coração da pessoa e aí ela consegue dizer tudo o que deve? Como seria? O senhor tinha dito que nós tínhamos de trocar o coração com o Sr. Dr. Plinio.)
E com ela também.
[Exclamações]
(Aparte: Como se deu a troca de corações entre o Sr. Dr. Plinio e o senhor?)
[Aplausos]
Eu rezo todos os dias, sobretudo de manhã e à noite, para que se dê essa troca de corações. Eu não percebi que ela tenha se dado. Agora, eu acho que essa troca de corações quando se der, os senhores vão ficar abismados. Os senhores se equivocam, os senhores verão que vão levar um susto: "Mas como é possível? Impressionante!"
De modo que eu começo respondendo à segunda, para depois responder à primeira, e digo ao senhor isso: que de fato eu não percebo que tenha sido trocado o coração, tanto quanto eu quero. [Exclamações]
Até vou dizer mais (...) Eu quero viver como um filho siamês. O senhor conhece a história dos irmãos siameses, não é? Os irmãos siameses nasceram gêmeos e nasceram ambos colados, lateralmente, um ao outro, e ambos tinham um fígado só. Era um fígado que servia para os dois corpos e não podia separá-los, porque se separasse um morria. Eram duas almas, dois corpos, um só fígado. (...) Mas, enfim, eu quero ser em relação a eles filho siamês em matéria de coração. Ou seja, eu não tenho meu coração, foi jogado fora e eu vivo do coração deles. Aí sim, perfeito. Serão três almas, três corpos, vivendo de dois corações. (...)
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 24/5/96:
(L. Henrique: Lá em Campos [NB: coroação da imagem de Fátima] o senhor começou a falar da graça pliniana...)
É, eu percebi que precisava fazer um fecho arrebatante. É uma coisa curiosa, porque eu tentei preparar a reunião no caminho -- o Sr. Célio deve ter percebido isso, o Sr. André também -- mas estava com a cabeça cansada. Eu estava cansado porque foi uma trombada.
Eu disse:
-- Está bom, esse texto aqui me serve para o mínimo. Se a coisa estiver para fracassar, isso aqui me permite que não fracasse. O texto é útil para não fracassar. Isso aqui mais alguma coisa do álbum da Sra. Da. Lucilia. Então vou deixar, vou pôr nas mãos do Sr. Dr. Plinio, nas mãos de Nossa Senhora e vamos tocar a vida.
(...) Chego no auditório, é aquele teatro medonho, aquele galpão medonho. Eu disse: "Ih, isso aqui vai ser um desastre, meu Deus do Céu!".
Depois uma característica péssima daquele auditório é que ele não tem sonoridade, então o sujeito se sente aplaudindo sozinho. Ele ouve a própria palma, não ouve palma dos outros. (...)Eu disse: "Isso aqui vai ser o fracasso". Comecei a rezar e a reunião manteve-se, ela se manteve, ela pegou. Aí eu disse: "Bom, agora precisa dar um fecho final aqui".
Era uma coisa curiosa: é que na minha cabeça ia passando um filme a respeito do que eu tinha que dizer. E as idéias não eram minhas, eu sentia que era uma coisa que vinha da graça, vinha da intervenção dele, era o que ele diria, era o que ele faria. De maneira que foi uma coisa inteiramente miraculosa. Não acreditem que tenha vindo da natureza porque não veio.
A comparação do Brasil, o Brasil do futuro, etc., era algo que veio de fora.
(Frizzarini: O senhor já sentiu outras vezes esse fenômeno?)
Sim, sim, sim.
(Frizzarini: Com freqüência?)
Sempre que a situação aperta a gente sente.
*
Reunião para CCEE, Belo Horizonte, 3/8/96:
Às vezes a gente está em campanha, tudo está tranqüilo, mas de repente um sobressalto: "Está acontecendo algo! Está acontecendo algo em tal lugar. Estão preparando algo, estão montando algo, estão arquitetando algo para virem por cima de nós". A gente se movimenta, vai até o tal lugar, e encontra que de fato aquilo era assim mesmo.
O que é isso? Uma ação do espírito dele.
Isto me aconteceu inúmeras vezes. Um problema que eu não conseguia resolver, dava a volta, virava de um lado, virava de outro, gira de cá, gira de lá: "Isso aqui não tem jeito, eu vou ter que incomodar o Sr. Dr. Plinio porque não consigo resolver, não dá. Vou ter que expor a ele".
Pede uma hora:
- Sr. Dr. Plinio, eu tinha uns problemas a ver com o senhor. Será que o senhor me concederia um tempo?
- Como não? Não tem dúvida. Olhe aqui, tal hora assim e assim?
Aliás, ele sempre se adaptava à gente, ele dizia:
- Olhe aqui, pode ser amanhã à hora que você queira...[Vira a fita]
- Não, não, escolha o senhor. É o que ficar melhor para o senhor.
Era uma discussão, porque ele sempre queria fazer a vontade do outro (1).
Marcávamos. Quando eu tomava o papel para lhe expor o problema, eu via a solução. E eu chegava a me pôr o problema: "Nossa, eu marquei essa hora com ele e vou perder o tempo dele, porque agora eu estou vendo qual é a solução. Ele vai olhar para mim e vai dizer: Mas você sabendo resolver esse problema por que é que veio me expor?". Eu ficava meio mal à vontade, começava a discorrer, já via toda a solução e ele dizia:
--Meu filho, isso aqui a gente resolve assim.
Era exatamente como eu tinha pensado na hora. Era o quê? O espírito dele na presença dele que agia no meu interior e que me dava a solução do problema. [Aplausos]
(...) O que é isto? União de mentalidades, união de espírito, é quase que uma troca de corações. Não é bem uma troca de corações porque a troca de corações quando se dá, aí ela é estável, permanente e não tem falhas. Enquanto que na união às vezes a gente fica sem saber, às vezes a gente fica meio numa intermitência. Na troca de corações não, aí é o coração que foi tirado daqui, foi posto lá ou foi posto em outro canto, pouco importa, o que é certo é que aquele coração entrou aqui. Aí não, aí é a mentalidade permanente, aí as soluções são permanentes, aí não há dúvida, não há incerteza, não há intermitência, aquilo permanece. Porque se o coração é a mentalidade e a mentalidade está colocada aqui, incrustada aqui, posta aqui dentro nesta cavidade, como que fisicamente até, aí acabou.
Comentário:
Aí há um recado para seus ouvintes: assim como Dr. Plinio sempre se adaptava a mim e sempre fazia a minha vontade, os senhores devem proceder da mesma forma em relação a mim.
*
JC fez uma série de reuniões sobre a inabitação da Santíssima Trindade na alma em estado de graça, para dar a entender que está inabitado por Dr. Plinio.
Reunião na Saúde, 25/3/97:
(Mauro Sérgio Isabel: Na reunião de ontem o senhor dizia que era extraordinário sentir que a pessoa não era ela mesma; era o Sr. Dr. Plinio que agia nela; era como sentir o Sr. Dr. Plinio dentro de si. O senhor, que recebeu essa graça, poderia explicar um pouco mais como é que acontece isso? O senhor disse depois que essa graça tinha que ser contínua quando nós a recebermos. O Senhor poderia dizer como essa graça permanece contínua até nas provações? Uma vez que o senhor recebeu a graça, o senhor poderia contar como se dá no senhor?)
Sim, só que eu ainda não cheguei aonde eu quero. Mas deu-se o seguinte. Cada um de nós, quando era tocado pela graça da Sagrada Escravidão, sentia-se como que mais ou menos -- vou dar uma imagem -- alguém que, desde o seu nascimento, foi paralítico e com catarata (...). Então foi crescendo, crescendo, crescendo, chegou aos seus 20 e poucos anos. De repente, um belo dia, ele vê entrar no quarto dele (...) um senhor, e que este senhor (...) chega até perto do paralítico e diz:
-- Então, meu filho!
Aí o paralítico começa a se mexer, começa a ver, e diz:
-- Meu senhor e meu pai!! [Aplausos] [vira a fita]
-- Meu filho, eu vim aqui para lhe dar a vida. A partir de agora, eu vou viver no seu interior e você vai viver no meu interior.
O senhor então olha para ele e diz:
-- Meu senhor e meu pai, eu sou vosso escravo, e quero ser vosso escravo para sempre.
O senhor começa a ver todas as coisa completamente de dentro dele.
Isso é mera imagem. A pessoa, quando recebia a graça, passava a ver em terceira dimensão tudo o que ela não via antes. Passava a enxergar a Revolução, a Contra-Revolução, o beleza das coisas, o horror das coisas, tudo de dentro dos olhos do Sr. Dr. Plinio. E passava a ter uma consonância de espírito e de alma com o Sr. Dr. Plinio, completas, totais.
Aí a pessoa sentia que o que ela era desaparecia.
Se a pessoa estivesse na sensibilidade máxima dessa graça, de repente, alguém batesse no ombro e dissesse:
-- Sua mãe está no telefone.
-- Minha mãe?! Que mãe?
-- Está no telefone, corre lá!
A gente ia ao telefone e ouve:
-- Ah, Fulano de Tal, aqui é sua mãe. Meu filho, etc...
O sujeito ficava sem voz [e pensava:] "Eu, filho dela?! Não, não. Tem um equívoco aqui!" O senhor se sentia completamente outra pessoa. (...)
Ao comparar a reunião do dia anterior, com o que esse rapaz conta que JC disse nessa ocasião, percebe-se claramente que, isto que o rapaz está narrando corresponde à parte que JC mandou cortar. Assim começa o “jour-le-jour" do 24/3/97:
Nós vimos na reunião anterior a existência [da inabitação]. Os senhores já não se lembram mais: nós tivemos oportunidade de pegar vários trechos das Escrituras, citados pelo Pe. Royo Marín: "Se alguém me ama, guardará minha palavra e meu Pai o amará; e viremos a ele, e nele faremos nossa morada; Deus é caridade, e o que vive em caridade permanece em Deus; etc."
Depois nós vimos a natureza. E depois de termos visto a natureza da inabitação, vimos as várias presenças: a presença pessoal ou hipostática, a eucarística, a da visão, a da imensidade, a da inabitação. Aí nós vimos o que era paternidade, o que era amizade, tomamos uns textos do Sr. Dr. Plinio (...)
Com isso, nós ficamos nas bordas, no limiar da parte principal, que é a finalidade da inabitação: com que fim Deus Padre, Deus Filho e Deus Espírito Santo inabitam nossa alma, através da graça habitual.
E na finalidade, nós vamos ver que, antes de tudo, Deus inabita para nos tornar participantes da natureza dEle. Esse é o primeiro ponto. Depois, no segundo ponto, nós vamos ver que a inabitação da Santíssima Trindade tem o objetivo de fazer com que Deus se transforme no motor das nossas ações. Ele vai ser quem toma as rédeas da nossa alma, das nossas virtudes, dos nossos dons, Ele é quem vai guiá-los, de dentro de nós. E em terceiro [lugar], nós vamos ver o que há de mais importante, de mais alto na inabitação, que é a fruição, o gozo, o ter posse sobre a Santíssima Trindade, que está em nossas almas.
Então nós chegamos ao auge dos auges, de todo o assunto graça, na noite de hoje.
Depois, nós evidentemente faremos uma aplicação, com os gravadores desligados, porque, como eu não tenho ninguém da Comissão SPV aqui (um vai fazer exame médico amanhã; outro tem adoração noturna; outro, não sei quanto...), eu não pus no texto a parte que não vai ser gravada. Assim eu deixo a eles sem o trabalho de estar verificando se as fitas passam ou não passam.
Uma das fichas (provavelmente do pe. Royo) lidas nessa reunião do 24/3/97 foi a seguinte:
O que faz Deus, de fato, inabitando a alma? Nada menos que comunicar sua própria vida divina, quer dizer engendrá-la sua filha, pois isso é o dar-lhe uma participação de sua natureza e de sua vida. E essa geração não se verifica, como nas gerações humanas, por um ato passageiro, em virtude do qual o filho começa a ser e viver independentemente do pai, apesar de que dele tome a sua origem. Ela supõe um ato de Deus contínuo e ininterrupto, enquanto a alma se conserve em sua amizade e graça .
*
Grafonema para o Sr. Célio Casale - Torre da Angélica
* * * confidencial * * * rem: José Mario - Lisboa, 8 de maio de 1997.
Depois PF [NB: JC] contou uma coisa punjente! Talvez das coisas mais fabulosas destes dias. Ele comentou como MSS agiu mais intensamente sobre ele nestes ultimos seis meses, pois mudou a sua forma de ser. Antes era (meio) colérico, reagindo de imediato a alguma coisa que não tivesse bem, a alguma afronta, etc. Actualmente a sua forma de ser é de distância, de não se "embrulhar" nos problemas. Sobretudo o que vigora agora é a calma, a tranquilidade, esperando uma intervenção celeste para resolver todos os problemas. Comentou aquela conversa particular de 45 m. no qual MSS dizia-lhe para ele agir mais em profundidade e não tanto nos actos concretos, concretos. Seu temperamente é agora meio pliniano e a outra metade luciliano!
*
Grafonema de Filipe R.Dantas, para Pedro Morazzani, relatando o que JC falou nas reuniões que fez na Colômbia em janeiro de 1998:
Bogotá, 23/1/98
(...) Depois ele fez um paralelo entre S. João Evangelista e ele: S. João era chamado o filho do trovão, pois era de temperamento explosivo. Foi preciso que ele passasse pela humilhação, a fuga no horto, para compreender o papel da misericórdia. Com o perdão, ele recebeu Na. Sra. como mãe. Não foi suficiente colocar a cabeça no coração de NSJC, era preciso além da vontade mudar também o temperamento, e para isso sentir a misericórdia de NSJC.
Com o Sr. JC se deu o contrário, conheceu primeiro a misericórdia. No estrondo do mutuca e D. Mayer, ele pensava que tudo era culpa dele, e contou o fato da carta do SDP dizendo não saber mais de que lado beijar a mão dele, para fazer entender que o Sr. JC estava perdoado. O Sr. JC era também um eco do trovão: tudo que dizia a respeito à cólera, santa vingança, justiça, inferno, sempre o encantava. Só depois é que ele conheceu a misericórdia.
(...) Outro fato que ele sentiu a transmissão de um espírito, foi no enterro do pai, em que o SDP o abraçou e deu uma benção nas costas e se colocou como verdadeiro PAI para ele. E depois da morte do SDP o Sr. JC recostou sua cabeça no coração do SDP.
“Como o espírito dele passou para mim? Por todos esses fatos, mas principalmente por 40 anos de convívio admirativo e enlevado”. (...)
Falou também das esperanças que ele tem para a América Latina (1) (...) . Aqui [América Latina] ele sentia a Fé que indicava o futuro, e lá [Europa] a civilização que representava o passado. Ele sempre desejou a Fé e a civilização unidas, e se houver correspondência à graça aqui dará muito mais do que na Europa: “saiam às ruas e tragam mais gente ...”
(...) [Na reunião imediata, o Sr. JC] tratou dos seguintes temas: os provectos engessaram o Sr. JC e ele não podia se manifestar (2); (...) Dom Bertrand mantinha os grupos que cuidava numa verdadeira carapaça onde eles não podiam se manifestar, foi só ele sair de cima, que o grupo tomou novos ares (3); (...) a Pará rejeitou o lado profético do SDP, a Martim o lado social, e a geração seguinte, com raras excepções, tinha muita tendência a se comparar com o SDP e rejeitou o todo do SDP (4); Dom Bertrand e Sr. Alejandro Bravo queriam assinar a “Mensagem” no lugar do SDP (5); o São Bento mostra um tipo humano para a opinião pública, sem tipo humano não adianta fazer manifestos; (...) ; se não fosse o apostolado do Sr. João, o Grupo acabaria; (...)
Comentário:
Dr. Plinio não falava: “as esperanças que eu tenho em relação a tal País são tais”; ele dizia: as esperanças de Nossa Senhora, ou da Igreja, em relação a tal País, são tais.
Não fica claro qual era o período ao longo do qual JC estava “engessado” pelos Provectos: desde antes do falecimento de Dr. Plinio? ou depois? E no que é que JC não podia “se manifestar”? ele não podia manifestar o seu “profetismo”?
Dom Bertrand não saiu de cima. Foi JC quem sublevou os Grupos de Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia contra a autoridade constituída por Dr. Plinio. Quanto a que esses Grupos tomaram “novos ares”, é verdade: cessaram de ser contra-revolucionários.
Uma dessas excepções é JC, evidentemente.
Provas?
A vida inteira JC vem sendo continuamente assistido pelo Espírito Santo, inclusive nas coisas mínimas.
Conversa na Saúde -- 16/8/94 -- 3ª feira – Subtitulo do texto respectivo “Os auxílios sobrenturais que o Sr. João recebeu nas mais variadas circunstâncias”:
Não houve até hoje nenhuma missão difícil ou mais ou menos difícil, ou menos ainda do que mais ou menos, ou então nada difícil, em que eu não tenha sentido que Nossa Senhora e sobretudo depois do falecimento dela [Dona Lucilia], essa senhora, me tenha ajudado, não me lembro.
Às vezes até aconteceu o seguinte: de que a intervenção vinha, e na hora da intervenção eu me dava conta de que tinha esquecido de rezar. Me aconteceu. Porque o normal é que a gente esteja rezando, pedindo e vem a intervenção. É verdade que antes já tinha rezado, mas naquele momento eu tinha me esquecido, e de repente, Pam!
Quando é que houve uma missão difícil que eu... qualquer uma, o sr. cita uma missão difícil aí, que eu lhe digo como é que Nossa Senhora me ajudou.
(Aparte: Mensagem.)
Do avião, mas isso eu já contei aqui do avião.
A mais recente eu não posso contar ainda.
(Todos: Que horror!)
Haverá um dia em que eu poderei contar.
(...)
Mas não adianta tratar disso, não vai dar... eu não posso contar, eu vou contar uma coisa que eu nem tenha contado ainda. O quê? Por exemplo: Uma das primeiras primeiríssimas missões difíceis.
Eu tinha feito muito poucas viagens, era o ano de 1964, 65, não sei. O grupo da Bahia estava complicado, transtornado, convulsionado e o Senhor Doutor Plinio não teve outro meio senão de mandar que fosse para lá o Sr. Lauro, se não me engano, era o Sr. Lauro... era o Sr. Lauro sim. Ele foi de carro e o Fernando Siqueira e eu fomos de avião.
Eu me lembro que sentei no avião, peguei os relatórios para ler a situação toda, que eu não conhecia o problema do grupo, quando eu abri a primeira página do relatório e deitei os olhos sobre a primeira parte, sobre o caso do grupo, eu tive uma coisa qualquer por dentro que eu não posso explicar que seja minha inteligência, é uma coisa que veio de fora que me mexeu na cabeça, e que me deu uma visão clara a respeito de qual era o problema do grupo e como é que tinha que ser resolvido. Antes de ler o relatório.
É uma ajuda de Nossa Senhora, uma assistência do espírito dele impressionante. Não é normal, mas não é normal.
Eu cheguei e desci, quando estávamos fazendo a reunião eu já estava com os problemas todos na cabeça, já comecei a dar um rumo que era o indicado por aquele "flash" que eu tive a respeito da situação, e depois atendendo as pessoas era um confirmar apenas, quando atendia esse, era confirmar, aquele outro também confirmava, foi uma confirmação e tudo ficou resolvido. E quando eu fui dar um jornal falado para o Senhor Doutor Plinio, eu disse:
-- Aconteceu assim.
-- Sabe que muitas vezes me acontece isto.
De modo que era um caso difícil, eu me sentia incapacitado, e era mesmo incapacitado, eu não tinha capacidade para resolver aquilo, se eu não tivesse recebido essa luz eu não tinha resolvido nada.
Bem, e assim tantas outras coisas, a vida inteira, a vida inteira foi ajuda aqui, ajuda lá, ajuda acolá, em todas as situações. E o que mais ainda que eu posso pegar assim de problema bem antigo, o quê?
Ai, são coisas tão da vida interna que não...
Por exemplo, em campanhas então, mas é uma atrás da outra. Eu seria capaz de passar uma noite contando, intervenções em campanha, mas em quantidade.
Aquele próprio episódio da praça do Patriarca que o Senhor Doutor Plinio discutiu com a bengala [em riste], eu me lembro perfeitamente que antes de qualquer pessoa ali dentro, dissesse que está havendo confusão em baixo, ou coisa que o valha (...). Mas eu me lembro que eu estava na reunião de repercussões, e de orientação, de ver como fazer, como tocar a campanha, e logo no começo da reunião começou me dar uma insatisfação por dentro, uma aflição, uma... aí eu disse:
-- Mas nós estamos aqui, e o pessoal está lá embaixo sozinho, pois pode acontecer alguma coisa, estão sem a direção, vai acontecer algo, vai acontecer algo, vai acontecer algo!
(...) Mas era já uma ação angélica preparando, [dizendo]: Olha vai preparando os ânimos, vai acontecer, vai acontecer.
E às vezes em coisas mínimas. (...) Mas para o sr. ver que nas coisas mínimas... Eu vou dizer uma coisa para o sr.: eu às vezes me sinto envergonhado, porque é tanta proteção, tanta proteção (...) Eu já disse para o Senhor Doutor Plinio: às vezes eu chego a pensar: "Será que eu não vou morrer ou agora, ou durante a Bagarre, e Nossa Senhora já está dando graças assim na linha de Grand Retour?" Não tem outra explicação, não tem proporção. (...) Por quê? Não sei. De repente, é porque a gente precisa animar os outros como dizia o jovem aqui, o Sr. Marcos Enoch, a gente precisa animar os outros, então, Nossa Senhora anima a gente para que animado a gente passe a animar. (...) Ou, então, talvez para que ele seja mais bem servido, Nossa Senhora dê isso. Eu não sei, eu não sei qual é a razão.
O sr. me faz uma pergunta que até me deixa embaraçado, porque é tanta coisa que eu fico até com o embaraço da escolha. O que eu vou escolher para contar? As perguntas hoje todas são assim: 40 anos de "flash", 40 anos de auxílio, de intervenções de Nossa Senhora.
(...) Eu acho que todos nós que temos uma função qualquer, quando nós temos uma função "x", nós somos assistidos por uma graça do espírito dele para bem desempenhar aquela função.
Eu acho que até um expediente, às vezes, se ele for fiel à graça, ele está no expediente, atendendo telefone, ele está no expediente atendendo a porta, ele tem graças para, de repente, estando no expediente, perceber uma movimentação esquisita qualquer e imediatamente tomar alguma providência. Porque é uma graça que o Senhor Doutor Plinio tem enquanto chefe do Grupo.
Isto, eu acho que vem do Anjo da Guarda dele, que se acopla, que se harmoniza com o nosso Anjo da Guarda a partir do momento em que nós entramos para o Grupo.
Então, eu acho que muitas das ações miraculosas que nós vamos praticar, porque eu acho que nós vamos fazer milagres, eu tenho essa fé, nós praticaremos milagres e milagres estupendos, que o milagre que nós fizermos vai ser um milagre participativo do milagre que ele faria no lugar em que nós estamos.
De modo que, o que há muitas vezes, isto acontece, conversando com uma pessoa, de nenhum modo... porque o discernimento dos espíritos é um dom que é anterior a qualquer conversa, ele bate os olhos e vê, e vê a alma. Eu nunca vi alma nenhuma, o que eu vejo, às vezes isto acontece, é às vezes no modo de uma pessoa coçar o queixo, no modo de uma pessoa pôr a mão na orelha, no modo de uma pessoa se levantar, no modo de uma pessoa girar o pescoço, no modo dela estar cochichando com um outro, assim, às vezes, por "flashs" intermitentes, portanto, eu vejo todo um problema que está por detrás, mas por uma dedução, eu não vejo a alma. É por experiência, mas muito eu vejo, que entra graça às vezes nessa hora, e a Providência mostra para poder ajudar o outro.
Então, como a obra do Senhor Doutor Plinio vai crescendo, ele não tem mais aquela possibilidade de estar com este, estar com aquele, orientar este, orientar aquele, então essa obrigação dele vai se subdividindo por outros, e a Providência vai assistindo com o espírito dele para aquilo que é necessário.
JC costuma exaltar a Dr. Plinio enquanto ser como que divino, mas agora diz que tem limitações e dá a entender que Dr.Plinio precisa ser "ajudado" por ele ...
*
"Jour-le-jour" 10/10/95:
Eu estava anteontem à noite, nós estávamos nos aproximando da missa de sétimo dia, tínhamos acabado o treino na igreja de Nossa Senhora de Fátima e à medida que os dias vão passando, eu vou sentindo que o coração vai apertando, as saudades vão apertando. (...) [Então pensei]: vou pedir [ao SDP] que me dê uma palavra, ainda que seja em sonho, de alguma forma me faça chegar uma palavra para atravessar esse apertamento do coração (...).
Eu entro na igreja e o Sr. Walmir diz:- Olhe, que coisa impressionante: um texto que nós lemos para as duplas e é tão atual. Curioso, tem a data de hoje 9/10/91.Eu disse:- Está muito bem, me dê aqui.
Numa hora em que o coro não estava em funcionamento eu fui para a lateral, andando, comecei a ler:
- Ah! Mas que bondade. É a palavra.
Depois, conversando com outro eremita (...), com o Sr. José Afonso ontem à noite, ele me dizia:
- O Sr. sabe que eu tinha pedido a ele uma palavra, tinha pedido um consolo, alguma coisa que me orientasse.
(...)
Agora vem o comentário feito pelo Senhor Doutor Plinio. Esse comentário foi feito no dia de ontem, há quatro anos atrás:
[Na Bagarre], Nosso Senhor pode dispor que nós nos sintamos longe de nosso Fundador, como tantos religiosos sentiram-se longe de seus Fundadores, e que tenhamos de agüentar essa sensação de abandono. Mas tendo em vista precisamente as debilidades da "geração nova", Nossa Senhora que permitiu essa fraqueza, dá essa garantia: Ela estará. E se Ela não estiver, pelo menos, pelo menos, Ela fará sentir a minha presença. De maneira tal que vocês na hora decisiva tenham a certeza de que eu estou sentado junto à cama de doente de vocês, lhes apertando a mão.
*
Reunião na Saúde, 10/10/95:
Não sei se os senhores sabem o que é que aconteceu comigo em Genazzano? Eu contei aqui? Não, não é?
(Edson Gimenes: Tudo não.)
Não, tudo não? Eu contei algo? (...) Eu sempre que estive em Genazzano, (...) em geral sempre eu recebia ali as notícias a respeito do futuro, do que ia acontecer, do que ia se passar. Não, nada de revelações nem de visões, não é isso não.
Por exemplo, eu estava aflito no ano de 1985, eu creio com um estrondo que ia montar aquele Dorival conhecido de alguns dos senhores. Eu não sabia que rumo aquilo estava tomando, como é que era, como é que não era, e fui para Genazzano no dia oito de dezembro de 1985. (...) Eu estou diante de imagem de Nossa Senhora e a imagem arquicomunicativa, mas de uma comunicatividade extraordinária. (...) às tantas lá pelas dez da manhã, (...) o Sr. Juan Miguel vem com um gravadorzinho desses pequenos, microcassete, me passa o gravador e diz:
Tem uma série de grafonemas para o senhor aí dentro.
(...) Ligo o gravador e pus, olhando para a imagem, o gravador aqui. Era a própria voz do Sr. Dr. Plinio: "Meu caríssimo João, Salve Maria!".
Ele me dava uma notícia de que as coisas todas com o Dorival tinham se acertado e que estava tudo perfeito, sem problema nenhum, tudo encaminhado, tudo selado, tudo amarrado, tudo terminado. Eu ouvindo isso, olhando para a imagem de Nossa Senhora, e Ela sorrindo como que dizendo: "Veja, meu filho, quanto é preciso confiar".
(...) E assim outras circunstâncias da vida inúmeras.
Ali é que eu ouvia alguma coisa do que ia se dar ou do que estava se dando, ou então eu olhando para a imagem ouvia o sermão, o padre no sermão dizia algo que... Sempre assim.
Após disso, JC deu um relato do sinal recebido em Genazzano de que o SDP iria falecer e que já foi transcrito no Capítulo 1.
*
Reunião para CCEE, 15/6/96:
Em Genazzano sempre se deu comigo uma coisa muito curiosa: é que eu chegando diante da imagem, ou era no começo, ou era no meio, ou era no fim, eu recebia uma mensagem qualquer de Nossa Senhora, sempre. Se eu fosse contar aqui as inúmeras mensagens que eu recebi lá, nós passávamos horas aqui.
*
Reunião na Saúde, 10/10/95:
[Noutra ocasião] a "efa" tinha (...) levado um tombo e tinha quebrado o fêmur e a bacia. (...) Eu fiquei aflito: "Ih! Eu sou filho único, ela está com oitenta anos, ela não tem recursos de outras pessoas da família. Lá toca eu abandonar uma série de coisas de apostolado para poder levar isso adiante (...)".
Então comecei a rezar aflito (...) eu pedindo um sinal e de repente uma lâmpada acendeu sozinho com interruptor e tudo. Eu fiquei arrepiado: "Puxa, que coisa impressionante! Eu preciso pedir esse sinal com mais vagar. Como é que é isso?".
No dia seguinte eu dou outro telefonema e tudo estava resolvido. Ela mesma dizia: "Olhe aqui, não abandone as coisas do apostolado [do] Dr. Plinio, nem venha aqui. Eu já estou atendida, (...) não se preocupe".
*
"Jour-le-jour" 23/11/95:
[o SDP] possuía, desde o momento em que a Senhora Dona Lucilia faleceu, ele possuía uma mecha de cabelos (...) e que ele carregava numa teca (...) no peito.Um belo dia, alguém se aproximando dele disse:-- Olha, Senhor Doutor Plinio, há possibilidade de colocar estes cabelos que estão nessa teca --já tinha usado durante onze anos nessa teca-- colocar dentro de um medalhão de ouro, com ametistas, etc. Colocar de um lado a foto dela e do outro lado os cabelos dela e os senhor teria os cabelos visíveis.
-- Ah, eu preferiria muito que fizessem isso.
(...) Então, foi feito um medalhão de ouro, com ametistas em torno. De um lado os cabelos, de outro lado a foto dela.
Assim que eu tive os pressentimentos todos, soube da notícia do possível falecimento do Senhor Doutor Plinio, minha primeira preocupação:
-- Ih! esse medalhão alguém pega. Perdemos essa relíquia que é de primeira categoria, para pôr num relicário para veneração de todo mundo. Se alguém leva embora isso... Adeus!
"Onde é que está esse medalhão?" Começa a procurar, procura aqui, procura lá e olha, não sei quanto. "Não posso levantar o problema. Se levantar o problema..." E "o medalhão... o medalhão..."
Quando eu estou rezando no pátio do cruzeiro em São Bento, chega um artista e diz:
-- O senhor poderia levar para o Senhor Doutor Plinio?
Eu olhei:
-- O que é isto aqui?
-- É o medalhão dele que ficou pronto.
-- Estava consertando aqui? Ah sei, levo, pode deixar.
Mas, surgiu o problema: Ele, ao falecer, tem que falecer com o medalhão, não pode falecer sem o medalhão. Mas olha aqui, vamos fazer o seguinte:
-- Vamos fazer um medalhão sobressalente, porque se de repente --não sei como vai ser-- na hora do falecimento, alguém quer pegar o medalhão, sou obrigado a entregar. Se surge uma discussão... Isso tem que ir para um relicário.
-- Olha, artista, venha aqui. Quanto tempo nós fazemos outro rapidamente?
-- Tantos dias.
-- Pode começar.
Foi feito o outro. Acontece que ele faleceu com o medalhão. Não houve problema. Acontece que na hora de vesti-lo eu disse:
-- Se eu ponho, ele vai para o túmulo com o medalhão. Depois alguém arromba o túmulo e rouba. Ponho o medalhão? Fiquei com escrúpulo, mas disse:
-- É melhor segurar o medalhão, porque pelo menos são os cabelos que passam para o Reino de Maria. Não sei o que é que pode acontecer. Um escrúpulo que me atormentava:
Com quem eu vou me abrir para que esse escrúpulo se resolva. Não há outra saída, é só um recado dele. (...)
O Sr. Dejaime num desses dias me telefona pelo interno em São Bento e me diz:
-- Quero dizer que tive um sonho com o Senhor Doutor Plinio, mas olha, espetacular.
-- Como foi o sonho? Me conte.
-- Senhor Doutor Plinio estava em Amparo, na cadeira de rodas, o Sr. Fernando Antúnez estava ao lado dele. Ele me chamou com uma paternalidade e disse: "Meu filho" e tirou do bolso um medalhão, mas não era um medalhão comum, era um medalhão grande.
-- Mas como que era?
-- Era um medalhão grande assim, todo de ouro e com ametista.
-- O que é que tinha o medalhão?
-- Na frente tinha a fotografia da Senhora Dona Lucilia e atrás tinha os cabelos.
-- Ah, está muito bom!
-- Ele me deu o medalhão e disse: “Eu quero que você entregue para ele”. Aí eu olhei assim para o Senhor Doutor Plinio e perguntei (...): “É para o Sr. João?”
-- Isso. Diga ao João, é um recado meu, que eu quero que entregue para ele. [Aplausos.]
Eu não tive dúvida:
-- Isso é um recado.
*
"Jour-le-jour" 26/11/95:
[Ontem], me sentia acabado. Não sei o que tinha acontecido. Até nem tinha forças para jantar. Ainda houve umas consultas a respeito do assunto Espanha --que daqui a pouco eu digo uma palavra--, assunto Espanha, etc., etc., respondi as perguntas meio morto.
O que é que fiz?
-- Não tem conversa, se [o SDP] quer que eu faça esse apostolado preciso ficar bom, porque assim como estou não vou fazer reunião amanhã. Não dá. Não consigo olhar para o auditório, não tenho forças para levantar a cabeça, estou morto.
Então comecei uma invocação a ele: Ajudai-me, ajudai-me, ajudai-me! Sei que adormeci dizendo:
-- Meu Pai e Fundador, ajudai este escravo! [Aplausos]
Eu disse:
-- Vou fazer isto. Se vós me curardes amanhã e se eu estiver com uma disposição única para fazer reunião, eu vou contar isso no auditório para animá-los.
Os senhores creio que não podem notar em mim qualquer mal estar, nem qualquer indisposição, porque eu não tenho nada, estou perfeitamente em ordem, como se tivesse levantado da cama agora. O que foi isso? Ajuda dele.
*
"Jour-le-jour" 17/1/96:
Eu já não me lembro exatamente a data, mas eu passei até por aqui [Espanha]. Terá sido do ano de 94? (...) Ah, foi para resolver o caso de Portugal. (...) Eu me lembro que no dia-auge dos problemas todos de Portugal fui comungar nessa igreja aqui detrás. (...) Depois da comunhão me ajoelhei para fazer a ação de graças diante da imagem de Nossa Senhora do Carmo, e minha preocupação, minha comunhão e minhas intenções foram no sentido de que Nossa Senhora resolvesse, porque eu via que humanamente falando aquilo era muito difícil de ser resolvido.
Eu sei dizer que logo que me ajoelhei, com o Santíssimo ainda em mim, eu olhei para a imagem e (...) achei raro, mas me veio imediatamente um sentimento interior: "Meu filho, não se preocupe, deixe que eu vou resolver esse [problema]". (...)
De fato Ela mesma foi que resolveu, porque eu passei por lá, houve muito graça, mas a solução veio oito meses ou um ano depois, eu não sei bem. Enfim, o grupo de Portugal hoje está com os problemas que tinha naquele momento resolvido, e por Nossa Senhora.
Daqui eu fui para Genazzano (...) eu passei lá no dia 18 de maio, (...) eu estava pedindo que a graça da Sagrada Escravidão chegasse à sua plenitude, que todos os membros do Grupo pudessem chegar à Sagrada Escravidão. No momento em que eu pedia isso, umas flores que tinha ao lado esquerdo começaram a se balançar. (...)
Eu me lembro que fui tendo consolação, consolação, ficava em pé diante da imagem, rezando, tomado pela imagem, quando de repente eu ouço cantar um Magnificat. Mas um Magnificat... eu disse: "Puxa, mas são anjos cantando!".
Eram cinco freirinhas de uma congregação alemã que estavam cantando um Magnificat em três vozes em gregoriano, um misto de três vozes em gregoriano. (...) Aquilo me arrebatou, porque esse Magnificat veio justamente no momento em que eu dizia: "Bem, eu então preciso agradecer a Nossa Senhora por tanto que Ela tem feito, por tanto que Ela vai fazer. Eu preciso aqui agora manifestar minha gratidão por tudo o que Ela nos tem dado, por aquilo que nos dará". Magnificat anima mea Dominum... (1)
(...) Nessa ocasião, ou talvez tenha sido antes, (...) eu estava diante da imagem e disse: "Puxa, há quanto tempo que eu não ouço música. Se eu pudesse estar aqui diante dessa imagem e alguma música tocar no meu interior... Porque eu sou muito musical, o que é que eu posso fazer? Eu gostaria muito de estar aqui rezando com música".
De repente começa a tocar o órgão com um trompete, um concerto de primeira categoria. Quem tocava o órgão era o reitor ali dos Agostinianos naquela igreja. Ele estudou na Academia de Santa Cecília, organista de primeiríssima categoria. E um trompetista, que devia ser da região, que tocava trompete como um anjo. Tocando coisas assim meio barrocas, de Purcell e tudo o mais. Foi um concerto de uma hora, mais ou menos, diante da imagem.
Para os senhores verem um pouco como a imagem me trata.
(...)
Eu estou um dia, nesse ano de 94 também, em São Bento. Foi depois ainda dessas consolações todas de maio. Estou na torre rezando as orações que me faltavam sentado na poltrona, olhando para um quadro de Nossa Senhora. À direita ficava a porta da capelinha. Quando estou rezando, de repente eu digo: "Tem alguém aqui dentro!". Primeiro olhei com o rabo dos olhos e vi um jovem vestido de paletó azul, calça cinza bem escura, sapatos muito bem engraxados. Eu não via o rosto, eu via só essa parte assim daqui para trás. Via que a pele era muito branca, cabelo bem cortado, as costas eretas.
Eu disse: "Puxa, mas quem é este aqui?". Quando eu olhei mesmo firme... desapareceu.
Terá sido um anjo que apareceu? Eu não sei, francamente não sei o que é que foi (2).
Comentários:
A história do cântico do Magnificat foi repetida por JC na França, no 22/1/96.
O conto do jovem vestido de paletó azul, JC narrou mais uma vez no "jour-le-jour" do 22/1/96, na França, acrescentando que poderia se tratar de uma aparição do Sr. Pettersen, e que aconteceu mais ou menos em setembro de 94.
*
"Jour-le-jour" 22/1/96:
[Na época do estrondo Fedeli, um dia], de repente, como alguém vê na imaginação, eu vi um prédio medieval, umas pedras róseas, eu me vi entrando numa porta de madeira, que eu distinguia perfeitamente, indo para um lugar que era uma secretaria, esperando apoiado num balcão e de repente olho e vejo um padre todo de branco, cabelos brancos, muito forte, vindo em direção a mim, sorrindo, estendendo os braços e me abraçando. Achei aquilo meio raro mas continuei com aquele problema todo.
(Aparte: Acordado ou dormindo?)
Não, não. Meus sonhos dormindo são todos errados.
(Olavo: O senhor estava deitado?)
Deitado coisa nenhuma. Estava sentado, se não estava em pé. Eu não me lembro se estava sentado ou em pé.
[Pouco tempo depois], quando o Sr. Dr. Plinio disse: "Aqui está um problema que é o mais grave de todos e que é o culto a mamãe sendo colocado acima de Nossa Senhora. Isso nós precisaríamos encontrar documentos, encontrar meios de esmagar essa gente, porque esmagado isso, todo o estrondo cai por terra”.
Eu me lembrei daquela cena da ida à Europa para falar com um teólogo canonista.
- Sr. Dr. Plinio, o senhor não queria que eu fosse à Europa para falar com um canonista. O senhor não quer que eu vá procurar?
- Ah, seria uma coisa muito boa conseguir um documento de um bom canonista, ou de um bom teólogo.
- O senhor não quer redigir a consulta?
- Faço já.
Peguei a consulta, três, quatro, cinco dias depois... Cheguei em Madrid (...) saímos de carro, de manhã, (...) chegamos em Salamanca eram 4h15 mais ou menos.
Quando eu olhei para esse homem...
- Eu já estive aqui. Essas pedras, esse prédio, isso tudo aqui eu já vi.
Ele desceu do carro, foi indo na frente, empurrou uma porta. Quando ele empurrou a porta eu disse:
- Por essa parte eu já passei.
Entrei, olhei aquele saguão enorme e disse:
- Tudo aqui eu conheço.
Ai ele foi até a parte da secretaria. Quando chegou na secretaria eu olhei para a secretaria:
- Isso aqui tudo eu conheço... Pe. Arturo Alonso Lobo.
- Um momento.
Ligou para a cela dele:
- Pe. Arturo, estão aqui...
- Estoy bajando!
Eu olhando aquilo tudo...
- Eu conheço.
Quando o homem cruza a porta ali embaixo, na outra ponta, eu olho, eu fiquei arrepiado da cabeça aos pés.
- Bem, agora ele vem para me abraçar.
Nada. Nos cumprimentou, etc., etc. Eu então desconfiado:
- Não, aquilo tudo foi imaginação, etc.
(Sr. Gugelmin: O padre conferia?)
O padre idêntico. Conferia a fisionomia.
(Olavo: Sem nunca ter visto?)
A batina... Sem nunca ter visto. Milagre. Era a Sra. Da. Lucilia dizendo:
- Não se preocupe, que vai ser resolvido.
Fomos para o escritório dele e eu comecei a ler a consulta.
Pero, eso es muy fácil. Eso no es problema. (...)
Eu liguei para a Sede do Reino de Maria, (...) falei com o Sr. Dr. Plinio, e li para o Sr. Dr. Plinio.- Está ótimo! Quero reconhecimento em cartório.- Sim, amanhã nós reconhecemos em cartório, etc.
- Sr. Dr. Plinio, o senhor não tem mais nada que o senhor gostaria? Foi a tal a graça, o homem se entendeu tanto conosco, se imbricou tanto conosco, que parecia um membro do Grupo assim de fervor de noviço. O senhor não tem mais nada que o senhor quer perguntar, que o senhor queira adiantar?
- Olha, meu filho, tem um assunto que se eu lhe digo, estoura a casa.
- Qual é o assunto?
- O da Sempre Viva.
- Não, vamos tentar Sr. Dr. Plinio, vamos tentar. O senhor não quer tentar?
- Então você faça a consulta.
- Eu não tenho capacidade para isso, de jeito nenhum.
- Eu estou aqui com o Fernando. Eu vou ditar para o Fernando, o Fernando lhe passa agora à noite.
Ditou a consulta para o Sr. Fernando. O Sr. Fernando me passou ainda de madrugada. Nós pegamos o negócio, datilografamos, levamos para o homem. O homem pegou o assunto e resolveu na hora.
Eu sei dizer que ainda houve alguns encontros com o homem e, quando eu levei para o Sr. Dr. Plinio, para São Paulo o documento da Sempre Viva, porque eu não queria ler pelo telefone, porque era uma bomba, quando levei par São Paulo, o Sr. Dr. Plinio leu:
- Quer um comentário sobre isto? É uma ponte estreita, mas de ouro, sobre o qual dá para passar uma manada de elefantes.
No último encontro com esse homem, ele cumprimenta o Sr. George, que estava acompanhando a nós, cumprimenta o Sr. Pedro Paulo, cumprimenta o Sr. José Francisco, Sr. Fernando Gonzalo e quando me cumprimentou, um abraço, que era o abraço... Eu fui o único abraçado.
(Sr. F. Antúnez: Eu posso testemunhar, porque o senhor me contou antes de acontecer. O senhor me contou quando o senhor teve a impressão, o senhor estava com os olhos abertos: "Aconteceu tal, tal coisa assim.")
É que eu não lembro.
(Sr. F. Antúnez: Não sei se o Sr. Dr. Plinio ficou sabendo.)
Não, para o Sr. Dr. Plinio não contei.
(Sr. F. Antúnez: Havia um outro sacerdote vestido de preto.)
Esse é que é o negócio.
(Humberto: Ainda vai aparecer.)
Sabe que é possível que tenha havido esse sacerdote de preto, num prédio gótico. É possível que tenha havido e que me tenha escapado da memória. Agora o senhor está dizendo, estou me lembrando que tinha um sacerdote de preto... O senhor está me dizendo e eu estou me arrepiando, porque estou me lembrando, estou arrepiado.
(Frizzarini: Na mesma visão?)
Junto com esta visão, logo em seguida.
(Frizzarini: Uma outra cena?)
Uma outra cena, em que eu vi o sacerdote de preto, baixinho, magrinho, já com os cabelos assim brancos também e num prédio gótico. Quem será?
(Sr. Gugelmin: No mesmo dia do outro?)
No mesmo dia.
(Sr. Gugelmin: Dois clichês?)
Dois clichês. Mas não estou me lembrando quem possa ser esse sacerdote de preto.
(Sr. Gugelmin: Não apareceu ainda.)
Não apareceu ainda. Está para vir.
(Frizzarini: Isso é uma graça mística?)
Não tem dúvida, que é uma graça mística é certo.
*
"Jour-le-jour" 6/2/96:
Tudo o que eu pedia, ele [Dr. Plinio] me dava. Eu não me lembro de ter feito um pedido a ele que ele nunca me deu.
*
"Jour-le-jour" 12/5/96. A respeito das “démarches” feitas por JC no Equador, no ano 1977, para conseguir o “cuadernón” --no qual estariam as profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso--, ele conta o seguinte:
No mosteiro de Riobamba das concepcionistas, elas possuíam uma cópia manuscrita do Cuadernon (...) a superiora não estava, estava a irmã sacristã que atendeu no lugar da superiora e a irmã disse o seguinte: "Olha este livro que nós temos aqui nós não podemos dar porque só a superiora é quem pode dar autorização" (...)
Nós ficamos com a sacristã: "E porque nós precisamos, porque nós queremos, porque olha aqui nós somos estudantes católicos, nós somos de ação católica, eu sou do Brasil, ele é do Chile -- era o Sr. Juan Miguel -- e nós precisamos porque nós queremos, e nós precisamos porque nós queremos..." Tanta pressão em cima da mulher que a freira não viu outra saída senão dizer o seguinte: "Olha a superiora nossa está em Quito, se o senhor me trouxer uma carta dela dizendo que autoriza entregar para os senhores, eu dou na hora para os senhores".
-- Ah, mas onde é que ela está?
-- Eu não sei, elas está na casa da família porque ela está fazendo um tratamento.
-- Como é que é o nome dela?
Então deu o nome da superiora, e nós saímos correndo de Riobamba para Quito e chegamos oito horas da noite em Quito. É uma hora que ainda dá para fazer uma visita, oito horas da noite. Aí, lista telefônica, começamos a procurar, e telefona para uma casa, telefona para outra, não era, telefona para cá não era, telefona para lá, não conseguimos por telefone de jeito nenhum.
Eu disse: "(...) Quito não é muito grande. Já são nove da noite, é verdade, vamos começar a andar, bater por aí”.
[Exclamações]
Então partimos de uma praça, e começamos a descer: desce uma rua, pergunta num bar, pergunta num restaurante, pergunta aqui, pergunta lá, e depois pega a praça e desce pela outra rua, até que chegamos num bar e perguntamos "onde é que tem umas freiras assim...", quando o sujeito disse: "Ah, sí, sí, hay aqui, aqui arriba".
Eu disse: "Mas onde? Por onde é que se sobe?"
Entra por aqui sobe por lá, tem uma escada não sei quanto etc., entramos pelo labirinto todo batemos na porta, abrem a porta e quando nos vêem duas freirinhas concepcionistas, noviças talvez, se ajoelharam as duas.
[Exclamações]
Nós ficamos assim sem saber o que fazer, nós dissemos: "Olha aqui -- eram dez horas, dez e quinze da noite já -- nós pedimos perdão por estar aqui essa hora, mas nós somos estudantes católicos, somos pessoas de ação católica -- para não dizer TFP e não sei mais quanto -- nós estamos aqui querendo falar com a superiora, nós sabemos que a superiora está aqui, está doente, não sei se é possível?"
"Ah sí, sí, sí, un rato, un rato".
Entraram meio assim, e chega a superiora, e a superiora também se pôs de joelhos!
[Exclamações]
O que é sobrenatural, porque não há uma explicação física, humana. (...)
Entramos, ela nos fez sentar, ela se sentou também em torno de uma mesa, e nós expusemos todo o caso. Ela pegou papel carta ali, uma carta dizendo para a irmã sacristã que entregasse para esses dois senhores, com nosso nome, com não sei quanto etc., tatatá.
Na madrugada do dia seguinte levantamos cedo e fomos para Riobamba de novo, e chegamos lá entregamos a carta e ela nos deu os volumes que são os que circulam até hoje entre os senhores, foram conseguidos assim.
(...)
Outro episódio: nós estávamos à procura -- ante disso ainda -- pedindo que isso se desse, que isso se desse, e disseram-nos que rezando o rosário em torno do mosteiro, andando em torno do mosteiro (...) se conseguia a graça que se quisesse e que o normal seria que rezássemos durante sete noites. Sei dizer que na primeira noite, nós rezando o rosário em torno, quando tínhamos acabado o rosário fomos rezar junto à porta e um de nós disse:
-- Que bom seria que a gente pudesse entrar na igreja.
-- Mas a essa hora da noite é uma loucura, porque tudo quanto é freira está dormindo e não tem nem sacristão aqui fora, entende.
-- Ai, mas se a gente pudesse entrar, o senhor não faz idéia de como é abençoado aí dentro, etc.
-- Bom, vamos pôr a mão na porta.
Põe a mão na porta, a porta abriu.
[Exclamações]
Entramos e rezamos dentro da igreja o quanto quisemos, depois saímos, encostamos a porta e fomos embora.
[Exclamações]
(...)
(Celso Pedrosa: O senhor poderia dizer como é que o senhor interpretou o fato de as freiras terem se ajoelhado diante do senhor e do Sr. Juan Miguel?)
Posso (...). Eu me lembro dessa cena em Quito -- acho que é uma tradição espanhola dos missionários espanhóis ali, e o Senhor Doutor Plinio dizia que Quito é uma espécie de relicário da América do Sul -- estou num ônibus vindo de não sei que parte, o ônibus para no meio da estrada no alto de uma montanha e desce um menininho com a pasta do colégio -- a gente vê que ele estava chegando do colégio -- desce e o pai estava esperando ele no ponto do ônibus. O menininho desce e qual é o cumprimento dele para com o pai? Ele se ajoelha diante do pai, o pai dá uma bênção para ele, dá a mão, ele oscula a mão do pai, se levanta e vai agarrado no pai para casa.
[Exclamações]
É muito comum em Quito haver essas bênçãos de leigos para leigos com toda a naturalidade. E eu esqueci de dizer, e o senhor me faz lembrar, é que na saída nós nos ajoelhamos para pedir a bênção dela, e ela se ajoelhou para pedir a bênção nossa.
Então eu interpreto como sendo um costume mais ou menos comum da região de haver esse cumprimento de bênçãos de uns para com os outros, mas interpreto também de que ouve um fenômeno qualquer sobrenatural, de ordem mística, uma ação do Espírito Santo na alma das freiras porque o Espírito Santo queria fazer chegar às mãos do Senhor Doutor Plinio esse manuscrito de qualquer jeito.
E então, elas viram em nós algo que é da nossa família? Não. Tenho certeza absoluta porque se visse algo de nossa família ela nem abria a porta.
Ela deve ter, abrindo a porta dever ter tido uma moção do Espírito Santo qualquer por onde ela viu algo do Senhor Doutor Plinio em nós.
[Exclamações, aplausos]
*
"Jour-le-jour" 25/9/96, realizado em Spring Grove. Referindo-se à viagem que fez à Itália, em setembro de 1996, JC lembra isto:
Em Genazzano eu conto rapidamente esta graça que houve, mas os senhores já ouviram isso em prosa e verso:
Estávamos rezando, andando de um lado para outro ali diante da imagem, fixando a imagem, e, às tantas -- estava me passando pela cabeça as várias intenções e os vários problemas --, me passou pela cabeça isso: de que nós vamos ter que enfrentar situações difíceis, situações de angústia, situações de provação, que virão várias, onde nós vamos ter a impressão de que tudo acabou, de que tudo está por acabar.
Nesse momento, eu, olhando para a imagem, senti um arrepio da cabeça aos pés, mas arrepio físico. A imagem me atraiu a atenção até a ponto de eu parar, e como que no meu interior Ela dizia o seguinte: "É verdade, isso vai acontecer, mas as minhas intervenções e os meus milagres vão ser maiores do que os problemas". [Exclamações]
Isto é o que há de mais significativo, o resto não tem maior interesse.
(Humberto: A comunhão.)
A comunhão também, mas é um fatinho minúsculo esse. (...) Eu perdi a hora na manhã de sexta-feira, perdi a hora para pegar a Missa de manhã em Genazzano para comungar de manhã. Mas assim mesmo fomos para Genazzano (...). Rezamos em Genazzano, e aí nos veio o desejo de comungar em Genazzano. Mas infelizmente o padre que é amigo nosso e que nos daria comunhão não estava lá. (...)
Eu pensei: "Puxa, mas que coisa tremenda, vamos ficar sem comunhão?" e ficamos esperando um tempo diante da imagem.
(...) Quando eu estava pensando isto -- "será que Nossa Senhora vai nos deixar sem comunhão" -- o padre aparece de dentro da parte do coro, o padre amigo, veio caminhando em direção a nós, o Sr. Kenneth falou com ele duas, três palavras, e ele disse: “Sim, sim, já, já”, e deu a comunhão. [Exclamações]
*
Numa reunião para CCEE (4/10/96), JC interpreta os fatos que aconteceram no primeiro aniversário do falecimento de Dr. Plinio:
O próprio dia 3 de outubro [de 1996] teve um símbolo físico, um símbolo atmosférico aqui na cidade de São Paulo muito significativo. Uma chuva que raramente se viu outra igual, uma chuva impressionante. Aqui outra igual eu não me lembro. Parou tudo (...) De repente ainda faz sair um sol, depois esse sol se retira e chove de novo ainda. Para os filhos das trevas, um caos, uma confusão, um desastre. Para os filhos da luz, uma apreensão: "Ih! O que é que vai acontecer? E a missa?".
Chegamos a mandar uma perua com um telefone móvel por caminhos estudados até Barueri, porque sabíamos que o Cônego tinha ido a Barueri, para ver se encontravam o Cônego um pouco bem antes da hora para trazê-lo por um caminho que não fosse um caminho alagado.
Quando chegam lá, nós recebemos um telefonema de volta às 6h, 6h15, na apreensão do que é que ia acontecer, de que o Sr. Cônego tinha saído de Barueri às 3h da tarde e que já estava na Casa Pia pronto para a Missa.
Então, celebrante não ia faltar, mas o coro como é que ia atravessar essa ponte daqui do lado de cá para poder, enfim, ser Missa cantada? O coro não ia conseguir atravessar.
De repente tudo se resolve, tudo se seca, nós passamos do outro lado e houve Missa. Símbolo da esperança que nós devemos ter para o futuro. Foi o que se deu comigo diante da imagem de Nossa Senhora de Genazzano, andando de um lado para outro e olhando para a imagem, de repente eu estava pensando nas várias intenções, e às tantas me vem essa intenção: "Nós vamos ter que passar por apertos tremendos, nós vamos passar por angústias, por túneis, por afunilamentos, por situações que nós não vamos ver a saída". Nesse momento eu tive um arrepio físico, mas arrepio físico mesmo, da cabeça aos pés, um arrepio físico que me tomou e eu fiquei paralisado olhando para a imagem. A imagem me cativando ainda mais do que nos outros momentos e como que dizendo -- não é que eu tenha ouvido uma voz, mas [a imagem estava] como que me dizendo: "É verdade, isto vai acontecer, e muitas vezes, mas saiba o seguinte: que meus milagres e minhas intervenções vão ser maiores do que os apertos". [Aplausos]
*
Reunião para Veteranos, 8/10/96:
De quatro vezes que eu estive em Genazzano, nas últimas portanto, das quatro vezes, três vezes nós pegamos um enterro. É raro, mas aconteceu.
Desta vez o enterro que nós pegamos não foi como das anteriores (...). Íamos pelo caminho, uma montanha de gente, e eu disse:
-- Olhe, Sr. Juan Miguel, acho que é mais uma vez um enterro.
-- Não, não pode ser, não pode morrer tanta gente. Toda vez que nós chegamos aqui morre gente. (...)
-- Mas olhe que eu acho que é enterro.
Ele parou o carro junto a casa de uma senhora que estava olhando de cima o cortejo todo, a aglomeração toda, e perguntou:
-- Do que é que se trata isso aqui?
-- É um funeral, um funeral.
Eu pensei: "Nossa, mais um enterro!"
Entramos na igreja e esse enterro tinha que propósito? É que nós já tínhamos estado em Monza vendo o domo de Monza, por fora muito bonito, com uma arquitetura também muito bonita, mas por dentro estragaram completamente, empastelaram com coisas do barroco, do rococó, enfim, estragaram. E a impressão que dava era de uma decrepitude da igreja, decrepitude dos fiéis, da estrutura, porque o domo estava cheio de gagás, e o padre também que celebrava a missa dava uma má impressão. Eu fiquei com a impressão de crise dentro da Igreja tremenda.
Esse enterro me dava impressão de que tinha qualquer relação do que tinha sido visto no dia anterior, algo se imbricava com o dia anterior e me dava impressão de que morrendo João Paulo II as coisas afundam mesmo, se é que já não estão inteiramente afundadas. Então o enterro tinha uma certa correlação com isso.
Agora, o que se passou de impressionante em Genazzano? O Sr. Dr. Plinio num MNF -- eu li aqui para os senhores até já, X de 92 ou 93 -- dizia que caso ele morresse, na situação de morte dele era preciso que nós rezássemos muito à Rosa Mística para pedir graças místicas especiais para tocar a obra dele adiante. (...)
Um lugar de graças místicas é Genazzano, é realmente impressionante. (...) Estando rezando diante da imagem, eu comecei a rezar por essa intenção, por aquela, por aquela outra. De repente andando de um lado para outro e olhando para a imagem, eu estava pensando nisto: "Olha que nós vamos passar por apertos, não pode ser que não passemos por apertos. Nós vamos ter cada afunilamento tremendo, cada túnel fechado tremendo, e nós vamos passar por situações bem horríveis, as mais horríveis de nossa história".
Nisso eu senti um arrepio, mas físico, desde os cabelos da cabeça até a ponta dos pés e fiquei arrepiado. A imagem me agarrou por dentro, não era uma voz, mas eu como que sentia alguém me dizendo, Ela me dizendo isso: "É verdade, meu filho, mas os milagres e as minhas intervenções vão ser muito maiores do que os apertos".
Isso ficou durante alguns minutos, eu preso, e depois a coisa passou.
Esses dons místicos têm se repetido não só lá. Eu vou contar um outro agora que se deu no dia 3, que é impressionante (...)
*
"Jour-le-jour" 23/2/97, parte II:
Eu quando o Sr. Dr. Plinio estava vivo numa circunstância X eu invocava a Sra. Da. Lucilia com veemência e, digamos assim, em oitenta a noventa por centro dos casos conseguia o que eu queria nessa circunstância X. A partir do momento em que ele foi para o Céu, eu para essas mesmas circunstâncias em que invocava a Sra. Da. Lucilia, [ainda] invoco às vezes, mas a maior parte das vezes eu invoco a ele. Desde o dia 3 de outubro de 1995, em todas as vezes eu obtive o que eu queria, sem exceção de nenhuma.
*
"Jour-le-jour"25/5/97, parte II - Falando de uma imagem de Na. Sra. da Ressurreição que lhe tinham apresentado, JC disse:
Eu a achei rara, porque eu via a imagem pela primeira vez --não sabia qual era a invocação-- em pé, com as mãos assim e olhando um pouco para o alto. Eu disse: “que invocação será essa? A imagem é bonita, a imagem é piedosa, a imagem é atraente até, Na. Sra. assim cheia de alegria. O que será esta imagem?”
Depois de duas horas que eu tive a imagem nas mãos, me disseram:
Trata-se de uma imagem de Na. Sra. da Ressurreição.
Eu disse: “Que coisa impressionante!”, porque vinha-me confirmando um pedido que eu fazia.
Eu estava implorando [ao SDP] que me desse um sinal (...) , me sentindo assim meio abandonado.
Enquanto eu estava me preparando, tinha acabado de me preparar, desci, me entregaram a imagem. Eu não liguei uma coisa com a outra porque não me disseram que era Na. Sra. da Ressurreição.
Eu disse: “deixe a imagem lá em cima”, e passei duas horas ainda com o problema na cabeça: “quando é que, como é que, como é que vão se resolver as coisas e tudo o mais?”
Quando eu volto e revejo a imagem, a pessoa que me tinha posto a imagem nas mãos me diz:
É Na. Sra. da Ressurreição.
Eu senti um arrepio. (...) Concomitantemente a isso veio a idéia do eremo, do terceiro eremo, de se alugar mesmo e não sei mais quanto. Eu disse: “Então Na. Sra. da Ressurreição, se se confirmar o título dEla pela doutrina”.
*
"Jour-le-jour" 30/5/97:
Eu me lembro que uma ocasião eu passei por uma dificuldade séria. À noite eu estava já pronto para me recolher quando, de repente, me chega uma notícia que era uma notícia-bomba, que ia me estragar a vida, completamente, por alguns meses.
Eu, naquele tempo, já levava uma vida muito apertada, cheia de ocupações, etc., acompanhando o Sr. Dr. Plinio o quanto podia e, ao mesmo tempo, acompanhando os senhores também, o quanto podia. "Viver é estar juntos, olhar-se e querer-se bem"; então eu procurava viver junto com ele, procurava viver junto com os senhores, o quanto o tempo permitia, inclusive com prejuízo de vantagens pessoais, de comodidades, etc.
E essa notícia era uma bomba porque me colocava uma ocupação que ia me tirar pelo menos umas duas ou três horas por dia, durante um tempo. Então, eu me lembro perfeitamente de que estava aflito; sentia que estava abandonado pela Providência, porque além de tudo que já fazia, mais duas ou três horas por dia comidas assim... eu não sabia o que fazer.
Voltei-me para os quadros que me rodeavam, quadros da Srª Dª Lucilia, e comecei a insistir com ela: "Mas como é isso?! A senhora me abandona? A senhora me deixa assim, nessa situação?!" E comecei a quase que bater o pé, como fazia Santo Antônio Maria Claret: bater os pés, bater as mãos, enfim, tudo o que era possível fazer para conseguir dela uma intervenção. E no momento em que eu estava assim como que implorando, de forma categórica e quase que exigindo que ela interviesse naquele caso e o solucionasse, uma lâmpada acendeu-se sozinha. Mas não é que o interruptor estivesse ligado e a lâmpada estivesse meio frouxa, e nesse momento houve um movimento qualquer que pode haver num edifício ou coisa que o valha, e a lâmpada se conectou; não é isso: eu senti o estalo do próprio interruptor.
Alguém dirá:
-- Era um interruptor que estava a meio caminho e que, nesse momento, se acendeu.
O certo é o seguinte: é que eu fiquei arrepiado e, interiormente, senti um como que sobressalto da Srª Dª Lucilia, dizendo: "Ora essa, mas você, meu filho, com essa desconfiança?! Onde já se viu?! Já está tudo resolvido! Não se preocupe mais. Tal seria que eu fosse deixar de resolver esse caso!"
Eu pensei: "Mas, enfim... A situação ainda não se resolveu... Bom, se tem esse sinal, vamos pôr na mão dela. Ainda mais com esta sensibilidade interior. Alguma coisa se passou, por onde eu vou ser atendido."
No dia seguinte, de manhã, eu dou outro telefonema, e o caso estava resolvido. Aí eu compreendi perfeitamente de que se tratava de uma intervenção da Srª Dª Lucilia, mesmo.
Reunião na Saúde, 28/11/95:
Eu conto uma de hoje, ainda. Havia um dos audiovisuais [que iam ser passados nas comemorações de dezembro, pelo aniversário do SDP] que estava encrencado. Tinha sido bem trabalhado o começo, o miolo estava meio passável, mas dava um trabalho enorme para poder mudá-lo, estava uma concepção um pouco humana a respeito da morte do Senhor Doutor Plinio (...).
Eu pensei: "Bom, [para] esse audiovisual nós temos duas saídas: ou é rasgar essa parte toda e escrever tudo de novo --o que vai dar um trabalho de louco! eu não estou disposto nesses dias eu estava muito indisposto-- a cabeça não ajuda e eu não consigo escrever. Não dá. Tenho de esperar um momento em que venha uma graça e ajude, me cure --porque eu tinha esperança de que ia curar (...).
Então eu tinha certeza de que o meu problema era um problema meio preternatural, meio de cansaço também, etc. "Uma hora qualquer isso termina. Não sei quando."
E terminou na noite em que eu comecei a rezar: "Meu Senhor, curai este escravo! Meu Senhor, curai este escravo! Meu Senhor, curai este escravo! Olhe aqui, vamos fazer um trato! Se vós me curardes esta noite, amanhã eu vou fazer reunião e conto lá no auditório!" E ele curou mesmo.
Curando, houve o problema: "Destruo esta parte ou faço um fecho? Um fecho talvez salve isso. Mas eu não tenho inspiração para fazer este fecho. Como eu vou fazer este fecho aqui? Olhe aqui, vamos pedir a ele. [Vou] pedir a ele que ele dê a graça de fazer esse fecho e que o fecho saia como se ele mesmo escrevesse." (...) Então, [ouvindo músicas de] Mozart e rezando e rezando, a pluma foi correndo. E saiu o fecho todo escrito por ele [SDP]. Eu reputo que está escrito por ele. Não vou dizer qual é o fecho, porque senão os senhores depois... mas é o fecho do último audiovisual que os senhores vão assistir. Escrito por ele, mensagem mandada por ele. Tenho certeza absoluta!
Mas então... Os senhores verão, os senhores verão. É um audiovisual que começa grandioso, depois vai entristecendo. O último audiovisual que os senhores vão assistir é todo o último mês dele no hospital, até o falecimento e enterro. A recordação de tudo isso.
JC refere-se à “carta da eternidade”, que na realidade não foi propriamente inspirada misticamente, mas montada por JC:
A carta que foi escrita da eternidade, que teve um... eu ouvi dizer que houve um bruto, não quero... posso dizer "bruto", porque não “ubico” exatamente quem seja, houve um bruto que achou que aquela carta era ridícula. (...) A carta que foi mandada pelo Sr. Dr. Plinio da eternidade, e que está no audiovisual sobre o holocausto dele, termina com uma carta mandada por ele. Claro que a carta é montada, mas ela é montada com base num fato concreto. O fato concreto é uma conversa que ele teve com o X., indo de São Paulo a Amparo. (Cfr. "Jour-le-jour" 27/1/96)
*
"Jour-le-jour" 16/1/96:
(Rugeles: Depois destes três meses da morte do Sr. Dr. Plinio, não sei se o senhor podia contar qual foi a maior graça que o senhor obteve através dele. Pelo menos aquela que o senhor possa contar.)
(...) A maior graça que eu recebi de ele foi de sentir uma espécie de certeza absoluta, plena, de que ele me assiste aqui, lá e acolá, sobretudo nos momentos difíceis. Nada assim de que ele me tenha dado um toque qualquer meio angélico por onde eu me senti transformado. Eu me sinto exatamente o que eu era, não mudei nada, eu só tenho o seguinte: é que eu percebo que ele está mais junto de mim do que estava antes.
Eu digo sinto, porque é sinto mesmo, é algo meio místico. E essa graça de poder senti-lo ao meu lado e em certas circunstâncias onde... Por exemplo, eu vou dizer uma coisa que talvez choque aos senhores ou talvez deixe os senhores assim boquiabertos. Não me aconteceu, mas eu percebo que se eu tivesse a desgraça de, de repente, conceber um pecado --o que não me aconteceu até agora, graças a Deus, nesta post mortem--, eu tenho certeza absoluta que de alguma forma ele me segurava.
Para mim isso eu reputo a maior graça que eu tenha recebido. (...)
(José Angel: Sr. João, o senhor tem uma grande comunicação com ele que antes o senhor dizia que não tinha.)
É verdade.
(José Angel: Bom, o senhor já está há mais ou menos aqui uma semana entre nós, deu várias reuniões, graças a Deus, às diversas unidades da TFP espanhola, nos pôde ver, pôde ver como está a Espanha. O senhor não teve neste tempo nenhuma comunicação com o Sr. Dr. Plinio?)
Não, o que eu tenho (...) é algo que se dava antes. Eu me lembro, por exemplo, deste episódio em 1966:
Na Bahia estava havendo um problema no grupo, um problema muito sério, e o Sr. Dr. Plinio resolveu que eu desse um pulo a Salvador para resolver o problema do grupo lá. (...) Eu não sabia nem qual era o problema do grupo, nem o que estava acontecendo (...). Quando me sentei no avião (...) peguei o relatório e (...) lendo o relatório percebi toda a situação do grupo, percebi quais eram os problemas de cada um, e percebi o que é que tinha que ser feito, o que o Sr. Dr. Plinio quereria que fizesse como reunião.
Isso era esporádico, uma vez ou outra acontecia. (...)
Depois da morte dele o que tem acontecido é isso: é que eu estou fazendo uma reunião (...), de repente os olhos caem em alguém assim fortuitamente e eu vejo: "Este aqui está em crise", ou então: "Esse aqui recebeu uma graça colossal. Esse está mudado. Aquele outro está estagnado. Esse outro não sei quanto". Isso é o que tem se dado.
Não vejo como ele via a alma, porque ele olhava e era com todos, mas são casos assim esporádicos. A gente vê que é um aviso dele: "Ajude a esse. Puxe aquele. Aperte aquele outro. Olhe, aquele anda assim". O que é muito mais do que era antes.
Mas no que diz respeito à Espanha propriamente não chego a perceber nada assim mais de especial.
(...)
Então, muitas vezes acontecendo coisas dessas eu comentava com o Sr. Dr. Plinio.Por exemplo, era uma Quinta-Feira Santa e havia uma só comunhão na igreja em Amparo. O Sr. Dr. Plinio estava em Amparo e ele naquele tempo ia comungar na Igreja, fazia questão de não comungar na sede mesmo na Quinta-Feira Santa.
Tomou o carro, foi para a igreja e estava no sermão. Estava no lavapés ainda e não sei quanto. Ele disse:
- Bom, então vamos dar uma volta de carro e quando estiver na hora da comunhão nós descemos.
Começamos a dar volta de carro e de repente, sem explicação nenhuma, eu senti uma aflição: "O Sr. Dr. Plinio vai perder a comunhão! O Sr. Dr. Plinio vai perder a comunhão! Você vai atrapalhar as orações dele. O Sr. Dr. Plinio vai perder a comunhão!". Eu disse:
- Sr. Dr. Plinio, eu estou com uma apreensão muito grande de que o senhor vai perder a comunhão. Perdão por atrapalhar as orações; pode ser uma coisa subjetiva...
- Vamos correndo para a igreja.
Chegamos na igreja, faltava umas vinte pessoas para comungar. Aí entramos e ele comungou.
Fizemos a ação de graças no carro e no carro ele comentou depois que isto era um aviso dos anjos. E outras coisas mais que eu comentei com ele que ficam por uma outra ocasião.
*
Congresso de neo-cooperadores, 19/2/96:
Eu vou contar uma coisa aos senhores de nosso Pai e Fundador, com relação a essa reunião:
Eu estava saindo da Pensilvânia, saindo da sede dos Estados Unidos, preparando as malas quando me pus o problema: preciso levar um livro para o avião, porque de repente não consigo dormir e fico meio amolado a noite inteira, de um lado para outro e sem saber o que fazer. Com o livro eu me distraio. Que livro eu vou levar? Não sei.
Olho para cá, olho para lá. De repente olho para a porta e tinha na porta, colocados dois livros. Dois livros do século passado: 1846. Era o volume II e o volume III de uma coleção, com um bilhete do Sr. Marcos Faes:
"O Sr. Bueno, quando partiu do Canadá para o Uruguai deixou-me estes livros para entregar ao senhor porque são do senhor."
(...) Peguei os dois livros e disse:
- Será que isto aqui serve?
Abri e encontrei: "Das relações dos bem-aventurados com os que ficam na terra. Das objeções que fazem os hereges a respeito da intercessão dos santos em relação aos seus..."
- Olha, isso aqui me interessa. Vou ler no caminho, porque me interessa.
Li no caminho e era o que nosso Pai e Fundador queria que eu tratasse com os senhores. O que foi isso? Foi uma ação dele, discreta, suave. Me empurrou esses livros na hora certa para fazer com que chegasse aos senhores na hora certa. [Aplausos.]
*
"Jour-le-jour" 26/9/95:
Eu peço a Nossa Senhora que me inspire para pegar os textos que são úteis ao Srs. Porque de repente eu deixo aqui pelo meio alguma coisa que é mais útil do que aquilo que eu estou lendo. (...) E eu mais uma vez repito o que já disse em outras reuniões: A Providência Divina, o Espírito Santo faz-nos chegar este texto hoje de manhã, antes da reunião.
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, no S. Bento, 5/10/95 - Referindo-se aos textos lidos nas reuniões, para preparar os membros do Grupo para o falecimento do SDP, JC disse:
Comecei a pedir textos e os textos foram chegando um após outro de uma forma realmente miraculosa.
(Pedro Henrique: O negócio dos fins e dos meios, foi o Espírito Santo.)
*
"Jour-le-jour" extra, 6/10/95:
Eu recebi assim de manhã, saindo... Como eu disse aos Srs., os dias que nós passamos aqui desse mês todo de preparação para o que houve ontem, foi um mês todo ele feito de milagres. Porque eu passava o dia procurando textos, ajeitando textos, etc., e às vezes dormia um pouco mais tarde à noite para poder deixar tudo pronto. No dia seguinte acordava, me preparava, quando descia as escadas encontrava embaixo dois, três, quatro textos. "Ih, de repente tem coisa importante aqui. Eu não sei." Vou para o carro e no carro eu começo a ver os textos e eram muito mais importantes e mais interessantes do que tudo o que eu tinha preparado no dia anterior. Quais eram as mãos que tinham posto ali esses textos? Não sei. O que é certo é que os textos apareciam. De repente até Anjo. Eu não sei, pode ser. Os Srs. não acreditam em Anjo?
(Sim!)
Eu também acredito! Então pode ser. Eu sei dizer que chegava aqui e lia os textos para os Srs., e eram textos inteiramente adequados para que os Srs. fossem se preparando paulatinamente para o que houve.
*
"Jour-le-jour" 19/10/95:
Eu tinha ontem separado para dar aqui a D. Bertrand e aos Srs. três blocos de matéria. E dos três blocos de matéria que eu separei até ontem à noite, eu não dei nada. Tudo isto que eu dei me enfiaram debaixo da porta hoje da manhã.
[Exclamações.]
Agora, eu pergunto se é ou não é o Espírito Santo. Porque o que eu tinha aqui é matéria interessante, é verdade, mas não iria avivar tanto a nossa esperança, tanto a nossa fé, tanto o nosso entusiasmo como aconteceu com a matéria que foi dada aqui.
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 22/10/95 (texto 951022-CSB):
(Reginaldo: O senhor tem dito na Saúde, que [a ação do SDP] vai ser maior. A gente vê os "Jour le Jour" que o senhor tem feito, tem graças espetaculares.)
Bem maiores e os senhores sentem.
(Reginaldo: O senhor, certamente também sente.)
Eu sinto o que acontece com os senhores, isso eu sinto.
(...)
Às dez horas é que começa a aparecer o pessoal no domingo. “Sr. Paulo Jorge, peça tal coisa, peça tal outra” e montei a reunião. E a reunião foi montada, de começo ao fim. Pela primeira vez consegui dar toda a matéria que eu tinha preparado. Era aquela matéria.
O senhor vê que, desde manhã cedo, foi uma assistência da graça e o Espírito Santo e o espírito [do SDP] assistindo, para montar a reunião que foi dada. (...)
Eu já tenho dito aos senhores que eu, às vezes, preparava a reunião e chegava aqui, quando o carro batia na porta, eu olhava o pessoal no pátio, eu sabia qual era o estado de espírito que ia haver na reunião. Então sabia como é que eu tinha que lutar. São graças que a Providência dá, de acordo com as circunstâncias que cada um tem que enfrentar. Não tem nada de especial.
*
Isso de um lado. Agora, de outro lado, acontece que na conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, S. Bento, 5/10/95, fica claro que quando ele esteve doente nos EEUU --entre janeiro e agosto de 1995--, foi selecionando a série de textos “providenciais” com os quais “preparou” o Grupo para o falecimento de Dr. Plinio. O mesmo deve ter acontecido em se tratando dos textos que foram aparecendo “miraculosamente” depois:
(Ramón León: A providencialidade do "Jour le Jour". O Sr. não poderia ter recolhido todos esses textos, todos esses ensinamentos do Senhor Doutor Plinio se não fosse o "Jour le Jour".)
Eu não teria posto o serviço esse em ordem se eu não tivesse ficado doente. O Sr. Fragelli quis fazer um presente para me animar e botou um setor monumental funcionando nos EUA, na época da sarcoidose.
*
"Jour-le-jour" 18/5/97, parte II:
Bem, o que é que eu darei aos senhores?
(Antônio Augusto L. Miranda: Inspiração do Espírito Santo.)
Pois é, mas sabe que o Espírito Santo está me deixando aqui com dúvida, porque é tanta coisa interessante, que eu fico na dúvida.
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 31/3/96 - No começo da reunião, lhe pedem uma previsão do futuro e JC nega ter capacidade para tal. Porém, quando a reunião caminha para concluir, JC exercita sua capacidade de prever o futuro:
(L. Haddad: O Sr. não podia dizer algo a respeito do que o Sr. prevê assim para o futuro na linha da ação do SDP?)
Eu gostaria de dizer o que é que eu prevejo, mas eu não prevejo. A Providência nos deu a possibilidade da gente saber o que é que vai acontecer hoje. Às vezes a gente tem uns pressentimentos com duas semanas, três de antecedência. O senhor sente pelo ar uma coisa qualquer esquisita que está havendo.
Por exemplo, ontem conversamos a respeito daquela história e eu disse aos senhores que já há umas boas três, quatro semanas vinha percebendo qualquer coisa no ar. Mas prever o futuro, Sr. Leonardo, francamente eu não sei.
O que eu acho é que nós vamos entrar... mas aí é dedução, não é pressentimento, e o senhor me pergunta pressentimento. Mas o que eu vejo como possibilidade de acontecimento é que nós vamos cada vez afundando mais, afundando mais, daqui a pouco começa um mata-mata muito mais violento do que esse que o Sr. Sato e o Sr. Boldrini assistiram na cidade. Não é propriamente um mata-mata, mas é uma situação de boa confusão, bem bagarrosa. Saiu em jornais. Ou seja, os marreteiros, aqueles camelôs, foram arrancados do centro da cidade pelo Maluf e fizeram uma bagunça na cidade monumental. Mas eu acho que tudo isso já é sondagem, que eles vão criar coisas dessas cada vez mais intensas para ir levando o pessoal a uma vida de tribalismo, e que nós vamos chegar ao mata-mata. Vamos mesmo.
(...) o senhor sabe que, ao contrário do que se passa na natureza vegetal, que o elemento novo é a folha, é depois a flor e o fruto, esse é o elemento novo no reino vegetal, no reino das almas o elemento novo é a raiz. Não é a folha nem o fruto, mas é a raiz.
Quer dizer, os novos que entram [na TFP] são a raiz daquilo que é o futuro, e os elementos velhos já são as flores e os frutos que se explicitam, que morrem e que caem para depois darem as sementes futuras de outras árvores. Mas esses morrem, esses se vão embora, o que fica justamente é a raiz, e a raiz é a continuidade. Se a continuidade vem com essa força, então dá impressão de que esta obra é miraculosa mesmo.
Olhando o Grupo a gente vê que as folhas, as flores e os frutos, alguns já deram o que tinham que dar e já vão tomando o caminho do futuro, o caminho da eternidade, enquanto que as raízes vêm com uma força e uma vitalidade fora do comum.
De maneira que eu vejo a situação de agora com muito mais esperança do que em toda e qualquer época que já houve até hoje.
Portanto, o que vem de futuro é de deixar a gente pasmo.
Mas se o senhor olha para a geração dos 70, para a geração dos 80, o senhor vê que são frutos que já deram seu suco.
Agora, eu vejo que a própria galharia, geração dos 20, 30, 40, essa ainda vai ser tomada por uma graça inesperada, vai dar muito mais do que todas as gerações anteriores e vai deixar muita gente pasma.
Aí está uma previsão do futuro.
*
Reunião para Veteranos, 16/4/96 - Há tempo JC vem fazendo previsões:
(Orlando Kimura: Sr. João, qual é o fenômeno que se dá na campanha... Por exemplo, lá em São José dos Pinhais as pessoas estão chamando os eremitas itinerantes de "Ô Plinio!". [Exclamações] Para chamar os cooperadores chamam "Ô Plinio". Ou então tem gente que olha para a capa, para o estandarte e começam a chorar.)
E tem gente que oscula.
(Orlando Kimura: Vão apertar a mão, dizem: "Isso é muito bonito, é muito bonito!", e começam a chorar.)
É a graça mística. É tout court graça mística.Por isso é que eu estou preparando um retiro sobre a humildade. [Risos]Não... Eu já venho prevendo há tempos de que coisas dessas vão se multiplicar e vai acontecer casos de as pessoas terminarem uma certa campanha assim e se por o problema: "Puxa, mas eu fiquei santo de uma hora para outra e não sei como é que foi esse negócio." [Risos]
E não é. É porque é uma graça mística que foi dada ao outro. Ele continua o miserável que foi sempre! É que outro foi tocado por uma graça.
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Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 31/3/96 - JC interpreta acontecimentos em função do que discerne da luta entre Dr. Plinio e o demônio:
Ontem [os do Grupo de Portugal] estavam à mesa conversando a respeito de quanto as graças de apostolado ultimamente, após a morte do Sr. Dr. Plinio, têm sido intensas, têm sido fabulosas e têm trazido, como conseqüências, as coisas extraordinárias, tal pessoa e tal outra. Estavam assim exuberantes nos comentários a respeito do apostolado como tem sido até o presente momento, desde o falecimento do Sr. Dr. Plinio.
Quando estavam no auge desses comentários um copo que estava sobre a mesa estourou de uma forma muito curiosa. Mais ou menos como se alguém tivesse metido uma martelada debaixo para cima, ele estourou debaixo para cima.
Eles mandavam pedir interpretação. O que eu mandei dizer é eles é que, de fato, o Sr. Dr. Plinio quis confirmar o que eles estavam dizendo, quis mostrar que o Sr. Dr. Plinio interveio e arrancou um demônio que impedia esse desenvolvimento apostólico. Esse demônio então saindo do caso, saiu furiosíssimo. E furiosíssimo o que é que ele fez? Ele disse:
- Eu quero fazer um estrago assim e assim.- Não, o único estrago que você pode fazer é quebrar esse copo.
Ou então o Sr. Dr. Plinio deu ordem ao demônio:
- Demônio, você vai ser obrigado agora a quebrar esse copo, porque quebrando esse copo você vai dar a eles a noção de que, no fundo, o que eles estão dizendo é inteiramente verdadeiro. Quebre esse copo, saia e vá para Vênus. Se quiser vá para Saturno andar pelos anéis de Saturno, mas não amole mais.
*
"Jour-le-jour" 20/1/96 - JC discerne quando virão certas graças:
(Aparte: Quando o senhor acha que virá essa graça [da compenetração]?)
Não está longe. Esse não está longe não quer dizer que seja amanhã mas eu acho que vem por esse ano. Esse ano é um ano de muita, mas muita surpresa, muita surpresa.
*
Conversa no S. Bento, 29/9/95 - Na reunião, depois que JC tratou das graças que podem vir com o Grand Retour, André Dantas formula uma pergunta que no fundo equivale ao pedido de uma previsão do futuro: “O senhor acha que os milagres vão começar logo em seguida?”
Ao responder, JC prevê duas coisas: a demora dos milagres e quem não receberá o Grand Retour. No meio do que fala, diz uma grande verdade que se aplica a ele como luva na mão: todas as heresias foram suscitadas por pessoas que bancavam de “fervorosas” e “radicais”.
Não. Eu acho que se começarem logo em seguida, nós vamos ficar com muita gente que não presta. [Risos.] Se os milagres forem imediatos, muita gente que não interessa ainda fica grudada na gente.
Nós temos dois tipos de gente que não interessa. Primeiro são uns que pesam e que não vão receber o Grand-Retour. [Depois] são outros que aparentemente ajudam, mas que são os inteligentes e os “hardi”, que têm élan, “entrain” e que, pelo orgulho, não nos interessam. E o Sr. Mário fazia uma consideração que eu acho inteiramente verdadeira: todas as heresias que existiram na História não foram defendidas nem elaboradas por sabugos. Todas as heresias foram elaboradas por “hardi”. São os mais de dentro, são os mais “hardi” que elaboram as heresias. Tese puxada, mas é a realidade histórica. (...)
Com isso vão ficando só aqueles que de fato têm coragem mesmo, têm devoção mesmo. E aí nós estaremos prestes a que chegue o momento do milagre, e aí sim.
Eu, a meu ver, pode ser que eu me engane, estou analisando mais ou menos como seria o meu temperamento de fazer o negócio [exclamações.], pode ser que seja subjetivo de mais, não é assim. De repente é uma tal bondade que a coisa já não é assim. Pode ser. Estou me baseando naquelas profecias dele.
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Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 5/10/95 - Suas bases lhe perguntam o que vai acontecer, para em função de sua resposta orientarem suas vidas:
Nós subíamos no carro hoje e uma correspondenta aflita:- Escute, Sr. João, o Sr. não vai fazer uma reunião agora para explicar para a gente como é o futuro, o que é que vai acontecer?- Minha senhora, eu não cuido dos CCEE. Eu estou à disposição. A Sra. fale com os encarregados. Se os encarregados quiserem, em quinze minutos eu estou em São Bento. É só me telefonarem, eu estou disposto a fazer uma reunião.
- Aí nós adiaríamos a viagem e teríamos essa conversa com o Sr., para o Sr. nos orientar.
- Não tem dúvida.
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 11/10/95 - JC indica os rumos para onde as pessoas devem se dirigir:
(Luiz Alexandre: Não sei se o Sr. sente isso, mas pareceu que um desejo nos bem mais antigos, não sei se são todos e até mesmo nesses [ininteligível], muita confiança agora, no que vem do Sr., o Sr. diz e eles tomam assim: "de fato é por aqui, tem que seguir."
(...)
Esta certeza existe. Está aqui, ele conheceu, ele se dedicou, ele fez isso, ele conseguiu esses textos, desses textos é que vem uma palavra, então eu quero ouvir. Isso existe.
“Ele” no último parágrafo é o próprio JC. Está se referindo aos textos que iam aparecendo de modo “providencial”.
*
Para os joanistas basta obedecer as diretrizes de JC --não de Dr. Plinio, que nem é mencionado--, que as coisas dão certo.
GRAFONEMA PARA: Don. CELIO CASALE
Remite: CARLOS A. INSAURRALDE
************ C O N F I D E N C I A L ************
Eremo N. Sª. del Rosario de Lepanto, 02/1/1998 - 11:15 PM
Estimado Don Celio:
Salve María!
(...) Paso a comentarle muy brevemente algunas noticias de por aquí.
El apostolado con corresponsales va viento en popa, es sólo seguir las indicaciones de Plinio Fernando que las cosas se encaminan.
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 27/10/95 - “Nossa Senhora” revela a JC o futuro próximo com insistência, clareza e sacudidas:
(Luiz Alexandre: Como o senhor vê o caso atual de todo o Grupo, mas todo mesmo, em conjunto?)
Eu vejo o seguinte: que aqueles que não se aproximam dEla, estão nas trevas. [São] os que ficam no trabalho, ou coisa que o valha; são aqueles que não se dão conta que têm que parar, pensar, olhar.
(José M. Jiménez: O senhor acha que esse período seria muito longo? (...) O senhor tem idéia como seria esta transição do momento atual para o outro?)
Eu consigo ver, quando Nossa Senhora às vezes me toca e me diz algo, eu consigo ver assim coisas para serem ditas em dois, três, quatro, cinco dias na frente. Mais do que uma semana eu não vejo. (...)
Eu, às vezes, até me ponho o problema: Por que é que Nossa Senhora não deixa a gente ver mais? Acho que se a gente vir mais, o que vai acontecer? É que a gente, de repente, fica naturalista. Então, ficar nessa dependência de ver aos pouquinhos, exige mais confiança.
Eu não estou dizendo que Ela vai fazer com que a gente veja sempre. O que eu estou dizendo, é que Ela tem feito a gente ver aos pouquinhos.
Por exemplo, dia primeiro de setembro Ela avisa o que aconteceria um mês depois, mas não mais do que isto. Aí Ela avisa mesmo e avisa com insistência, com clareza e com sacudidas. Foi o que aconteceu. Em Genazzano ela avisa: "Ele vai morrer"
(...)
(Pedro Morazzani: Ela tem avisado alguma outra coisa?)
Não. Eu estou com muito desejo de ir a Genazzano, porque tenho impressão de que, de repente, Nossa Senhora diz mais algo. Não sei. Mas vejo que não posso sair. Então, tenho pedido a Ela que leve em consideração o desejo que eu tenho de ir lá e que me diga aqui o que diria lá.
(Aparte: O que é que Ela tem dito?)
O que eu tenho dito para os senhores. É assim: às vezes com 24 horas de antecedência, antes de uma reunião, Ela me diz algo, me mostra um caminho, me faz chegar um texto.
(...)
(F. Lucoves: Sr. João, o que o senhor acha que pode acontecer no ano que vem?)
Acho que começa o caos mesmo, com Bagarre locais, revoluções, mata-mata. Isso não tem dúvida. Não tem a menor dúvida. Não é possível manter-se mais.
(...)
(Aldo Leone: O senhor acha que a peneirada no Grupo, vai ser nesse período de transição?)
Eu acho que Nossa Senhora vai dar tanta graça, que a peneiragem vai ser uma peneiragem fina. Alguns poucos vão-se embora. Mas vão segundo a imagem usada pelo Senhor Doutor Plinio: "Como uma ferida que cicatriza e cuja casca já se tornou descolada da pele".
*
Reunião na Saúde, 15/2/96 - Em Genazzano, “Nossa Senhora” sempre lhe revela o futuro próximo e às vezes o remoto:
Antes de viajar [à Itália, em 1996], eu estava muito curioso de saber como Nossa Senhora do Bom Conselho de Genazzano ia me receber, porque sempre ali houve premonições, sempre houve uma recepção da parte dEla que me deixava com uma certa idéia de um futuro próximo, ou às vezes longínquo de algo que ia acontecer. Então eu estava com uma espécie de suspense dentro da alma: "O que vai acontecer? Como é que vai ser?"
A viagem toda foi transcorrendo, mas até o momento de eu chegar diante da imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho. Porque eu estava querendo chegar diante da imagem e saber o que ia acontecer. Portanto minha atenção primeira estava em atingir esse ponto que era Genazzano.
Quando eu cheguei em Genazzano, já no dia anterior, se não me engano tinha feito um tempo feio. Nós chegamos do aeroporto e fomos para a Sede. Estava um tempo meio feio, céu meio fechado. Chovia.
Eu disse:
Ih, Genazzano com chuva. Mau sinal. Enfim, vamos ver amanhã como será. Vamos para a Sede, vamos dormir.
[No dia seguinte], fomos a Genazzano com um dia radiante, de um sol e de uma temperatura que pareciam primavera. Entramos na igreja.
Normalmente, quando a gente chega, a imagem está branca, está meio descorada um pouco. Ela vai tomando coloração à medida que a gente vai rezando, vai rezando, a coloração vai aumentando, aumentando.
Desta vez, quando nós chegamos não, Ela já estava numa manifestação de cores extraordinária. Já de saída. Isto foi o primeiro dia, foi o segundo e foi o terceiro.
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Reunião do 4/2/96 - JC prevê as graças que Nossa Senhora vai enviar ao Grupo, o que os dirigentes da Revolução vão tentar fazer, e o revide de Nossa Senhora:
(Mikel: O que o senhor espera deste ano? Porque pode ser que seja um ano fatídico para a Igreja em geral, um caos completo. Agora, do lado daqui, do lado da Contra-Revolução?)
(...) acho que do lado de cá devem dar-se graças espetaculares a ponto de a gente ficar pasmo com certas pessoas do Grupo que vão mudar. (...) Nós mesmos vamos começar a sentir, dentro de nós, movimentos de graças que nós nunca, jamais imaginamos.
(Mikel: O Grupo é o núcleo, em vista do qual a Revolução atua. Como eles vão tentar contrarrestar esses tipos de graça?)
(...) Eles vão ficar estupefatos. Eles vão perceber que o carisma saiu das mãos deles e passou para as mãos de outros. (...)
(Frizzarini: Aí eles dão o pontapé na mesa.)
Mas, ao darem o pontapé na mesa, Nossa Senhora ainda faz multiplicar a obra dEla. Nós vamos assistir muitas coisas maravilhosas.
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Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 31/7/96 - Aludindo a uma próximo apresentação do coro e da fanfarra, um eremita pede a JC uma previsão a respeito de como vai se comportar o público:
(Pedro Henrique: Prognóstico para Minas.)
O mineiro é muito intuitivo. Ele a partir do movimento que houver dentro da igreja, ou então dentro do salão ou coisa que o valha, ele vai perceber tudo até o fim. Ele já vai se dar conta de absolutamente tudo, já vai perceber quem nós somos, o que é que nós somos.
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Reunião para EEII, 6/10/96 - JC prevê o futuro imediato e sabe quando estourará a Bagarre civil e a Bagarre na Igreja:
(Aparte: No dia 3 de outubro, após a missa aqui no auditório, no final das 40 Horas, foi perguntado ao senhor o que é que o senhor achava do dia 3. O senhor disse que era o dia de rezarmos pedindo a volta do Sr. Dr. Plinio, ou a intervenção dele nos acontecimentos o quanto antes. Eu queria perguntar ao senhor o que é que o senhor acha desse período que vai daqui até nos encontrarmos em dezembro.)
Pode ser que eu me engane, mas eu acho que vai ser um período muito comum e que vai dar aos senhores a idéia de que as coisas não se moveram tanto como os senhores desejariam que fosse, porque ainda está reinando o demônio mantenedor.
É possível de que de repente haja um estouro no Oriente Médio, porque o Sr. Dr. Plinio sempre comentou isso.
O Oriente Médio é o estopim de uma bomba que está constantemente acesa, que sempre dá idéia que vai estourar e não estoura, até o momento em que estourar. Chega um certo momento em que pum! O Primeiro Ministro de Israel andou fazendo umas bobagens, eu estou até para dar numa reunião qualquer um noticiário a respeito, e a situação no Oriente Médio está quente como esteve em 67 e como esteve em 74. Está bem quente.
Agora, sairá alguma coisa daí? É possível. Mas a minha impressão é de que ainda não sairá, porque eu levo em consideração a afirmação feita pelo Sr. Dr. Plinio de que enquanto não houver a Bagarre interna na Igreja eles não fazem a Bagarre civil.
(Aparte: E quanto à "Bagarre" na Igreja?)
Ela só se dará a partir da morte de João Paulo II. Ele está sendo curado.
*
JC prevê que 1996 será o ano da Bagarre Vermelha. Mas estamos em dezembro de 1999, e ainda não se realizaram as previsões do profeta de Jezabel:
- Minha impressão, é impressão pessoal, é de que o ano de 96 é o ano dos três números furados. (Cfr. "Jour-le-jour" 29/12/95)
- Outro dia, [para] um português que nos telefonou, para o Sr. Fragelli e para mim, eu dizia:- Olha, esse é o ano dos três números furados e o que pode acontecer... Há um padre aí que declarou recentemente, que leu o segredo de Fátima, e que disse que a Terra vai ser sacudida, que o mar vai cuspir para cima, que não sei quanto. (Cfr. "Jour-le-jour" 5/1/96)
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 24/5/96 - Perguntam a JC a respeito do contragolpe que as Forças Secretas dariam às coroações de Fátima:
O estrondo na Espanha cada vez vai ficando mais claro que era uma montagem do outro mundo, mas do outro mundo! Um dia aí nós damos um jornal-falado mais detalhado, mas é uma coisa tremenda.Enquanto houver um afervoramento eles não dão um passo, porque eles com isso aumentam o fervor. Eles vão esperar uma deflexão desse fervor, mas eu acho que não haverá. Eu acho que é um fervor feito para crescer e para dar no Grand-Retour. De modo que eles têm duas saídas: ou é cair em cima do Grupo para estraçalhar e para fazer mártires mesmo, mas aí é a ruína deles, ou eles viram a mesa. Tanto uma saída para eles quanto outra, para nós é a vitória.
Então nós vamos agora de pináculo em pináculo até o momento da glória. Quer seja através do martírio, quer seja através da virada da mesa.
A previsão não se cumpliu. Tudo correu em sentido oposto. Em lugar de caminharmos de pináculo em pináculo até o momento da glória, primeiro veio a divisão da TFP --produzida por JC-- e depois as tentativas de destruir a TFP.
*
Reunião Saúde, 14/11/95 - JC prevê quais serão as tentações que o demônio porá nos membros do Grupo:
(Tokura: (...) nos dias que nós estamos vivendo, Nossa Senhora está preparando grandes graças que estão por vir. Agora eu pergunto para o senhor, o que o demônio pode fazer conosco na rotina do dia a dia? qual a tentação que o demônio que mais o demônio pode por em nossas almas, no lado da ação de presença do Senhor Doutor Plinio, do enlevo, da questão da "Bagarre" que está vindo? O senhor comentou no retiro que o demônio marca passo conosco.)
Ele quer saber qual a tentação que o demônio... Houve na década de quarenta a inveja, década de setenta o "dilúvio azul" realização etc., década de noventa, esquecimento. Por que é tão grave o panorama que a gente é levado a esquecer. Qual é a tentação que o demônio poria em nossas para nós não aproveitarmos as graças todas que nos estão reservadas agora, daqui para o futuro?
É, por incrível que pareça, a microlice, a bagatela. Porque nós somos chamados, e estamos nisto, à mais bela de todas as vocações da história, à mais grandiosa de todas as vocações da história, entretanto, a única coisa que pode nos afastar dessa grandeza toda é a microlice, é a bagatela.
Então é o que o colega disse, é o que o outro fez, é o girabrequim da motocicleta que encrencou, de repente, é um apostolando que eu vou buscar em casa e o apostolando me disse um desaforo qualquer e eu percebi que perdi todo o meu tempo, porque passei dois meses trabalhando aquele apostolando, e agora ele me dá um pontapé desse jeito, então eu volto para cá, para a sede, meio assim, passo jururu um, dois, três dias, e o panorama da vocação, chummm! Evaporou.
A resposta do guru não condiz com o que o SDP previu na última Reunião de Recortes --a tentação que sofreríamos os membros do Grupo iria na linha da divisão interna --e que foi o que realmente aconteceu nesse ano.
*
"Jour-le-jour" 29/12/96, parte II: JC enxerga o que se passa nos altos arcanos de Deus:
(Aparte: Sr. João, como o senhor acha que vai ser o ano de 97, dentro do Grupo e fora do Grupo?)
(...) Nós veremos pessoas boas de repente serem tomadas por tentações dessas, veremos estrelas caírem do céu. Nós veremos batatas, pessoas que são encrencadas e que não sei quanto, de repente receberem uma graça e virarem estrelas. Isto é o que me parece internamente no ano de 97.
Agora, externamente eu creio que pode ser que aconteça alguma coisa, como pode ser que não aconteça nada. (...) Tudo continuou como dantes no quartel de Abrantes. Foi mais um ano e vamos entrar para o vigésimo-sétimo mês da ausência de nosso Pai e Senhor. Dia 3 de janeiro agora nós vamos comemorar o 27° mês. E não aconteceu nada. Pode ser.
Como pode ser também que -- é o que eu dizia e já tinha dito isso em outros ambientes, já disse em São Bento inclusive -- o preço do Grand-Retour, o preço da Bagarre, o preço do Reino de Maria já foi pago. O Senhor Doutor Plinio já deitou o sangue dele e já foi pago. Quer dizer, isso já foi comprado. Portanto, estes três elementos estão selados e virão.
Agora, dar-se-á alguma coisa neste ano que acelere isto?
Pode ser. Porque o que acontece é que eu julgo que nos altos arcanos, nos altos páramos, mas assim lá nas cúpulas das cúpulas o que houve foi uma proposta feita pelo demônio a Deus, o demônio chegou e disse:
-- Eu faço tal proposta.
Deus disse para o demônio:
-- Não aceito. Não vou aceitar porque eu tenho aqui o sangue de um justo e esse sangue me dá meios de lhe dizer que Eu lhe ofereço um contraplano, é uma contraproposta.
(...) o demônio vai se tornar mais furibundo, o demônio vai fazer coisas piores do que fez no ano de 96, é evidente, vai tentar atazanar nossa vida interna mais do que já fez durante o ano de 96, vai criar situações, complicações tremendas, na linha da Opinião Pública as coisas vão ficar piores, mas ao mesmo tempo não vai haver...
Na conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, de 31/3/96, ele dá a entender que, além de ter discernimento dos espíritos, é imune às tentações de impureza, tem dom de clareza no que expõe, dom de convencimento, dom de didática, dom de arrebatar e arrastar, dom de ser atraente, dom de ser agradável. Esqueceu citar o dom de ser humilde e despretencioso:
(Lofrese: Sr. João, o senhor não poderia explicar um pouquinho o teor dessa graça que o senhor recebeu de nos guiar rumo a esse estado de espírito de não desânimo, de confiança inteira, completa e total? (1) [...] Se estiver um pouco confuso, Sr. João...)
(...) quando o senhor tem uma determinada missão, o senhor tem aquilo que em vida sobrenatural se chama a graça de estado.
Se o senhor, de repente, é chamado numa circunstância "X" a salvar de um incêndio ou de um afogamento três, quatro fulanas, o senhor naquela hora tem uma graça de estado por onde não lhe passa a menor tentação de impureza pela cabeça, porque o senhor tem que exercer aquela função. Pode ser que mais tarde aquela imagem lhe volte à cabeça e o senhor seja tentado a propósito, mas na hora não. (...)
E há uma graça de estado que é daquele que dirige, daquele que orienta, daquele que é chamado a ajudar os outros. Essa é uma graça especial por onde ele tem um certo discernimento dos espíritos suficiente para as circunstâncias nas quais ele vive, por onde ele tem um dom de clareza no que ele expõe, por onde ele tem um dom de convencimento, um dom de didática, um dom de arrebatar e de arrastar, por onde ele tem um dom de ser atraente, por onde ele tem um dom de ser agradável, etc. Esses dons todos que lhe são dados em função da missão concreta que ele tem naquele momento.
O senhor me pergunta como é que houve isso, como é que houve aquilo, etc. Foi porque a Providência queria que os senhores fossem orientados. A Providência deu ao homem o instinto de sociabilidade e ela quer que uns façam bem aos outros.
Os senhores mesmos entre si uns se sustentam aos outros, e o que há entre nós é uma circulação da graça, que bate num, reflete noutro, pega este, reflete naquele outro, e assim vai. Nós vivemos numa espécie de contínuo distribuir de graças de uns para os outros.
Comentário:
O pergunteiro confessa que JC determina os estados de espírito dos joaninos e que eles obedecem.
*
Reunião para CCEE, em Belo Horizonte, 3/8/96 - JC discerne quanto tempo vai viver um rapazinho e duas fases no relacionamento com seus pais:
Ainda há pouco aqui no corredor me apresentavam um menino fortíssimo, estuante de vitalidade, de futuro. Vê-se que é uma criança que vai viver muito, vai dar algum trabalho durante uma certa fase, mas depois ainda dará muita felicidade aos pais.
*
Congresso de neo-cooperadores, 20/2/96 - JC percebe se um indivíduo tem Tau ... mas nega ter discernimento dos espíritos:
Eu não tenho discernimento dos espíritos, mas tenho experiência da vida. (...) Eu já tive enganos e enganos durante a vida. Mas experiência a gente acaba adquirindo. Sempre atrás da cadeira de rodas do Sr. Dr. Plinio, no momento em que um enjolrinhas vai cumprimentar o Sr. Dr. Plinio. Então cumprimenta, a gente vai depois perguntar para informar o apóstolo:
- Este tem thau?
- Sim, esse aí tem muito thau.
Então, a gente mais ou menos coaduna o muito thau, com a fisionomia. Depois passa um outro:
- Esse aqui.
- Hum! Esse não vai dar grande coisa.
Então, toma a fisionomia de que não dá grande coisa, fisionomia de grande thau. Então, com experiência da vida a gente vai adquirindo a prática. Portanto fica com prática.
Eu posso dizer que com os que eu tenho tratado aqui no congresso, no encontro, neste V Congresso não vi ninguém até agora em que eu pudesse dizer para o encarregado:
- Esse não tem thau.
Todos têm thau. [Aplausos.]
*
Reunião dada por JC em Paris, 21/1/96:
(Aparte: Tem um enjolrras na Lituania).
Tem enjolrras que está entrando para o Grupo.
(Aparte: sim).
Que interessante.
(Aparte: O senhor ............)
Ah, ele me mostrou a fotografia. Eu não tenho discernimento dos espíritos, eu acho que o rapaz tem Tau, é preservado, mas é dessas feras, que se alguma coisa não for bem com ele, ele vira uma fera por cima de nós tremenda. Mas é bonzinho o rapaz, viu? É bem bonzinho. E ele está encantado, hein!
*
Reunião confidencial para os veteranos, 2/4/96:
Na França o Sr. Fernando Silva esteve viajando para o Mont Saint-Michel, foi visitar o Mont Saint-Michel, encontrou num restaurante um rapaz e começou a conversar com ele, um rapaz de dezoito anos, sobre as coisas da TFP. O rapaz ficou encantado, se corresponde com ele com uma freqüência única e quer entrar para a TFP. Eu vi a fotografia do rapaz. Olhe aqui, eu não quero ofender nenhum dos franceses atuais, porque todos são magníficos, mas eu não conheço nenhum francês que tenha o thau desse menino. Um thau colosso e apareceu assim.
*
JC percebe os desígnios de Nossa Senhora a respeito de indivíduos e prevê o que eles farão. No "jour-le-jour" 16/3/97, parte II, JC narra uma conversa que teve com 4 ex-cooperadores que “passaram quinze anos, vinte anos ou coisa que o valha, fora do convívio do Grupo”:
Às tantas um pergunta:-- O senhor é ocupado e o senhor agora está mais ocupado do que estava antes. Eu fico abismado. Como é que o senhor está dando esse tempo para nós? Qual é a razão? Não sei se eu faço um a pergunta bruta para o senhor, mas o que leva o senhor a dar essa atenção para nós?
-- Porque eu noto que existe um desígnio sobre cada um dos senhores, porque em determinado momento Nossa Senhora vai chamar os senhores para uma ação X e os senhores vão dizer sim.
Os quatro boquiabertos, disseram:
-- Nós podemos acreditar nisso?
-- Não, não é que os senhores podem: os senhores devem crer. Essa crença faz bem aos senhores.
*
”Jour-le-jour" 7/9/97, parte II - JC discerne com antecipação o estado de espírito de coletividades:
Desde que o carro entrou ali no portão, eu fui vendo o auditório como estava. Depois aqui, enquanto fazia as orações, o pessoal entrando ali, também o modo com que entrava, o modo com que ia procurando o lugar. Eu já ia vendo o estilo de auditório que ia ter pela frente.
*
Começo do "jour-le-jour" 5/10/97, parte II:
Eu preciso ver um pouquinho as fisionomias para ver o que é que os senhores gostariam que eu tratasse.
*
Começo do "jour-le-jour" do 16/2/97, período da tarde:
Bem, eu fico na dúvida a respeito do que tratar com os senhores. Deixa eu olhar um pouco o auditório para ver quais seriam as apetências.
*
"Jour-le-jour" 5/2/96 - JC percebe o grau de sanidade RCR de continentes inteiros:
A Europa ainda tem no meio de toda a Revolução, tal força e por exemplo, a França, tal desejo de perfeição [que,] se não houver uma guerra, uma invasão, ou qualquer outra coisa, aquela Europa não se destrói.
*
Reunião para os veteranos, 15/10/96 - Tal é a envergadura e força de seu discernimento, que até no ar JC sente a presença da graça e o tipo de graça.
Pouco antes de começarem as apresentações de Fátima no Norte Fluminense, ele disse:
Vamos a Laje do Muriaé, porque eu acho que existe uma graça nova no ar e eu quero ver como é que essa graça nova lá.
*
Telefonema Saúde, 1/3/97 - JC percebe o grau de aproximação (ou de distanciamento) da graça do Grand Retour:
(Andreas Petterssen: Sr. João, nós vamos ouvir um Santo do Dia do dia de 10 de dezembro de 1994. Foi aquele Santo do Dia de sábado que precedeu aquela semana de cerimônias, que foram abençoadíssimas, do aniversário do Sr. Dr. Plinio em 1994.)
É, foram as últimas cerimônias.
(Andreas Petterssen: Inclusive o senhor comentou que de tal maneira foram abençoadas, que mais um pouco furava o Céu e descia o "Grand-Retour".)
É verdade.
*
Referindo-se a uma cerimônia de recepção de hábitos, JC indica as potencialidades de seu discernimento dos espíritos:
[Dr. Plinio], muito cerimonioso, muito grandioso, muito senhor, muito profeta, ele muito varão da Destra de Maria Santíssima, ele tem um verdadeiro encanto por cerimonial. Então, basta a gente fazer uma cerimônia como a de hoje, que não é muito rebuscada, é uma cerimônia simples. Entretanto, a gente percebia perfeitamente o grande contentamento dele (1). (...) Nossa Senhora nos deu hoje um prêmio, uma dádiva; Ela nos deu graças sensíveis, Ela nos deu graças místicas durante a cerimônia (2) (...).
(...) nós realizamos hoje certos gestos mecânicos, naturais: perguntas, respostas, proclamações, conclamações, "praesto sum!", caminho passo a passo até o trono, ajoelha-se, o manto é imposto sobre nossos ombros, tudo isto parece muito material. Entretanto, a realidade sobrenatural era muito mais viva! O que se passava ali era mero reflexo do que se passava no Céu.
O Sr. Dr. Plinio, no Céu, a Srª Dª Lucilia, no Céu, os anjos, os santos, a Santíssima Trindade, Nossa Senhora, acolhiam aqueles gestos todos com uma alegria e com um contentamento (...) (3).
Não é possível que cada um dos senhores não sintam, no fundo da alma, que houve uma presença do Espírito Santo, uma presença de Deus Padre, uma presença de Nosso Senhor Jesus Cristo -- até sacramentado; uma presença portanto em Corpo, Sangue, Alma e Divindade --, uma presença de Nossa Senhora. Mas se bem que nós adoremos a presença da Santíssima Trindade e cultuemos com hiperdulia a presença de Nossa Senhora, há duas presenças que se fizeram sentir, que nos são tão caras e caríssimas: era a presença de MSS e de nossa mãe e fundadora. Ali estavam eles, acolhendo-nos, afagando-nos, abraçando-nos com uma alegria, com um afeto, com uma benquerença fora do comum (4).
(Cfr. reunião na Espanha, 3/5/97)
Comentários:
Dr. Plinio está no Céu, no entanto JC percebia perfeitamente o contentamento dele...
JC percebeu que Nossa Senhora esteve derramando graças místicas durante a cerimônia ...
JC percebeu o contentamento que nesse momento experimentavam no Céu Dr. Plinio, Dona Lucilia, os anjos, os santos, Nossa Senhora e a Santíssima Trindade...
Agora já não é só no Céu que JC percebeu o Espírito Santo, Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora, Dr. Plinio e Dona Lucilia. Também os percebeu presentes no recinto onde se realizou a cerimônia.
*
"Jour-le-jour" 6/1/97 - JC fornece mais dados a respeito da origem e potencialidades de seu “discernimento dos espíritos”:
(Andreas Meran: (...) por exemplo, a gente está na rua, os homens... Tem homens que estão em estado de graça e outros não estão... Os que estão outros que não estão normalmente eles convivem entre si, e um olha para o outro e, posso supor, que todo mundo hoje em dia está em estado de pecado mortal. Mas eu vejo uma aparência... Porque essa coisa [nota: a graça], deveria ser uma coisa muito mais visível, muito mais... Porque se é uma coisa tão essencial... Não sei...)
Está muito bem perguntado (1), Sedeas! O que nos falta é apenas experiência da vida, porque com a experiência da vida, com o convívio, com o trato, a medida que vai passando o tempo... Na sua idade eu não tinha essa experiência também, fui adquirindo aos poucos. Mas, com o tempo a gente via se tornando mais apto a bater os olhos e ver o horror (2).
Porque esse mundo... Hoje, por exemplo nós (3) tivemos que ir até os Buissonets (...) e no caminho a gente vai vendo o que passa pela frente. Mais ou menos vai tendo uma figura. Mas é um horror. E a gente que vive praticamente dentro do êremo o dia inteiro e que não transita senão daqui até o São Bento e do São Bento para cá, ou coisa que o valha quando muito. Quando tem uma oportunidade desta de ir para o centro, é um horror.
(...) Mas aí a gente nota com toda a facilidade o quanto as pessoas estão afundadas no pecado (4), afundadas no vício, afundadas no seu egoísmo, a mais não poder. E depois quando a gente chega num auditório destes, numa reunião como essa a gente olha todas as pessoas desejosas de conhecer mais de se aprofundar mais. É uma diferença completa.
Até mais. O senhor quando progredir mais em idade, o senhor entrando numa sede, o senhor distinguirá o que é a graça de uma sede em relação à graça de outra sede. Por exemplo, quem entra na Sede do Reino de Maria sente uma graça que não a mesma que sente quando entra... digamos -- para falar num lugar distante de nós -- uma sede de São Pedro Arbuez, em Madrid. É outro tipo de graça, completamente diferente. E o senhor entra numa sede e o senhor sente que um anjo é diferente do outro. Há um anjo que cuida de uma sede que é diferente do outro anjo (5).
O senhor tem a sensibilidade disto depois de muito trabalhar ... É mais ou menos como alguém está se iniciando no campo da música. Ele comete erros monumentais, tem umas desafinações fantásticas. Mas depois ele vai ajustando o instrumento, vai ajustando o ouvido, aquilo vai entrando na afinação e vai tudo se... De acordo com a prática. É o tirocínio. Então o que falta para nós é o tirocínio (6).
Mas acho que participando nós da missão do Sr. Dr. Plinio, participando nós da vocação do Sr. Dr. Plinio, nós com o tempo deveremos ter um tirocínio proporcionado à nossa missão, à nossa vocação, um tirocínio suficiente para desempenhar nosso papel (7). Na linha do discernir a graça, discernir os anjos, discernir os demônios (8), etc., etc. Saber lidar com eles também, porque não é só discernir, porque discernir e não saber lidar... Então está perdido.
Então ver como é que é a ação deste anjo, como é que é ação do demônio, como é que é a ação da graça, como é que são os eflúvios preternaturais. E saber se haver dentro desse ambiente todo (9). Isso vem com o tempo (10). Quando o senhor está acabando de aprender chegou a hora do senhor ir embora desta terra.
Comentários:
Ao longo da resposta vai ficar claro que JC não fala do senso psicológico, mas do discernimento dos espíritos.
Então, adquire-se o discernimento dos espíritos aos poucos, com a experiência da vida... Não é dom, dado por Deus.
“Nós”, expressão outrora só usada pelo Dr. Plinio; hoje usada por JC, o substituto.
JC percebe “com toda a facilidade”, não só que as pessoas estão afundadas no pecado, mas também em que medida.
Mais um aspecto de até onde vai o discernimento dos espíritos que JC tem: ele distingue a graça própria a cada sede, bem como o anjo respectivo.
Outro fator para adquirir o discernimento dos espíritos é o tirocínio, a prática.
O último dos fatores para adquirir discernimento dos espíritos é a participação na missão de Dr. Plinio.
JC discerne a presença do demônio.
JC não só percebe qual é a ação dos anjos e dos demônios nos ambientes, mas também tem uma capacidade por onde sabe lidar com eles.
JC insiste na importância do fator tempo. Por que será que, em se tratando de Dr. Plinio, JC insista que aquilo foi um dom gratuito, dado por Deus desde seu nascimento; e em se tratando dele, dê a entender que sobretudo depende do tempo e de fatores naturais?
*
Conversa “Confidencial, distribuída apenas aos encarregados de Grupo do Exterior”, de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 20/3/96 – O charlatão volta a falar sobre a origem e envergadura de seus discernimento dos espíritos:
Nós, à medida que correspondemos ao amor a ele [SDP], a tomá-lo como modelo, tomá-lo como pai, tomá-lo como senhor, tomá-lo como nosso profeta, como nosso fundador, à medida que a gente vai se adentrando dele, a gente vai participando dos dons dele (1). Então a gente começa a ter lampejos de dons que a gente nunca imaginava.
(Aparte: Por exemplo?)
Por exemplo, o senhor chegar num lugar, bater os olhos e ter uma visão imediata de toda uma situação (2). Isso o senhor jamais teria em circunstâncias normais se não fosse o convívio com ele, a união com ele, a dependência dele, jamais. Mas acaba tendo, porque a vocação exige, porque senão o senhor se estatela.
(Aparte: O senhor sente?)
Os senhores sentem isso! Quer que eu dê um exemplo?
Os senhores vão vender o livro do Sr. Dr. Plinio sobre a nobreza. Os senhores estão em dupla e os senhores vão como enjolras vai, ou seja, vê o nome do sujeito e nem se põe o problema de qual é o tipo de gente que os senhores vão encontrar pela frente. Os senhores vão, tocam a campainha, vem uma secretária, a secretária é uma gorducha que tem dificuldade de andar, logo então passa pela cabeça: "Esse homem deve ser gordo também, porque tem uma secretária gorda assim".
De repente abre a porta, os senhores encontram um homem magricela a mais não poder atrás de uma escrivaninha. Os senhores batem os olhos e os senhores já sabem naquele momento se o sujeito vai comprar ou não vai comprar, os senhores já sabem quais são as dificuldades que ele vai levantar, quais são os obstáculos que ele vai pôr, e os senhores começam a dar uma argumentação que é própria a cortar o caminho dele e a empurrar o livro em cima dele.
É ou não é? Diga aí o senhor, é ou não é? (3)
(Frizzarini: Mas sentir uma ação, por exemplo, como o senhor falou?)
O que pode acontecer com o senhor é, de repente, o senhor ter que, vamos supor, movimentar uma campanha, como, por exemplo, da Espanha. O senhor tem que movimentar a campanha na Espanha e o senhor tem que pôr o pessoal a difundir o livro do Sr. Santiago. O senhor chega, já no aeroporto olhando para as pessoas o senhor sabe se a campanha vai dar certo, se vai dar errado, como é que vai (4). Mas acontece porque o senhor tem a função. Se o senhor não tiver a função, o senhor chega na Espanha e vai tomar sorvete.
(Aparte: E a fidelidade?)
Fidelidade está em a gente se deixar levar. Se o senhor deixa, a coisa vai; se o senhor não deixar...
(Frizzarini: Como é que o senhor sentiu isso, Sr. João? Poderia descrever?)
Como é que eu senti?
(N. Tadeu: A reunião, por exemplo, na Espanha comentando as eleições aquilo era comentário direto de quem estava vendo a situação toda RCR ali.) (5)
Sim, mas aí é a experiência do convívio com ele. Aí é a experiência da vida.
(Dustan: Natural?)
Tudo natural (6). Quando eu tenho que exercer alguma função que diz respeito à glória dele, aí as graças vêm em maior grau ou menor grau, mas vêm.
Por exemplo, nós fomos levar o álbum para o Pe. Victorino e fazia muito tempo que eu não o via. Eu não o via o quê? Desde 93 talvez que eu não me encontrava com ele, acho. Não, 93 não, 94. Vai fazer uns dois anos. Eu, por exemplo, me lembro saindo do elevador e encontrando com ele no outro canto de um corredor largo. Ao vê-lo à distância, eu na hora já tive o espírito dele todo presente, em que pé ele estava, em que pé não estava conosco, que perguntas ele ia fazer, tudo claro. Graça (7).
(Aparte: Quando o senhor chega para o JxJ.)
Quando chego no JxJ eu percebo no portão, o modo do sujeito abrir o portão eu já sei como é que vai ser o JxJ. Não, não é culpa do expediente, é um corpo só. Eu vejo nele o conjunto todo. O modo das pessoas receberem na porta eu já sei como é que vai ser a reunião (8).
(Vasco: O senhor precisa essa graça para fazer o JxJ?)
Preciso. Preciso porque eu tenho que fazer um JxJ que tome o auditório do ponto em que está e seja levado para um ponto superior. Então eu preciso discernir qual é o ponto em que ele está e quais são as disposições de alma que as pessoas têm. A partir dali ir levando, levando, levando, até um ponto de entusiasmo em relação a ele. Então preciso saber em que pé estão as coisas (9).
(Walmir: Sempre acontece?)
Não, não, sempre acontece.
(Aparte: É o mesmo estado para todo o auditório?)
Não, não, não, diferença cada vez.
Por exemplo, nós estamos aqui numa conversa. Há pouco nós estávamos no coro, mas os que estavam assistindo o coro, estavam muito mais querendo pôr orações em dia, pensando em outras coisas, e estavam com o estado de espírito de quem não quer perder um bonde, do que quem está no estado de espírito de que vai acontecer alguma coisa extraordinária.
Eu senti isso na nuca (10). Quando nós viramos, por exemplo, iam colocar a cadeira ali em cima. Eu disse: "É contraproducente, porque o pessoal não está com o estado de espírito de que alguma coisa extraordinária possa acontecer, eles não estão ávidos de que desça um Grand-Retour numa conversa. Eles estão mais com estado de espírito de quem quer estar aqui para ouvir um pouco o que vai ser dito, para ver se, de repente, sai alguma coisa qualquer que não vai gravar e não perca, mas não é de quem está ávido de algo de grande acontecimento que possa se dar numa conversa. Eu sei que vai ser uma conversa dura, porque vai ser preciso pegar como uma farinha que a gente mistura com água e vai amassando, amassando, amassando, depois põe fermento, depois amassa, amassa, depois deixa descansar porque ela cresce um pouco, até ela ficar no ponto de enfiar no forno. Vai ser uma conversa dura até um certo momento".
Agora os senhores percebendo isso, os senhores estão se dando conta de que existem fenômenos a respeito dos quais os senhores podem vir a participar se os senhores forem fiéis, então os senhores estão mais interessados. O interesse dos senhores ainda não é o interesse de quem está à espreita de um grande acontecimento, mas é um interesse onde entra um pouco do pessoal, do querer aprender um pouco como é que é, como é que não é, como é que isso se dá, como é que não se dá.
(Aparte: Pulo do gato.)
Não, não é bem pulo do gato, é um interesse já, é um interesse. Já é um grau superior ao degrau em que nós começamos a conversa.
Então saber ir puxando, puxando, girando a manivela para que aquilo suba, vendo quais são os que estão fazendo o papel de saco de areia, cutucar esses sacos de areia para que eles virem bolhas que subam e transformar sacos de areia em balão, essa é a arte da conversa.
(Casale: Quando o senhor chega num auditório, analisar e ver como o senhor vai encontrar o auditório é uma graça mística.)
É místico. Tudo isso é graça (11).
(Casale: Agora, a partir do momento que o senhor entra e que o senhor tem que começar a fazer a massa, até onde entra a mística ou é a ascese?)
Eu acho que se fosse pura ascese não saía nada, era uma batalha tremenda que não dava em grande resultado. Tem que entrar graças operantes aí, senão o senhor não consegue (12).
(N. Tadeu: Quando o senhor vai planejar a reunião à distância, por exemplo, está preparando o material, à distância o senhor já está vendo como é que vai estar o auditório) (13).
Não, aí é uma coisa complicada.
Se o senhor for preparar um material com vistas a um auditório, o senhor faz uma reunião pífia. O senhor tem que separar o material de acordo com o flash seu.
Quer dizer, o senhor precisa tomar a reunião, se encantar por aquilo que o senhor tem diante de si e separar porque o senhor se encantou por aquilo.
Depois que o senhor se encantou por três, quatro, cinco, seis temas, o senhor pega esses temas e traz. Aí o senhor toma um choque: "Esse auditório não acompanha isso".
Então eu preciso tomar esse auditório e fazer um esforço para colocá-lo em face desse flash que eu tive. Se o senhor imagina um auditório e prepara uma reunião para um auditório imaginário, quando o senhor chega, o senhor quebra a perna, porque o senhor olha para o auditório e aquela reunião que o senhor traz não serve para o auditório. Então o senhor se perde.
(...)
(Geraldo Maragno: Sr. João, quando o senhor faz essas viagens, o senhor sai e vê o grupo aqui num jeito. O senhor volta e tem uma outra visão. Aí o senhor sai de novo...)
Não, eu vou sentindo a coisa já à distância. Estando fora eu já sinto como a coisa está aqui. Já no exterior (14).
Comentários:
Primeiro descreve a origem de seu discernimento dos espíritos.
Depois indica até onde vai seu discernimento: JC entra num ambiente, bate os olhos e imediatamente percebe toda uma situação.
Esse exemplo que JC dá de discernimento dos espíritos é absolutamente pífio. Aí trata-se de senso psicológico.
JC, chega no aeroporto de Madrid, olha para as pessoas, e já sabe se a campanha vai dar certo...
Segundo Nelson Tadeu, JC, comentando as eleições da Espanha, discerniu toda a luta RCR nesse país.
JC afirma que essa percepção é inteiramente natural. Mais adiante vai dizer que é mística ...
Observando ao Pe. Vitorino, JC, a distância, na hora percebeu o estado de sua alma, bem como por onde tocar a conversa. Isso foi pelo auxilio da graça, não foi natural...
No modo com que um cooperador abre o portão do Eremo Praesto Sum, JC percebe como vai ser a reunião ...
Nas reuniões que JC faz, a graça o ajuda a discernir as disposições das almas, e em função disso toca a reunião.
Olhando para a nuca dos eremitas, percebeu seu estado de alma.
Comparar esta afirmação com a número 6: aqui disse que essas percepções são místicas.
Estas proposições de JC parece que vão além de meras contradições: não serão sondagens, para ver até que ponto seus discípulos estão dispostos a aceitar coisas muito ousadas, absurdos, ou até mesmo aberrações? Nas intervenções de seus adeptos percebe-se que eles ouvem com a maior normalidade as contradições de JC. Não tem nenhum sobressalto, nenhuma objeção. É preciso “se deixar levar” ...
Para adquirir discernimento dos espíritos não é preciso recorrer às graças cooperantes --e portanto à ascese-- mas às graças operantes --e portanto à mística. A tese é coerente com a frase acima sublinhada: “a fidelidade está em a gente se deixar levar”. Levar pela graça? Ou por JC? A conduta dos joaninos --sobretudo dos mais “enragés”--, corresponde perfeitamente à de quem “se deixa levar” por outrem.
Nessa mesma conversa houve o seguinte diálogo (já transcrito no item “espiritualidade”):
JC: As graças comuns, ascéticas e o esforço que a gente faz é para a gente marcar passo, para não voltar para trás, mas não é para ir para a frente. Para ir para a frente é preciso graça mística Não sei se está claro.
(Aparte: Extraordinário.)
JC: Bom, e que mais?
(S. Morazzani: Sr. João, uma coisa que o senhor disse na Saúde. O senhor já disse várias que com esforço não se adquire santidade.)
JC: É certo isso.
Para Nelson Tadeu, a capacidade de discernimento de JC é tal, que JC à distância pode perceber qual vai ser o estado de espírito dominante no auditório. Não só percebe como é --no presente-- , mas como vai ser --no futuro.
Desde o Exterior, a miles de quilômetros de distância, JC percebe como está o grupo de São Paulo...
*
Reunião na Saúde, 10/6/97 - JC exercita seu “discernimento dos espíritos” analisando uma fotografia de Dr. Plinio:
(Robson Manetti: [...] O senhor poderia comentar essa foto?) (1)
Aqui ele deve estar com quase dois anos. Essa foto ele já comentou, várias vezes.
Ele está, nessa foto, sentado mais ou menos como Carlos Magno em seu trono. [Aplausos]
Ele tem a postura das pernas nessa cadeirinha para criança -- sobretudo a atitude dos braços (veja o braço esquerdo e mais ainda o braço direito) -- que dá a idéia de uma pessoa que vai governar; que vai dar uma ordem, que vai dar um comando (2).
O todo do corpo dele é de uma pessoa que está bem sentada, cômoda, e que já, desde essa idade, já possuía uma noção clara a respeito do que é a comodidade, e de como o corpo deve estar composto (não largado) mas, ao mesmo tempo, não atrapalhando o pensamento. Porque a fisionomia é de um pensamento profundo, já a essa idade (3).
É um pensamento, ao mesmo tempo, desconfiado. Ele tem uma certa desconfiança: "O que é isso? Onde vai dar isso? O que vai sair daí? É preciso estar preparado (sem nenhuma tensão) para o caso de acontecer algo que não seja digno, para agir imediatamente." (4)
Um olhar muito abarcativo e, ao mesmo tempo, muito penetrante. É um olhar que tem muito horizonte e profundidade; tem largueza e tem profundidade. Ele vai longe...
É um menino muito inteligente. Mais do que inteligente, está aqui já o discernimento dos espíritos funcionando (5).
Comentários:
Ao longo do texto fica claro que se trata de uma fotografia de Dr. Plinio menino, talvez com 2 anos de idade.
Na postura das pernas e dos braços, JC já prevê que Dr. Plinio vai ser um grande governante.
JC discerne que Dr. Plinio já tinha pleno uso de razão nessa idade.
Também discerne o que Dr. Plinio estava pensando no momento em que tiraram essa fotografia.
JC percebe o discernimento dos espíritos de Dr. Plinio não apenas em estado latente, mas já em funcionamento.
Conversa com os eremitas de São Bento e Praesto Sum, 3/10/95:
(Dustan: O Sr. Nelson tinha feito um pedido ao senhor...)
Qual o pedido?
(Dustan: Por telefone. Tinha pedido ao senhor para consagrar a instituição ...)
A instituição já foi. Tudo o que me diz respeito em matéria de instituição, aquil,lá e acolá, está já tudo consagrado a ele. Cada um nós vamos depois ...
[Exclamações]
*
"Jour-le-jour" 14/4/97:
Sempre que eu posso, eu estou pedindo graças místicas. Não há uma só reunião que eu venha aqui assistir ou fazer que eu não consagre a reunião ao Sagrado Coração Eucarístico de Jesus, não peça por intercessão de nossos padroeiros e outros mais que Ele aceite essa reunião, e que Ele assista a reunião com graças especiais do Espírito Santo, que faça o Espírito Santo estar presente movimentando os corações, as inteligências, as almas. Depois peço ainda mais: que eles mesmos, Nosso Senhor, Nossa Senhora, o Sr. Dr. Plinio e Sra. Da. Lucilia, estejam presentes, e que o conferencista seja um mero instrumento do Sr. Dr. Plinio, que quem faça a conferência seja o Sr. Dr. Plinio. Que assim como na confissão o sacerdote empresta a sua laringe a Nosso Senhor Jesus Cristo, que o conferencista empreste sua laringe ao Sr. Dr. Plinio. [Aplausos]
*
Parte final do "jour-le-jour" 7/9/97 (período da manhã), no qual JC falou sobre o demônio:
Eu sabia, tinha certeza de que esse tema ia cansá-los. Estou dizendo que eu sabia. Eu tinha certeza absoluta de que esse tema não ia causar borburinho no auditório, não ia causar entusiasmo, porque eu tinha certeza de que tratando desse tema o demônio ia procurar fazer de tudo para que os senhores não prestassem muita atenção.
(...) os senhores estando cansados, estando se mexendo na cadeira. Foi o "jour-le-jour" que eu fiz em que eu senti mais gente se mexer na cadeira até o dia de hoje. Eu não estou exagerando: os senhores mexeram nas cadeiras o quanto puderam. Por quê? Os senhores estavam incomodados porque um demônio estava atormentando os senhores (1).
Eu pedi a Nosso Senhor Jesus Cristo eucarístico, ao Sagrado Coração de Jesus eucarístico antes de vir para cá, pedi com insistência, eu consagrei a reunião pelas mãos de Mater Boni Consilii a Genazzano, pelas mãos de São José, pelas mãos do Sr. Dr. Plinio, da Sra. Da. Lucilia, de Santa Teresinha do Menino Jesus, dos nossos anjos da guarda, dos nossos irmãos celestes, eu pedi ao Sagrado Coração eucarístico de Jesus que pusesse os demônios fora do terreno, que deixasse o auditório habitado só por anjos, só pelos bem-aventurados, que ele enviasse o Espírito Santo para acender o coração dos senhores (2). Mas eu percebi, ao mesmo tempo que pedia, que algo se dava mais ou menos à maneira de São Paulo quando pediu a Nosso Senhor que o livrasse do aguilhão da carne. Pedi a Nosso Senhor, mas Ele não me fez ouvidos. Eu pedi, pedi, mas eu percebi que, apesar disso, Nosso Senhor ia permitir que o demônio atrapalhasse. Eu disse: "Não tem nada, eu vou jogar a matéria como ela é. Mas no final eu vou dizer a eles o que aconteceu, porque com isso eles adquirem a experiência de quanto o demônio detesta que a gente trate desses temas, quanto o demônio tem domínio sobre esse mundo a ponto de a gente pedir a Nosso Senhor que ele não entre no auditório e Nosso Senhor dizer: “Enfim, eu gostaria de lhe atender, mas não vou lhe atender" (3).
Comentários:
Antes de começar a reunião, JC percebeu como seria o estado de espírito das pessoas no auditório, bem como o que o demônio faria.
JC consagrou a reunião ao Coração de Jesus. Desempenhou portanto o papel de mediador entre Deus e o público.
Ao mesmo tempo que pedia a Nosso Senhor, JC percebia a resposta dEle.
*
"Jour-le-jour" 12/5/96:
Eu me lembro desse episódio também que se passou comigo na igreja, no ano de setenta e sete, na igreja dos jesuítas [em Quito, Equador]: eu estava rezando diante de uma linda imagem que existia ali, e chega uma senhora com um criança no colo -- eles lá tratam muito as pessoas de papito, sobretudo os mais índios -- ela disse: "Papito, papito, por favor papito, necesito hablar con usted, papito?"
(...) Eu me levantei para atender, ela estava com uma criança no colo:
-- "Ai papito tiene que darle, dar a mi hijo una bendición".
Eu disse:
-- "Não a senhora se confundiu porque eu não sou sacerdote, se a senhora quiser eu posso acompanhar a senhora lá na sacristia, o padre pode dar uma bênção.
-- "No, no, no, no, no, no, la del cura no, del cura no".
Eu disse:
-- "Mas minha senhora, eu não sou padre, eu não tenho nenhum múnus, eu não tenho nenhuma autoridade para poder dar uma bênção".
-- "No, no, no, ustedes son los que agradan a la Virgen".
[Exclamações, aplausos]
Então eu não tinha jeito, eu me lembrava da fórmula que o Senhor Doutor Plinio tinha dado para bênçãos de um para outro, porque ele tinha institucionalizado dentro da Sempre Viva uma fórmula que era a bênção dele dado por um segundo. Eu só não fiz o cerimonial inteiro ali porque acho que ia causar estranheza na senhora (...)
Ah, ela me dizia: "Os médicos desenganaram-me e ela está para morrer, e com a bênção de um de vocês eu creio que ela se salva".Então eu dei, dei a bênção a criança e a mulher saiu contente e satisfeita.
(...)
Então quando um eremita itinerante é abordado por uma senhora que vem com uma criança e diz: "Por favor de uma bênção a meu filho, faça uma cruzinha na testa", ela, no fundo, está querendo aquela bênção que é dele. [Exclamações] Ela está se reportando a ele.
Eu recentemente tive que procurar um sacerdote (...) porque comigo se passou uma centena de fato desses, e eu que que faço? Porque francamente... E o sacerdote muito criterioso disse o seguinte:
-- "Olha, vamos analisar segunda as regras do discernimento dos espíritos de Santo Inácio: isto é uma coisa que faz mal a sua alma?"
Eu disse:
-- "Olha, vou ser inteiramente franco com o senhor, eu preferiria que não me pedissem, que fosse feito uma coisa dessa, porque eu sou infelizmente revolucionário, eu gosto de ser jovial, eu gosto de um trato um pouco leve, e isso me obriga a uma gravidade..."
(...)
Ele disse:-- "Mas para as pessoas, o senhor nota que isto faz mal ou faz bem?"-- "Não, alguns até dizem que recebem graças, não sei quanto"Ele disse:-- "Olha, se para o senhor faz bem e o fruto é bom, vale a regra das Sagradas Escrituras, pelos frutos conhecereis a árvore. Então, se é bom, não é coisa do demônio, os frutos são bons, não é coisa do demônio. Então isto tem que ser deixado assim e não se pode fazer resistência, a não ser que lhe faça mal a alma ou a não ser que o senhor note que faça mal a outros".
O senhor dirá: "Mas então não é o caso de os êremos itinerantes dizerem que estão dispostos a dar a bênção a qualquer criança que apareça?"
Não faça isso, porque isto é uma coisa que depende do Espírito Santo, o Espírito Santo soprará na alma de uns, mas não soprará na alma de outros. Então se soprou na alma de um e percebe-se que é uma graça do Espírito Santo, aí atenda, mas não vá tomar iniciativa de chegar e dizer: "Olha, senhora, quer que eu uma bênção para sua criança?"
Poderá acontecer, poderá acontecer, de uma senhora que está com a criança no braço, vendo uma outra que pede a bênção, ache até esquisito: "Mas que historia é essa? Onde já se viu? Para que pedir a bênção, mas se ele é leigo, ele não é padre". Se alguém tiver que dar um bom conselho a essa senhora, é dizer: "Senhora, a senhora tem razão, no caso da senhora não se aplica. Ela recebeu uma graça para fazer isso, deixe ela fazer, agora não vá a senhora querer impor a ela que não peça e não pode ela querer impor a senhora que peça. Deixe a coisa inteiramente..."
Agora os eremitas itinerantes o que devem fazer? Devem dar a bênção? Eu acho que não tem dúvida, se não fizer mal a alma deles, porque se eles se sentirem elevados a um grau de santidade que eles não têm... Eles têm que compreender que eles são miseráveis, eles têm que compreender que aquilo não parte deles, e que o que as pessoas querem é algo do Senhor Doutor Plinio.
[Exclamações]
(...) Eu digo isso, eu digo isso porque eu acho que isso vai começar a se multiplicar e o que é que a gente pode fazer, tanto mais que com a falência do clero como está, essa gente está procura de algo meio religioso onde possa se apoiar.
(...)
(Orlando Kimura: Tem mais um. Vai na linha do que o senhor estava dizendo. Um eremita, no final dos audio-visuais costuma distribuir uma lembrancinha, que é uma medalhinha de Nossa Senhora, e esse eremita estava distribuindo as medalhas e uma medalha caiu no chão. Então uma senhora que estava na fila pegou no chão e devolveu para o eremita. Ele disse:
-- "Não, pode ficar com a senhora".Ela disse:-- "Ah, não. Eu quero pegar das suas mãos.)
(...) No fundo o que essas pessoas querem, mesmo da opinião pública, é ter essa ligação, que é uma ligação mística, com ele. Então querem a medalhinha tocada por um de nós porque sabe que um de nós é mais ou menos como uma faixa -- há essas imagens às vezes que são colocadas em lugares altos numa igreja e eles amarram umas faixas que descem para as pessoas embaixo oscularem a faixa, e osculando a faixa estão osculando a imagem -- no fundo cada um de nos é uma faixa que desce do Céu, do trono do Senhor Doutor Plinio e as pessoas querem tocar na faixa, porque enquanto tocam na faixa não olham para a faixa mas olham para a imagem.
[Exclamações]
A diretriz dada por JC, para que os membros do Grupo abençoem a quem recorra a eles, contradiz frontalmente a norma de Dr. Plinio, que aconselhou não fazer isso, porque dá pretexto à mafia de que constituímos uma seita.
*
"Jour-le-jour" 18/5/97, parte II:
(Alonso: Eu pediria ao senhor a caridade de, no encerramento da reunião, o senhor pedir para nós esta graça [NB: de ser assumido inteiramente pelo espírito de Dr. Plinio]. O senhor fazer uma oração ao Sr. Dr. Plinio, por meio dele a Nossa Senhora...)
*
Reunião na Saúde, 3/6/97 - Exercendo o papel de mediador, JC faz as vezes de sacerdote:
Essa aí é a meta?
(Auro Misuka: É. Nós queríamos pedir ao senhor que oferecesse ao Sr. Dr. Plinio a nova meta apostólica da Saúde, de 17 semanas, que vai até 15 de agosto.)
Está bom. Na saída me dêem então, para, na capela, colocar em cima do altar e oferecer.
(...)
(Palmieri: O senhor poderia dar uma meta para o Grupo da Santa Intolerância, para depois da consagração?)
Meta em que sentido?
(Palmieri: De vida espiritual.) (1)
(...)
(Palmieri: O senhor poderia dar a última meditação, Sr. João?)
Uma outra hora; não hoje. (2)
Comentários:
JC indica a seus adeptos metas de vida espiritual?
O que serão essas “meditações”, que de tempo em tempo JC faz, e que não quis divulgar nesse ambiente?
Reunião na Saúde, 5/12/95:
(Nota: o colchete não é nosso. A mesma tese foi sustentada por JC no "jour-le-jour" 27/9/96, realizado em Spring Grove)
Eu, uma vez perguntei a ele:- Sr. Dr. Plinio, qual é minha luz primordial? (...)
Ele disse: Sua luz primordial é a harmonia.Harmonia, os senhores sabem que é a relação ordenada entre seres diferentes. Essa é a harmonia. Eu explico.O que é a ordem? (...) a ordem é a reta disposição das coisas de acordo com a sua natureza e com seu determinado fim. (...) Harmonia é o relacionamento ordenado --não pode haver relacionamento desordenado-- entre seres diferentes. (...) Então, uma pessoa com luz primordial à harmonia, é feita para tomar seres diferentes e fazê-los com que se relacionem com os seres [nosso Pai e Fundador, nossa Mãe e Fundadora] e de forma muito imbricada. (...) Chega um certo momento em que a luz primordial --não diria que está toda desenvolvida, ainda tem muita coisa para desenvolver-- mas ela presta serviço. O serviço qual é? Impedir que as pessoas levem uma vida pseudo-ordenada, longe da harmonia a que foram chamadas.
(...)
(Eric: Quando o Sr. Dr. Plinio mandou o senhor cuidar dos êremos, da Saúde, tendo em vista a vocação do senhor...)
Não é vocação. Aí já outra coisa. Eu falava da minha luz primordial. Minha vocação é mais ampla. Claro!
(...)
(Eric: Sobre essa luz primordial de levar-nos até ele.)
Vamos ser mais objetivos. A vocação, de fato é essa. A vocação é, entre outras coisas, fazer com que os senhores compreendam melhor a ele, se unam a ele e sigam a ele. A luz primordial ajuda isso.
(Ver o Capítulo 13)
Estando o joanista Hailton em São Paulo por ocasião das festividades do 13 de dezembro de 1996, teve uma conversa com JC, na qual este lhe disse:
- Que o desentendimento com a TFP dos Estados Unidos, os protestos pelo apostolado com as moças, a polêmica com o Pe. David, etc., não são senão episódios de um problema mais amplo que vem se arrastando desde há muito tempo.
- Que o SDP comprou no desastre uma graça que frutificou especialmente no apostolado com os enjolrras e eremos S. Bento – Praesto Sum. E JC, devido à sua participação nesse trabalho e na defesa dos nomes do SDP e da SDL, teve um papel fundamental nisso tudo. De maneira que passou a encarnar a mentalidade, o tipo humano do membro do Grupo fruto dessa graça, ao contrário do tipo decadente de 1975, bagarre azul, meio ensabugado. A partir daí começaram as incompreensões, dificuldades e choques com a mentalidade antiga. Portanto o problema seria de índole criteriológica.
- Que JC representa verdadeiramente a Ordem de Cavalaria profética, sacral, sempre sonhada pelo SDP, os apóstolos dos últimos tempos, sem nenhum pacto mundano, não colocando nenhuma esperança neste mundo atual. Pois se é para destruir a Revolução e instaurar o Reino de Maria, ou se faz com homens inteiramente postos na Sagrada Escravidão, inteiramente entregados à Causa, tipo eremitas, ou não se consegue nada.
- Que a mentalidade antiga é contemporizadora, acha que fazendo esforço, dentro de um trabalho inteiramente ortodoxo, se conseguiria destruir a Revolução e salvar deste mundo o que restava. Nisso tudo entra muito mundanismo. Exemplo típico foi a tentativa de restaurar a monarquia. Essa mentalidade está enraizada em certos setores de gente mais antiga no Grupo: são os que agora estão levantando toda essa celeuma.
(Cfr. relato do Sr. Ghioto, 28/12/96, da conversa que teve com o Hailton).
*
"Jour-le-jour" 5/3/96:
A essência de nossa alma deve ser a contemplação. Nós devemos viver 24 horas por dia dentro da contemplação. É da contemplação que nós devemos partir para a ação sem abandoná-la nunca. Constantemente nossa ação tem que estar voltada para o desejo das coisas celestes.
(...) Então, campanha de rua, coleta de donativos, trabalho de burocracia, mailing, cerimonial, conferência, contato com o público, graça nova, são ações. Mas, cuja essência dessas ações se encontra na contemplação.
Os senhores me vêem uma pessoa ativa, os senhores não me vêem uma pessoa parada, assim meio como boi; e toda hora chuchando e apertando, e querendo mais coisas, isto e aquilo, e que não está bem, aquilo devia estar melhor, tal outra coisa foi mal feita, porque não sei quanto, etc., etc. Só o Senhor Doutor Plinio é que me deu consciência de onde é que vinha isso.
Era década de 70, 76, 77, mais ou menos e o Senhor Doutor Plinio defendia essa tese que estou defendendo com os senhores (...)
A ação pela ação nunca chega à sua perfeição. Os grandes homens foram grandes homens porque há um período de suas vidas em que eles passaram trancado em alguma masmorra, foram presos, ficaram quietos, foram trancados. E nesse trancamento é que eles passaram pensando, com a mente elevada, elucubrando, e daí é que deram grandes homens. Mas, um grande homem que não tenha passado por um período de isolamento, de quietude, de recolhimento, de contemplação, não existe. (...)
E [o SDP] dizia isso numa conversa de um almoço (...). Ele virou-se para mim assim e disse:
-- Escute, você teve uma infância muito isolada, não foi?
-- Sim, foi uma infância muito isolada. Foi tão isolada que eu aprendi a falar aos três anos e meio de idade. Eu até os três anos e meio não falava.
Ao contrário dele que aos seis meses já falava, e eu levei até os três anos e meio para começar a dizer uma palavra. Lembro-me de cenas da minha infância onde as pessoas conversavam e eu prestava atenção sem falar, entendia mas não falava. Vivia sozinho, muito isolado.
Ele disse:
-- Pois olhe, fique sabendo o seguinte, se hoje você faz alguma coisa é por causa desse isolamento que você teve na infância. Caso contrário, você não teria dado no que deu.
*
Numa reunião que JC fez na Espanha (6/3/96), às tantas perguntaram a ele como uma equipe de contra-revolucionários deve atuar num ambiente sem demonstrar artificialidade. Resposta:
Não pode dar idéia de uma coisa montada, de um movimento organizado. (...)Eu fiz uma vez uma história dessas de primeira. Nós estávamos numa campanha de coleta de donativos para o Natal dos Pobres. Então nós estávamos em cinco olheiros para olhar aqui, lá e acolá, no meio daquela massa toda da cidade [ ... continua a descrição].
Conversa na Saúde, 21/12/94:
(Pergunta: como nós devemos agir na aridez? Se existe uma método para agir na aridez.)
Eu era expediente na Martim Francisco -- eu vou ter que contar um caso pessoal meu -- eu era expediente na Martim Francisco em 1962, (...) e eu me lembro que eu estava arrasado de aridez, de aridez assim... mas não era só aridez, era inclusive depressão, porque eu sentia vontade de chorar [e] não sabia porque, eu sentia tudo errado, que eu fazia tudo errado, nada dava certo, enfim, me sentia um bagaço humano.
E o Senhor Doutor Plinio -- era um sábado ainda antes da reunião -- o Senhor Doutor Plinio passou pela Sede da Martim Francisco e foi para a sala dos fundos atender não sei quem (...) E ele pediu para servir um chá que ele estava querendo tomar um chá.
Eu fiz o chá -- na aridez -- e evidentemente procurei ser o mais educado possível e fazer exatamente o que eu fazia no momento da consolação, portanto...
Entrei, servi o chá etc., saí e fui colocar as coisas na copinha que existia na Sede da Martim Francisco. Colocar as coisas ali, a bandeja, o bule etc., que já tinha servido. E da copinha, estava aberto, eu ouvi por acaso o Senhor Doutor Plinio comentando a minha atitude entrando e que foi para mim uma graça, o Senhor Doutor Plinio comentava com o outro o seguinte:
"Você veja por exemplo esse rapaz que entrou aqui, o fulano. Fulano entrou aqui agora, não se pode dizer que ele esteja no auge da consolação, isso não, entretanto você veja, sem consolação sensível ele entrou aqui e fez todo o serviço como deveria ser feito, com toda a retidão. Isso eu reputo que é virtude".
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"Jour-le-jour" 17/10/95:
Aqui me manda o Sr. PC um "Despachinho" do dia 23 de junho de 95. É uma referência que vai ser feita a mim, peço perdão de ter que ler isso, mas se eu disser outra pessoa vai ficar esquisito. Eu sou obrigado a pôr o meu nome aqui, como está.
(Antes de um Despachinho (dia 23/6/95) SDP estava vendo um arranjo de flores era em ação de graças pela recuperação da saúde do Sr. e após alguns comentários sobre flores ele diz algo muito sintomático:
“É pelo restabelecimento do João. Bom, também tanto quanto o João reza por ela e ela por ele... a coisa deve ter ido!)
Vem um comentário do Sr. PC que ele, muito ladinamente, tirou daqui, e que eu não sei qual é. Depois vai me contar como é. Tem reticências e depois continua:
(“Ah, o que for. E depois, o João toma a minha posição, contra os mais atrevidos ele vai para a frente. Resultado: não tem muitos amigos --ou por outra-- tem muitos amigos, mas muitos não são amigos dele. Prestem atenção: enquanto o João tiver inimigos, é o sinal de que eu não estando mais nesta terra ele continua fiel).
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Reunião para a Saúde, 7/11/95:
Eu não me lembro do Senhor Doutor Plinio mais contente do que nos momentos em que acontecia de estarmos a sós ele e eu e cair como tema de conversa a Senhora Dona Lucilia. E ele me fazia contar coisas que eu tinha visto a respeito dela (...) Nessas ocasiões ele tinha um comprazimento, uma alegria, a gente quase que o ouvia falando com ela.
Ele, às vezes, por saudades, introduzia um pouquinho tema, quando estávamos a sós, para me ouvir falar. Ele gostava que eu falasse. E, só agora, eu soube que ele disse para o pessoal das Hipotecas, que me fizessem falar dela porque ele disse: "O João tem um jeito de falar dela --dizia ele para os hipotecários-- que ele mais faz com que ela fale, do que ele fale dela."
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"Jour-le-jour" 16/1/96:
[O SDP] uma vez me disse isso quando era jovenzinho no Grupo:- Meu filho, você tem o mito de ser uma flecha que vara todos os obstáculos e chega ao alvo com toda a rapidez; você gosta de chegar logo às últimas conseqüências e o quanto antes.
(...) Porque eu me lembro uma outra ocasião também [na qual o SDP disse]: - Meu filho, quando a gente dirige o Grupo e quer chegar a um determinado objetivo, a gente sabe que outros têm dificuldade de seguir esse caminho com a rapidez que a gente gostaria. Então o que é que a gente faz? Pega uns cavalos fogosos que a gente tem e solta na frente, que eles puxam o resto atrás.
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Despacho de 24/4/96, p.20, no S. Bento, presentes José Cyro, Caio Newton, Orlando Kimura e outros do gênero:
Eu disse uma vez para o SDP: ‘Se nós crescermos uns 10 mil, nós vamos ter menos trabalho’.
Ele disse: ‘como isso, meu filho? Se com os que nós temos nós não agüentamos, como é que com 10 mil não vamos ter menos trabalho?’
‘Eu não sei explicar para o senhor, mas eu tenho a experiência do seguinte: quando eu tenho 5 pessoas para cuidar individualmente, me canso muito mais do que se eu cuido de 5 grupos. A experiência que eu tenho é essa: quanto mais gente entra, menos trabalho a gente tem. (...)’
Aí [o SDP] diz: ‘me deixe pensar um pouco no carro’.
Ele diz: ‘não, acho que você tem razão, e tem razão pelo seguinte lado: é que a Providência exige do apóstolo o que ele pode dar; se ele pode dar 10, a Providência quer do apóstolo 10, mas se o apóstolo tem os 10 que ele entrega, mas além dos 10 ele teria 200 para cuidar, ele não tem meio para cuidar dos 200, então a Providência cuida. Então você tem razão que quanto mais gente, menos trabalho, porque você aplica os 10 que você aplicaria com 10, mas só que você aplica em 200 ou 2000. Quando você vê o resultado, fica contentíssimo e sossegado, porque você gastou os 10 que tinha que gastar e na realidade o efeito foi de 2000’.
*
Trecho de umas palavras dirigidas por Dr. Plinio a JC (12/10/74) e difundidas por este numa reunião para os veteranos (8/10/96):
Eu tinha algumas almas no Grupo, que eu tinha certeza de que segundo as vias comuns da graça, era certo que nunca me dariam nem preocupação, nem tristeza, nem aborrecimentos, nem apreensão. Porque tinha atingido um grau de união comigo, de penetração desta união até as últimas fibras interiores, que fazia com que eu não tinha de ter preocupação com estas almas, eram vamos dizer, ali eu não poderia ser comparado a Nosso Senhor porque Nosso Senhor não tinha pedra onde pousar a cabeça, mas eu tinha estas pedras onde pousar a cabeça no caminho (1).
Destas almas, uma rachou perigosamente neste assunto, exatamente por causa desta situação (2) vista por ele, não no total do movimento, mas dentro do [...] (3) campo de observação dele é muito mais restrito e estas coisas assim geral ele pega, ele pega, ele pega, mas não pega com tanta precisão, ele pega mais o que o circunscreve de imediato e passou do falcão para o pombo do êremo. Porque ele hoje é o pombo do êremo (4).
Depois eu começo a notar com pavor umas manifestações, não propriamente de vergar, mas de não agüentar e o agarrar aos caetus freneticamente como sendo o último luzeiro onde uma certa luz brilhava para ele de modo sensível e onde ele via a chama do Grupo e eu vejo que... (...) dele, porque ele vai caminhando para um cárcere...
Eu acho que ele fala dessa pessoa, e falando dessa pessoa ele mostra como essa pessoa quis se agarrar a um caetus.
Esse caetus vivia aqui em São Bento, o senhor deve se lembrar, que era constituído pelo Dr. Luizinho, pelo Sr. Mário Navarro, pelo Sr. Fernando Larraín, Sr. Carlos Viano. Ele vinha aqui participar dessas reuniões e se agarrava a essas reuniões o quanto podia. Mas que isso também estava meio bruxuleando e ele, então, ia caminhando para um cárcere.
Algum tempo atrás eu estava, eu fiz esta reflexão: eu disse, "tem o João Clá, ele é a minha rocha de sempre, sempre na vanguarda, sempre quebrando as primeiras ondas, nunca me dando preocupação, nunca exigindo de mim nada, não pedindo nada, é um capital que rende cem por cento. E haverá, será que as coisas chegam até o João Clá também?" Algum tempo depois eu começo a notar que a mesma provação que na camada de Genazzano eu sinto em relação a mim..., tinha qualquer coisa disto.
Depois, mas será que até o meu João ainda (...) (5)
Ele disse que estava vestindo paletó antes dessa conversa, depois de ter lavado o rosto após a sesta. Ele estava pondo o paletó e enquanto ele punha o paletó estava pensando: "Será que até ele vai rachar?".
... eu não devo prever que isto possa acontecer, mas se acontecer (6), eu devo tomar a mesma solução a tempo, que há uma provação misteriosa, que o Grupo deve sofrer antes da Bagarre e que tem todas as aparências e algo da realidade de uma putrefação. As aparências contraditadas com uma espécie de aceitação de fundo que é indiscutível: esta é a maior do que nunca. Não devo (...)
Aí houve um corte também que eu tentei me lembrar do corte, mas infelizmente ficou pelos ares, não me lembro do corte.
Comentários:
Dr. Plinio vai enumerar alguns membros do Grupo que, segundo as vias comuns da graça, não lhe causariam nenhuma preocupação, em vista da união que tinham com ele.
Trata-se da situação da TFP em 1974, que Dr. Plinio assim descreve:
A gente tem a impressão de um eclipse, e que ao mesmo tempo que o Grupo em doutrina produz o que há de melhor e o efeito externo talvez produza alguns de seus melhores lampejos, internamente há o que o Camões chama mais ou menos "uma vil e apagada tristeza", que é uma coisa que nos toma por inteiro e que nos dá a impressão que um nevoeiro pardo cobre o Grupo.
Em nenhum lugar se vê uma chama nova aparecer, tem-se a impressão de que todas as chamas anteriores foram-se extinguindo aos poucos no deserto, e o pior é que a gente tem a impressão que a antichama está entrando e cobrindo tudo.
E que na realidade, até mais, ela venceu definitivamente.
A gente crê tocar com as mãos a vitória dela, considerando o fato de que esta extinção gradual dos fogos é um processo de extinção e com o irreversível que este processo tem de si mesmo. E a atmosfera que está substituindo é tão estável, entra com tanta força mole e se instala tão completamente que a gente diria que é um évon que começa. Não é uma crise, mas um évon.
O colchete é do texto original.
Parece que Dr. Plinio se refere a Atila Guimarães e ao Eremo de Elias.
O parêntese é do texto.
Portanto, Dr. Plinio não exclui a possibilidade de prevaricarem esses como que confirmados em graça: Atila Guimarães e JC.
Reunião na Saúde, 30/7/96:
(Pedro Henrique: [...] O senhor poderia dizer outros aspectos que o senhor representa de Deus? [...] O senhor poderia dizer em detalhes o aspecto providência do Sr. Dr. Plinio? [...] Também se o senhor pudesse falar como o Sr. Dr. Plinio [ininteligível] os povos, se se pudesse dizer assim.)
Os colchetes são do texto original. A pergunta dá margem a pensar que, anteriormente, JC falou de alguns aspectos de Deus que ele representa. Por isso, o eremita Pedro Henrique pede que lhe revele outros aspectos.
*
Reunião na Saúde, 9/10/97:
Minha Primeira Comunhão, marcou-me muito. Mas o que me marcou mais, mais, mais na vida foi a primeira adoração ao Santíssimo Sacramento que eu assisti na vida.
Não era ainda Igreja de Nossa Senhora das Dores, era uma capela que deu origem à [Igreja] de Nossa Senhora das Dores, ali no Ipiranga. Hoje existe Igreja de Nossa Senhora das Dores, que eu creio que pertence aos agostinianos. Eles estavam ainda coletando donativos para construir a igreja que existe hoje. Era uma capela do tamanho, vamos dizer, que vai destes dois salões e mais a capela aí. Era, portanto, uma capela não muito grande.
Eu era pequeno, não tinha noção ainda bem exatamente do que era o Santíssimo Sacramento. Mas eu me lembro que entrei na capela e fiquei a uma certa distância. Vamos supor, que fosse de meia distância a três quartos de distância, do Santíssimo.
Eu me lembro que entrei e vi aquele silêncio todo daquela gente. A capela estava cheia, apinhada, mas aquele silêncio completo. Todo mundo olhando para aquele ostensório bonito, todo feito de material dourado -- era ouro certamente, pelo menos folhado a ouro--, com um cristal de muita categoria, e atrás uma hóstia que eu nem sabia chamar de "hóstia". Mas, sem que ninguém me explicasse, sem que ninguém me dissesse nada, eu vi que aquilo tinha ligação com Deus, que era Deus.
Eu me lembro que fiquei atraído por aquilo e com graças místicas. Já a Providência dando graças místicas atrás de graças místicas, a ponto de eu ficar completamente preso, com um respeito, com uma atração, e ao mesmo tempo com um medo. O medo era um temor servil, um temor religioso, um temor de Deus. E é o dom de Temor, que pelo batismo está em nossa alma, e que a graça tocava.
Então eu estava ao mesmo tempo atraído, cheio de devoção por aquilo, de adoração por aquela [substância] que estava atrás das espécies, e ao mesmo tempo com medo, com temor.
Mas tão atraído, tão atraído, que eu me lembro que em determinado momento o padre começou a rezar umas orações que eu não sabia responder... Eu via que todo mundo respondia, eram umas orações que podia ser Padre Nosso -- eu nem sabia rezar o Padre Nosso -, era uma oração que todo mundo rezava junto, respondia com o padre. O ambiente me impressionou profundamente, e em certo momento ele tomou o Santíssimo e deu a bênção do Santíssimo.
Na hora da bênção do Santíssimo, eu pensei que Deus fosse aparecer, que eu estava diante de Deus.
Esse foi o primeiro contato com o Santíssimo Sacramento que me arrebatou. A primeira Comunhão um dia eu conto.
(Aparte: Quantos anos o senhor tinha?)
(Aparte: E a igreja também.)
Eu disse, eu disse. É a Capela de Nossa Senhora das Dores, que depois deu na Igreja de Nossa Senhora das Dores. Fica ali perto do Museu do Ipiranga, mas lá na parte debaixo do Museu do Ipiranga. Fica na rua... já não me lembro mais. Atualmente é uma igreja. Eu devia ter meus cinco, seis anos de idade.
(Todos: Nossa!)
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Reunião para CCEE, 14/4/96, realizada em Campos - JC narra pormenorizadamente as impressões que teve quando viu a Dr. Plinio pela primeira vez. Antes desse primeiro encontro, “a Providência ia preparando sua alma”, porque teve uma série de desilusões com tudo e com todos. Nessas circunstâncias, o que é que ele fez?
Eu comecei a rezar. Para um enjolras rezar trinta ave-marias antes de dormir à noite é alguma coisa. Eu me lembro que me ajoelhava sobre a própria cama e ficava rezando e chorando.
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"Jour-le-jour" 15/9/96, realizado em Spring Grove - JC conta as impressões que teve depois que viu a Dr. Plinio pela primeira vez na igreja do Carmo. Observe-se que apresenta a Dr. Plinio como procurando a ele, e não ele procurando a Dr. Plinio:
Eu saí da igreja no meio desse ambiente todo de sobrenatural, desci as escadarias e fiquei envolto naquele clima, pensando que tinha recebido uma graça extraordinária, que tinha conhecido este homem, que tinha visto o homem. O Sr. Dr. Plinio em geral sai por último. Ele foi o primeiro a sair. Depois, saiu sozinho.
Normalmente nós estamos acostumados a que tivesse um carro embaixo esperando, que ele entrasse no carro e fosse levado de carro para cá, para lá e para acolá. Não tinha ninguém. Ele saiu sozinho e foi para a esquina da Av. Brigadeiro Luiz Antônio pegar um táxi.
Eu vi ele descendo as escadas e disse: "Lá vai ele". Na minha imaginação estava a idéia de que ele fosse no sentido oposto ao meu. Mas não, ele veio no meu sentido e eu disse: "Nossa, ele vai passar por aqui!".
Ele se aproximou, quando ele chegou bem perto de mim -- ele já tinha sido apresentado, eu creio, por alguém em cima que tinha dito que eu estava embaixo esperando, que ele fizesse um raio X para ver se tinha thau ou não tinha --, me estendeu a mão e disse:
-- Salve Maria! Você é que é o João, não é?
Eu já sabia o nome dele também, já me tinham dito que ia conhecer o Dr. Plinio, então eu disse:
-- Salve Maria, Dr. Plinio.
-- Você estuda no colégio tal?
-- Exatamente.
Começou uma conversa assim sobre estudo.
*
Na reunião na Saúde, 18/6/96, JC repete a mesma tese:
Eu quando vi o Sr. Dr. Plinio descendo as escadas, chegando até minha pessoa, perto de mim, me estendendo a mão para me cumprimentar (...) Eu, então, fui aos poucos olhando o Sr. Dr. Plinio, só que eu não tinha uma conversa com ele freqüente, minhas conversas com ele eram esporádicas. Foi essa conversa em que ele se dirigiu a mim logo no começo da vocação, no primeiro dia da vocação digamos, no primeiro dia do flash
*
Reunião na Saúde, 26/3/96:
Ontem depois do treino tivemos uma conversa e durante essa conversa eu estava contando isso:(...) que quando faleceu meu pai, ele faleceu no hospital Beneficência Portuguesa e o velório se deu na capela do hospital da Beneficência Portuguesa. Estava D. Mayer em São Paulo inclusive. Tinha havido naquela manhã uma cerimônia qualquer na catedral que eu já não me lembro mais -- era um domingo -- e, portanto, eu fiquei ali no velório sozinho sem aparecer nenhum membro do Grupo. Mas depois, lá pelo final dessa cerimônia, e à tarde sobretudo apareceu, um tempo antes da missa que ia haver, o Sr. Dr. Plinio. Disseram-me:
-- O Sr. Dr. Plinio está aí.
Eu saí correndo do velório, fui à procura dele e o encontrei na porta. Ele estava à minha procura antes de qualquer coisa, então não nos encontramos.
Eu o cumprimentei e ele disse:
-- Meus pêsames.
Eu dei o cumprimento a ele assim, ele me puxou com a mão e eu me aproximei dele, tal seria. Eu me aproximei dele e ele, então, me abraçou. Mas, vejam, não foi um abraço qualquer não. Foi um abraço forte mesmo, um abraço forte mesmo.
Quando ele me abraçou, ele por detrás das costas me fez um sinal da Cruz.
Depois, então, do abraço e do sinal da Cruz nas costas, ele me afastou um pouco assim, olhou bem para mim, me agarrando pelos ombros, e disse:
-- Você entendeu bem, meu filho?
-- Entendi sim, senhor.
O que é que ele quis dizer? É essa a sua pergunta?
Eu tinha perdido o pai, estava sem pai humano. Então ele me dava esse abraço, depois me dava essa bênção, depois me afastava e me perguntava: "Você entendeu bem?". Entendeu bem o quê? "Meu filho, você pode perder duzentos pais, mas este pai que você tem, você não perderá nunca". [Aplausos.] Essa foi a mensagem que ele me transmitiu naquele momento.
*
"Jour-le-jour" 20/1/96:
Eu me lembro perfeitamente uma campanha de mil novecentos e sessenta e tanto que nós entramos numa faculdade de judeus, Faculdade Paulista de Medicina. (...). O pessoal estava com medo de coletar assinaturas porque iam ser massacrados na sala de aula, então eu disse:
- Vamos fazer o seguinte: (...) eu vou criar uma discussão fora com os que são os chefes deles. Nessa discussão fora eu seguro aqueles que iriam atrapalhar os senhores dentro, e os senhores dentro passem o manifesto o quanto queiram enquanto eu fico com o pessoal fora.
Eu sei dizer que foi a discussão mais dura de minha vida, porque o pessoal era tremendo. Naquela roda um judeu, que era o mais inteligente deles, começou a me pôr na parede, [discutimos e] às tantas olhou para mim e disse:
- Qual é o seu nome?
- João.
João, eu vejo em você a fé dos primeiros Apóstolos.
(...)
Agi como? Como Nosso Senhor Jesus Cristo agiria. Eu agi tal qual Nosso Senhor faria. Por quê? Por um auxílio da graça, por causa das virtudes. Por que as virtudes são o quê? São os membros que facilitam o movimento.
*
No "jour-le-jour" 27/1/97, JC repete a história:
Eu me lembro discussões numa faculdade de judeus aqui em São Paulo (...). Nós entramos e era preciso nós coletarmos assinatura nas salas de aula. Mas eu já tinha experiência, porque nós já estávamos com vários dias de campanha: sempre o Centro Acadêmico e o pessoal mais ardito, o pessoal mais enragé, esse pessoal tentava segurar os coletores de assinaturas e impedia que a campanha se fizesse. Então era preciso a gente ter um "boi de piranha" para a manada passar lá em cima. Joga um boi aqui, as piranhas juntam todas em cima do boi e a manada passa lá por cima.
Eu disse:
-- Deixa o Centro Acadêmico comigo aqui, deixa o pessoal mais ardito comigo, e os senhores vão lá pegar as assinaturas.
Eu fiquei fora e juntaram os judeus mais do sinédrio, o sinédrio da faculdade juntou em cima de mim. [Risos]
Então começamos uma discussão sobre isso, aquilo, aquilo outro, eu rebatendo e eles dizendo, eu rebatendo e eles dizendo, até que de repente se destacou um judeu que era o mais inteligente, o mais esperto de todos. Ficou a roda de judeus em torno de mim e esse judeu comigo no meio da roda. Eu dizendo: "Auxilium christianorum, ora pro nobis!". Não tinha ainda Sra. Da. Lucilia nesse tempo, de modo que era Auxilium christianorum, Domina Nostra Fatima..., pedindo e implorando.
O tipo era inteligente mesmo, e começou a dizer:
-- Mas você não vê que o comunismo está tomando conta do mundo? (...) Esse movimento de vocês não tem sentido, vocês estão derrotados. É inevitável. Assim como foi a Revolução Francesa que tomou conta do mundo inteiro e caíram todas as monarquias, assim vai ser o comunismo, o comunismo vai tomar conta do mundo inteiro.
Eu disse: "Puxa, o que vou responder para este sujeito aqui? Responder o quê? Não tenho resposta natural, meramente racional". Não tinha muita experiência da vida ainda, não tinha os conhecimentos que tive depois, então eu disse: "Eu vou rasgar a fantasia no meio desses judeus aqui, eu vou tirar a máscara". Eu disse:
-- Olhe, você está se pondo num campo meramente humano. No campo meramente humano não tem dúvida, no campo meramente humano o comunismo toma conta do mundo, mas nós não vivemos no humano, nós vivemos de Deus. Deus existe. Você que é judeu, você sabe que Deus existe. De maneira que Deus não pode permitir um estado de coisas assim como está, como o estado comunista quer, de ateísmo puro. Portanto, eu lhe dou um argumento que é um argumento de fé, não é um argumento de pura razão. A razão é nada perto da fé. Eu dou um argumento de fé: eu creio nas profecias feitas por Nossa Senhora em Fátima e eu creio não só porque Ela disse, mas creio sobretudo pela ordem sobrenatural das coisas. (...) Parárárárááá!
Em cima dele Deus, Deus, Deus, Nossa Senhora, Deus, Nossa Senhora. Os judeus todos murchos, quietos, olhando, e esse outro judeu diz:
-- Escute, qual é seu nome?
-- João.
Pôs a mão no ombro assim e disse:
-- Meus parabéns, viu, João? Meus parabéns. Eu vejo em você a fé dos Apóstolos, ouviu? [Exclamações e risos]
Eu percebi inteiramente naquela hora que o fato de eu me colocar num plano superior ao deles, que era o plano natural, o fato de me colocar no fato sobrenatural deixou a eles pequenos. Eles foram diminuindo, foram diminuindo, diminuindo, diminuindo, e perderam a força.
Olhem que o sujeito era bem mais inteligente que eu, tinha muito mais cultura do que eu, estava mais avançado nos estudos da faculdade do que estava eu, ele já estava saindo e eu estava nos primeiros anos. Entretanto, à hora em que foi feita uma proclamação de fé sobrenatural, eles todos ficaram pequenos.
*
"Jour-le-jour" 29/1/96:
Eu me lembro de 1963 uma noite de natal. Houve a noite de 24 para 25, festa, 25 o pessoal todo acordou tarde, comeu os restos do dia anterior na hora do almoço e à tarde não tinha nada. Então eu me lembro que me meti na cozinha, lavei toda a louça à tarde, comprei pães, manteiga, frios e não sei quanto, fiz um superchá com música, fiz um jantar para o pessoal e servi o pessoal. (...) Na Aureliano Coutinho, no Sagres.
Fui servindo, animando o pessoal e não sei mais quanto. Quando me dou conta não tinha sobrado nada para mim. Não tinha um pedaço de pão, o pessoal tinha comido tudo.
Eu me lembro que tive essa alegria interior: "Puxa, que alegria. Eu pude dar tudo e a Providência quis que não sobrasse nada para que eu fosse dormir com fome. A Providência seja louvada porque eu mereço".
(Frizzarini: Puxa, que bonito, fenomenal.)
*
Reunião para EEII, 7/10/96:
Nesse tempo era uma coisa incrível, mas o Sr. Dr. Plinio -- eu vou dizer uma coisa para o senhor que o senhor vai ficar abismado, boquiaberto -- não era conhecido no Grupo. Até 1963, mais ou menos, o chefe do Grupo era D. Sigaud e D. Mayer. A primeira ocasião em que o Sr. Dr. Plinio pôde abrir o jogo a respeito de si de público no Auditório da Santa Sabedoria da Rua Pará foi a propósito de um dos nossos que trabalhava na Comissão do Exterior e que um dia servindo o Sr. Dr. Plinio, o Sr. Dr. Plinio virou-se para este e disse:
-- Então, me faça uma pergunta.
-- Olhe, eu tenho umas vinte perguntas para fazer para o senhor.
-- Pois me ponha num papel essas vinte perguntas, que eu faço uma reunião da Comissão do Exterior e respondo essas perguntas todas.
-- Está bem -- e pôs as perguntas.
Dentro das perguntas estavam as seguintes questões: que papel tinha Frei Jerônimo no Grupo, que papel tinha D. Sigaud no Grupo, qual era o papel de D. Mayer dentro do Grupo, que ligações tinham com o Sr. Dr. Plinio, se D. Mayer, D. Sigaud e Frei Jerônimo tinham thau ou não tinham thau, se thau era só para leigo ou também atingia eclesiástico, como ele tinha sido chamado pela Providência a ser chefe do Grupo. Invertendo a coisa toda, a visualização comum que o membro do Grupo tinha estava invertida nessa série de perguntas, porque na realidade ficava patente, pelas perguntas, que o chefe era ele mesmo, que ele era o fundador, que ele era quem merecia todas as atenções, etc.
Então ele fez uma reunião de duas horas onde ele pôs os pingos sobre todos os is. E chegou a dizer que, de fato, ele era o fundador, chegou a dizer que o papel da chefia cabia a ele no que dizia respeito ao Grupo, e que se D. Mayer, D. Sigaud e Frei Jerônimo correspondessem às graças teriam também um certo papel dentro do Grupo.
O senhor está vendo que as coisas estavam bem postas nos seus lugares.
Dentro do Grupo já em 60 não se falava dele, não se conhecia a ele, muito menos ainda na Opinião Pública. Então não havia situações em que a gente pudesse falar a respeito dele. A gente falava do Sr. Dr. Plinio como presidente -- a palavra fundador nem existia -- e como iniciador da obra, mas eram circunstâncias raras. Não se falava do Sr. Dr. Plinio como hoje se fala abertamente.
Até 75 não se falava tanto do Sr. Dr. Plinio não. Depois do desastre é que as graças começaram... Está claro?
(Aparte: Sim, senhor.)(Aparte: E quando foi que o senhor teve esse "flash" de fazer o nome do Sr. Dr. Plinio ficar conhecido, não só no Grupo, mas para todo o mundo?)
Eu vi o Sr. Dr. Plinio de corpo inteiro desde a primeira vez que o conheci. Mas fui levado pela ilusão de que todo o mundo via tal qual e que todo o mundo tinha em relação a ele os mesmos sentimentos, a mesma adesão. Portanto, nem me passava pela cabeça a idéia de que fosse preciso fazer uma propaganda, não me passava pela cabeça. (...) Eu preparava não como uma espécie de campanha, de propaganda que fosse necessária ser feita porque o nome dele fosse esquecido, nem era isso. De fato eram reuniões feitas no intuito de comentar o que é comum, o que era voz corrente.
(...) Quando houve o desastre eu tive quatro conversas com o Sr. Dr. Plinio -- foi aqui no Êremo do Praesto Sum, já em outubro e novembro de 74 -- e ele mostrando a situação do Grupo. Depois veio o desastre e com o desastre eu comecei a acompanhá-lo. E na companhia com ele eu comecei a notar o desinteresse que as pessoas tinham dos fatos que aconteciam com ele.
Eu me lembro, por exemplo, que era o sexto dia do desastre, eu estava saindo do São Bento de manhã cedo, mais ou menos quinze para as 8h, para ir ao hospital pegar meu expediente, e dois outros estavam saindo do São Bento também. Os dois outros me levaram no carro e sabiam perfeitamente de que eu tinha tido nos dias anteriores um contato intenso como Sr. Dr. Plinio. Os dois foram na frente, eu fui atrás, os dois conversando o tempo inteiro a respeito do apostolado que eles iam fazer e não me fizeram uma pergunta a respeito de como estava o Sr. Dr. Plinio.
Deixaram-me no hospital e podiam perfeitamente descer do carro comigo para ir até o quarto do Sr. Dr. Plinio para vê-lo. Não o fizeram.
Eu aí fui me dando conta, em 75, de quanto o Sr. Dr. Plinio estava abandonado, totalmente abandonado, e como não se falava a respeito dele dentro do Grupo.
Foi na convalescença dele às tantas que o pessoal recebeu a graça de Jasna Gora e constituiu-se Jasna Gora, e no centro ficaram os mais novinhos, que se reuniram aqui no Praesto Sum para fazer uma Jasna Gorinha. Às tantas me convidaram para a Jasna Gorinha aqui, num domingo. Eu pedi licença ao Sr. Dr. Plinio, porque ele nos domingos praticamente não saía, ia jantar com Dr. Luizinho à noite. Ao invés de eu ir com ele no restaurante preferi vir aqui para atender ao pessoal da Jasna Gorinha e passei o domingo com os da Jasna Gorinha aqui. O tempo inteiro eram coisas que giravam em torno do Sr. Dr. Plinio, mas eu encontrava resistência, não encontrava apetência a respeito das coisas dele.
Isto me deixou meio assim perplexo e eu fui falar com o Sr. Dr. Plinio:
-- Sr. Dr. Plinio, eu estou notando isso assim e assim.
-- Meu filho, você está acordando só agora. Isso já vem desde que o Grupo foi fundado. Isto sempre foi assim.
-- Bom, mas nós não podemos deixar isso assim, não é possível. Nós precisamos fazer alguma coisa. O senhor não sugere algo?
-- Eu sugiro você pegar uns tantos da sua confiança, que você faça uma reunião semanal com eles para eles fazerem propaganda do que ouvem a meu respeito durante a semana. Mas isso tem de ser feito numa coisa organizada. Você tem que pegar uma folha de papel onde você põe todos os membros do Grupo na folha de papel, e você divide os membros do Grupo por cada um desses que você tem nas mãos e que você forma. Esses são obrigados a procurar cada um dos que ele tem na lista duas vezes por semana para, duas vezes por semana, falar a respeito das reuniões que ouvem.
Então foi feito um trabalho organizado durante um ano e meio. Levou um ano e meio dentro desse serviço que era regular. Toda a semana nós fazíamos uma reunião e eu cobrava:
-- Então, Fulano, o senhor esteve com Sicrano?
-- Sim, estive.
-- Qual foi a reação?
-- Gélida.
-- Esteve com Beltrano?
-- Estive com Beltrano.
-- O que é que Beltrano disse?
-- Eu tentei puxar o assunto e não pegou.
Assim ia e geladeira. E durante um ano e meio o aríete batendo, batendo, batendo, batendo. Ao mesmo tempo nós vínhamos no fim-de-semana aqui para fazer reuniões de Jour le Jour.
*
Em conversa com seus discípulos mais chegados (31/3/96), JC narra minuciosamente seu ingresso e primeiros anos no eremo de S. Bento. O documento elucida sua psicologia e vários aspectos da presente crise.
Depois de falar com Dr. Plinio, foi se apresentar ao “quidam” desse eremo e disse:
- Olhe, o Sr. Dr. Plinio está querendo que eu freqüente a vida do êremo. Queria saber quais são os horários, qual é a disciplina.- Amanhã às 8h todos estão prontos junto ao cruzeiro para sair para a comunhão.
- Está ótimo.
Eu mentalidade militar, porque tinha feito o serviço militar, tinha a medalha Marechal Hermes, que era a medalha mais elevada que existe no Exército brasileiro. Portanto, disciplina, voz de comando, capacidade militar e não sei mais quanto, vem lá uma série de dotes que os militares descobriram que existia em mim e resolveram, então, me dar a medalha Marechal Hermes que é raríssima dentro do Exército Brasileiro (1).
Então mentalidade militar, eu disse: "Amanhã às 8h aqui?". Quinze para as 8h já estava junto ao cruzeiro. Levantei-me antes das 7h, banho, tudo pronto, quinze para as 8h [estava lá] e comecei de um lado para o outro a rezar o rosário. Quando tinha acabado de rezar o rosário, que era 8h30, não tinha aparecido ninguém. Eu disse: "Puxa, mas acho que eles erraram, eles deviam ter dito uma outra hora qualquer e eu não entendi direito. Eu entendi 8h, mas às 8h30 não apareceu ninguém".
Aí eu vou até ali onde está a imagem de Nossa Senhora Auxiliadora, ainda rezando jaculatórias, e de repente vejo um sujeito -- que depois abandonou a TFP -- com o rosto todo cheio de sabão e gritando para o empregado que tinha acabado a água. Aquilo meu deixou... Primeiro um tipo que sai na janela sem camisa, depois dentro de um êremo um tipo que grita que acabou a água, que tinha que ligar uma bomba para poder sair água para ele terminar a barba dele. Eu disse: "Puxa, mas isso aqui é um pandemônio!".
Eu não vou contar outras coisas que os senhores conhecem.
Eu era sineiro. Tinha o sino da Salve Regina, que era às 10h da noite. Terminava o jantar às quinze para as 9h, e o "abade" me pegava para uma conversa. Puxa, e conversa sobre o quê? É sobre fulana que gosta de sicrano, que queria namorar com beltrano, que não sei quanto, a X. que queria casar com o Y., a sobrinha do Dr. S. que não sei quanto, que quis pegar não sei o quê, o outro que não sei quanto. Eu pensava: "Puxa, mas que conversa de lo último. Francamente, isso é conversa que a gente tinha quando estava fora do Grupo".
Eu dizia:
- Bem, está na hora de tocar o sino.
- Não, não, espere um pouco que ainda queria contar para o senhor.
Eu me fritando por dentro e o sino que não saía.
Eu, então, fui aprendendo: me escondia (2). Quando chegava a hora de tocar o sino eu saía de dentro da toca e pem! pem! Também o sino da manhã, enfim, uma verdadeira aventura de decepção, de desilusão.
Em 72 o "abade" entra numa crise...
(Walmir: Sr. João, o senhor não contava nada para o Sr. Dr. Plinio?)
Não contava nada? O Sr. Dr. Plinio me segurava pelas mãos porque eu queria "pôr fogo no mundo".
Eu era sozinho, ali dentro todo o mundo formava um conjunto em função do relativismo (3).
Lembro-me que estava conversando com o um eremita na torre. (...) e este eremita com muita inocência -- ele tem uma inocência extraordinária, o senhor não faz idéia até onde vai a inocência dele -- me dizia:
- O senhor não acha que o sucessor do Sr. Dr. Plinio será o Sr. fulano de tal, hein?
Eu me lembro como se fosse hoje: eu afastei da muralha assim -- eu com sangue espanhol, não tinha ainda a experiência da vida que a gente vai adquirindo -- e dei um salto para trás. Bati na muralha e disse:
- Não, isso não! Francamente, aí não! Isso não, porque, em primeiro lugar, o Sr. Dr. Plinio não vai ter sucessor. Em segundo lugar, a haver um sucessor não pode ser este de jeito nenhum (4). O senhor não percebeu? Esse sujeito dá a comunhão sem comungar, esse sujeito não levanta da cama, fica na cama ao meio-dia e toma café na cama, sendo ele o encarregado deste êremo. Depois, dá na telha dele de sair por aí para dar um passeio, ele toma um banho correndo, sai e abandona nossa comunhão aqui que ele deveria dar. Ele abandona isso, abandona aquilo e aquilo outro, e sai a passear por aí -- soltei tudo o que tinha.
Aí ele disse:
- Olha, é isso mesmo. Nós precisamos dar um jeito nisso, precisamos virar essa história. Isso precisa virar um êremo direito (5).
Com o este eremita, eu me lembro, vai o Sr. Dr. Plinio ao São Bento, nós temos uma reunião com o Sr. Dr. Plinio e cataratas, porque é isto, é aquilo, é aquilo outro. Esse "abade" inventava coisas que eu não tinha [dito], mentia que eu tinha dito que era contra a túnica branca -- eles queriam fazer uma túnica branca, o "abade", etc. -- para os dias de festa com uma bota cor de vinho -- eu achava a coisa esquisita da bota cor de vinho, a túnica branca não, não tinha problema -- e que eu tinha dito que isso ficava parecendo um sorvete de baunilha com chocolate. Eu nunca tinha dito isso.
Depois que eu achava que a gente tinha que usar o hábito sujo, porque assim dava idéia mais de combate.
Quer dizer, uma série de mentiras, mas ele mentia.
O Sr. Dr. Plinio teve uma conversa comigo uma vez com quinze pontos anotados por ele, que eram máfias feitas por ele. Uma delas era a seguinte: que eu sou tão exigente e, entretanto, quando um guarda me parou não sei em que parte do Brasil e exigiu minha carteira de motorista, eu saí me queixando dizendo que o guarda era um Caxias.
Então chegava o Sr. Dr. Plinio e nós em cima:
- Isso aqui está assim, isso aqui está assado, isso aqui não sei quanto, porque não sei o quê.
O Sr. Dr. Plinio panos quentes, porque o Sr. Dr. Plinio não podia criar um caso. Ele tinha outros compromissos, tinha que deixar o negócio estourar. E estourou, porque esse homem "montou um banco" e sumiu com o dinheiro de todo o mundo, evaporou.
Em função disso, não houve outro meio senão ele sair de São Paulo.
Conclusão: nós ficamos de meados de 72 até o desastre numa pobreza que nem franciscano nenhum na vida teve. Era uma pobreza tremenda, mas a mais completa e total possível. Foi aí que eu peguei, em 74, uma tuberculose pela falta de alimento, porque nós não podíamos comer.
Em 75 pior ainda. É que nós ficamos em três porque o pessoal saiu, ficou só o Sr. Fernando Larraín, o Sr. Mário e eu, e o Sr. Dr. Plinio foi enchendo de gente que não ... (6) Então chegou uma certa hora que eu tive que procurar o Sr. Dr. Plinio e dizer:
- Olhe (7), eu quero ficar camaldulense. Eu pedi para o senhor ficar camaldulense e o senhor me disse que era preciso ficar eremita. Mas agora não sou nem eremita, nem camaldulense, nem membro do Grupo. Assim não dá para continuar.
Eu não sabia, mas já era a depressão nervosa que dá tuberculose, a tuberculose deixa a pessoa muito quebrada. Eu tinha tuberculose desde julho de 74 e quando eu fui me queixar com ele era dezembro. Eu já estava nas últimas porque eu me sentia fisicamente um zero e espiritualmente muito mais quebrado ainda do que fisicamente.
Eu me separei para poder estudar a vida dele e não consegui, levar uma vida de êremo e não consegui, então tudo para minha tinha se evolado (8).
Eu pedi uma conversa com ele, ele veio aqui no Praesto Sum conversar comigo em 74, dezembro. Conversamos aqui andando de um lado para o outro. Foi aí que ele me disse que a situação do Grupo era a pior possível naquele momento. Foi aí que ele disse que quando eu pedi a conversa com ele, ele estava se aprontando após a sesta para vir aqui para conversar comigo e pensava o seguinte: "Fulano rachou, Sicrano rachou. Será que agora o João também rachou?". E eu estava rachado.
Então ele procurou me animar o máximo possível, o tempo inteiro ele conversou comigo com essa relíquia na mão, da Sra. Da. Lucilia. Tinha os cabelos dela aqui dentro. Aqueles cabelos que estão no São Bento agora no medalhão estavam aqui dentro.
(Aparte: A conversa ia na linha do quê?)
Linha da confiança. Ele mostrando como ele tinha uma apreensão tremenda com o Dr. Fábio. Então contou toda a história dos grandes dramas dele com o Dr. Fábio e como ele confiou na Providência. Em determinado momento a Providência interveio e resolveu o caso do Dr. Fábio da forma mais bela possível. Depois me contava outros casos, isto, aquilo e aquilo outro, tudo na linha da confiança.
Depois disse o seguinte:
- O Grupo atualmente está numa tal situação, que se nós encontrássemos duzentas almas novas, de primeiro thau, de primeira linha, nós teríamos que contar nos dedos de uma mão quantos seriam os membros do Grupo capazes de tomar contato com esses duzentos sem estragarem.
Foram seis conversas que eu tive com ele até o momento do desastre. Eram conversas no sentido dele me animar a elaborar a idéia de um êremo perfeito (9), com regras. Foi daí que saiu aquela história da cogula, dos hábitos. Uma série de regras que nós nunca pusemos em prática, porque não foi possível, que vem dessa época.
(Aparte: Foi gravado?)
Tem texto, tem em microfilme isso, porque eu anotei à mão.
Bem, mas eu me lembro que mesmo assim eu via cenas em São Bento -- ainda mais com a tuberculose que eu não sabia que tinha, não tinha idéia que tinha tuberculose, eu estava arquiquebrado -- e pedi para o Sr. Dr. Plinio se não era possível eu ir fazer apostolado em algum lugar para poder sair do ambiente em que eu estava, porque não agüentava mais.
Comentários:
Que despretensão!
Já desde aquela época gostava de esconder-se.
Ali todo mundo era relativista, só JC era fiel.
Já naquela época JC considerava-se dono da TFP: é ele quem determina se Dr. Plinio vai ter ou não sucessor; e em caso afirmativo, ele determina quem pode ser e quem não pode ser.
Em outros termos: precisamos fazer uma revolta.
Dr. Plinio errou enviando essa “gente” ao S.Bento? Não tinha direito absoluto sobre S.Bento? Deviu ter consultado a JC?
“Olhe”: assim se dirige um discípulo perfeito ao seu mestre? De igual para igual, ou de superior a inferior, cabe usar esse termo.
Essa prova tem algo de similar com a que ele passou entre janeiro e agosto de 1995, antes do falecimento de Dr. Plinio.
Dr. Plinio ajudou a JC a explicitar a idéia de um eremo perfeito?
*
Reunião na Saúde, 5/12/95 - Minha luz primordial já está muito florida ...
(Amorim: (...) Como nosso Pai e Fundador foi formando a alma do senhor?)
(...) a vida inteira, o trabalho dele, Sr. Dr. Plinio, em relação à minha alma, foi no sentido de alimentar muito minha luz primordial e foi no sentido de desenvolvê-la ao máximo, para quando chegasse uma hora como essa, minha luz primordial já estivesse muito florida, para que eu pudesse ajudar a obra dele a não fenecer. Pelo contrário, a se desenvolver muito. Mas aí, Sr. Amorim, foi uma vida inteira.
*
Na reunião na Saúde, 26/3/96, JC disse que o “Santo do Dia” que mais marcou sua alma, não foi sobre Deus, ou Nossa Senhora, ou Dr. Plinio, nem sobre a luta RCR, mas sobre JC!
(José Adenilson: [...] o senhor poderia contar o Santo do Dia que marcou mais a alma do senhor? (...)
Eu vou contar para o senhor o que mais marcou.O senhor está perguntando o que mais marcou. O senhor não está me perguntando qual é o Santo do Dia que o senhor julga que foi o melhor de todos, o senhor está perguntando o Santo do Dia que mais marcou. Então vou contar o Santo do Dia que mais marcou.
Foi conseguido, eu não sei de que parte, um canhão desses antigos que tinham quatro rodas e que era um canhão pesadíssimo. O Sr. Dr. Plinio queria comentar o canhão, mas o canhão estava numa lateral que não era visto por todos, e ele gostaria que o canhão estivesse em cima daquela muralha ali.
Foi para lá o Sr. João Carlos Leal da Costa e mais alguns enjolras para tentar pegar o canhão e pôr em cima. Eu percebi que eles não estavam conseguindo pôr o canhão em cima, porque o canhão estava pesado, um agarrava daqui, outro agarrava de lá, e não estavam fazendo esforço conjugado. (...).
Então eu me levantei, fui lá e disse:
-- Esperem um pouco, vamos coordenar isso. Todos agarram o canhão, o senhor agarra aqui, o senhor agarra lá. Está todo o mundo firme?
-- Todo o mundo firme.
-- Então, agora, prestem atenção. Quando disser três todo o mundo faz a força, levanta e põe em cima. Um, dois, três... -- o canhão foi lá para cima.
Marcou-me que o Sr. Dr. Plinio fez um comentário sobre o canhão, mostrou o como ele criava um ambiente, mostrou como aquilo era um instrumento que nos convocava para a luta, etc. Depois o Sr. Dr. Plinio comentou na Conversa de Sábado à Noite -- por isso é que me marcou -- que naquele episódio do canhão que saiu do chão e foi para cima, que não saía do chão e não ia para cima se não era com uma coordenação:
-- Eu vi naquele ato um futuro. Porque eu percebi que a Providência nesse ato me dava a entender o seguinte: quem comandou e os comandados, que representavam toda a geração dos enjolras, em determinado momento realizarão grandes batalhas por Nossa Senhora.
Como eu nasci para a batalha e eu sinto que fui chamado a ajudar a Deus, eu tive um flash, um surto dentro da alma de alegria pensando nisso: "Olha, eu já possuía em relação ao apostolado com os enjolras um encanto muito grande, mas sabendo que a gente intensificando esse apostolado está preparando esse grande dia, oh-lá-lá!".
Então esse Santo do Dia me marcou muito.
*
Além da auto - propaganda, nas reuniões também há transcendentais dados auto-biográficos do excelso personagem:
Reunião para a Saúde, 14/11/95 - JC fala dos “flashs que marcaram a visita dele à Academia Militar de Agulhas Negras”.
"Jour-le-jour" 7/1/96 - Conta a conversa que teve com um médico a respeito de sua sensibilidade ao frio e das sensações que teve quando viu neve pela primeira vez.
"Jour-le-jour" 13/1/96 (texto 744) - Fala dos pensamentos que teve quando numa oportunidade lhe cortaram o cabelo e também de certos pensamentos que teve na infância (uma dessas cogitações era “a Providência transmitindo explicitações minhas para me preservar”).
"Jour-le-jour" 16/1/96 - Descreve a visita a uma loja espanhola chamada “El corte inglês” e a primeira conferência que fez na sua vida.
"Jour-le-jour" 17/1/96 - Relata a angustia que teve numa auto-estrada, no meio do inverno, num automóvel com pouca gasolina.
"Jour-le-jour" 5/2/96 - Chegando à Sede de Spring Grove, procedente da Europa, reuniu aos cooperadores à 1:00 da madrugada para lhes contar as impressões do que viu no Velho Continente. Na França, andando por Chartres, foi visitar as vitrines de lojas: “nós ficamos uma hora e meia a duas, parando em vitrine por vitrine para ver as vitrines” . Uma era a “loja de tecidos para roupas de senhora (...) uma outra loja [era] de bonecas. Aí de perder a psíquica. Lojas de bonecas de perder a psíquica. E eu perdi a psíquica mesmo, porque nós entramos e sentamos numa loja de bonecas para ver bonecas. (...) Entrei e não foi numa, entrei em três lojas de bonecas”.
Na Itália comeu “um prato que se chamava em italiano não sei quanto, mas que era dobradinha. (...) Dobradinha é estômago do boi”. [NB: Aquilo é tripa].
A respeito da visita às vitrines de bonecas, na Reunião para a Saúde, do 15/2/96, fornece mais elementos:
Eu entrei em três casas de bonecas, vi mais de duzentas bonecas diferentes. Umas bonecas lindíssimas, mas lindíssimas, de perder a psíquica de bonitas. Todas elas de porcelana, com os olhos muito bem feitos, uns vestidos de primeira categoria, mas uma coisa realmente extraordinária.
"Jour-le-jour" 6/2/96 - Um acontecimento histórico: dormiu 12 horas e meia.
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 1/4/96:
Quando eu sou obrigado a fazer os exercícios, no final dos exercícios eu tiro todo o ar dos pulmões em frente à [imagem de] Mater Boni Consilii Genazzano, vou até o fundo, me prosterno no fundo [da piscina] e osculo em louvor a Mater Boni Consilii Genazzano. Osculo várias vezes, etc.
Depois eu me viro, as fotografias estão do outro lado, aí eu faço a mesma coisa em louvor a eles, a ele [Dr. Plinio] e a ela [Dona Lucilia].
Eu não sei por que acontece isso muitas vezes, talvez porque seja em segundo exercício, em segundo momento, e a gente está com os pulmões mais habituados: eu agüento muito mais na segunda vez do que na primeira, então o número de ósculos que são dados na segunda vez é muito mais numeroso, muito mais em quantidade do que na primeira.
Ao me levantar, ao sair, eu olho para as fotografias, primeiro para ela ou primeiro para ele, depende um pouco das circunstâncias, dizendo que é para honra e glória deles. Muitas vezes tem acontecido isso: me vem uma impressão sobrenatural, a gente vê que é uma graça, de que eles serão colocados na honra dos altares os dois junto, que o processo de um será ligado ao processo do outro e que a canonização dos dois se dará ao mesmo tempo.
Interessante, não é?
Reunião na saúde, 18/6/96:
*
Agora trechos sobre seu sagrado temperamento:
"Jour-le-jour" 16/1/96: JC é “estável por natureza”, passa o dia inteiro no S. Bento, não sai; era tímido.
"Jour-le-jour" 20/1/96: Eu confesso que tenho um pendor todo especial para os beneditinos.
"Jour-le-jour" 22/1/96: Eu sempre fui um tenso extraordinário na hora da luta. Por isso que enquanto não vejo o pescoço do adversário rolar, meu estômago sofre.
Reunião do Congresso de neo-cooperadores 20/2/96: Eu me lembro de mim muito pequeno. Eu aprendi a falar por incrível que pareça aos três anos e meio. Pelo fato de viver muito sozinho eu não falava. Ouvia, entendia. Me lembro de cenas entendendo perfeitamente o que conversavam entre si, o que falavam, o que diziam, etc., e eu prestando atenção, mas não falava. Hoje parece incrível que com essa facilidade eu venho falar aos senhores. (...). Não sei se há alguém aqui que tenha sido mais tímido do que eu. Não creio. (...) Eu era uma pessoa que conseguia conversar com um. Com dois já era complicado, com três, quatro ou cinco, já me calava de tanta timidez. Por quê? Porque uma infância muito feita de isolamento.
Conversa “Confidencial, distribuída apenas aos encarregados de Grupo do Exterior”, 20/3/96: Eu tenho um temperamento muito impulsivo. Se a graça não me assiste eu faço bobagem.
Reunião para CCEE, 14/4/96: Eu tenho fôlego de gato.
Reunião na Saúde, 18/6/96: Eu tenho sono ultraleve, qualquer conversinha, qualquer movimento eu não consigo dormir. (...) Eu sou reativo.
Reunião para os veteranos, 6/8/96: O Senhor Doutor Plinio disse o seguinte, que eu não tenho susceptibilidades, eu não tenho amor próprio, raramente tenho e quando tenho vou a fundo, aquilo pega fogo mesmo. Aí é labareda [Risos]
“Jour-le-jour" 8/10/95:
Antes de entrar propriamente na matéria a respeito de nosso Pai e Fundador, uma dúvida que havia entre nós era a respeito do que tinha acontecido com o Sr. Horacio Black --dentro da SV chamado Plinio Filipe. O que se passou com ele? Ele faleceu por um castigo para o Grupo? Ou foi ele uma vítima expiatória, ofereceu-se ele como vítima expiatória e foi colhido pela Providência enquanto vítima expiatória?
É-me um tanto desagradável ler o grafonema que o Sr. Guy de Ridder --que convivia com ele, morava com ele no mesmo apartamento e tinha conversas longas com ele--, é-me desagradável eu lê-lo. Eu até quase que pediria ao Sr. Guy que viesse lê-lo aqui, porque me diz respeito (...):
[O Sr. Horácio] me disse (...) que alguém podia oferecer-se como vítima expiatória, não só para o Sr. Dr. Plinio, como é óbvio, mas também por algum outro membro do Grupo, mais necessitado, (...) por exemplo, o Sr. João.
(...) é moralmente certo que ele tenha feito esse oferecimento pelo Sr. Era realmente uma alma de ouro!
Mas eu não mereço nem de longe o sangue dele, porque eu o estimo muitíssimo e quereria muito que ele estivesse entre nós. Mas isso dá um sentido muito mais claro [à morte dele]. Tanto mais que no dia em que ele faleceu eu fui avisado imediatamente. O Dr. Luizinho que se mantinha constantemente em comunicação comigo, numa caridade fraternal, paternal, maternal, telefonava várias vezes. Assim que faleceu o Sr. Horacio ele foi avisado e imediatamente passou a mão no telefone e me telefonou aos Estados Unidos, Spring Grove.
E eu, sabendo, me pus o problema: "Mas porque terá morrido? Será que tem alguma relação comigo?" Foi o que me aconteceu, por egoísmo talvez, não sei. "Mas será que tem alguma ligação comigo? Olhe, eu vou pedir um sinal a ele". Isso foi dia 24. Ele morreu dia 24, não é isso? (...)
No dia seguinte de manhã, bem cedo, (...) eu vou à porta do quarto e recolho uma correspondência, (...) e era uma carta dele. (...) Eu olhei o selo, o selo era do dia 18 de maio, e a carta me chegou debaixo da porta no dia seguinte a eu ter feito o pedido.
(...) Então diz ele:
São Paulo, 18 de maio de 1995
É o sinal que ele me mandava.
Caríssimo Sr. João, Salve Maria!Neste dia tão especial...
Dia da Sempre Viva.
... me lembrei especialmente do senhor. As minhas orações serão dirigidas com a intenção de que todos --tanto os de direito como os de desejo-- consigamos o antes possível penetrar no "hortus conclusus".
Ele está num hortus conclusos daqueles! [Exclamações.] Quer dizer, ele fez quatro meses de viagem e recebeu uma visita monumental!
In Jesu et Maria
Horacio Black
P.S.: Espero que este cartão não o encontre lá, mas se cruze no caminho de volta à casa paterna.
(...) O próprio Senhor Doutor Plinio me telefonando numa ocasião --quando foi? dia 28, portanto, quatro dias depois da morte dele-- disse isso:
Uma das minhas idéias, exatamente a respeito do Horacio era de que havia algum relacionamento no caso dele com o senhor. Que tinha sido altamente benéfico para você.
De modo que antes do Senhor Doutor Plinio saber disso, ele correlaciona um fato com o outro.
Eu queria apenas dizer isso porque, dado o grande presente que ele me deu, não ficaria bem que eu deixasse passar uma oportunidade para poder comunicar a D. Bertrand e a todos os Srs.
JC começa a reunião levantando a seguinte questão: a morte do Sr. Horácio foi um castigo para o Grupo ou morreu porque se ofereceu como vítima expiatória?
Mas nessa época, outubro de 1995, poucos dias depois do falecimento do SDP, as cogitações e conversas dos membros do Grupo nem de longe giravam em torno da razão de ser do falecimento do Sr. Horário. Aquilo não era um tema tão atual quanto a morte do SDP. E foi numerosas vezes elucidado pelo SDP.
Então por que motivo JC levantou essa questão?
O fato concreto é que, ao responder, faz auto-propaganda. Esse tema serviu para JC prestigiar a si próprio.
O Sr. Horário morreu em 24 de maio de 95. JC recebeu o “sinal” no mesmo mês. Quase cinco meses depois, JC afirma: “dado o grande presente que [o Sr. Horácio] me deu, não ficaria bem que eu deixasse passar uma oportunidade para poder comunicar”.
A “oportunidade” que JC aproveita para manifestar sua gratidão, dá-se no período que poder-se-ia chamar “campanha eleitoral” de JC, e que “grosso modo” vai desde o falecimento do SDP até as apresentações de Fátima.
*
Palavrinha confidencial para as moças de Fiducia, 29/7/96:
(Sra. Grasiela: É verdade que quando o senhor estava doente, o senhor pediu um sinal se o Sr. Horácio tinha oferecido... Porque ele ofereceu a vida pelo senhor., não é?)
Sim, foi. Ele morreu no dia 24 de maio.
Quando eu soube da morte dele eu tive uma impressão de que ele tinha oferecido, ou em todo ou em parte, a vida dele por mim. Sem ninguém dizer nada.
(Sra. -: Nossa! O senhor sentiu isso?)
Não, não, eu soube da morte dele e senti isso no meu interior.
Eu disse assim, olhe aqui, vamos fazer o seguinte, para ter a certeza mesmo eu peço um sinal a ele, que ele me dê um sinal para saber se ele ofereceu a vida por mim ou não. E fui dormir.
No dia seguinte de manhã eu encontro, assim que eu acordo, portanto, a carta chegou no dia em que eu pedi o sinal, eu encontro uma carta que ele tinha posto no correio no dia 18 de maio. E que eu coloquei até [no relicário] lá no São Bento.
Era uma carta em que ele me felicitava pelo dia da Sagrada Escravidão, etc., etc., e dizia: Quem sabe se essa carta cruza com o senhor no caminho de volta à casa paterna.
(Sra. -: Mas na carta ele deixou claro que ele ofereceu a vida pelo senhor?)
Não, mas o Senhor Doutor Plinio julga que houve esse oferecimento.
Referindo-se a certo tipo de pregadores que gostam de falar de seus triunfos, S. Antônio Maria Claret ensina o seguinte:
Observei que alguns [pregadores] fazem como as galinhas, que depois que tem posto o ovo, cacarejam. Assim tenho observado que acontece a alguns sacerdotes pouco avisados, que logo que tem feito alguma obra boa, que tem ouvido confissões, que tem feito pregações e sermões, vão a procura das moscas da vaidade, falam com satisfação do que tem dito e como o tem dito. Assim como a mim me desgosta ouvir falar disso, penso que também desgostará aos outros se falo daquelas mesmas coisas. E assim fiz propósito de nunca jamais falar destas coisas.
(Cfr. “San Antônio Maria Claret – Escritos autobiográficos y espirituales”, BAC, Madrid, 1959, p.304).
*
São Francisco de Sales descreve o orgulho, suas ramas e seu processo:
L’orgueil n’est autre chose qu’une volonté desordonnée d’une grandeur disproportionnee a celuy qui la veut (...). Or, l’orgueil est peché mortel quand on ne veut pas reconnoistre de Dieu ce que l’on a; quand, pour maintenir sa vaine estime, on est prest a violer les commandements de Dieu et quand, pour s’exalter, on deprime et mesprise on le prochain en chose notable.
A l’orgueil est attachée la vaine gloire, qui est se glorifier de ce que l’on n’a pas, ou de choses qui ne le meritent pas, ou de choses qui ne nous appertient pas, ou de choses mauvaises; ou vouloir avoir la gloire du bien que l’on a, sans reconnoissance de Dieu duquel il vient.
A la vaine gloire est attachée la jactance, qui consiste a se venter de chose mauvaise, ou de chose bonne, mais plus qu’on ne doit, ou avec mepris du prochain, comme quand on se vente d’estre plus que les autres; ou avec le dommage du prochain, comme quand on se vente de sçavoir guerir de telle et telle maladie, et que les personnes s’y amusent et son trompées.
L’ypocrisie est encor une branche de l’orgueil, laquelle consiste a faire semblant d’estre saint ou vertueux, pour amuser ou decevoir le prochain. La contention s’ensuit, qui n’est autre chose qu’un debat de paroles fait contre la verité. La discorde vient apres, qui n’est autre chose qu’une contrarieté desreglee a la volonté du prochain, laquelle est en sa perfection quand l’opiniastreté survient, par laquelle on s’arreste fermement en son opinion, quoy que sans bon fondement.
La curiosité appertient aussy a l’orgueil (...).
Apres cellecy suit la recherche des nouveautés en habitz, en discours et en opinions, et enfin la des-obeissance et mespris des loix et des superieurs.
De tout cela naist la presomption, par laquelle on entreprend de faire, dire, paroistre et estre plus qu’il ne nous appartient: comme quand on veut parler de choses qu’on n’entend pas, ou faire un art que l’on ne sçait pas, ou paroistre plus que l’on n’est pas, ou qu’on veut estre plus que l’on ne peut pas. Et ce dernier porte proprement a l’ambition, qui n’est autre chose qu’un desir desordonné des honneurs et dignités.
(Cfr. S. Francisco de Sales, “Oeuvres”, Annecy, Monastere de la Visitation, Imprimerie J. Abry 1932, tome 26, Opuscules V, Sixième série, ascétisme et mystique, XVII, Examen touchant les péches capitaux, pp.258 ss.)
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MNF do ano 89 (lido por JC no "jour-le-jour" 5/9/97) - Dr. Plinio descreve como procedia em relação a suas qualidades:
[Eu tinha] uma tendência marcada por uma preocupação de vida espiritual, que é de não negar o evidente, porque eu não tenho o direito de negá-lo, mas procurar valorizar o quanto possível o que fosse contra mim, para me defender contra uma posição excessivamente laudatória de mim mesmo.
JC procede de modo diametralmente contrário: procura valorizar o quanto possível, mesmo em público, tudo quanto o prestigie; e não tolera a menor contrariedade.
Ramón León “dixit”:
Eu sei que o Dr. Luiz Nazareno não tem a menor prova de que o Sr. João Clá apresentou-se alguma vez como santo. Mesmo porque, santo, ou se é, ou não adianta querer passar por tal.
O Dr. Luiz Nazareno, que pelo menos reconheceu a inteligência e agilidade do Sr. João, deveria concluir ser este o primeiro a evitar o ridículo de representar esse papel. (Cfr. Quia nominor provectus, p.45)
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Por sua vez, Patrício Amunátegui sustenta que JC, imitando a Dr. Plinio, não tem procurado auto-promover-se:
O Sr. João Clá (...) preferiu comportar-se segundo os critérios de nosso Pai e Fundador, que numa carta afirmou: “(...) A pessoa sobrecarregada de imerecidos elogios dos contemporâneos deve fazer consistir sua humildade e sua prudência em um discreto silêncio. (...) Devemos em via de regra silenciar sobre nossas reais ou presumidas qualidades. É o que, ao longo de minha vida, tenho procurado fazer. (...)”. (Carta de Dr. Plinio aos Srs. Solimeo e Péricles)
É patente sua humildade (...).
(Cfr. "E Monsenhor Lefevre vive?" pp 230, 231 e 256)
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Para concluir este ítem, transcrevemos um parágrafo de um livro do Dr. Patrício Amunátegui relativo ao Sr. Ureta, mas que se aplica perfeitamente a JC. Substituimos a frase “desse fax” por “desses documentos”:
Não é possível terminar a leitura desses documentos sem deixar expresso o estupor que se tem diante da desenvoltura com a qual um membro do Grupo exprime tão alto conceito a respeito de sua própria virtude (Cfr. "E Monsenhor Lefevre vive?" p.190)
No Congresso de Neo-cooperadores, 20/2/96, JC fala do espírito de hierarquia do SDP e de como ele distribuía seu tempo de um modo hierárquico:
Vamos tratar: o aspecto grandeza e o aspecto amor à hierarquia, aspecto humildade [do SDP].
(...) Segunda e terça ele tinha Despachinho, muitas vezes, pela manhã. (...) Sábado ele tinha barbeiro. Domingo ele saía para as orações, pela manhã. Isso era a semana dele.
Na parte da manhã antes do almoço. Almoços, todos os almoços conversados. Todos. Em todos os almoços saindo doutrina. Depois sesta. Depois da sesta, era a hora do dia em que ele mais descansado do dia estava. Então, era a hora que ele reservava para as orações do dia. Então, ele ia rezar. Rezava uma hora e meia, às vezes, uma hora e quarenta.
Chegava na sede, comungava. Se era Sede do Reino de Maria, Chá na Sede do Reino de Maria. Se era quarta e sexta, aqui em Praesto Sum, o Chá em Praesto Sum. Ou, então, se era em São Bento, Chá em São Bento, com perguntas e respostas.
Depois reuniões com comissões, atendimentos, orientação para o mundo inteiro, até a hora do jantar.
Jantar conversado, porque jantar de segunda, quarta, sexta e sábado era nosso; jantar de terça e quinta era do Sr. Átila. Jantar de domingo também era nosso. Na fase final era nosso.
(...) Domingo, ele tinha a manhã livre para as orações, almoço conversado, à tarde, depois ele saía e às vezes fazia alguma oração se ainda restava, assistia à missa. Saía da missa e ia direto para a Comissão Médica, para a Sede do Reino de Maria. Chegava na Sede do Reino de Maria, Chá com os venezuelanos. Atendia algumas pessoas, descansava um pouco, descia Comissão Médica. Depois jantar conosco, noa, EVP.
Graça atrás de graça, graça atrás de graça. Onde a gente notava um misto de grandeza, humildade e hierarquia. Sacralidade, grandeza, humildade e hierarquia. Um ponto de encontro dessas virtudes todas.
(...) [O] espírito de hierarquia dele era impressionante. Entrava numa cerimônia, ele era escravo do cerimoniário. Ele não fazia nada, ele esperava ordens:
- Agora, o que é que seu senhor deve fazer?- Agora o senhor deve se levantar e deve dar uma bênção.Então se levantava e dava uma bênção.
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Na reunião na Saúde, 2/4/96, JC comenta mais uma vez o espírito de hierarquia de Dr. Plinio e dá o mesmo exemplo:
Entrava-se numa cerimônia, [Dr. Plinio] revestido do hábito e ia ser dado início a uma cerimônia que ele nem sabia bem qual era o encadeamento da cerimônia, não tinha idéia. Então ele se punha nas mãos de cerimoniário.
Estava o cerimoniário do lado dele e ele dizia:
-- E agora, meu filho, o que é que eu devo fazer?
-- Agora são as orações do Grupo.
-- In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amen. Salve Regina... E agora?
-- Agora se o senhor pudesse levantar e dar uma bênção a todos.
-- Ajude-me a levantar. Benedictio...
Estava sempre pronto para seguir a orientação que o cerimoniário lhe desse, porque ele queria seguir uma autoridade. Existe um cerimoniário que é o diretor de trânsito daquela situação toda, daqueles atos todos que vão ser praticados, ele está debaixo da autoridade, então ele obedece e fica contente de ser mandado.
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Entre os últimos dias de setembro e primeiros de outubro de 1997, JC foi à igreja da Consolação, local onde ia realizar-se uma missa pelo segundo aniversário do falecimento de Dr. Plinio.
No "jour-le-jour" de 1/10/97, JC começa descrevendo o estado em que encontrou a igreja; a propósito da igreja lembra episódios da vida de Dr. Plinio; e a propósito de Dr. Plinio se coloca no centro; depois retoma os comentários sobre Dr. Plinio; e termina falando do que encontrou na igreja. A narração vai “subindo” de “proche en proche”, até chegar ao ponto “monárquico” --a auto propaganda enquanto discípulo fiel--, depois vai “descendo” de “proche en proche”. O ponto por onde começou o relato coincide com o ponto terminal --quer dizer, o gráfico da narração é um círculo-- , o qual faz pensar que foi utilizado um método de exposição.
A igreja está muito abandonada. Eu nem sei se no dia da missa vai ter aquele carro lá dentro. São capazes de deixar aquele carro lá dentro! Vai sair?
(Aparte: Sim.)
Ah! Enfiaram um carro dentro da igreja, que é um sorteio... Depois, dentro do presbitério, um gato andando... A única vantagem do gato é que ele estava bem-vestido; só isso.
No meio de tudo isso, nós descemos do coro -- que, aliás, está todo abandonado, o próprio órgão abandonado e desafinado em alguns registros--, descemos do coro e fomos rezar na capela do Santíssimo: uma bênção...! Mas uma bênção que me fez lembrar as missas de domingo à tarde.
No comecinho da década de 60 e fins de 50, o Sr. Dr. Plinio ia assistir a missa das 5h da tarde com a Srª Dª Lucilia. Dr. Camargo os levava de carro. Como o Grupo todo estava ocupado em outras coisas nessa hora, e eu sempre fui um desocupado, como sou no momento (não fazia nada)... Tem que haver desocupados, para que os outros possam se ocupar...
E às 5h da tarde eu aparecia lá para vê-los assistindo a missa. E depois da missa eu os acompanhava até o automóvel. E o Sr. Dr. Plinio era sempre muito paternal, muito afetuoso, sempre apostólico a mais não poder.
Então, ele parava na porta do automóvel, antes de entrar, e comentava alguma coisa, ainda que fosse o tempo, o carro... E às vezes dizia:
-- Eu estou vendo que você está com uma pergunta.
-- É. Não é uma pergunta, mas é uma coisa que eu tinha para dizer ao senhor.
Então, dizia o que eu queria, ele ouvia, respondia... Assim eram cinco, dez minutinhos ali, de palavrinha, junto à porta do automóvel. Depois ele tomava o carro, ia embora, e o meu domingo estava cheio.
Esse era o único momento, aos domingos, para encontrá-lo, porque ele não ia a restaurante aos domingos: ficava com a Srª Dª Lucilia. Ele saía dessa missa da Consolação, levava a Srª Dª Lucilia até a Alagoas; ela ficava lá e ele com Dr. Camargo seguiam depois para a Rua Pará, onde havia reunião para o grupo mais antigo, para o grupo da Vieira de Carvalho, grupo da Imaculada Conceição.
Ele tinha uma reunião até as 8h, mais ou menos. Aí deixavam-no no 1° Andar, na Alagoas, e iam jantar fora os dois grupos, da Pará e da Martim. E ele ficava com a Srª Dª Lucilia.
Depois do jantar, ele tinha um programa de distração com ela, de conversa; mostrava um álbum para ela ou uma coisa assim. E às vezes ele nos convidava para passar um audiovisual a essa hora, para ela, porque assim ele ia para o escritório, ia pensar um pouco nas coisas, ler, se distrair em matérias que eram mais próprias a ele. E ele nos deixava a sós com a Srª Dª Lucilia, passando audiovisual.
E entrando hoje ali na capela do Santíssimo, sobretudo vendo... É uma imagem que não tem nada de especial. A imagem que está lá é sulpiciana, sem nenhum esplendor especial, sem nenhuma nota artística mais acentuada; é uma imagem até muito comum. Mas a invocação agradava enormemente ao Sr. Dr. Plinio. E ele sempre ia, depois da missa, rezar diante dessa imagem: Nossa Senhora do Divino Amor.
Então, lá, sabendo que ia me encontrar com os senhores, eu rezei pelos senhores e por mim. É uma imagem que tem, bem no centro, uma pomba, que é símbolo do Espírito Santo, cheia de um resplendor até um pouco exagerado, que toma todo o corpo dela, na parte superior. E a imagem está mais ou menos como alguém que está tomado por um amor arrebatador. Então, eu pedi a Ela que desse aos senhores e a mim um amor arrebatador ao Sr. Dr. Plinio.
*
Telefonema Saúde, 24/5/97 - Um rapaz lhe pergunta coisas a respeito de Nossa Senhora e de Dr. Plinio, JC responde exaltando-se a si próprio e a Andreas Meran, e só depois disso fala de Nossa Senhora e de Dr. Plinio:
(Davi Ferrari: Ouvimos um Santo do Dia extraordinário, Sr. João, em que o Sr. Dr. Plinio comentava sobre Nossa Senhora Auxiliadora.)
Ah.
(Davi Ferrari: Sobre a infância dele, como ele formou a infância dele. E conta que tudo o que ele via de mal, rejeitava, tudo o que via de bem, pegava para si e guardava. Como hoje é dia 24, Sr. João, não sei como o senhor vê o Sr. Dr. Plinio diante de Nossa Senhora Auxiliadora no Céu hoje, e como é que são essas cordas que o Sr. Dr. Plinio joga do Céu para nós.)
Lembram-se que há dois anos atrás, no Santo do Dia deste 24, que há dois anos atrás caiu numa quarta-feira à noite, ele fez o Santo do Dia na quarta feira, depois veio inclusive aqui jantar com o Sr. Andreas. No final do Santo do Dia ele falou da morte do Sr. Horácio, porque hoje comemora-se o segundo aniversário da morte dele. Inclusive, no final do Santo do Dia, no comentário que ele fez sobre o Sr. Horário, ele fez uma jaculatória impressionante ao Sr. Horácio. Ele disse: "Horácio, rogai pelo João".
[Aplausos] (1)
Esse episódio foi que me levou a desconfiar de que o Sr. Horácio tivesse oferecido a vida dele, entre outras razões, pela minha saúde, pela minha recuperação, etc.
Eu fiquei na dúvida durante uns dias e pedi a ele um sinal, que ele me mandasse um sinal claro de se ele tinha oferecido a vida dele por mim também, sim ou não. Fiz esse pedido à noite e fui dormir.
No dia seguinte encontrei debaixo da porta da cela uma carta vinda de São Paulo e o envelope tinha como remetente a ele. Eu fiquei arrepiado: "Puxa, mas ele morreu e como é que vem essa carta agora?!"
Era uma carta que ele tinha despachado pelo correio no dia 18 de maio, que era a festa da Sempre Viva. Ele tinha posto no correio e a carta tinha chegado nos Estados Unidos no dia seguinte ao eu ter pedido a ele um sinal. A carta, entre outras coisas, dizia isso: que ele esperava que aquele cartão que me mandava por ocasião da festa da SV me encontrasse no ar, já de volta à casa paterna. E foi isto que aconteceu, porque de fato eu recebi o cartão em fins de maio e em meados de agosto eu estava vindo para cá.
Então hoje é um dia muito bonito, porque é festa de Nossa Senhora Auxiliadora e festa do segundo aniversário da morte dele, da entrada dele no Céu, porque eu acredito que ele nem tenha passado pelo Purgatório, tão boa pessoa ele era (2).
O Sr. Andreas Meran faz aniversário hoje; acabei de falar com ele pelo telefone. Está em Cali, na Colômbia, muito bem disposto, fazendo um superapostolado lá (3).
Enfim, é aniversário desse Santo do Dia que os senhores ouviram.
Nossa Senhora Auxiliadora foi a imagem que prometeu ao Sr. Dr. Plinio que não o abandonaria, que faria com que ele cumprisse a missão dele, a vocação dele, e que deu a ele uma fortaleza na linha da confiança a Ela extraordinária.
Ele não compreendia bem o papel de Nossa Senhora, ele achava que Nossa Senhora inclusive diminuía um tanto a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e foi justamente no recurso que ele pôs a Nossa Senhora Auxiliadora no "salvai-me, Rainha" que Nossa Senhora entrou em comunicação mística com ele e deu a ele a certeza de uma proteção maternal que Ela teria para com ele a vida inteira.
Ele a tal ponto se encantou com a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora e a Nossa Senhora enfim, que ele imaginou que Nossa Senhora tivesse uma corte inferior no Céu. Ele disse: "Eu sei que a corte do rei deve ser superior à corte da rainha, mas eu no Céu quero ser da corte dEla, ainda que seja secundária".
Só aos 21 anos de idade foi que chegou às mãos dele o “Tratado da Verdadeira Devoção” e foi só aí, então, que ele se deu conta de que sendo da corte de Nossa Senhora, ele estaria muito mais perto de Nosso Senhor Jesus Cristo. A corte dEla estaria mais em torno de Nosso Senhor porque Ela é uma lente de aumento para ver Nosso Senhor.
Foi aí que ele compreendeu que, então, ele estava pedindo um lugar até privilegiado. Mas ele estava disposto a ir num lugar secundário e ficar junto dela.
Assim nós devemos ser em relação a ele. Ele é o nosso pai e senhor, ele é o nosso auxiliador, e as cordas que ele nos estende do Céu são cordas extraordinariamente fortes, vigorosas, cordas magníficas, e essas cordas estão constantemente à nossa disposição. Basta que nós abracemos uma dessas cordas que nós estamos ligados a ele.
Se hoje é dia de Nossa Senhora Auxiliadora, é dia do senhor auxiliador. Então é dia dele, nosso pai e senhor, que está constantemente nos auxiliando, constantemente nos guiando, nos ajudando, indicando-nos o caminho da perfeição, o caminho da união com ele, o caminho de convencer as tentações, de como ser protegido por ele, enfim, é o auxiliador (4).
Saibamos unir todas essas datas hoje, todas essas festas (5), e saibamos sobretudo nos voltar para Ela através dele, porque Ela fica muito contente quando a gente recorre a Ela através dele. Aí está o meu conselho para o senhor.
Comentários:
Ao ouvirem esse episódio da vida de JC, os moços da Saúde, aplaudem. Mais adiante, ao ouvirem um episódio transcendental da vida de Dr. Plinio, esses mesmos moços não aplaudem. Quem é o senhor deles: JC ou Dr. Plinio?
Nesse elogio de JC ao Sr. Horácio, implicitamente há um elogio a si próprio: essa pessoa que ao morrer subiu direto para o céu, ofereceu a vida por mim ...
Andreas Meran estava insuflando a revolta do Grupo da Colômbia contra a autoridade que Dr. Plinio lhes deixou, isto é, o Sr. Alfredo Mac Hale.
Então, para se unir a Dr. Plinio não é preciso recorrer à mediação de JC.
JC equipara o episódio do Sr. Horácio oferecendo a vida por ele, com o episódio no qual Dr. Plinio começou a ter devoção a Nossa Senhora.
*
Reunião na Saúde, 17/10/95:
(Paul Shibler: Como era o Natal do Sr. Dr. Plinio?)
(...) Eu não vou contar os Natais do Senhor Doutor Plinio quando criança. Porque aí o Sr. Christopher vai pegar depois os Srs. e vai contar em inglês como era o Natal do Senhor Doutor Plinio quando criança. Mas eu conto um Natal, Natal de 1967, do Senhor Doutor Plinio. [Exclamações.]
Normalmente os natais eram feitos na Sede da Rua Pará. Nesse ano não foi feito na Sede da Rua Pará, porque como o Senhor Doutor Plinio se encontrava doente no 1° Andar, então o Grupo da Pará e da Martim fez seu Natal no 2° Andar da Alagoas.
O Senhor Doutor Plinio se encontrava no sofá, porque estava com diabetes e estava com o pé tomado, etc., etc., ele não podia subir e nem podia comer as comidas todas que estavam sendo servidas no 2° Andar. Mas aconteceu que naquele tempo apesar da Sagrada Escravidão já ter sido implantada, etc., etc., houve um qui pro quo qualquer por onde à meia-noite --ou talvez eles não conhecessem o hábito do Senhor Doutor Plinio, não sei-- à meia-noite costumava rezar a Consagração e as Orações do Grupo. Todos estavam em cima já em começo de festa, e ele ficou sozinho no 1° Andar, no escritório, deitado no sofá. Então ele tocou a sineta, eu entrei --era expediente-- [Exclamações] e ele perguntou:
- O pessoal de cima vai descer para as orações?
- Eles não foram chamados. O senhor quer que os chame?
- Não. É melhor nós não atrapalharmos lá em cima. Você agora tem que fazer alguma coisa?
- Não. Estou aqui para servir o senhor.
- Então vamos rezar juntos as Orações do Grupo. [Exclamações.]
Então ele rezou as Orações do Grupo e depois fez a Consagração, na qual Consagração eu renovei a minha. Ele renovou a dele e eu renovei a minha. [Exclamações.]
Pouco tempo depois desceram algumas coisas que ele podia comer, para ele comer. Eu servia a ele e estive com ele nesse Natal em que ele passou a sós. Mas com muita paz de alma, com muita comunicação de alma.
*
"Jour-le-jour" 10/3/97:
Então os senhores têm aí amor de Deus, caridade e têm aí o dom de sabedoria. Está bem claro isso ou não?
(Todos: Sim.)
Serve de exemplo para os senhores isso?
(Todos: Fenomenal.)
Não está muito esquemático.
(Araújo: De exemplos "nunquam satis".)
[Dr. Plinio] era exatamente como a Sra. Da. Lucilia. A Sra. Da. Lucilia era assim: A gente passava por uma floricultura e tinha uns tostõezinhos no bolso, não tinha mais do que uns tostões, pegava os tostões no bolso e comprava uma rosa, mas comprava a rosa mais bonita. Comprava a rosa e levava para a Sra. Da. Lucilia.
Às tantas encontrava a Sra. Da. Lucilia na sala de jantar, pedia licença, entrava, e dizia:
-- Bom dia. Como vai a senhora, vai passando bem? Eu passei por numa floricultura, vi uma rosa muito bonita e trouxe aqui para a senhora.
-- Ora essa! Mas o senhor se incomodar com isso? O senhor não devia fazer isso. Onde já se viu? Mas que rosa bonita. O senhor encontrou isso numa floricultura aqui em São Paulo, é? Olhe, não se diria que aqui em São Paulo haveria uma rosa tão bonita assim. Olhe, eu vou mandar pôr até num vasozinho que eu tenho aí para poder ficar contemplando, porque gostei muito dessa rosa.
Tocava a sineta, entrava a empregada e ela explicava toda a história para a empregada:
-- Um senhor passando por uma floricultura teve a amabilidade, a gentileza de me comprar essa rosa e trazer aqui de presente. Mas veja que rosa bonita, olhe essa pétala, olhe isto, olhe aquilo -- a rosa parecia vinda do Paraíso. Punha a rosa no vasinho, todo o mundo que entrava ela fazia uma apresentação da rosa, explicava a rosa para o Sr. Dr. Plinio, encanto. O que era isso? Admiração, que no fundo no fundo é dom de sabedoria e virtude da caridade
*
Reunião na Saúde, 18/3/97:
Ontem, por exemplo, eu entrei na Biblioteca da Alagoas, e vi uma bola de marfim, que está colocada ali como uma das relíquias. E me lembrei que essa bola de marfim tinha sido feita pelo Sr. Segatto. Sr. Segatto me deu a bola de marfim, eu achei a bola de marfim meio sacralizada. E disse: "Puxa, isso é um objeto muito elevado para eu ter comigo. Quem gostaria de ter este objeto é o Sr. Dr. Plinio. Eu vou dar de presente para ele. Vamos ver se ele gosta."
Cheguei numa manhã, entrei, ajoelhei-me, pus nas mãos dele e disse:
-- Sr. Dr. Plinio, é de marfim.
-- Oh, que bonita, hein?!
-- Essa bola significa a ordem do universo. E eu vendo a bola de marfim, bem feita, pensei que era um símbolo do senhor, porque o senhor é um reflexo da ordem do universo. Então a bola tem uma consonância inteira com o senhor. E eu, mexendo na bola, tinha a impressão de que estava como que tocando no senhor.
Ele olhou assim e disse:
-- Meu filho, eu acho que é isso mesmo. O símbolo me agrada enormemente.
Tomou a bola e passou o resto da vida dele com a bola ao lado, na mesinha dele. Mandou até colocar um pezinho de prata. Ele pegava a bola e ficava brincando com ela, depois punha a bola ali de novo.
E duas ou três vezes ele fez referência à entrega da bola, que eu tinha feito a ele, naquela ocasião.
*
Ao que parece, o método vigorava mesmo antes do passamento de Dr. Plinio.
No telefonema entre JC (EEUU) e a Saúde (S. Paulo), realizado em 28/3/95, ao considerar uma fotografia de Dr. Plinio tirada no ano 1969, o impostor mais se lembra de si próprio do que daquele de quem diz ser “discípulo perfeito”:
(Luís Maria A.: (...) Sr. João, todo o mundo está pedindo um fatinho. (...) O Sr. Kasuo vai falar e ele conta qual é a foto para o senhor.)
(Kasuo: A foto, Sr. João, é aquela do Senhor Doutor Plinio quando ele teve aquele curativo na cabeça, o senhor está lembrado? Em 69.)
Ah!
(Kasuo: Ele está no auditório olhando um pouquinho para baixo mas está...)
É na época em que o Cardeal Slipyj esteve aqui, é.
(Kasuo: Com curativo, exatamente é. Uma fisionomia tristíssima, assim muito preocupado e é uma fotografia de um tamanho muito bom e é foto mesmo, não é impressão, é fotografia mesmo.)
Fenomenal. Bom, o fatinho dessa foto.
Eu me encontrava em Manaus com mais oito elementos do Grupo fazendo uma campanha completamente aventureira em Manaus. Nós tínhamos ido numa B25 para lá, que era um avião de guerra, e estávamos lá nessa campanha, enquanto o Senhor Doutor Plinio estava recebendo o Cardeal Slypyj aqui.
Ele está com esse esparadrapo, porque na época ele estava com a glicemia alta, e a glicemia alta incontrolada, evidentemente, acabou com que ele tivesse muitas espinhas. E essa foi uma espinha que infeccionou e ele sofreu, ele sofreu bastante com essa e com uma outro na pescoço.
E eu me lembro que nós tivemos uma encrenca tremenda lá em Manaus, com gente que foi à rádio e depois falando mal de nós, e eu levei dois dias para conseguir falar com ele naquele tempo, e quando entrei no telefone e expliquei o caso todo para ele, já o simples fato de eu ouvir a voz dele entramos em calma, entende?
Ele ouviu o relato todo e quando terminou o relato feito por mim, ele disse:
-- Meu filho, não se preocupe. Quantas assinaturas vocês conseguiram?
Eu disse:
-- Dez mil, oitocentas e vinte e não sei quantas.
Ele disse:
-- Está ótimo, a meta foi atingida. E quanto a essa questão toda dos jornais etc., não se preocupe porque daqui a alguns dias ninguém mais vai se lembrar disso tudo, mas, pelo contrário, a imagem de vocês na rua fazendo campanha vai ficar para sempre.
Aí eu li para ele uma resposta, um comunicado nosso, ele corrigiu apenas algumas palavras, nós levamos para os jornais e ficamos tranqüilos à espera da B25 que nos levaria para mais cristãos atrevimentos em outras partes.
E eu, infelizmente não estive aí durante essa fotografia, mas essa fotografia me lembra muito o episódio todo de Manaus.
*
Referindo-se a um comentário de JC, no qual elogiava o livro da Nobreza, Dr. Plinio disse a Dr. Luiz: ‘meu filho, tome cuidado, porque isso é falso; tudo o que o João faz não é para minha glorificação, mas para a glorificação dele’. (cfr. carta do Pe. Olavo a Dr. Plinio Xavier, 31/5/97, p.10)
*
No “VII Congresso de Neo-cooperadores”, realizado entre o 29/1/98 e 1/2/98, hoube uma “magnífica cerimônia” --que se não foi planejada pelo próprio JC, pelo menos deve-se dizer que foi aprovada por ele-- no páteo do Praesto Sum - Boletim de notícias do apostolado, janeiro de 1998, redigido por Lamartine:
Os particioantes [do Congresso] (...) tomam de assalto num instante as arquibancadas, que ficam repletíssimas (...).
Acendem-de as luzes e entram no páteo um eremita portanto o Estandarte Insignia, seguido pelo Sr. Zayas portando o gládio de nosso Pai e Fundador. Ladeado por dois outros eremitas envergando, como os demais, capa e shako, entra o Sr. João, também com o shako e a capa branca sobre o hábito (1), trazendo ... a cadeira de rodas do SDP, sobre a qual havia uma grande fotografia dele, repousando sobre a capa de seu hábito!
Esse esplendoroso cortejo inicia a “revista” dos eremitas perfilados em torno do perímetro do páteo (...).
Acendem-se as luzes, pelo fundo começam a entrar, cantando a Salve Rainha e em passo de cortejo, eremitas com estandartes pequenos (...). (...) a imagem de Nossa Senhora de Fátima é trazida no andor portado por 4 eremitas, sendo colocada ao centro, com o gládio à sua direita. (...) Nesse momento entra o Sr. João e dirige palavras de abertura do Congresso (...). Depois de explicar rapidamente a cerimônia, conclui se dirigindo até a imagem de Nossa Senhora, colocando-se à esquerda dela, o Sr. José Afonso puxou o “Magnificat”, entraram 4 turiferários e dois naveteiros. No Glória Patri, todos espadeiros apresentam armas, enquanto os turiferários incensam a imagem (2).
Comentários:
Não fica claro com qual capa branca apareceu JC: pode ter sido a pequena --usada às vezes pelos eremitas nas cerimônias--, ou a maior --usada outrora exclusivamente por Dr. Plinio.
Como JC estava à esquerda da imagem, ele também não acabou sendo incensado e glorificado?
Reunião na Saúde, 27/2/96 – JC diz que seu convívio continuo com o SDP é e não é místico:
(Reinaldo Sales: Há o caso de uma freira que desde criança convivia com o anjo da guarda, ela conversava, quando ela fazia algo de errado o anjo da guarda se entristecia, às vezes se enfurecia com ela. O anjo da guarda foi conduzindo a alma dela até um dia que ela entrou no convento. Mas foi todo um convívio com o sobrenatural muito...)
Intenso.
(Reinaldo Sales: Nós conhecemos o senhor e o senhor nos disse que o senhor não precisa fazer um exercício da presença do Sr. Dr. Plinio, o senhor se sente constantemente na presença dele e assistido por ele.)
Os senhores também. Então?
(Reinaldo Sales: Se o senhor pudesse dizer um pouco...)
Como é que é essa ação de presença.
(Reinaldo Sales: É, como é esse convívio que o senhor tem com o Sr. Dr. Plinio, as conversa que o senhor tem com ele, os contatos, esse convívio sobrenatural como é que se dá.)
A pergunta é sui generis, mas (...). Às vezes esse convívio se faz olhando uma foto, às vezes é um escrito dele, escrito de próprio punho ou, então, quiçá, um texto (...).
Depois, há muitos objetos que ficaram no nosso uso. Eu antes usava muito as gravatas dele. (...) estão em dois porta-gravatas de duas portas de um roupeiro do meu uso. Então eu vou abrir por acaso para pegar qualquer coisa, dou com aquelas gravatas todas e é aquele mundo de relíquias. Eu corro os olhos novamente sobre as gravatas, depois eu vou olhar uma fotografia e vejo que ele está naquela fotografia vestindo tal gravata.
Os senhores vêem que são as circunstâncias as mais variadas possíveis que fazem com que a gente acabe tendo um convívio com ele o dia inteiro.
Olhando para os senhores eu me lembro de um ou outro comentário que ele fazia sobre os enjolras em conjunto, ou então um comentário concreto que ele fazia sobre um, sobre outro (...).
O lembrar-se são assim momentos e momentos de oração de quietude. Mas de quietude onde não há isso que o senhor pensa: "Então, Sr. Dr. Plinio, eu queria lhe dizer tal coisa assim e assim, e o senhor o que é que me diz? Ah, o senhor me diz tal coisa? Então eu respondo tal outra". Não é bem uma conversa como dessa freira com o anjo (1), mas eu acho que é algo mais rico do que a conversa, porque este convívio de presença onde a gente conversa sem dizer nada.
Às vezes a coisa é assim:Eu estou, por exemplo, jantando no sábado depois de todo o alardo que houve, a proclamação, missa, coro e não sei quanto. Eu vou para o jantar e toca o telefone debaixo dizendo: Olhe, o Sr. X. está no telefone. O senhor atende? Estava jantando às 11h15 da noite, mas é uma pessoa que está no exterior e de repente tem algum caso qualquer para resolver. Não vou dizer: "Não, não posso entender, ligue amanhã". Eu disse:
- Está bom, eu atendo.
Vou ao telefone, digo que estou jantando, porque assim ele já sabe que tem pouco tempo. Ele disse:
- Não, mas é que acontece o seguinte: eu tive um quarto sonho.
Eu me interessei pelo quarto sonho dele e disse:
- Então o senhor vai me escrever. E os outros três quando é que o senhor escreve? O senhor vai me escrever esse sonho também, sim ou não? Mas como é que foi o sonho? Não me conte o sonho todo, mas me conte a parte mais central, porque eu estou jantando.
- Não tem dúvida. Olhe aqui, ou vou lhe contar a parte mais central. Estavam no primeiro andar o Sr. Dr. Plinio conversando com o Dr. Luizinho, Sr. Mário Navarro e o Sr. Poli. Estavam conversando entre si quando eu entrei. Eu meio tímido me coloquei no fundo da sala e o Sr. Dr. Plinio me fez um sinal muito afável com a mão, me chamou, se levantou, me pegou pelo braço e me levou para o escritório. Quando entramos no escritório eu me ajoelhei diante dele e comecei a dizer o bem que o senhor tinha me feito, o apostolado que o senhor tinha feito comigo, que o senhor tinha me tirado lá de Minas e tinha me mandado para os Estados Unidos, a conversa que tivemos. Ele, então, olhando para mim assim com muita paternidade me disse: "Mas, meu filho, você não percebe que o João fez isso porque fui eu que inspirei?".
Eu me lembro que de fato eu estava na dúvida: "Faço ou não faço, como é que é?". Senti um impulso interior e ele dizendo isso eu vejo que foi um impulso dado pela graça, um impulso que veio da parte dele, Sr. Dr. Plinio (2).
(...) (3)
- Quero que você dê um recado para o João. Diga que mamãe e eu estamos muito contentes com tudo o que ele faz.
[Aplausos]
[...] (4)
- Olhe aqui, vamos fazer o seguinte: vamos agora, por tudo o que ele faz e por ele, rezar um Memorare juntos.
Rezaram um Memorare e, quando terminou o Memorare, terminou o sonho.
É um sonho, é outro sonho que chega. Então o dia inteiro são circunstâncias que vão cercando a gente e que vão obrigado a gente ...Por exemplo, hoje chegam os três volumes do álbum [de Dona Lucilia], as fotografias todas. Então a gente vai olhar, analisar as fotografias, começa a se lembrar disso, se lembrar daquilo. É um convívio que dá impressão que o Sr. Dr. Plinio não faleceu. É um convívio tão intenso, tão amiúde, tão repetido, tão rotineiro, tão freqüente, tão repetido de manhã, à tarde e à noite, nos vários momentos, nas várias circunstâncias.
(...)
Portanto, não tem aparições, não tem sonho, não tem... (5)
Às vezes é uma aflição: "Tal coisa assim e assim como é que eu vou resolver? Não tem jeito, é pôr nas mãos dele, ele saberá resolver". Começo a imaginar: "Se a gente fizesse isso? Olhe aqui, melhor diplomata do que ele não há". Então me volto a ele, rezo a ele, peço a ele que resolva aquele caso, e vem às vezes uma certeza interior, um movimento qualquer sensível da graça que diz: "Não se preocupe, esse caso eu cuido" (6).
Comentários:
Então, o convívio de JC com Dr. Plinio não é através de interlocuções, sonhos, nem aparições.
Agora JC diz que esse convívio com Dr. Plinio é através de moções interiores da graça, concomitantes com sonhos experimentados por terceiros.
O parêntese é do texto original.
O colchete é do texto original.
JC reafirma que no relacionamento com Dr. Plinio não intervêm sonhos.
Mas essa certeza interior, esse movimento sensível da graça que parece dizer tal coisa, não é uma interlocução mística?
*
Ao mesmo tempo que JC nega ser o homem - chave do Eremo de S. Bento, afirma que é mais importante que as relíquias que aí existem:
(Rafael [equatoriano]: Se algum inimigo nosso nos perseguir e entrar por exemplo no São Bento, quando eles cruzarem a porta principal, o que eles fariam?)
Quando chegar a hora da perseguição e nós formos perseguidos, nós devemos ter a confiança de um cavaleiro, de que a Providência nos protegerá. Eles sabem perfeitamente quem é o Encarregado de Disciplina no São Bento, quem é a pessoa que cuida da provedoria, sabem tudo ali dentro. Então eles vão pegar o sujeito que mais tem as coisas nas mãos ali.
(Aparte: O senhor!)
Eu não sou, porque se eu sair dali, a coisa funciona da mesma forma. Eles vão pegar quem faz as coisas funcionarem ali.
(Rafael: E com as relíquias, o que eles farão?)
Eles não se importam tanto com as relíquias, quanto com as pessoas.
(Cfr. reunião na Saúde, 15/4/97)
*
JC nega ter discernimento dos espíritos, mas procede como se tivesse:
Mostravam-me outro dia a fotografia de dois irmãos gêmeos e me perguntavam o que é que eu achava. Eu disse:-- Olhe, eu não tenho o discernimento dos espíritos. Quem podia lhe fazer uma análise perfeita era o Sr. Dr. Plinio. Mas pela experiência da vida que eu tenho, esses dois irmãos gêmeos estão entrando no Grupo por um problema meramente doutrinário, e eles não vão dar senão uns bons burocratas na melhor das hipóteses.
Alguém dirá:
-- Então o senhor está dizendo que a função burocrática é a inferior de todas?
-- Não, não é isso. Eu estou dizendo o seguinte: que nós temos burocratas e temos burocracia em quantidade. Mas além da burocracia o pessoal não faz só burocracia, a vida espiritual da pessoa não consiste na burocracia. O sujeito termina aquela contabilidade, termina aquela escrituração, termina não sei quanto, ele fecha aquilo e vai pensar no flash e a vida dele é o flash.
Esses dois não. Esses dois podem dar para ele uns trabalhos de vinte e quatro horas que eles ficam contentes e passam nisso. Eles não vão querer saber de outra coisa.
Por quê? Porque não tiveram flash. E enquanto esse flash não toca à alma, aquilo não sai.
(Cfr. "Jour-le-jour" 13/10/96)
"Jour-le-jour" 2/3/96:
(Baggini: Por que o Sr. Dr. Plinio age assim: aparecendo a outros para dar recados para o senhor? Se o senhor pudesse explicar um pouco os recados que ele dá ao senhor através de outros, porque a graça é a mesma.)
Quer dizer, seria mais interessante que ele aparecesse a mim? Não. Por que? Porque se ele aparecesse diretamente a mim eu que fui criado sozinho, sou muito tendente a viver sozinho, eu me fecharia em mim mesmo e tocaria as coisas muito sozinho e a Providência não quer isso, a Providência quer que uns dependam dos outros. [Troca a fita.]
Então a Providência faz isto: põe nas mãos de um outro e dá esse recado através de um outro, no fundo para que eu tenha estímulo inclusive de ajudá-lo mais. Porque a tentação que dá normalmente é dizer:
-- Olha...
E a Providência o que é que faz? Faz com que ele transmita o recado. E para ele é uma graça e o aproxima mais da vocação.
Logo, a “Providência” quer que os joaninos dependam de JC ...
*
"Jour-le-jour" 31/1/97:
São Roberto Belarmino e mais dois Doutores que eu não me lembro agora (...) afirmava enquanto Doutor da Igreja que sempre, em toda a história da Igreja, Deus mantinha uma ou mais almas confirmadas em estado de graça, para manter a santidade da Igreja. [Exclamações]
(...) Mas a Providência quis que a Igreja tivesse duas pilastras: uma a da infalibilidade Pontifícia, então a doutrina ficasse mantida seguramente, firmemente pela infalibilidade Pontifícia. E portanto, com isso, em matéria de fé e de moral, quando o Papa fala ex cathedra e em continuidade com todos os Pontífices anteriores, ele é INFALÍVEL. Isto faz com que nós nos possamos amarrar à rocha da infalibilidade doutrinária.
Mas Deus quis que além da disto, houvesse uma outra rocha, que é a da santidade.
Então, era preciso que nós compreendêssemos bem que temos um farol que não falha, que está permanentemente aceso no campo da doutrina, mas era preciso que houvesse também algo no campo da santidade, no campo da moral viva, praticada, como exemplo constantemente aceso. E por isso, então, é que São Roberto Belarmino defende essa tese junto com outros dois Doutores. Talvez até mais, que eu conheça são mais dois outros e que eu infelizmente não me lembro do nome aqui no momento. Creio que é São Jerônimo... já não me lembro mais bem.
O santo, portanto, é uma figura indispensável na vida da sociedade. O santo é indispensável para a vida dos fiéis, para que os fiéis possam -- à margem de terem a doutrina infalível -- gozar também do exemplo infalível, do modelo infalível. Porque o santo é aquele que é colocado como modelo, como exemplo para os fiéis seguirem.
Hoje em dia o santo é JC ...
Relato do Pe. David Francisquini (25/3/97):
Partidários do Sr. JC visitam famílias com uma volumosa apostila (78 páginas) com textos do SDP elogiando a pessoa do Sr. J e sua ação. A apostila que é mostrada às pessoas para que elas tomem o partido do Sr. JCD e tendo em vista fazer um trabalho para glorificação da pessoa do Sr. J (...).
O fato de estar utilizando a autoridade do SDP para glorificar um discípulo seu, mostra uma mudança da relação entre o discípulo e o mestre. Ou seja, usar do mestre como meio e o discípulo como um fim (coisa, aliás, que o próprio Sr. JCD combatia) leva a desconfiar que a devoção a nosso Pai e Fundador seja apenas um meio para chegar a um fim que é o Sr. JCD.
*
Carta dos Pe. Olavo, Antônio e Gervásio ao Pe. David, de 9/4/97, pp.16,17:
O Pe. Olavo quer deixar consignado que assume a responsabilidade por ter reunido estes dados (1). Trata-se de uma coletânea de trechos de reuniões públicas do SDP (2), que há tempos o Pe. Olavo deseja compilar, com a finalidade de desfazer as inverdades e calúnias que estavam sendo espalhadas contra o Sr. João em toda a região do Norte Fluminense (3).
(...) Ao tomar conhecimento dessa apostila e de sua utilização para defendê-lo, o Sr. João telefonou ao Pe. Olavo pedindo que ela fosse destruida. Pedido que, de bom grado, foi atendido (4).
Comentários
Em abril de 1997, o Padre Olavo se apresenta como autor da apostila. Em novembro desse mesmo ano, no libelo “Quia nominor provectus” (p.52) Ramón León fornece elementos para suspeitar que os autores são eremitas de São Bento e Praesto Sum.
Por outro lado, é evidente que a maior parte dos textos aí coletados só está ao alcance do próprio JC ou de subordinados muito chegados a ele; e portanto a apostila não pode ter sido feita sem o concurso decisivo e o impulso central dele.
E se JC consentiu expressa ou implicitamente na sua elaboração, é dificil acreditar que ele não tenha previsto que a apostila teria uma tal ou qual difusão. Quer dizer, quanto a divulgação do documento, JC também teve um papel - chave.
Mentira. Dessa coletânea fazem parte trechos das reuniões mais intimas feitas por Dr. Plinio, como as “Conversas de Sábado à Noite”.
O objetivo verdadeiro da apostila, não é defender a JC de “ataques” de que estaria sendo “vítima”, mas é glorificá-lo --como bem diz o Pe. David no documento anterior.
Mentira. Não foi destruída, pois até hoje --outubro de 1999-- continua sendo difundida.
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Mais ou menos em agosto de 1996, JC disse a Dr. Luiz: “não leia [a apostila de elogios], aquilo é um xarabiá”; e a Dr. Caio: “aquela obra era verdadeiramente estúpida”. (Cfr. Depoimento de Dr. Luíz Nazareno durante reunião posterior ao 15/10/96).
Mas os agentes de JC continuaram coletando os louvores a seu senhor. Com efeito, a apostila que num primeiro momento era de 78 páginas, em novembro de 1997 subiu para 130. (Cfr. Ramón León, “Quia nominor provectus”, p.52)
*
Quanto ao alcance desses elogios, há o seguinte critério, fornecido pelo próprio Dr. Plinio no seu testamento (10/1/78):
Todas as pessoas, instituições e doutrinas que amei durante a minha vida, e atualmente amo, só as amei ou amo porque eram ou são segundo a Santa Igreja, e na medida em que eram ou são segundo a Santa Igreja. Igualmente, jamais combati instituições, pessoas ou doutrinas senão porque e na medida em que eram opostas à Santa Igreja Católica.
Quer dizer, o SDP ama uma pessoa em função da posição desta perante a Igreja.
Então, para saber se todos esses louvores a JC continuam válidos, é preciso responder se, após o falecimento de Dr. Plinio, e sobretudo após ter dividido a TFP e se aliado à Estrutura, JC continua sendo segundo a Igreja, ou se virou inimigo da Igreja.
Se virou inimigo da Igreja, todos esses elogios constituem, não um atenuante de sua prevaricação, mas um agravante. Porque, como é que uma pessoa tão favorecida por Dr. Plinio, lhe pague tentando destruir a sua obra e aliando-se com Jezabel? A ingratidão de um filho doi mais e é pior que a de um estranho.
*
Se Dona Lucilia deixasse de ser contra-revolucionária, Dr. Plinio deixaria de amá-la. Assim sendo, uma vez que JC incorreu em felonia, por que razão Dr. Plinio haveria de continuar considerando-o filho dileto? - Telefonema entre JC (EEUU) e a Saúde (São Paulo), 4/4/95:
No Chá de Domingo [o SDP] mostra como é que era o amor, como é que era a amizade entre ele e a Senhora Dona Lucilia. (...) Ele dizia que o sentimento entre ele e ela, Senhora Dona Lucilia, era um sentimento muito particular. Por quê? Porque ele, olhando para a alma dela via na alma dela a posição contra-revolucionária em que ela estava. E ele afirmou [que] se ela não fosse contra-revolucionária, se ela fosse aggiornata, se ela fosse "hollywoodiana" ele deixava de ter esse amor por ela.
(...) Então, se ela, diante da Revolução Industrial, se ela se tornasse inteiramente adequada às modas e assumisse o espírito revolucionário, ele deixava de amá-la.
*
Segundo os adeptos do joanismo, Dr. Plinio, ao elogiar pública e repetidas vezes a JC, implicitamente o teria apontado como seu sucessor. A respeito disto, o Sr. Fernando Antunez afirma o seguinte:
Dotado de espírito elevado [Dr. Plinio], elogiava as pessoas que lhe prestavam serviços. Bem ao contrário da mesquinharia de andar buscando defeitos para comentar.
Assim, poder-se-ia ser levado a pensar que, quando elogiava um ou outro, estaria indicando alguém para seu sucessor. Ledo engano ... Uma vez, dada a intimidade com que Dr. Plinio me tinha favorecido, perguntei-lhe seestaria, por meio de elogios, indicando um sucessor. “Pensar isso seria me conhecer muito pouco, meu filho”, foi a resposta curta e lapidar.
(cfr. "Catolicismo" nro.586, outubro de 1999, p.33)
*
O próprio JC reconhece que, se levasse a sério certas palavras de Dr. Plinio a seu respeito, perdia a alma:
O Grupo era todo dele [NB: Dr. Plinio], todos os setores, todos os trabalhos, todas as funções, tudo foi criado por ele, e ele tomava uma atitude como se não fosse dono de nada.
Entrando em São Bento ele às vezes dizia:
-- Olhe, se eu fosse você eu faria tal coisa assim e assim.
-- Como se fosse eu? Isso aqui é do senhor.
Uma vez eu tive uma discussão com ele até, eu disse:
-- Isso é do senhor. O senhor usando uma linguagem em que o senhor deixa entender que é meu, de repente o senhor me põe em risco de ocasião próxima de pecado. De repente eu acredito que é meu e para onde é que eu vou parar?
Ele sorriu um pouco e disse:
-- Meu filho, cada um cuida da sua própria salvação.
Ele fazia como se o êremo fosse meu. Agora, se eu levasse a sério aquilo, eu me perdia. Mas ele não se perdia, porque ele de fato não queria se apropriar. É tremendo.
(Cfr. "Jour-le-jour" 19/5/97).
*
Com base nessa apostila os joanistas também querem dar a entender que predileção é sinônimo de confirmação em graça. Mas Dr. Plinio não pensa assim:
a) Conversa Sábado à Noite do ano 1987, na qual JC esteve presente e que foi lida no "jour-le-jour" de 15/11/96:
Eu acho que quando o homem apostata, ele é capaz das maiores loucuras, nenhum resíduo de bom senso, de razão permanece nele. E menos ainda num povo quando apostata, e menos ainda numa área de civilização inteira, de vários povos quando apostatam, não fica o menor resíduo.
Um exemplo frisante disso foi Salomão, escreveu o Livro da Sabedoria! E se jogou naquela coisa, é incalculável! Bem, e que qualquer um de nós –-“y compris”, eu mesmo, é claro-- somos capazes de, se não abrirmos os olhos, nos jogarmos nesse abismo e que portanto tudo isto é instável na medida em que não seja firmado em propósitos religiosos com fundamento sobrenatural, muito definidos, muito firmes etc.
b) Terceira aula de Teologia da História, do curso Joseph de Maistre, dado por Dr. Plinio (trecho lido e comentado por JC no "jour-le-jour" 8/1/97):
[Deus] puniu exemplarmente o povo maldito, e devia fazê-lo porque isto está na lógica da predileção. Quando Deus prefere alguém a outrem, essa predileção é irremediável, é o fato dominante da vida daquela pessoa, nação, povo, civilização, ou seja lá o que for, marca aquilo a fogo e não se apaga nunca mais. Como resultado, caso corresponda, terá a plenitude das bênçãos, caso não, quanto maior tenha sido a predileção, tanto maior será o castigo.
Isso se aplica a nós também.
Por isto, as grandes predileções quando correspondidas dão prêmios espetaculares, quando não, dão origem a castigos também espetaculares.
c) Chá 3/10/93:
Nos arcanos celestes, onde estão inscritos os nomes dos amigos e dos inimigos, muito nome que está inscrito na Terra da lista dos amigos pode estar inscrito no Céu na lista dos inimigos.
*
No Despacho CCEE 30/10/89, Dr. Plinio discorre sobre as técnicas erradas de fazer apostolado e ensina que para aproximar uma pessoa do ideal de santidade não se lhe deve fazer elogios.
Transcrevemos o documento, não para sustentar que o próprio Dr. Plinio tenha incorrido nesse erro ao louvar a JC, mas para mostrar que esses elogios não significam que JC tenha sido como que canonizado --conforme sustentam suas bases.
Eu notei isto em vários desses encontros [de CCEE], em que as pessoas depois vem me cumprimentar, etc. (...), vinha os vários apóstolos para correspondentes acompanhado dos que ele tinha trazido. Mas era, de um lado, uma torcida para que aquele cumprimento desse certo, mas uma torcida (...) do outro mundo! Então, a observação da menor coisinha que pudesse não impressionar bem, e a observação neles: se eles souberam avaliar tal pequeno pormenor, tal pequena palavra, não, etc., etc. De outro lado, um espírito paternal --que eu chamaria nem paternal nem maternal, mas avoengo! e não é avoengo de avô, mas é avoengo de avó!
.../... Não é assim que se recruta o verdadeiro correspondente. Isso produz em desvanecimento de momento, que dá a idéia da adesão. Mas seria a mesma coisa do que se eu procurasse aproximar os senhores do ideal de santidade que tem fazendo elogios: "este é um homem mirífico! deve-se a ele tais e tais serviços, fulano de tal é a fonte de todas as esperanças que temos em tal setor, tal bairro repousa em sicrano!"
*
Dona Lucilia nunca elogiou a Dr. Plinio:
Quando eu era mocinho e que comecei a falar em público, [Dona Lucilia] naturalmente foi ver, e provavelmente sentiu o que todas as mães sentem quando vêem seu filho falar em público: elas gostam. Ela nunca me disse. Nunca houve uma vez que eu falasse em público e que depois ela elogiasse, porque mamãe tinha horror a que a pessoa ficasse orgulhosa, vaidosa, ou qualquer outra coisa assim. Ela não elogiava nunca.
(Cfr. Encontro CCEE 5/1/92)
*
Fala Ramón León:
Digamos que o SDP tenha realmente, na intimidade de conversas com o Dr. Luiz Nazareno e o Sr. Fernando Antunez, emitido juízos severos sobre o Sr. João Clá. Ora, esses hipotéticos juízos severos, ditos em particular, pelo menos foram contrabalançados por elogios sem conta de público. Já no caso dos membros da Martim, deu-se quase que o contrário: elogios substanciais de público, praticamente nenhum! Juízos severos, documentados, muitos. É um contraste sobre o qual o Sr. Fernando Antunez terá de pensar bastante para arranjar uma explicação conforme o seu ponto de vista.
(Cfr. “Quia nominor provectus”, p.30).
Não é difícil elucidar esse assunto. Aquilo se esclarece ao considerar como Nosso Senhor Jesus Cristo tratava a seus discípulos, por duas razões.
Primeiro, porque o relacionamento de Dr. Plinio com os membros do Grupo lembra, em alguma medida e guardadas as infinitas proporções, o relacionamento do Divino Mestre com os Apóstolos.
E depois porque as censuras e elogios de Nosso Senhor são, evidentemente, o analogado primário, o arquétipo, o paradigma de todas as censuras e de todos os elogios.
Comecemos pelas censuras:
Quando Nosso Senhor reuniu os Apóstolos para lhes dizer que era necessário que padecesse muito e fosse morto, São Pedro “começou a increpá-lo” (Mt.16, 22); e Jesus lhe respondeu: “retira-te de mim, Satanás; tu serves-me de escândalo, porque não tens a sabedoria das coisas de Deus, mas das coisas dos homens” (idem, versículo 23). No entanto, foi sobre ele que o Redentor edificou a Igreja.
Referindo-se aos Apóstolos, Nosso Senhor os qualifica de “geração incrédula e perversa” (cfr. Mt. 17,16); afirma que “seu coração estava obsecado” (cfr. Mc., 6, 52) e que eram “homens de pouca fé” (cfr. Mt. 16, 8). Chega a lhes perguntar: “até quando vos hei-de suportar?” (Mc., 9, 18). Entretanto, eles tem precedência sobre todos os santos.
Agora os elogios e o prestigio:
Soror Maria de Agreda (“Mistica Ciudad de Dios”, Barcelona, 1911, Segunda Parte, Libro VI, cap. V, pp.360-372, 495) narra o seguinte:
1086. Vino Judas a la escuela de Cristo nuestro Maestro, movido de la fuerza de su doctrina en lo exterior, y en lo interior del buen espíritu que movia a otros. Y traído con estos auxilios, pidió al Salvador le admitiese entre sus discípulos, y el Señor le recibió con entrañas de amoroso padre, que a ninguno desecha si con verdad de buscan. Recibió Judas en los princípios otros mayores favores de la divina diestra, con que se adelantó a algunos de los demás discípulos, y fue señalado por uno de los 12 apóstoles; porque el Señor le amaba segun la presente justicia, conforme al estado de su alma y obras santas que hacia como los demás. La Madre de la gracia y de misericordia le miró también con ella por entonces; aunque desde luego conoció con su ciencia infusa la traición que alevosamente habia de cometer en el fin de su apostolado. Pero no por eso le negó su intercesión y caridad maternal; antes con mayor celo y atención tomó da divina Señora por su cuenta justificar en cuanto le era posible la causa de su Hijo santísimo con este infeliz apóstol, para que su maldad no tuviese achaque ni disculpa aparente ni humana, cuando la intentase. Y conociendo que aquel natural no se venceria con rigor, antes llegaria más presto a su obstinación, cuidaba la prudentísima Señora que nada le faltase a Judas de lo necesario y conveniente, y con mayores demostraciones de caricia y suavidad le acudía, le hablaba y trataba entre todos. Y esto fue de manera, que llegando alguna vez los discípulos a tener entre si sus emulaciones sobre quién había de ser más privado de la Reina purísima (como también con el Hijo lo dice el Evangelio): y nunca Judas pudo tener estos recelos ni achaques; porque siempre esta Señora le favoreció mucho en los princípios, y él se mostró tal vez agradecido a estos beneficios.
1087. Pero como el natural le ayudaba poco a Judas, y entre los discípulos y Apóstoles habia algunas faltas de hombres no del todo confirmados en la perfección, ni por entonces en la gracia, comenzó el imprudente discípulo a pagarse de si mismo más de lo que debia, y a tropezar en los defectos de sus hermanos, notándolos más que a los propios (Luc.VI,41). Y admitido este primer engaño sin reparo ni enmienda, fue creciendo tanto la viga en sus propios ojos, cuanto con más indiscreta presunción miraba las pajuelas en los ajenos, y murmuraba de ellas, pretendiendo enmendar en sus hermanos (con más presunción que celo) las faltas más leves y cometiendolas él mucho mayores. Y entre los demás Apóstoles notó y juzgó a san Juan por entremetido con su Maestro y con su Madre santísima, aunque él era tan favorecido de entrambos. Con todo esto, hasta aqui no pasaban los desórdenes de Judas más que a culpas veniales, sin haber perdido la gracia justificante; pero estas eran de mala condición y muy voluntarias; porque a la primera, que fue de alguna vana complacencia, le dió entrada muy libre; y esta llamó luego a la segunda de alguna envidia; y de aqui resultó la tercera, que fue calumniar en si mismo, y juzgar con poca caridad las obras que sus hermanos hacian; y tras éstas se abrió puerta para otras mayores; porque luego se le entibió el fervor de la devoción, se le resfrió la caridad con Dios y con los prójimos, y se le fue remitiendo y extinguiendo la luz del interior; y ya miraba a los Apóstoles y a la santísima Madre con algun hastío y poco gusto de su trato y obras santísimas.
1088. Todo este desconcierto de Judas iba conociendo la prudentísima Señora; y procurando su remédio, y curarle en salud, antes que se entregase a la muerte del pecado, le hablaba y amonestaba como a hijo carísimo, con extremada suavidad y fuerza de razones. Y aunque alguna vez sosegaba aquella tormenta que se comenzaba a levantar en el inquieto corazón de Judas; pero no perseveraba en su tranquilidad, y luego se desazonaba y turbaba de nuevo. Y dando más entrada al demonio, llegó a enfurecerse contra la mansísima paloma; y con hipocresia afectada intentaba ocultar sus culpas o negarlas, y darlas otras salidas, como si pudiera engañar a sus divinos Mestros, o recelarles el secreto de su pecho. (...) Y de este aborrecimiento, que admitió con la dulcísima Madre, pasó luego a indignarse con su Maestro y aborrecerle, descontentándose de su doctrina, y juzgando por muy pesada la vida de los Apóstoles y su comunicación.
1089. Con todo esto no le desamparó la divina Providencia, y siempre le enviaba auxilios interiores a su corazón (...). Y a más de éstos se juntaban las exhortaciones dulcísimas de la clementísima Señora, para que se redujese y humillase a pedir perdón a su divino Maestro y Dios verdadero (...). No podia negar el soberbio discípulo a su consciencia el testimonio que le daba de su mal estado; pero comenzando a endurecerse temió la confusión que le podia adquirir gloria, y cayó en la que le aumentó su pecado. Y con esta soberbia no admitió los consejos saludables de la Madre de Cristo, antes negó su daño, protestando con palabras fingidas que amaba a su Maestro y a los demás, y que no tenia en esto de que enmendarse.
1090. Admirable ejemplo de caridad y paciencia fué el que nos dejaron Cristo Salvador nuestro y su Madre santísima en el proceder que tuvieron con Judas después de su caída en pecado; porque de tal manera lo toleraron en su compañia, que jamás le mostraron el semblante airando ni mudado, ni dejaron de tratarle con la misma suavidad y agrado que a los demás. Y esta fué la causa de ocultárseles tanto a los Apóstoles el mal interior de Judas; no obstante que su ordinária conversación y trato daba grandes indicios de su mala conciencia y espíritu; porque no es fácil (ni casi posible) violentar siempre las inclinaciones para ocultarlas y disimularlas; y en las cosas que no son muy deliberadas, siempre obramos conforme al natural y costumbres; y entonces por lo menos las damos a conocer a quien nos trata mucho. Pero como todos conocian la afabilidad y amor con que le trataban Cristo nuestro Redentor y su Madre santísima, sin hacer mudanza en esto, desmentian sus sospechas y los malos indícios que él les daba de su caída. Por esta misma razón se hallaron todos atajados y dudosos cuando en la últina cena legal les dijo el Señor que uno de ellos le habia de entregar; y cada uno preguntaba de sí si era él mismo. Y porque san Juan con la mayor familiaridad llegó a tener alguna luz de las maldades de Judas, y vivía en esto con más recelos, por esto se lo declaró el mismo Señor, aunque con señas, como consta del Evangelio; pero hasta entonces nunca Su Majestad dió indicio de lo que en Judas pasaba. Y en Maria santísima es más admirable esta paciencia, por la parte de ser Madre y pura criatura, y que estaba mirando ya de cerca la traición que aquel desleal discípulo habia de cometer contra su Hijo santísimo, a quien amaba como Madre, y no como sierva.
1092. (...) Desde que fue creciendo el número de los Apóstoles y discípulos, determinó luego Su Majestad que alguno de ellos se encargase de recibir las limosnas, y dispensarlas como síndico o mayordomo para las necesidades comunes, y pagar los tributos imperiales; y sin señalar Cristo nuestro Señor ninguno, se lo propuso a todos. Al punto le apeteció y codició Judas, temiéndole todos, y huyendo de este oficio en su interior. Y para alcanzarle el codicioso discípulo (...) se arrojó a pedir él mismo a Maria santísima el ministerio que pretendia, perdiendo el miedo y disimulando su codicia con color de virtud. Llegóse a Ella y le dijo que la petición (...) era con deseo de servirla a Ella y a su Hijo con toda diligencia, porque no todos acudían a esto con el cuidado que era justo; que le suplicaba lo alcanzase de su Maestro.
1093. La gran Señora del mundo con gran mansedumbre le respondió: "considera bien, carísimo, lo que pides, y examina si es recta la intención con que lo deseas (...). [El Maestro] te ama más que tú a ti mismo, y sabe sin engaño lo que te conviene; déjate a su santísima voluntad, y muda de intento, y procura atesorar la humildad y pobreza". (...)
1094. Despedido de Maria santísima, no sosegaba Judas en su avaricia; y desnudándose del pudor y verguenza natural (y aun de la fe interior), se resolvió en acudir él mismo a Cristo (...). Y vestida su furia con piel de oveja (...) llegó a Su Majestad y le dijo: "Maestro, yo deseo (...) serviros con ser dispensero y depositario de las limosnas que recibimos; y acudiré con ellas a los pobres (...)". Estas y otras razones dijo el fingido hipócrita a su Dios y Maestro, cometiendo enormes pecados y muchos de una vez; porque en primer lugar, mentía, y tenia otra intención segunda y oculta; a más de esto se fingía lo que no era, como ambicioso de la honra que no merecía, no queriendo parecer lo que era, ni ser lo que deseaba parecer. Murmuró también de sus hermanos, desacreditándolos y halabándose a si mismo (...). Pero lo que más es de ponderar, perdió la fe infusa que tenia, pretendiendo engañar a Cristo su celestial Maestro con la fingida hipocresia que mostró en lo de afuera (...).
1095. (...) Y algunos meses antes de la muerte del Salvador se comenzó a desviar muchos ratos de los demás Apóstoles, alejándose de ellos y del Señor; porque le atormentaba su compañia (...).
1096. Pero volvamos a la respuesta que le dió el Maestro (...). Deseaba el Salvador del mundo desviarle del peligro que conocia en su petición (...). Replicó Judas: "Yo, Maestro, deseo serviros, empleando mis fuerzas en beneficio de vuestra congregación, y por este camino lo haré mejor que por otro alguno, como lo ofrezco sin falta". Con esta porfia de Judas en buscar y amar el peligro, justificó Dios su causa para dejarle entrar y perecer en él. (...) Quién de los hombres sujetos a pecar no temerá con gran pavor, viendo otro de su misma naturaleza, que en la escuela de Cristo y de su santísima Madre, criado a los pechos de su doctrina y milagros, en tan breve tiempo pasase del estado de apóstol santo, justo, y que hacia los mismos milagros y maravillas que los demás, a otro estado de demonio? (...) Por pecados veniales comenzó Judas, y de ellos pasó a los gravísimos y más horrendos.
1226. [Judas fue] ingrato, inhumano, inobediente, falso, mentiroso, codicioso, impío y maestro de todos los hipócritas.
Mais um dado, esta vez tirado da “Concordância dos Santos Evangelhos”, de autoria de Dom Duarte Leopoldo e Silva, quinta edição, Ambrosiana Cia. gráfica e editorial, São Paulo, 1967, pp. 452, 453. Na Ultima Ceia, Nosso Senhor prestigiou a Judas aos olhos de terceiros:
Entretanto, disse Jesus, eis aí a mão daquele que me há de entregar está comigo à mesa.
E começaram os discípulos a perguntar-se uns aos outros qual deles seria que tal coisa houvesse de fazer. Ora, estava reclinado sobre o peito de Jesus um dos discípulos a quem ele amava. (...)
Reclinando-se então este discípulo sobre o peito de Jesus, lhe perguntou: “Senhor, quem é?” – “É aquele, respondeu Jesus, a quem eu apresentar o pão molhado”.
Tendo molhado o pão, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão, e depois daquele bocado entrou nele Satanás. Então lhe disse Jesus: “O que tu fazes, faze-o de pressa” (S. Lucas 22, 21-23; S. João 13, 23-38).
Nota de Dom Duarte: Não sendo conhecido entre os orientais o uso de garfos e colheres, molhou Jesus o pão no prato comum e o deu a Judas, o que era sinal de amizade e particular afeição.
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Outro critério para esclarecer esta questão são os elogios tributados à Ação Católica pela Igreja e endosados por Dr. Plinio:
- Se de um lado estimamos e amamos a Ação Católica pelo bem que já produziu, muito mais ainda a estimamos e amamos por ter saído do coração do Papa e por continuar a pertencer integralmente ao Papa.
(...) [A Ação Católica, à] semelhança do grão de mostarda da parábola evangélica, estendeu em poucos anos suas frondosas ramagens sobre todos os campos da Igreja, fazendo desabrochar uma floração maravilhosa de corações e de almas (...) (Cfr. Prefácio de “Em Defesa”, redigido por Dom Bento Aloisi Masela, Nuncio Apostólico)
- Dotado de um poderoso engenho, iluminado pelo Espírito Santo, o imortal Pio XI acenou para o mundo com o grande remédio da Ação Católica e lhe mostrou assim o único meio de salvação. (Cfr. “Em Defesa”, segunda edição brasileira, Artpress, São Paulo, 1983, p.11).
- [A Ação Católica], este instrumento providencial proporcionado por Pio XI à Igreja (...) (Cfr. “Em Defesa”, p.14).
- Dada a carência de sacerdotes, dada a vastidão do trabalho, dada a impermeabilidade de certos meios à influência do Padre, sente este toda a necessidade que Pio XI, com olhar de lince, entreviu, de multiplicar seus próprios recursos. Apela para a Ação Católica, isto é, para aqueles que o próprio Pontífice chamou “os braços da Igreja”. (Cfr. “Em Defesa”, p.76)
- Pode-se ainda afirmar que a Ação Católica, além de ser a milica máxima --a organização princeps, como disse S.S. Pio XII-- do apostolado leigo, exerce uma função rectrix de toda a atividade apostólica do laicato, cabendo-lhe dirigir as atividades gerais, coordená-las e servir-se das associações auxiliares para a realização das finalidades gerais da Ação Católica. (Cfr. “Em Defesa”, p.89).
- “Seus membros são os melhores dentre os bons” (Cfr. Pio XI, encíclica “Non abbiamo bisogno”, transcrita em “Em Defesa”, p.166).
- A Ação Católica seria, quando fundada dentro das associações, um núcleo de fervorosos, que aos demais levaria à santificação e ao combate. (“Em Defesa”, p.180).
- Creada em documento soleníssimo, que foi suscrito por toda a Hierarquia Eclesiástica no Brasil, e que recebeu oficialmente a chancela da Santa Sé, goza ela [NB: a Ação Católica] de uma relevancia tal, que lutar contra ela é lutar contra moinhos de vento. (Cfr. "Em Defesa" p.180).
- As associações auxiliares devem prestar à Ação Católica o duplo concurso de nela inscrever seus melhores elementos, e cooperar resolutamente com suas atividades gerais. (Cfr. "Em Defesa" p.180).
- [Os membros da Ação Católica são]: instrumentos de eleição e colaboradores especiais destinados a participar dentro da Igreja Discente, das agruras santas e das meritórias labores da Igreja Docente. (...) (Cfr. Regulamentação publicada por Mons. Antônio de Castro Mayer, então Assistente Geral da Ação Católica paulopolitana, transcrita no "Em Defesa" pp.181-187).
- Pio XI (...) tornou obrigatória para todos os povos a instituição da milicia de escol da Ação Católica (...) (Cfr. Regulamentação publicada por Mons. Antônio de Castro Mayer, então Assistente Geral da Ação Católica paulopolitana, transcrita no "Em Defesa" pp.181-187).
- O providencial movimento da Ação Católica (...) (Cfr. artigo do Cardeal Piazza, transcrito em apêndice no "Em Defesa", p.343).
- Não foi por nada que Pio XI, com seu estilo novo e conciso aplicou à Ação Católica, com relação aos Assistentes Eclesiásticos, a significativa frase: “in manibus tuis sortes meae” (Cfr. artigo do Cardeal Piazza, transcrito em apêndice no "Em Defesa", p.348).
- Não há bispo que não tenha tocado com as mãos a obra edificante e verdadeiramente providencial da Ação Católica (...).(Cfr. artigo do Cardeal Piazza, transcrito em apêndice no "Em Defesa", p.349).
- A recente encíclica “Summi Pontificatus” deu a conhecer ao mundo, do modo mais eloquente, também o que pensa da Ação Católica o atual Pontífice Pio XII. Nesta encíclica atesta o Papa que, no meio das amarguras e preocupações da hora presente, encontra precisamente na Ação Católica (...) íntima consolação e alegria celestial, pelas quais dirige diariamente a Deus seu humilde e profundo agradecimento, afirma outrossim que da Ação Católica emanam fontes de graças (...).(Cfr. artigo do Cardeal Piazza, transcrito em apêndice no "Em Defesa", p.350).
Não obstante, a Ação Católica se transformou “em um câncer devorador e germen de desordens” (Cfr. "Em Defesa", p.38).
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O relacionamento entre Deus e o Povo Eleito também fornece luzes para analisar a problemática:
“Que nação há na terra igual a Israel, a quem Deus foi resgatar, para o fazer seu povo (...) e operar em seu favor prodígios terríveis?” (2 Re., 7, 23);
“Cidade fiel”, “cheia de retidão”, na qual “habitava a justiça” (Is., 1, 21-23);
“Israel, servo meu, (...) a quem eu escolhi; tu, linhagem do meu amigo Abraão; tu, a quem Eu tomei das extremidades da terra (...) e te disse: tu és meu servo, eu te escolhi e não te rejeitei; não temas, porque Eu sou contigo; não te desencaminhes, porque Eu sou o teu Deus; Eu te confortei, e te auxiliei, e a dextra do meu justo te amparou. Eis que serão confundidos, e ficarão cobertos de vergonha todos aqueles que pelejam contra ti”. (Is., 41, 8-11).
“Israel, consagrado ao Senhor, é como as primícias dos seus frutos; todos os que o devoram são culpados; sobre eles virão males, diz o Senhor” (Jer., 2,3);
“Imprimirei a minha lei nas suas entranhas, e a escreverei nos seus corações, e serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jer.,31, 33)
“Eu tinha-te plantado como uma vinha escolhida com sarmentos de boa qualidade” (Jer., 2, 21);
Conforme ensina São Tomás de Aquino, Deus exaltou os judeus no tempo da graça de 5 maneiras: pelo fato de ter assumido sua carne; pela sua pregação pessoal; pela convivência; pela realização de milagres e pela pregação dos discípulos.
Não obstante, foram eles os que crucificaram a Nosso Senhor e os que hoje tramam a implantação do reino do demônio sobre a terra.
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Por último, vejamos o caso de Salomão, sob cuja autoridade Deus colocou uma nação inteira --e não uma nação qualquer, mas a mais eleita:
Antes mesmo de ter sido concebido, já foi abençoado por Deus. Assim fala o Profeta Natan, em nome de Jehová, ao rei David: “o Senhor te anuncia que te fará uma casa. E, quando se completarem os teus dias, e dormires com teus pais, suscitarei depois de ti a tua posteridade, que nascerá de ti, e firmarei o seu reino. Ele edificará uma casa em meu nome, e eu estabelecerei para sempre o trono de seu reino. E eu lhe serei pai, e ele me será filho; se ele cometer alguma coisa iniqua, eu o castigarei com vara de homens, e com açoutes de filhos de homens. Porém, não retirarei dele a minha misericórdia” (2 Re., 7, 11-15).
Ao nascer, Deus o amou. Bestabéa, mulher de David, “gerou um filho, e pôs-lhe o nome de Salomão; e o Senhor o amou. E enviou o profeta Natan, e deu ao menino o nome de ‘Amável ao Senhor’, porque o Senhor o amava” (cfr. 2 Re., 12, 24-25).
Já homem maduro, “Salomão amava o Senhor, conduzindo-se segundo os preceitos de David, seu pai” (cfr. 3 Re., 3, 3).
Quando o Senhor lhe apareceu em sonhos dizendo “pede-me o que quiseres que te dê”, Salomão pediu “um coração dócil, para poder julgar o povo, e discernir entre o bem e o mal”. Agradado o Senhor pelo pedido, lhe disse: “te fiz o que pediste, e te dei um coração tão cheio de sabedoria e de inteligência, que nenhum antes de ti te foi semelhante, nem se levantará outro depois de ti. Além disso, dei-te também o que me não pedistes, a saber: riquezas, e glória em tal grau, que não se encontrará semelhante a ti entre os reis de todos os séculos passados” (cfr. 3 Re., 3, 5-14).
Deus também deu a ele uma “prudência incomparável e uma magnanimidade imensa”, e muito prestigio “por todas as nações circunvizinhas” (cfr. 3 Re., 4, 29-31).
É considerado o autor --inspirado pelo Divino Espírito Santo-- de 3 livros das Sagradas Escrituras: o Cântico dos Cânticos, os Provérvios e o Eclesiástes.
Dr. Plinio acha que, enquanto prefigura de Nosso Senhor, é superior ao próprio São João Batista:
O rei completo, o rei admirável, em que Nosso Senhor pôs tudo que era próprio pôr, para que aquele fosse o rei, a cabeça, alegria e o modelo do povo eleito.
Esplendor intelectual, irradiação e charme de personalidade, pulchritude física, porte régio. Salomão tinha absolutamente tudo. No período bom dele ele é considerado como a prefigura de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Notem que se fala muito em São João Batista – quão venerável! – numa pele de carneiro, nutrindo-se de mel silvestre e de gafanhotos, figura da austeridade magnífica e que precede de pouco a Nosso Senhor (...). Mas o fato concreto é que ele tem algo de penitencial, e se ele foi o precursor de Nosso Senhor, a impressão que eu tenho que a plena prefigura foi Salomão (cfr. RR 3/6/81).
A maior parte de sua vida parece que foi fiel (cfr. 3 Re., 11, 4).
Mas tudo isso não impediu que ele prevaricasse. Pois “sendo já velho, o seu coração foi pervertido pelas mulheres, para seguir os deuses alheios” (3 Re., 11, 4). E caiu tão baixo, que vários autores o consideram o fundador da Maçonaria (cfr. Enciclopédia Espasa-Calpe, verbete “Francmasoneria”).