O
Anticristo já veio?
Capítulo 7 - Deslealdade e espionagem 1
A. JC pisoteia as confidências “sub gravi” feitas por Dr. Plinio a ele 2
B. Nós fizemos cada trapaça a Dr. Plinio ... 5
C. Gravações contrariando a vontade expressa de Dr. Plinio 8
D. Insistência para que Dr. Plinio atenda a suas bases, apesar de seu delicado estado de saúde 9
II. Em relação aos Diretores da TFP 10
III. Em relação aos membros do Grupo 13
C. Na residência de Dr. Plinio 15
IV. Em relação aos CCEE - Métodos fraudulentos usados para coletar assinaturas 16
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Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 20/9/95:
Quem é que conhece o relacionamento [do SDP] com Nossa Senhora, com os anjos e com os santos, na intimidade, sem que ele tenha contado? Eu conheço coisas que são sub-gravi. Esperemos.
A partir do momento em que se deu o fato que se deu [NB: a hospitalização de Dr. Plinio], eu não tenho sub-gravi nenhum.
*
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 5/10/95:
Eu acho que ele [o SDP] uma vez que... o sub-gravi tem valor? Sr. Patrício, o Sr. que é teólogo.
(A. Dantas: No próprio voto de obediência ele quis por na fórmula que cessaria com a morte dele.)
É verdade.
(A. Dantas: Juridicamente cessaria.)
Mas então está encerrada a Sagrada Escravidão? O problema que se ele me dá um sub-gravi vale pela SE.
(A. Dantas: Se ele usou a fórmula.)
O problema é o seguinte: Já não me lembro se ele usou a fórmula ou se ele exigiu um compromisso. Eu tenho 200 sub-gravi. Eu perguntei uma vez para o Cônego quais eram as condições pelas quais os sub-gravi dados por ele, que eram favoráveis à glória dele, até onde os limites do sub-gravi iam, ou seja, quando é que caiam.
O Cônego disse:- Podem cair caso em juízo, ou então em algum momento que fazem uma calúnia e o Sr. para defendê-lo é obrigado a contar alguma coisa que o Sr. conhece sub-gravi, aí o sub-gravi deixa de ter valor, porque passa por cima a honra dele, a glória dele.
Mas não é o caso nosso, porque todos nós estamos glorificando a ele aqui.
Há um série de sub-gravi que eu gostaria de contar, porque eu tenho receio que de repente ... Agora está mais patente do que nunca que nós somos mortais. (...)
Eu vou consultar, vou dar uma telefonema ao Pe. Victorino comunicando a morte dele e vou dizer nesse telefonema:
- Olha padre, eu queria fazer uma pergunta ao Sr. que é a seguinte: Eu não me lembro se foi um compromisso sub-gravi que eu assumi, se foi uma obediência que ele me tinha dado sub-gravi, porque eu tinha voto de obediência, agora com a morte dele esse voto se desfaz, ou se foi pela Sagrada Escravidão, que o Sr. leu o tratado aquele, eu não sei. Mas são umas tantas coisas que ele me contou que glorificam a memória dele.
Se ele me disser:
- No no no tiene nada, porque Santo Tomás, que tal cosa...
Para isso eu tenho mais confiança no padre Victorino. O Pe. Royo vai dizer direto:
- Pero que cosa! Me cuente ahora cuales son. Me cuente ahora que le doy la absolución por teléfono.
*
"Jour-le-jour" 10/10/95:
Eu estava com este texto (...) de Sábado à Noite. É uma reunião que foi sub gravi. (...) Durante a reunião, o Senhor Doutor Plinio disse que não queria que se difundisse o que ele estava dizendo, que ficasse só naquela roda. (...)
(Pergunta do Sr. Poli durante essa CSN): Então pode anotar pelo menos para o Sr. João ler quando chegar?)
Pode.
(Sr. Poli: E só para ele.)
Só para ele, com a condição de ele não dizer nada no “Jour le Jour” ou a qualquer outra pessoa, em qualquer outro lugar.
Eu estava até o dia de ontem à tarde --vou dizer porque até ontem à tarde-- estava com este texto nas mãos, na esperança de um dia poder contar para os Srs.
Por que até ontem à tarde? Ontem à tarde eu disse:
- O único meio que tem é pegar um bom moralista e pôr o problema para o moralista. Passei a mão no telefone:
- Padre Victorino, como vai passando? [Aplausos.] (...) Eu tenho uma consulta a fazer ao senhor.
- Qual é a consulta?
Ele é muito seguro. O Pe. Royo Marin já vai dando as aprovações todas; ele não, é seguro mesmo.
- Padre, o problema é o seguinte: Eu tenho aqui um texto assim assado, que é um texto elogioso e que me chegou às mãos, mas o Prof. Plinio me impôs um sub gravi. (...) Tendo ele falecido, como é que fica? Posso comunicar, ou não posso comunicar?
- Tendo ele falecido, depende da matéria. Se a matéria é prejudicial a terceiros, o Sr. está ipso facto proibido de comunicá-la. (...)
- Não, padre, eu sei. (...) A matéria é a seguinte: Ele narrou um certo episódio da vida dele, ele deu uma noção a respeito da vida dele, que ele não queria que contasse para evitar que julgassem ele, durante a vida, um santo.
- Se a matéria é essa, o Sr. está liberado a contar àqueles que o Sr. julga que fará bem.
Eu julgo que fará bem ao Pe. Gervásio, a Dom Bertrand e a todos os Srs. [Aplausos.](...)
(Daniel Merizalde: (...) O Sr. Dr. Plinio disse o seguinte: "Eu nunca falei tão do fundo da minha alma. Eu estou falando do relacionamento interno que tinha com Nossa Senhora. Essa fita não pode circular de jeito nenhum". E proibiu que os que tivemos a felicidade de estar nessa reunião falássemos entre nós sobre esse tema sem estar ele presente.)
Observe-se a frase de JC a respeito do Padre Royo: “já vai dando as aprovações todas”. Quer dizer que esse Padre é tão liberal nas consultas que JC lhe submete que “a priori” as vai aprovando?
O Pe. Vitorino proíbe divulgar confidências prejudiciais a terceiros. JC reconhece estar a par disso. Entretanto, na prática, JC passa olimpicamente por cima do conselho.
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"Jour-le-jour" 26/10/95:
Eu ontem fui mexer um pouco nos arquivos e encontrei aquela reunião que estava sub gravi. Eu guardei aquela reunião agora me dou conta, foi antes da doença, em setembro do ano passado. Eu guardei aquela reunião porque percebi que aquela reunião era simplesmente profética. Ela vinha com uma nota sub gravi para mim, e proibido circular, não sei mais quanto, com a letra do nosso bom Coronel Poli, mas não estava dito de que era preciso desgravar. Então eu não desgravei e ficou guardada no arquivo e está ela inteira para os senhores poderem ouvir a voz do Senhor Doutor Plinio... [Aplausos efusivos.] (...) Vou pedir para tirarem cópia da fita porque agora o Pe. Victorino diz que não é mais segredo de confissão, não tem problema nenhum. Os senhores podem tomá-la com... E eu acho que as várias unidades do Grupo deveriam ouvir essa fita. [Exclamações.]
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"Jour-le-jour" 8/2/96:
Eu quando consultei um moralista de truz a respeito de sub gravi, ele me disse que quando é para a glória da pessoa que contou --essa pessoa morreu e é preciso que para a glória dela seja contada a outro-- deve ser contada. Mas quando há terceiros envolvidos e pode entrar em detrimento da glória desses terceiros envolvidos, não se tem possibilidade nenhuma de contar.
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"Jour-le-jour" 11/6/96:
Eu encontrei um argumento para o "sub gravi post mortem" que é extraordinário.
Nosso Senhor quando se transfigurou no monte Tabor junto aos três Apóstolos, Ele deu ordem aos três Apóstolos que não contassem a ninguém. No entanto consta nos Evangelhos isso.
De maneira que "não contassem a ninguém" enquanto Ele estava vivo, mas depois está posto até pelos Evangelistas a história toda nos seus detalhes.
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Conversa em Roma, 21/9/96:
(Mikel: Aquela [fita] que não foi gravada de Santa Teresinha, não está gravada ou...)
Ah, aquela eu tenho gravada, tenho em São Paulo. (...) Aquilo foi um milagre, porque eu não fui à Conversa de Sábado à Noite e pedi a ele que me gravasse uma fita. Então ele gravou e mandou a fita para mim, no São Bento, dizendo que a fita era sub gravi. Eu tomei a fita e disse: "Está ótimo, a fita é sub gravi, mas não está dito de que tenha que desgravar", e guardei na gaveta.
(Aparte: Mas o desejo do Sr. Dr. Plinio não é "sub gravi"?)
Não, porque eu consultei o Pe. Victorino e ele me disse: "Tudo aquilo que for para glória dele, para a honra dele, para o conhecimento a respeito dele, que não entre em detrimento para a fama de outras pessoas, pode ser comunicado, e deve".
Conversa de JC com eremitas de São Bento – Praesto Sum, 15/5/96:
(Santiago Morazani: hoje nós ouvimos uma fita (...) onde o SDP contava a viagem dele pela Europa (...)
(A. Dantas: Ele decidiu ir a Santiago de Compostela como?)
Puxa! Nós fizemos cada trapaça, ele saiu de Paris, e ao invês de a gente fazer Paris - Madrid, nós fizemos Paris – Santiago de Compostela.
(...)
(André Dantas: Ele não percebia, não?)
Não, ele se deixava, houve uma certa hora que por pressão de dona Rosée e de outros ele teve que ir embora.
(...)
(P. Morazani: A indisposição estomacal começou na França?)
Começou no Ritz.
*
A respeito da duração dessa viagem e do estado de saúde de Dr. Plinio, nos grafonemas-circulares enviados por JC às diversas unidades do Grupo, encontramos os seguintes dados:
24/9/88: (...) devido à mudança de horários e ao cansaço da viagem, o SDP teve insônia esta noite. Segundo dizem os técnicos, (...) o organismo possui um relógio interno que demora alguns dias --afirmam ser por volta de uma semana-- para se ajustar inteiramente. Assim, a pessoa acorda com insônia à noite e tem muito sono durante o dia; tem fome e sede em horas completamente erradas. É isto o que (...) está se passando, no momento, com o SDP.
25/9/88: Essa foi a primeira noite boa e normal que ele [SDP] dormiu na Europa.
26/9/88: (...) inúmeros foram os momentos que [o SDP} manifestou desejo de encurtar a viagem para poder retornar à luta.
(...) Ao chegar em Roma, [o SDP disse]: “não retornar a São Paulo e depois ir comungar era como se eu tivesse que me apresentar a meu general e dizer: eu resolvi abandonar aquele campo de batalha porque este aqui me é mais cômodo. Eu sinto que se eu fizesse isso seria um grande pecado”.
28/9/88. (...) A essa altura entrou um telefonema de Dr. Luizinho:
DL: ..............
SDP: Olha aqui, ele [JC] manifesta generosamente a intenção de ir esticando a viagem (...).
Em seguida [o SDP] fez o programa para os próximos dias. Demonstrava relutância em aceitar as sugestões de prolongamento da viagem, pois não quer conceder a si próprio trégua na luta. Foi preciso uma certa insistência para convencê-lo e mesmo assim o fez para agradar àqueles que lhe pediam.
2/10/88: (...) e aí ficamos novamente com o problema de subir e descer escadas. O Sr. Amadeu estava com uma dessas bolsas de plástico que continha as luvas dele, água de colônia e mais alguma coisa assim. Ele fez questão de que o Sr. Amadeu desse a ele a sacola para lhe facilitar o carregar a cadeira. E o Sr. Amadeu entregou inocentemente, sem cerimônia. E eu querendo arrancar o pacote das mãos dele, porque não ficava bem ele estar com aquilo nas mãos, e ele com uma energia não queria entregar o pacote e foi preciso um pouco de força para que ele entregasse o pacote.
7/10/88: [Dona Rosée] quis preparar a viagem dele pensando que ele iria sobretudo para Roma e para Paris, como ele tinha dito a ela, ele não imaginava as traições que viriam pelo caminho que iriam fazê-lo ficar mais na Europa do que ele pensava.
(...) Aachen foi o único lugar que ele não pôs resistências em ficar mais uma noite (...).
10/10/88: (...) fez sesta e depois passou a atender uma série de consultas do despachinho. Afinal de esta última atividade, tivemos com ele uma discussão filial a respeito de sua permanência mais prolongada aqui na França. Não quis aceitar de jeito nenhum dizendo que ele não se sente bem fora da luta.
11/10/88: Devido à sua indisposição gástrica, o SDP não saiu de sua suite no dia de hoje.
12/10/88: No dia de hoje decidiu não sair pela manhã, ainda devido a um resto de indisposição que teve na noite anterior.
14-15/10/88: De lá [Chambord] ele rumou para o Chateau de ..... (?), castelo-hotel onde ele se hospedou. A viagem foi longa. Ele estava até um pouco indisposto, entretanto ele não disse nada.
17/10/88: O cansaço da viagem do dia de ontem, poucas horas de sono, de sesta, etc., foi tal que hoje ele não saiu do apartamento a não ser às 6:10 hs. da tarde.
(...) se bem que ele queira voltar o quanto antes ao Brasil e nós vamos com muita proteção de Nossa Senhora conseguindo mais alguns dias dele.
18/10/88: Assim, o SDP apareceu à porta do hotel às 12:40, sem poder utilizar o carro que está a seu serviço, pois faltava quem o dirigisse e quem indicasse o caminho. Foi sugerido a ele que alugássemos a limousine do hotel que já o havia conduzido na noite anterior. A discussão foi muito acalorada, se bem que extremamente filial (sic), pois não queria gastar dinheiro a toa. (...)
O SDP não almoçou no dia de hoje. Houve um desencontro (...).
20/10/88 (Espanha): (...) nós já demos a instrução na portaria do hotel para impedir qualquer telefonema que chegue até o quarto dele, e tudo o que houver de muito urgente deve passar pelo quarto de meu uso ou pelo quarto do Sr. Fernando.
26/10/88: Ao chegarmos ao hotel, tentamos convencê-lo a ir até o Alhambra, em Granada. Negava-se a tal (...).
4/11/88: Na terça feira o SDP estava com uma pequena indisposição. (...)
Daquela sede o SDP foi comungar em Felipe II [nome de outra sede], às 10 para as 6, sem ter almoçado. (...)
Ele estava desejoso a mais não poder de voltar ao Brasil e tinha receio que aconteça alguma coisa que o impedisse.
Depoimento do Sr. Amadeu, abril de 1998:
[No primeiro andar, JC] tudo gravava, não se podia fazer comentários sobre nada porque tudo ...
(Aparte: Aquele fato, que JC se abaixou, e caiu um gravador...)
Isso não vi, me contaram. O SDP proibiu a gravação, a las tantas o homem levanta e cai do bolsinho um gravador. “Meu João, o que é isso?”
*
Em setembro de 1999, o Sr. Gugelmin contou que, uma vez JC lhe pediu instalar um microfone oculto no salão azul do primeiro andar, de maneira a registrar todos os trechos que Dr. Plinio mandasse parar o gravador durante a “Conversa de Sábado à Noite”.
Lhe aconselhou colocar um fio que saísse pela janela e descesse, por fora do prédio, até o apartamento da escuderia, desde onde o Sr. Gugelmin controlaria o aparelho.
Evidentemente, o Sr. Gugelmin recusou prestar-se a isso.
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Andreas Meran, em conversas com Dr. Plinio, deixava o gravador ligado quando Dr. Plinio mandava desligar. Custa acreditar que ele faria isso sem ter “as costas quentes”...
"Jour-le-jour" 17/8/97, parte I - JC começa descrevendo as caraterísticas dos diversos tipos de reuniões e conversas feitas por Dr. Plinio. A respeito dos jantares de sábado, disse o seguinte:
Problema doutrinário no jantar de sábado não ia, porque estava com a cabeça muito cheia de coisas. Mas uma conversa leve a respeito de temas históricos, então a respeito de vida interna do Grupo. O tema preferido dele, no sábado, à hora do jantar, era vida interna. Então é saber como vai fulano, como está sicrano, e depois o que ele viu de mengano, era uma coisa que distraia a ele, muito. Ele tinha a imagem do auditório. Então ele comentava: "Você reparou tal coisa assim, assim. A reação de fulano, fulano de tal. Olha, esse sicrano está numa crise tremenda. Abra o olho, porque não sei quanto, etc., etc. Fulano, graças a Deus, saiu da crise. Está dando uma esperança muito grande".
Então era o acerto de contas a respeito da vida interna, no sábado na hora do jantar. O Sr. Andréas deve se lembrar de algumas dessas. Quando ele não estava a gente o comentava também. Ele por muito respeito não está vindo ao microfone dizer: "Mas o senhor não sabe que quando o senhor não estava, nós comentávamos o senhor também". Ele, muito ladino, deixava o gravador ligado quando eram comentários a meu respeito e me chegava o texto depois. De modo que...
Reunião de JC para a Saúde, 23/9/91:
Aquele dia que os senhores estiveram no São Bento, teve barbeiro, depois ele [Dr. Plinio] ia atender o Sr. Julio Rosignoli, depois ia atender o Sr. Storni.
O Sr. Fernando entrou e disse:
-- Bem agora tem a bênção da Saúde.
Ele disse:
-- Bênção da Saúde, não, hoje não.
Ele estava com gripe, abatido, tinha que tocar esses casos.
"Bênção da Saúde, hoje, não. Não foi combinado nada".
Eu pensei: "Puxa, hoje seria dia de MNF. Bem, quando entrar o Sr. Julio Rosignoli, o senhor entra e defenda a Saúde".
Entrou e quando estava saindo o Sr. Julio Rosignoli, ele disse: "Olha, eu não consegui nada, veja se o senhor consegue alguma coisa".
Então eu entrei, pensei: "Eu vou criar um fato consumado porque senão esse pessoal ...”, eram 2:30 da tarde e os senhores estavam ali na escada esperando. Eu entrei e disse:
-- Senhor Doutor Plinio, então pode ser uma bênção do pessoal da Saúde, muito rápida aqui?
Ele olhou com a fisionomia cansada da gripe, abatida, com mal estar da gripe, olhou para mim assim, e disse:
-- Bem, se for para fazer andar as coisas, pode ser.
E aí foi um dia que o senhores não entenderam que tinha que ser rápido, entraram, e um faz uma palavrinha, outro faz outra palavrinha, e ele atendeu como se não tivesse nada.
Em se tratando de abusos desse gênero cometidos por outros, JC perdia os gonzos, espumava de cólera e colocava essas pessoas como merecedoras da execração pública.
Em março de 1996, os Provectos enviaram uma carta e um memorandum, estritamente privados e confidenciais, alertando a JC sobre alguns desvios em que estavam incorrendo setores e grupos subordinados a ele: a posição da TFP perante Missa Nova e o estatuto jurídico-canônico da TFP.
No próprio dia do seu recebimento, JC espalhou aquilo por 5 países.
E nos primeiros dias de abril enviou uma resposta injuriosa de 320 páginas (o calhamaço intitulado “Juízo Temerário”). Depois disse aos Provectos que não deveria ter mandado essa documento e que o considerassem como não tendo sido enviado.
(Cfr. carta de Dr. Plinio Xavier ao Pe. Olavo, 21/6/97).
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Em conversa com eremitas de São Bento e Praesto Sum (5/4/96), JC narra os “entretelones” da resposta à carta- memorandum que os Provectos lhe enviaram. À las tantas disse:
[Os Provectos] tiveram três horas de telefonema com o Dr. Caio anteontem à tarde e ontem o Sr. Wilson esteve no centro da cidade durante um bom tempo com o Dr. Plinio Xavier e o Dr. Paulo Brito.
Eles estão querendo reestudar todo o assunto que eles escreveram julgando que tem algum problema qualquer canônico, teológico que eu vou explorar.
Digamos que tudo isso seja verdade. Como é que JC soube?
*
Dirigindo-se aos Provectos e referindo-se à carta-memorandum que lhe enviaram, JC disse:
Os senhores evitam afirmar ter Dr. PB trabalhado a sós! Et pour cause! ... Eu tenho conhecimento certo e sabido de que houve outros auxiliares.
(...) um mês atrás --época aliás, na qual os Provectos mais o Sr. Poli começaram a realizar reuniões para a elaboração deste infamante Relatório (...).
Dr. Caio: este relatório foi preparado de longa data e contou com sua colaboração à distância.
(Cfr. Juizo Temerário, pp.78, 135 e 277)
“Argumentandi gratiae”, suponhamos que o que JC conta seja verdade. Como é que ele chegou a ter “conhecimento certo e sabido” de tudo isso?
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Aludindo aos Provectos, JC afirma:
Como já lhes disse, tenho gravado TODOS os meus telefonemas com os senhores. (Cfr. Juízo Temerário, p.226) (As maiúsculas são de JC)
Assim sendo, quem garante que os telefonemas com outras pessoas não são gravados?
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No libelo "Quia nominor provectus" (pp.142 ss.), Ramón León fala de um simpósio dos Diretores da TFP. Supondo que o que espalha seja verdade, ele reconhece que os agentes de JC souberam perfeitamente:
o local onde se realizou a reunião (um hotel de Monte Verde);
a data (antes do 3/10/97);
as condições (restritas, sigilosas);
os participantes (os Provectos, o Coronel Poli, o Sr. Fernando Antunez, Dr. Mário Navarro); suas tarefas; seu estado de ânimo; suas palavras;
e o tema (“pôr a casa em ordem”).
Eis um apanhado do texto respectivo:
Subtitulo: “O simpósio de Monte Verde: uma restrita assembléia sigilosa onde são traçadas diretrizes para a TFP”
O surpreendente simpósio que antecedeu o 3 de outubro deste ano [1997], (...) no qual os que pretendem assumir a direção absoluta da nossa "família de almas" traçam normas acobertadas por estrito sigilo (...) normas que contrariam as consciências e não levam em conta as particularidades de cada alma --como a minha expulsão da TFP e a reclusão forçada do Sr. Fernando Larrain (...).
Uma pergunta se impõe a propósito da participação dos Srs. F. Antúnez e M.Navarro, auxiliares especiais dos mais velhos, nesse simpósio. (...)
O Dr. Caio Vidigal, num estado de ânimo assaz acalorado, fez algumas afirmações para quem quis ouvir, como: "O Sr. João Clá não serve para chefe da TFP (...)". Constantemente os membros da Martim deixam transparecer o receio de que (...).
Soube também que nesse sigiloso simpósio foi decidido depor sumariamente outros encarregados de setores da TFP, usando-se dos mesmos métodos empregados com o Sr. Fernando Larrain e comigo, a fim de "pôr a casa em ordem" o mais rapidamente possível.
*
O joanino José Eduardo Pinheiro, gravou, com a maior deslealdade, uma conversa telefônica na qual Dr. Luiz falou para ele, a pedido dele, uma série de verdades a respeito de JC, e depois passou a fita para seu senhor. (Cfr. Quia Nominor Provectus, p.47).
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No 30/06/97, na Sala dos Reis Magos, na Sede do Reino de Maria, foi encontrado um microfone oculto, horas antes da reunião da Diretoria da TFP nessa mesma sala. Relato dos senhores Valdis e Feri, 10/10/97:
No domingo 30 de junho, (...) um de nós --Sr. Valdis-- ao sair do refeitório, notou que o Sr. Carlos [Miranda] colocava algum objeto no chapeleiro. [Foi] verificar se tinha algum objeto ali, fora de seu lugar, mas só descobriu uma escada de alumínio que ele mesmo tinha deixado no dia anterior (...).
Ao ver a escada, teve um pressentimento sobre a existência de algum microfone; movido por essa desconfiança, foi à Sala dos Reis Magos, pois a Sala do Leão Rompante estava desmontada e em processo de reforma. Subindo à sala, revisou o lustre para ver se não encontrava algum microfone, mas de fato não tinha nada.
Depois, lembrando a escada no chapeleiro, teve uma associação de imagens e pensou que esta fora utilizada para colocar algo na sanefa da sala, já que nesta, todo domingo, realiza-se uma reunião dos Provectos de 7:30 pm às 9:00 pm.
Por isso foi a buscar a escada para examinar a sanefa e descobriu um aparelho de transmissão, com microfone, pilha e antena. (...) Ato continuo, avisamos aos Provectos, que tomaram uma série de medidas, as quais comportaram pedir uma perícia técnica para elucidar o caso.
Obviamente o advogado quis interrogar aos que moram ou freqüentam assiduamente a Sede, ao qual quase todos nós nos prestamos de muito boa vontade (...).
Dizemos ‘quase’ porque o Sr. Carlos [Miranda] foi o único que expressou profundo desagrado ao Coronel Poli por ser assim interrogado, no que parece ter-se sentido mais no papel de acusado do que de vítima, ao que soma-se o fato de ter sido ele justamente quem, por suas respostas, suscitou desconfianças no advogado que fazia as perguntas.
(...)
Havia sinais na sanefa da sala de D. Bertrand de que também ali tinha sido posto --e depois retirado-- um objeto dessas dimensões (...).
O alcance do aparelho era de uns 30 metros, dentro dos quais deveria haver um receptor; nesse raio, são poucos os locais de fora da sede, não visíveis, onde se poderia instalar o escuta com gravador ... mas de nenhum deles poder-se-ia ir facilmente a trocar a pilha; dentro da sede, só nas celas essa operação pode ser feita, porque as demais salas são de livre acesso e causaria suspeitas manusear nelas esse tipo de aparelhos eletrônicos.
*
Havendo o joanista Carlos Miranda praticamente abandonado a cela que usava na Sede do Reino de Maria em janeiro de 1998, esta foi aberta em setembro desse mesmo ano.
Encontrou-se um cofre embutido numa das paredes da edícula, o qual possuía um fundo falso, sendo certo que foram puxadas ligações clandestinas num total de 5 linhas, fora a linha telefônica privativa que havia sido instalada no local.
À vista disso, perguntou-se em que momento aquilo teria sido feito sem que os outros moradores da Casa suspeitassem nada.
Acontece que, anos atrás, em vida de Dr. Plinio, talvez por volta de 1994, houve uma reforma nas dependências da Sede; e a arrumação da cela do Carlos Miranda esteve a cargo de pedreiros especialmente trazidos pelo seu pai, Antônio Augusto Lisboa Miranda.
*
Depoimento do Sr. Ghioto a respeito de uma série de rapazes que saíram de Campos:
O Fabiano Defanti preferiu fazer o expediente da sede do Reino de Maria e foi para São Paulo. Nunca mais voltou, pois de lá transferiu-se para Amparo. Recebeu o hábito no último 21 de abril. É um 'graça nova' ferrenho e consta-nos que passava informações para o Sr. André Dantas enquanto ficou no expediente na Sede do Reino de Maria. (Cfr. carta ao Pe. David, de 24/5/97, p.32).
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Entre novembro e dezembro de 1998, uma vez que os amotinados de Buissonets recusaram devolver essa Sede à Diretoria da TFP, a Instituição foi obrigada a pedir em juízo a reintegração de posse desse local.
Mas eles souberam disso e na hora, através de seus advogados, informaram ao Poder Judicial que iriam devolver a Sede, e em consequencia solicitaram o arquivamento de nosso pedido.
Como tiveram conhecimento dessa “démarche” tão rapidamente?
Na mesma ordem de idéias, pouco depois que a última leva dos amotinados de Jasna Gora recebeu carta para sair e se trasladar para uma casa no Tatuapé, quando nosso advogado foi ao Fórum de Itaquera (que é o bairro onde fica JG), percebeu que um dos advogados dos sediciosos já se encontrava lá aguardando ...
Depoimento do Sr. Trivellato, 14/1/99:
Em Jasna Gora, os amotinados ontem e hoje estão muito disciplinados. Hoje, entretanto, um deles foi visto com um gravador ao lado da sala de trabalho do Sr. Bidueira, gravando o que dizia no telefone. Outro deles, à distancia, ficava controlando se alguém se aproximasse. Isso aconteceu quando se aproximou um empregado. Este, ainda viu o rebelado escondendo o gravador.
Acontece que o Sr. Bravo também viu tudo isso e avisou. Isso é considerado crime. O Sr. Bidueira vai consultar um advogado criminalista para saber que procedimento se tomará. Foram duas as testemunhas do fato.
"Jour-le-jour" 20/10/96:
Anteontem estávamos trabalhando em São Bento, eu estava terminando um grafonema, na parte final de um grafonema longo, etc., por isso não foi possível fazer a reunião na sexta-feira. De repente, eram vinte para às oito, o Sr. André me liga e diz:
-- Olha, tem um senhor dizendo que está ligando de Madri, é um espanhol, um tal Lopes Pérez querendo falar com o senhor.
-- Não. Diga a ele que deixe o recado, que eu estou em reunião ou coisa que o valha.
Então Sr. André foi para ele e disse:
-- Olha, ele está em reunião, pediu para o senhor deixar um recado ou então deixar o telefone.
Ele disse:
-- Mas a que horas? A que horas eu posso ligar, porque eu preciso falar com ele pessoalmente.
-- O senhor pode deixar recado até, inclusive ele não costuma atender diretamente e o senhor pode deixar recado.
-- Não, não! Meu assunto é com ele, pessoalmente. E é um assunto grave e é um assunto pessoal que eu tenho tratar com ele, e é só com ele e com mais ninguém. E fique sabendo que se não me puserem em contato com ele, a semana que vem vocês vão ter bombas aí na sede!
Aí o Sr. André voltou e disse:
-- Olha, o homem está ameaçando pôr bomba e não sei quanto, etc.
Eu comecei a tentar ligar os fios: Bom, isso pode ser o estrondo de Barcelona. Pode ser aquele casal que esteve aqui, que tem uma família complicada e não sei quanto. Mas fora isso, não vejo quem possa ser mais. E Juan Clá, Juan Clá, e depois o meu telefone 4343. Quem é na Espanha? Comecei a ligar os fios, disse:
-- Olha, diga para ele o seguinte, de que não dá, esse negócio com ameaça de bomba, de jeito nenhum. Então: "Ah, porque vai pôr uma bomba, então eu falo com o senhor?" Vá plantar favas! Que ponha a bomba! Diga a ele que não, agora é impossível, tem que deixar recado, eu não costumo atender diretamente, a pessoa tem que se identificar, tem que dizer em que telefone está falando e que eu chamo depois. Mas tem que me dizer de onde é que fala.
Aí voltou e a linha tinha caído.
Aí Sr. André e eu começamos a levantar hipóteses, ele ligou para o Sr. Pedro Paulo e o Sr. Pedro Paulo não conhecia ninguém, não lembrava de caso nenhum.
Passou para o Sr. Santiago para ver se se reconhecia a voz (1), ele disse que não reconhecia a voz.
Eu disse: Que coisa rara!
Eu estava cheio de serviço, e o Sr. André dizendo:
-- O senhor não quer ouvir a voz dele?
-- Não, não me interessa. Vamos deixar esse caso.
-- Não, não, ouça um pouco a voz dele.
Ele insistiu, e eu disse:
-- Está bom, ponha a voz dele.
Pôs a voz do sujeito e a voz do sujeito não era de um espanhol (2).
Comentários:
Para ver se reconhecia a voz, passou o quê? A fita onde foi gravado o telefonema. Note-se que se tratava de um desconhecido.
Conclusão: todo e qualquer telefonema dado para o êremo de São Bento, é gravado em fita. Com que intuitos?
Num telefonema entre JC (que estava nos EEUU) e os novatos da Saúde, de 4/4/95, à las tantas ele conversa com um argentino eremita do Praesto Sum que estava a ponto de viajar para a Espanha:
(Héctor Mattos: Alô, Sr. João?)
Sr. Héctor, então, o Sr. vai virar espanhol, é?
(Héctor Mattos: Fenomenal, senhor!)
Fenomenal, é.
[Risos] [Exclamações]
E já estou a tanto da despedida que o Sr. teve com [o SDP] (...) mas eu vi a palavrinha que o Sr. teve com ele saindo da Alagoas. Ele falou da Argentina, e depois perguntando se o Sr. ia para a Espanha, como é que ia, quando é que ia, porque é que ia. Está tudo aqui registrado já.
Carta enviada aos Provectos por Dona Deyse Malmann Kern, 2/12/97:
[No] 27 de novembro de 1997, procurou-nos o encarregado da sede de Joinville (...) Falou-nos que a TFP estava passando por uma crise e que essa seria em função do Sr. João Clá, que por inveja estaria sendo perseguido (...). Citou o caso do Sr. Ramón León (...) e que agora, sem motivo algum, estava sendo afastado, por não ser contra nem a favor do Sr. João Clá, até aquele momento --‘quem está acima do muro é o primeiro a cair’, disse ele. (...) Não se sabe quem será o próximo a ser afastado. Diante disso foi aberto um processo na Justiça, para suspender tais afastamentos (...).
Apresentou-me então uma procuração, que os correspondentes estavam assinando, para apoiar tal processo (...).
Bem, senhores, diante de tudo isso, acabei por assinar uma procuração sem ler. (...)
Graças a um amigo, tive a oportunidade de saber do que se tratava realmente e das reivindicações do processo. No mesmo dia, meu marido ligou para o encarregado da sede e solicitou a devolução de tal procuração e ele disse que iria rasgá-la. Por isso me dirijo a Vas. Sas. para que tomem por nula minha assinatura.
Peço também (...) que se por ventura ainda existir tal documento, este seja destruído com tantos outros que ali estão e foram assinados por causa da credibilidade que os membros do Grupo tem junto aos correspondentes que confiam sem restrição na TFP.
Conversa de JC com eremitas de São Bento e Praesto Sum, 1/4/96 - Entre março e abril de 1996, esteve em São Paulo o Professor De Mattei. A respeito do encontro deste com JC, perguntaram ao velhaco o seguinte:
(P. Henrique: Sr. João, o senhor podia explicar a tática de guerra que o senhor usou para ele chegar e pegar o senhor no coro. Qual o objetivo que o senhor teve?)
O objetivo que eu tive foi o seguinte: Eu não o atendi a semana inteira nem fui ao encontro dele a semana inteira (...) Eu o deixei no centro sozinho a semana inteira, não estive com ele. Era um pouco bruto da minha parte eu ter feito isso. Ele quis ter um encontro comigo ontem, mas ontem não dava porque eu tinha reunião com os Correspondentes e Esclarecedores. Então o Sr. Juan Miguel combinou com ele que indo para o aeroporto ele passaria por aqui.
Eu mandei preparar um bom lanche (...) para dar um pouco de entretenimento à nossa conversa. Mas quis que ele me pegasse no meio de um ensaio de coro para ele ver que eu estou ocupado, e que eu dou importância a ele a ponto de estando num ensaio de coro, suspendo o ensaio de coro e vou atendê-lo.
Então os senhores aprenderam mais uma.
O Pe. David Francisquini ficou muito chocado quando lhe caiu em mãos a cópia de uma carta confidencial enviada por ele aos Padres de Campos favoráveis a JC e que estava sendo difundida sem sua autorização em vários lugares do Brasil:
Infelizmente, não é a primeira vez que sou vitima da divulgação de assuntos confidenciais. Já tive oportunidade de lamentar (...) o fato do Sr. JC ter gravado meus telefonemas e sem meu conhecimento. (...). Menos ainda imaginava que agora, apesar de ter protestado pelas gravações e sabendo o Sr. JC e o Pe. Olavo que eu estava contrariado com este procedimento, mesmo assim, tais telefonemas privados foram apresentados na carta de VV. Revmas., e com tão ampla divulgação. (...) Mas agora [JC] vai muito mais longe em seu desrespeito por minha pessoa, oferecendo aos Senhores esses telefonemas para serem usados contra mim. E, além do mais, nem sequer deu aos Senhores o texto íntegro de tais conversas privadas, pois na carta de VV. Revmas. aparece uma versão truncada e parcial (e, portanto, deformada) de minhas palavras. (Cfr. Carta do Pe. David Francisquini aos Pes. Olavo, Antônio e Gervásio, 6/6/97)