36


O Anticristo já veio?


Capítulo 5: Escamoteação – tergiversação - semvergonhice



Capítulo 5: Escamoteação – tergiversação - semvergonhice 1

I. No tocante à Missa Nova e relacionamento com a Estrutura 1

II. No tocante à doutrina da sociedade orgânica 4

A. Teses subjacentes nos escritos joanistas 4

B. Os ensinamentos de Dr. Plinio a respeito da organicidade, não só não concordam com a “organicidade” joanina, mas a condenam 6

1. Na sociedade orgânica preponderam os bons e a espontaneidade é reta 6

2. A verdadeira autonomia orgânica não dá em rebeldia, descabelamento ou anarquia 7

3. Autonomia não quer dizer independência 7

4. O governo orgânico da TFP não comporta sufrágio universal 8

5. O consuetudinário pode desviar-se facilmente 8

6. A liberdade orgânica tem limites e precisa ter um governo forte 9

7. Pelo princípio de subsidariedade, a autoridade tem que estar continuamente vigiando e punindo o mal 9

8. A Revolução procura nos fazer acreditar que o homem que tem autoridade é malévolo 10

C. O princípio de autoridade na TFP 10

D. Organicidade da fundação da TFP 10

E. Organicidade de nosso Estatuto 11

III. Apresentação de textos do SDP como evidentemente favoráveis a JC, mas que na realidade o denunciam 14

A. Caraterísticas da pessoa que não deve ser designada para dirigir a TFP 14

B. Teoria dos cones 14

C. Isolamento de quem é ótimo dentro da TFP 26

D. Os dois filões dentro da Ordem Carmelita, na época de Santa Teresa 28

E. Nas ordens religiosas, a eleição dos superiores é feita conforme os respectivos Estatutos 28

IV. Silenciamento de trecho de um documento de Dr. Plinio que desfavorece a revolta 29

V. Instrumentalização de palavras de Dr. Plinio para censurar às TFPs Americana, Alemã e Francesa 29

VI. no tocante às profecias do Beato Palau 31

VII. no tocante às profecias de Sóror Isabel do Santíssimo Sacramento 33

***



A facção joanina carateriza-se por apresentar meias verdades, afirmações explícitas misturadas com insinuações, deturpações, omissões e até inverdades.

Aquilo faz parte de uma escola, de um procedimento habitual, quer para defender-se, quer para atacar.

Eis o que o encarregado do Grupo da Espanha reconhece num grafonema dirigido ao impostor: “somos testemunhas e podemos enviar uma carta aos Provectos a respeito da escola que o Sr. nos deixou nessa matéria (...) o Sr. nos instruiu como jeitosamente ir tirando o corpo dessas e outras pressões para ir ganhando tempo” .

(Cfr. “Juízo Temerário”, p.124).









I. No tocante à Missa Nova e relacionamento com a Estrutura


Antes da crise de março - abril de 1996, os Provectos não receberam nenhuma consulta ou explicação de JC a respeito das Missas Novas celebradas na Espanha com a participação ativa dos sócios e cooperadores, nem da construção do altar “versus populum” no Eremo de Toledo. Os Provectos só vieram a saber desses fatos através do Sr. Mário Navarro.

(Cfr. Relatório do Sr. Ureta, p.6)


*


Nas teses que os “ideólogos” de JC sustentam a respeito da Missa Nova omitem um ângulo de análise fundamental --intermediário entre a questão doutrinária e a questão diplomática-- que é a questão moral. (Cfr. Relatório do Sr. Ureta p.23).


*


Interrogado o Sr. Rugeles a respeito das Missas celebradas pelo Pe. Suarez em duas sedes da TFP em S. Paulo, forneceu 3 explicações: as 2 primeiras, embora tenham diferencias entre si, contradizem a terceira. (Cfr. Relatório do Sr. Ureta pp.24-26).


*

Uma vez que a carta e memorandum dos Provectos foi entregue a JC (março 1996), este leu aquilo em poucos minutos; convocou sua gente e mandou preparar uma resposta provisória.

Essa resposta provisória JC a enviou para mais ou menos 11 pessoas maiores dentro da TFP, junto com um relatório do Pedro Paulo Figueeiredo assumindo toda a responsabilidade pelas Missas Novus Ordo (1), pedindo-lhes declarações similares a esse relatório (2).


----------------------

1. Na resposta final se encontra uma versão alterada do relatório do PPF, conforme testemunho do Dr. Mário Navarro.

2. Uma dessas declarações foi de autoria do Sr. Luiz Antônio Fragelli. Mas apenas em parte, porque os agentes de JC acrescentaram, sem seu conhecimento, estes parágrafos:

Justo o Sr. [JC] que foi, junto a nós --e imagino que até junto a todos os outros grupos do mundo-- quem com empenho restaurou a imagem da figura dos mais velhos que estava deformada pelas incompreensões internas.

Lembro-me como se fosse hoje o forte empenho que o Sr. teve junto a nós de nos reaproximar de Dr. Caio, para não falar de todo seu carinho e afeto para com os mais velhos sempre que surgiam oportunidades nas reuniões.

Ao Sr. que os levantou novamente aos olhos do Grupo, justamente contra o Sr. eles lançam essa suspeita? Não posso acreditar!

(Cfr. fax do Sr. LA Fragelli, de 1/8/97)

-----------------------


Nas conversas telefônicas com o Dr. Mário Navarro, JC manifestava estar extremamente tomado pelo assunto: “mas que coisa! Eu fui acusado de traidor e de hereje!”. Insistia muito nesses dois pontos. E disse que tinha a obrigação de preparar sua defesa.

Aproximadamente na Quinta Feira Santa, JC mandou para o Dr. Mário Navarro o texto quase final de sua resposta, pedindo-lhe que o revisasse, porque não o entregaria aos Provectos sem receber sua opinião.


Poucos dias depois, de repente o Dr. Mário Navarro recebe um fax do André Dantas: “O Sr. João pediu que lhe avise que não precisava mais se incomodar em analisar o texto, porque acaba de ser entregue”.

Mas nesse mesmo dia, à meia-noite, JC telefona para o Dr. Mário Navarro, dizendo com voz muito agitada: “desculpe acordá-lo, mas temo ter feito algo que pode destruir o Grupo”. O Dr. Mário Navarro perguntou o que era. JC disse que foi entregue a resposta dele aos Provectos e que tinha medo de que aquilo tivesse um efeito catastrófico, e que portanto pedia ao Dr. Mário Navarro que entrasse em contato com Dr. Caio para ver se num telefonema entre Dr. CX e JC dava para consertar a situação..

Dr. Mário Navarro ligou então para Dr. Caio, expôs o caso e Dr. Caio aceitou ligar para JC.

Era inteiramente compreensível que Dr. Caio demorasse pelo menos alguns minutos em telefonar para JC. Nesse curto período, JC ligou 3 vezes a Dr. Mário Navarro, alarmado porque ainda não recebera o telefonema de Dr. Caio. Dr. Mário Navarro teve que explicar que precisava aguardar um pouco, porque Dr. Caio estava dormindo quando foi acordado pela sua ligação, e que certamente estava fazendo a “toilette”.

Afinal houve a conversa telefônica entre Dr. Caio e JC; novas ligações para Dr. Mário Navarro; e ficou estabelecido um “cessar-fogo”.

Depois disso, JC pediu que o Dr. Mário Navarro viesse com urgência a São Paulo. Quando chegou, JC lhe disse: “olha, comunique aos Provectos que se nós não chegarmos a um acordo para resolver essa história, eu já tenho um documento pronto para divulgar à imprensa explicando o nosso rompimento com a TFP”.

No dia seguinte, conversando ambos no S. Bento, JC estava muito conciliador; disse para o Dr. Mário Navarro que o “cartapaccio” que tinha enviado aos Provectos era uma estupidez, e quis colocar por escrito esta afirmação.

(Cfr. Relato do Dr. Mário Navarro, 6/7/97)


*


A respeito das homenagens a uma imagem de Nossa Senhora de Fátima --realizadas entre abril e agosto de 1996--, foi feita uma consulta ao Pe. Anastásio Gutierrez. Patrício Amunátegui, doutrinador do joanismo, referindo-se ao parecer do mencionado Padre, escreve:


[O] cerne da resposta à consulta [é]: “Entende-se que não se trata da coroação litúrgica e canônica de uma Imagem, o que efetivamente seria muito delicado e requereria todas as aprovações necessárias”. Esta resposta é clara e garante inteiramente as apresentações. O Sr. JAU [Sr. José Antônio Ureta] novamente vai pinçar uma única frase no meio do extenso parágrafo: “poderia ser facilmente acusado de se tratar de um engodo aos fiéis”. Quer dizer, poderíamos ser caluniados. A solução para se evitar isto, o próprio Pe. Anastásio a aponta e é de uma simplicidade que não deixa margem à dúvida: “Por isso sugiro que se diga explicitamente aos fiéis que não é uma coroação canônica da imagem, e também que se evite usar, pelas mesmas razões de prudência, a expressão ‘coroação da imagem’”.

(Cfr. "E Monsenhor Lefevre vive?" p.172)


Então, em janeiro de 1998 (data da publicação de "E Monsenhor Lefevre vive?"), o ideólogo joaniento reconhece que, para evitar ser caluniado, não se deve usar a expressão “coroação da imagem”. No entanto, os joaninos e membros da Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima continuam usando desembaraçadamente a expressão:


Fue realizada recientemente una ceremonia de coronación de la imagen peregrina de Fátima en la iglesia de la Consolación de São Paulo, Brasil, promovida por la Asociación Cultural Nuestra Señora de Fátima (...)(cfr. Boletim “Ecos de Fátima” da “tfp” espanhola, outubro de 1998, p.4)


Na noite de hoje, a banda e o coro [da ASCNSF] (...) fazem uma apresentação gratuita na Concha Acústica da UFC. (...) A apresentação, a exemplo do que aconteceu ontem na igreja de Cristo Rei, contará com um ritual criado por esta instituição laica: a “coroação da imagem de Nossa Senhora de Fátima”

(Cfr. Diário do Nordeste, caderno 3, Ceará, 10/12/98)


Homenaje a la Imagen de Nuestra Señora de Fátima en la escuela de Cadetes del Ejército (...). La excelsa visitante fue recibida con fervor y pompas castrenses. Durante la ceremonia, la Imagen fue coronada por la madre de la Primera dama de Colombia.

(Cfr. Revista “Tradición Familia Propiedad”, Chile, ano 36, nro. 104, 1999, p.12


Ver também: Covadonga Informa, setembro de 1998, pp.7-10; carta-circular da Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima a seus aderentes, de 3/9/98; boletim “Salvai-me Rainha de Fátima”, ano 1, nro. 2.





II. No tocante à doutrina da sociedade orgânica


A. Teses subjacentes nos escritos joanistas


Os joaninos vêem com maus olhos toda e qualquer “interferência” dos Diretores “na vida da associação”. Para eles, autonomia é sinônimo de independência:


Após o falecimento do Dr. Plinio Corrêa de Oliveira, procedeu-se a uma eleição para preenchimento do cargo de vice-presidente da associação (...). A partir de tal eleição, o vice-presidente eleito, bem como outros diretores da sociedade civil passaram a interferir cada vez mais na vida da associação (...) (Cfr. processo aberto pelos sediciosos em 25/11/97).


Os Estatutos estão servindo de instrumento --melhor seria dizer arma-- para a imposição de uma tirania (...)(Cfr. processo aberto pelos sediciosos em 25/11/97).


[O Sr. Fernando Antunez, foi] por longos anos encarregado da secretaria do Sr. Dr. Plinio, função essa que não lhe dava autoridade para interferir na vida dos diversos setores da TFP, que sempre tiveram autonomia própria. (Cfr. “Quia nominor Provectus” p.24).


Encontrando-se, portanto, a associação num impasse que tolhe seu pleno funcionamento, (...) torna-se urgente a adoção de procedimentos para uma solução justa dos problemas surgidos, que devem consistir no seguinte: (...) 5. Impedir que a autoridade estatutária possa interferir, abusivamente, naquilo que extrapole sua alçada (...).(Cfr. processo aberto pelos sediciosos em 25/11/97).


[O governo exercido pelos Provectos] nega ou contunde a liberdade católica, (...) impede ou destrui a formação dos corpos intermediários, necessários à vida orgânica de qualquer sociedade, e elimina ou cerceia sua legítima autonomia (Cfr. “Quia nominor Provectus”, p.192).


O conselho supremo dos cinco [tentou demolir as] autoridades e corpos intermediários estabelecidos em vida pelo Fundador (Cfr. “Quia nominor Provectus”, p.192).


Nunca imaginamos, pois, que alguém na TFP (...), pretendesse usar da autoridade estatutária (...) para tentar intervir arbitrariamente nessa contextura e estraçalhar seu admirável tecido orgânico (Cfr. “Quia nominor Provectus”, p.193).


Para a nova diretoria estatutária da TFP brasileira, autoridade resume-se no direito irrestrito de dar ordens aos subordinados (Cfr. “Quia nominor Provectus”, p.15).


Nunca houve entre nós [antes do motim de Jasna Gora] uma intromissão do Conselho Nacional, enquanto tal, na vida interna do Grupo. Este sempre se regeu de acordo com os costumes estabelecidos orgânica e naturalmente ao longo das décadas (...)(Cfr. “Quia nominor Provectus”, p.23).


A função de presidente estatutário da TFP brasileira não confere ipso facto o poder de influência sobre a nossa “família de almas” (Cfr. “Quia nominor Provectus”, p.109).


*


Na proposta que no dia 7 de junho de 1998 Aloísio Torres apresentou a Dr. Plinio Xavier fica ainda mais claro o que os rebelados entendem por “autonomia”. No documento também transparece a sem-vergonhice do chefe da corrente. Eis os principais pontos da proposta joanina:


  1. Substituição da situação atual por uma “aliança de unidades autônomas” da TFP --não só dentro do mundo, mas também dentro de cada país. Essa aliança seria algo “muito mais tênue” do que uma Federação; e poderia comportar “membros avulsos, não filiados a nenhuma das entidades autônomas”. A aliança faria “as ações em comum nas quais houvesse consenso das diversas componentes. As demais ações seriam de responsabilidade exclusiva” de cada componente. “A ação de um componente não arrastaria a responsabilidade dos outros. A começar pelos problemas de ordem fiscal e legal, e incluindo os da alçada do Direito Canônico”.

  2. Mudança dos estatutos.

  3. Proporcional” divisão da administração e do patrimônio.


*


Na TFP a autoridade não pode ser severa nem pode impor a disciplina:


[Os diretores puniram] rigorosamente dois membros veteranos e beneméritos [Ramón León e Fernando Larraín]. (...) Tal fato, de si, constitui uma novidade extremamente grave na nossa associação, contundindo profundamente o modo [de Dr. Plinio governar]. (Cfr. processo aberto pelos sediciosos em 25/11/97).


[O] estilo paternal de dirigir, por ser o “mais conforme à natureza”, é o único aplicável a uma entidade como a TFP, de formação fundamentalmente orgânica. (Cfr. “Quia Nominor Provectus”, p.63).


*


Há uma íntima correlação entre a concepção joanina de “organicidade” e o sufrágio universal:


A natureza da TFP e sua realidade orgânica interna pedia aos mais velhos que parassem e refletissem atentamente antes de agir como agiram. Pedia sobretudo que, humildemente, reconhecessem as lideranças apoiadas amplamente por nosso Fundador, cujo papel, depois do seu falecimento, era capital aos olhos de todos. (...) Mais ainda, era preciso estabelecer, com a clara participação do conjunto dos membros das TFPs, mecanismos de liderança destinados a coordenar a nossa vasta “família de almas”. (Cfr. “Quia Nominor Provectus”, p. 177)


Encontrando-se, portanto, a TFP num impasse que tolhe seu pleno funcionamento, (...) torna-se urgente a adoção de procedimentos para uma solução justa dos problemas surgidos. Assim, é indispensável:

- Que a autoridade estatutária (...) não dite normas atentatórias aos direitos fundamentais, tanto os contemplados pelas leis de Deus e dos homens, quanto os decorrentes estabelecidos no Grupo.

- Haver inclusive no âmbito estatutário um governo mais aberto, (...) em que o conjunto possa fazer ouvir, de modo orgânico, sua voz nas decisões de importância. ((Cfr. “Quia Nominor Provectus”, p. 188)




B. Os ensinamentos de Dr. Plinio a respeito da organicidade, não só não concordam com a “organicidade” joanina, mas a condenam


1. Na sociedade orgânica preponderam os bons e a espontaneidade é reta


Conforme uma compilação insuspeita --pois foi elaborada por discípulos de JC-- de várias reuniões de Dr. Plinio sobre a sociedade orgânica, esta “é uma sociedade boa em que preponderam os bons, gerando uma espontaneidade reta, fruto do bem”.

(Cfr. “Quia Nominor Provectus, pp. 81 e 82)





2. A verdadeira autonomia orgânica não dá em rebeldia, descabelamento ou anarquia


MNF 1/10/93:

(JC esteve presente nessa reunião)


Na organicidade o que mais me chama a atenção é uma coisa que está mais no fundo do que aquilo de que nós falamos: é o encaixe dos vários elementos que compõe o corpo social, o modo deles se encaixarem e de combinarem uns com os outros, de maneira a formarem alguma coisa que é um plano de Deus e não dos homens, e que Deus delineia e cria quando os homens são fiéis à graça dEle, prestam atenção, vêem que Ele entrou com o lumen dEle no tema, e aí não se pode sair daquele tema até voltar ao problema inicial.


Com a organicidade a idéia primeira que eu tinha -- e que, aliás, continua a ser minha idéia primeira -- é a seguinte:

Existe um livre jogo dos elementos que constituem uma sociedade, de maneira que esses elementos são e atuam quase como se fossem elementos inteiramente autônomos. E nesta autonomia, se for respeitada a Lei de Deus, quer dizer, todo o mundo fizer um uso reto dessa autonomia, nasce a realização de um plano de Deus a respeito daquele grupo social que é um plano que homem nenhum seria capaz de excogitar. É a primeira coisa que se trata de pegar.


(JC: Será muito bom).


É, portanto, distinguir, no plano histórico, profeticamente o que Deus quer. O que Deus quer e que Ele exprime por essa espécie de impulsão ou de sopro que Ele dá aos elementos autônomos que constituem um corpo social.


Aí vem a organicidade. A organicidade é esta autonomia que, sem dar em rebeldia, sem dar em descabelamento ou em anarquia, longe disso, entretanto é uma autonomia cheia de surpresas, cheias de coisas com que não se contava.


(JC: Essa é a verdadeira liberdade).





3. Autonomia não quer dizer independência


Palavras de Dr. Plinio, emitidas num almoço de 1990, e lidas por JC no "jour-le-jour" 12/10/97, parte II:


O feudo é autônomo, mas não é independente. Mas, o que é que é isso? A autonomia é a independência para matérias meramente locais, e a dependência para matérias que encaixam no interesse geral. O Bispo em relação ao Papa é autônomo, mas não é independente.

Agora, o que é um Bispo? Os interesses meramente locais da região estão com o Bispo, e o Papa não pode entrar. Os interesses religiosos que têm repercussão no interesse geral da Igreja, estes estão com o Papa.





4. O governo orgânico da TFP não comporta sufrágio universal


Palavras de Dr. Plinio, na Reunião de Recortes do ano 1972 (lida por JC no "jour-le-jour" 16/6/96):


Os senhores aí podem compreender porque razão eu tenho enlevo por aquele quadro que representa a Ordem de Malta deliberando sob a inspiração do Grão-Mestre. É porque exatamente aquilo me parece um conciliábulo magnífico, em que está o Grão-Mestre no centro, mas não é como uma espécie de demiurgo que vai tirando de si mistérios e jogando em cima dos outros, mas é numa colaboração em que cada um tem algo a dar, mesmo. Suco dentro daquilo: três irmãos velhotes trêmulos que estão ali e que parecem que não sabem dizer nada, mas que na hora de certas deliberações arrojadas um levanta-se e diz:

- Peço para falar. Fulano de tal em tal ocasião disse: "nunca se faça isto, porque dá tal coisa assim. Eu queria comunicar esta experiência. Uma experiência que vem de há cem anos atrás". Senta. Zum-zum na sala. É a tradição que falou, que deu a sua colaboração.Isso seria então fazer dos membros da reunião, através do estudo, especialistas e leitores. Dos leitores, homens de ação. Dos leitores e especialistas, homens de ação, homens de conselho para um governo orgânico da TFP, que não é uma ditadura de um só, nem é o sufrágio universal com Câmara de Deputados, mas é uma união profunda de almas de um com todos, de maneira que todos trabalhem numa espécie de sincronia angélica. Era assim que eu imaginaria o desfecho último da nossa Faculdade [de estudos de opinião pública], que representaria apenas um passo dentro desse conjunto.




5. O consuetudinário pode desviar-se facilmente


No "jour-le-jour" 17/8/97, parte I, JC lê e comenta o que Dr. Plinio disse numa CSN:


Aparte: Agora, a Revolução ao fazer o ataque, ela atacou primeiro o implícito, depois o explícito?

Ela atacou primeiro o implícito e só mais tarde o explícito.

(...) essa implicitude gera costumes, gera maneiras de ser. Ela tece a sociedade temporal católica. E isso é assim consuetudinário, de acordo com os costumes. E esse consuetudinário pode desviar-se facilmente pelo errado da natureza humana.


Quer dizer, de repente cria-se um costume errado. Por quê? Porque a natureza humana é concebida no pecado original. Então, como fazer para evitar que se crie um costume errado?


Então, para proteger esse tesouro, vai ser necessário ter o olho atento e ver onde houver o menor desvio, entrar com a explicitação, que se compõe de dois elementos: A denúncia e a retificação. A denúncia é: "Prestem atenção! Vocês, vocês estão começando a fazer assim, que não percebem que é ruim". Segundo, a retificação: "Isto é ruim por tal coisa, e o bem constitui em tal outra".

E por esta forma, amparar a Cristandade contra a Revolução consuetudinária, em que os maus costumes, os maus estados de espíritos, os maus modos de fazer vão levando nas suas dobras as más doutrinas e a apostasia. É a Revolução contra a Igreja.





6. A liberdade orgânica tem limites e precisa ter um governo forte


Palavras de Dr. Plinio (dezembro de 85), lidas no "jour-le-jour" 21/3/397:


É a liberdade da sociedade orgânica que tem seus limites naturais, mas precisa ter um poder forte, para obrigar tudo o que exorbite a entrar nos limites naturais! E para orientar, guiar, estimular, etc.




7. Pelo princípio de subsidariedade, a autoridade tem que estar continuamente vigiando e punindo o mal


CSN, fevereiro de 1983, lida no "jour-le-jour" 6/4/97 (na fita consta que não era CSN mas reunião em Amparo ... ):


Há um princípio de organização das coisas que me é muitíssimo caro e que se chama princípio da subsidiariedade. Nós já temos falado desse princípio aqui. Os senhores sabem qual é o princípio, mas para lembrá-lo assim num instante eu o enuncio da seguinte maneira:

O princípio da subsidiariedade leva um comandante de um navio a ser aquele que faz aquilo que só o comandante pode fazer. Aquilo ele faz inteiramente e ele basta inteiramente para aquilo.

Mas, ao mesmo tempo, tomando em consideração que ninguém carrega na alma o amor pela nau e pela navegação tanto como um comandante, ele está continuamente à espreita do que fazem todos os outros, para puni-los, para admoestá-los, para pô-los no lugar, porque a todo momento aquela máquina humana que é a tripulação de um navio, está para se desconjuntar em virtude do pecado original. E ele tem de estar a todo momento vigiando. E não é cada marujo apenas no seu lugar, mas é cada tábua do navio, cada prego, ele tem de saber se está bem firme, se está bem preso. Ele que só cuida das coisas mais altas vai saber até direito se a colher com que o cozinheiro remexe a sopa de bordo está em ordem, se lhe chega a menor idéia de que isto está em desordem. Senão, não, ele manda funcionar pelos outros. Mas ele tem um faro por onde um pouco demais de sal na sopa ele percebe: tal coisa está errada.

E, pela subsidiariedade ele substitui a todos e a cada um, num esforço de todas as horas, de todos os momentos.





8. A Revolução procura nos fazer acreditar que o homem que tem autoridade é malévolo


Santo do Dia, 23/9/72:


A Revolução procura nos fazer acreditar que o homem que tem autoridade é malévolo. É uma espécie de fera que subiu, e que fica contentíssima porque encontra oportunidade de passar o porrete nos outros, como quem diz: “eu apanhei até subir, agora que eu estou em cima, desconto dando nos outros”.

Isso é “de lo último” do ponto de vista católico, mas é “de lo último”! Não pode ser mais ordinária uma concepção de autoridade do que essa.




C. O princípio de autoridade na TFP


Santo do Dia, 14/4/73:


Em nenhum lugar o princípio de autoridade se faz valer como entre nós; em nenhum lugar existe tanta obediência.





D. Organicidade da fundação da TFP


No 30/5/83 o SDP deu a Roberto Kallas uma série de normas a respeito da montagem de um mostruário da TFP e do que dizer aos visitantes. Às tantas, o SDP aconselhou:


Depois, quando se tratar da pré-história da TFP, a gente pode dizer:


A TFP tem sua pré-história. As árvores tem a história de sua germinação. Até que ponto a história da germinação é a história da árvore? Bem entendido é, embora o que está debaixo da terra não merece ser chamado árvore, é um germen de árvore. Assim também a TFP deve sua germinação.


Agora, essa germinação, o que é que foi?


Por que razão é que o grupo inicial, que constituiu a TFP, teve como ponto de partida essa capacidade assim: constituído o grupo, chamou muito atenção, impressionou profundamente ao meio especificamente católico brasileiro? O que é o meio especificamente católico brasileiro? É constituído pelo clero e pelas pessoas que são chamadas de sacristia. Essas pessoas são muito mais numerosas do que se pensa, tomando em consideração que não há lugarzinho do Brasil que não tenha 2, 3, 4 igrejas. (...)


A TFP, durante muito tempo, atuou nesse fator antes de atuar no grande público. De que forma atuou? Na sua pré-história, não sob a forma de TFP propriamente dita, mas em virtude de um longo processo que convém acentuar.


Aí viria minha eleição com o movimento mariano (...). Eleição para deputado (...) Legionário (...) o livro ‘em Defesa da Ação Católica’ (...)


Aí a Santa Sé, nomeação de Dom Mayer, “Catolicismo”, etc., etc., e a constituição em todo Brasil de uma corrente de amigos do “Catolicismo”, que eram os que não estavam acompanhando a modernização. Quando isso tomou vulto, fundou-se a TFP.



E. Organicidade de nosso Estatuto


Trecho redigido com base numa consulta feita ao Pe. Castaño (através de JC ?), publicada em “Juizo Temerário”, pp.336 ss.


Un grupo de seglares católicos fervorosos, que tuvo su origen en la década de 1930, está persuadido de tener vocación para dedicar su vida a la lucha por la recta ordenación de la sociedad temporal, según los mandamientos de Dios y las enseñanzas del Magistério tradicional de la Iglesia.

(...) Al haber alcanzado este grupo cierto grado de madurez y desarrollo, y haber crescido en intensidad su actuación pública, a sus dirigentes les pareció que habia llegado el momento de una institucionalización. Hasta entonces el referido grupo se habia desarrollado de modo informal, a través de la conjugación de esfuerzos (...) como redactores, colaboradores o propagandistas de una revista mensual de cultura, de inspiración católica (...).

Después de estudios y reflexión, los referidos dirigentes y demás compañeros de acción llegaron a la conclusión de que, en las circunstancias especiales de su país, la conformación jurídica de que, en las circunstancias especiales de su país, la conformación jurídica que mejor atendia a las finalidades que se proponian, de actuación en el orden temporal, era la de una associación civil, de carácter cívico, cultural y benéfico.

(...) hubo apenas una estructuración jurídica, bajo estatutos civiles, de un grupo de inspiración religiosa que hasta entonces actuaba informalmente.

(...) no hubo solución de continuidad en la actuación en el orden temporal del mencionado grupo de seglares católicos, los cuales, reunidos ahora en una asociación civil, emprendieron nuevas campañas públicas en defensa de instituciones fundamentales de la civilización cristiana (...).

Al mismo tiempo que crecía esa actuación pública en el orden temporal por medio de una asociación civil, también crecian los anhelos de perfección cristiana que, desde las primerías, caracterizaban la vida de ese grupo de seglares católicos y animaban su actividad.

Por otra parte, las dificiles condiciones del mundo moderno, cada dia más paganizado y hostil a la práctica de la virtud, llevaron a muchos miembros del referido grupo a buscar una forma de vida comum, como medio de mutua enfervorización y perseverancia en la vocación, bien como de preparación espiritual e intelectual para la actuación externa. En algunas residencias colectivas, que para ese fin se fueron constituyendo, se fue estableciendo, poco poco, un reglamento, y fueron introducidas ciertas prácticas que favorecian el estudio y la reflexión, así como la vida de piedad (...).

Cierto número de esos seglares (...) emitieron a título individual, voto privado de obediencia al más provecto dirigente del grupo (...). Muchos de ellos resolvieron sellar la práctica del celibato (...).

No se puede dudar que tales prácticas y tal modo de vida presentan alguna analogia con la vida consagrada canónica. Sin embargo, tampoco se puede dudar que se trata de mera analogia, no de identidad; y que, por outra parte, no consta que tal imitación de vida consagrada canónica esté prohibida por la legislación eclesiástica. (...) Es más, la lesgislación eclesiástica no solo no prohibe tal “imitación (...)”, sino que, por el contrário, incluye dispositivos que la autorizan e incluso protegen.

(...)

En determinado momento de esa trayectoria surgió de forma muy natural, en el espíritu de varios integrantes del grupo, una pregunta sobre si (...) habria necesidad o conveniencia de adoptar una estructura jurídica canónica, o si podrian permanecer en la situación en que se encontraban.

Después de sérios estudios y de la consulta a eminentes especialistas, se llegó a la conclusión de que no habia necesidad de ninguna alteración de naturaleza jurídica en la estructura del grupo o de la sociedad civil que le daba abrigo (...).

Por lo arriba expuesto se puede decir que el grupo de fieles seglares a que nos referimos constituye una realidad de naturaleza mixta: si es analizado desde el ángulo de las leyes del Estado, constituye una sociedad cívica regida por estatutos civiles; si es visto desde el ángulo de las leyes eclesiásticas, puede ser considerado una “asociación particular” de fieles, sin personalidad jurídica eclesiástica y sin inserción en el ordenamiento jurídico canónico mediante alguna forma de reconocimiento o de erección. (...)

Ese grupo de seglares, como asociación civil, tiene sus estatutos debidamente registrados y los cumple con normalidad, estando, por consiguiente, perfectamente en orden ante las autoridades del Estado; como “asociación de fieles”, ha manifestado reiteradamente su sumisión a las autoridades eclesiásticas en el ámbito que a éstas les compete, como sea el de la Fé, la moral y disciplina eclesiástica; y está, de igual modo, en situación perfectamente regular ante las autoridades de la Iglesia.


PREGUNTAS [Y RESPUESTAS DEL PADRE CASTANO]:

  1. ............

  2. Interpreta con fidelidad la legislación pertinente y la doctrina canónica evocada? (Sí).

  3. Son correctas sus conclusiones, especialmente en lo que se refiere a las relaciones con la autoridad eclesiástica, tanto del grupo o asociación en cuanto tal, como de sus integrantes individualmente considerados? (Sí).

  4. Finalmente, merecen algun reparo, a cualquer titulo, algunas de las afirmaciones y apreciaciones contenidas en el estudio adjunto? (No).


*


Storni, depois de afirmar que a TFP brasileira viveu orgânicamente e orientou-se segundo o direito consuetudinário, manifesta sua esperança de que um dia “esas costumbres se cristalizarán en reglas”. (Cfr. grafonema para Dr. Mário Navarro, de 10/12/96, p.4)

Quer dizer, reconhece que as regras --ou pelo menos, várias regras-- nascem da cristalização dos costumes.

Ora, as regras e normas do Estatuto da TFP brasileira assim nasceram.

Mas para os revoltosos, nosso Estatuto é intrinsecamente anorgânico.





III. Apresentação de textos do SDP como evidentemente favoráveis a JC, mas que na realidade o denunciam


A. Caraterísticas da pessoa que não deve ser designada para dirigir a TFP


O dia da ruptura, 25/11/97, Andreas Meran fez uma proclama no Auditório Nossa Senhora Auxiliadora. A “piece maitresse” consistiu na leitura do que Dr. Plinio comentou no almoço do 28/1/87 --e que já transcrevemos no Capítulo 2, item I, F.

É de chamar a atenção que um ano antes, JC já tinha falado desse texto no "jour-le-jour" 7/4/96. Nessa ocasião ele afirmou: “no Reino de Maria [é preciso] nomear para funções quem é o arrastador, o chefe de arditi. O sujeito que é um pouquinho medíocre e não tem labareda, por mais representativo que seja, ‘Ojo!’ porque ele -“ojo’ significa atenção em espanhol, atenção- porque posto ele num cargo, ele arruina com tudo que tem abaixo”. Quer dizer, ele apresentava as palavras de Dr. Plinio como favorecedoras de sua candidatura à Presidência da TFP. Mas na realidade, a denuncia que Dr. Plinio fez desfavorece totalmente a JC.





B. Teoria dos cones


Entre julho e agosto de 1996, o “apostolado feminino” de JC, bem como as manifestações de culto a sua pessoa, estavam despertando muita cristalização entre bastantes membros do Grupo.

Nessas circunstâncias, JC achou conveniente ler e comentar, numa reunião para os veteranos (13/8/96), o seguinte texto da Comissão B (em letras itálicas), que a primeira vista parece favorecer ao impoluto, mas na realidade ajuda a entender sua prevaricação:


O demônio tem o seu corpo místico, e nós podemos dizer que há dois pólos: Nosso Senhor Jesus Cristo cuja influência toda incidindo em Nossa Senhora e de Nossa Senhora distribuindo-se para todas as almas que estão no Corpo Místico em estado de graça, as almas santas, que constituem uma hierarquia --naturalmente quase tudo isto é invisível, é visível somente aos olhos de Deus, mas, correspondem a uma realidade muito profunda--, depois as almas fervorosas mas que não são santas, abaixo as almas corretas e depois as almas tíbias, mas eu chamo tíbio que está em estado de graça, não o tíbio em estado de pecado.

Eu as dividi por um traço porque estas almas em graus diversos, por uma ação voluntária, estão ligadas inteiramente ao Corpo Místico de Cristo, são os membros vivos do Corpo Místico de Cristo.

Agora, há algumas que estão itinerantes entre os dois estados, que com muita freqüência passando do estado de graça para o pecado mortal e vice-versa, são almas que estão na fímbria da vida e da morte, que fica nos limites da vida e da morte.

Agora, sempre considerando a partir das almas itinerantes, a influência de Nosso Senhor Jesus Cristo à comunidade de princípios, de desígnios e de influência cai muito, são três quedas; isto é, as almas tíbias em estado de graça ainda são corretas, as itinerantes são corretas/incorretas, e as almas em estado de pecado mortal crônico por fraqueza são as incorretas definidas. Quer dizer, Nosso Senhor Jesus Cristo com os membros do Corpo Místico que estão em estado de pecado mortal crônico, por fraqueza, a sua influência é uma; nos que estão em estado de pecado mortal por amor ao mal, por tibieza, inveterado, que não é só fraqueza, a influência é outra; depois as almas fervorosas para o mal; depois as almas "santas" para o mal; quer dizer, portanto, que o quadro se repete e, mais uma vez a figura do losango, como descritivo de todas as coisas do universo, se repete.

A partir de Nossa Senhora a influência de Nosso Senhor Jesus Cristo vai ficando mais tênue até que a partir das itinerantes vai ficando quase negativa, até a outra extremidade.

Nós temos aqui o esquema das influências dos dois corpos místicos na História, e, há uma influência de Nosso Senhor Jesus Cristo que só não chega ao demônio e há uma influência do demônio que só não chega a Nossa Senhora.

Quer dizer, essas duas influências invadem reciprocamente os dois corpos e lutam, é o panorama da História.

É a partir desses dois planos que eu faço aqui algumas observações:

- As influências de um pólo, enquanto não consentidas, chegam até o outro pólo, às vezes com grande força no pólo bom.

Isto quer dizer o seguinte: as influências do demônio, enquanto não consentidas, chegam até o alto, e, o que nelas tem de mais curioso, é que às vezes a maior parte de sua intensidade chega até lá, opera com mais intensidade nos ótimos, por uma misteriosa permissão de Nossa Senhora, naturalmente não atinge a Ela, porque isto é uma sujeira que não pode tocar nEla, mas, nos outros atinge, daí, as tentações fenomenais dos santos em alto estado de santidade.

(...)

Resumindo, a influência do demônio chega até ao outro pólo inteiro. Para ser breve, no pólo mais próximo do demônio é muito raro chegar um raio da graça, enquanto é muito freqüente a tentação chegar até em cima, pois, na alma endurecida etc., etc., é muito raro.

(...)

Estas são as influências não consentidas. Agora vem as influências consentidas:As influências um tanto consentidas são tanto mais fortes quanto mais próximo do pólo respectivo.(...)

No ponto intermediário há o máximo da debilidade das influência dos pólos. Estas são as almas em que as influências do demônio e de Deus atingem o máximo da debilidade. (...) se uma alma dessas, em que a influência é muito fraca, enquanto consentida, ela consentindo em uma dessas influências, ela vai subindo ou descendo. Estas almas estão neste estado não porque o demônio atua pouco nelas ou porque Deus atua pouco nelas, mas é porque elas se entregam pouco, quer a Deus quer ao demônio. É um estado consentido.


(Aparte durante a reunião da Comissão B: Por quê estas são as almas, das quais Nosso Senhor disse que as vomitaria de sua boca?)


Não é propriamente assim, pois, na tibieza é preciso considerar se é por fraqueza ou se é por malícia. E Nosso Senhor falava das almas tíbias por maldade, porque querem ser tíbias, não tem vontade de outra coisa etc., é uma espécie de "fervor" na tibieza que é uma posição de alma tipo democracia cristã, etc. É aí que se compreende que Nosso Senhor tenha dito essas duas coisas que parecem contraditórias: uma é "se fosses frio ou quente eu te aceitaria, mas, morno, começo a vomitar-te de minha boca"; e a outra é "eu não vim acabar com o arbusto partido nem extinguir a chama que ainda fumega", esta última é a tibieza do fraco e a primeira é a tibieza do tipo que [é] um apóstolo da tibieza. A tibieza para ele é uma filosofia do universo e é em nome da tibieza que ele odeia toda verdade e todo bem. É o morno execrável, repugnante etc., e há tíbios assim, que sentem mal estar no fervor e procura irradiar a tibieza porque só se sente bem na tibieza, este é vomitando e nada se pode fazer.


(Aparte durante a reunião para os veteranos: O senhor podia dar alguns exemplos desse tipo humano?)

Dentro do grupo ou fora? [Risos]


(Aparte: Dentro.) [Risos]

Mas, eu dou sub sigilum comissum dentro do grupo, eu posso dar mesmo. Então, pára o gravador aí .../...

(...)


É bom ficar claro que eu tomo as almas estaticamente, paradas, com exceção das itinerantes que eu tomo em movimento. Quanto mais próximas elas estão de um pólo, maior a influência consentida desse pólo. Quanto mais longe elas estão de um pólo é menor a influência consentida desse pólo.


(Aparte durante a reunião da Comissão B: A influência consentida é oposta à tentação, quer dizer, o demônio só gasta a influência dele nas almas que não consentiram?)


Não, é inteiramente distinto da tentação, isto é, ele também age sobre as almas que já consentiram, pois ele quer cada vez mais levá-las para baixo, porque embora os pólos tendem a radicalizar, a atrair tudo, e depois ele não é como nós que temos um capital pequeno para distribuir, eles são anjos potentíssimos e nós míseros homens, o problema da economia da influência e do tempo para eles não se põe. Ao mesmo tempo em que ele se esforça para fazer com que uma alma santa [não] fique fervorosa, também ele se esforça para mudá-la de pólo, para ele isto não é um reino parado onde ele não age, ele age em tudo. E, é bom distinguir: a influência enquanto consentida é a mesma influência não consentida a partir do momento que alma diz “sim” para ela, quer dizer, o demônio pode exercer uma influência sobre uma alma fervorosa igual a mil e esta alma fervorosa dar um pouquinho de consentimento à influência, e, então a influência que o demônio exerce está em dois estados, isto é, em estado não consentido igual a 999, e em estado consentido igual a 1.

É a mesma influência em dois estados, esta é a diferença. Também em relação a Deus, a graça está em nós em estado consentido e não consentido. Consentido enquanto nós estamos dizendo sim, e, não consentido enquanto ela nos convida e nós a rejeitamos. Portanto, são dois estados de uma mesma influência na alma e não influências diversas.

(...) nas almas fervorosas ou "santas" para o mal a influência da graça enquanto consentida é mínima, enquanto não consentida excepcionalmente pode ser imensa, a intensidade da graça pode ser enorme e o consentimento minúsculo.

(...) No plano da graça você encontra às vezes almas muito pecadoras que recebem gratuitamente graças que um melhor não recebe. É bem verdade que as graças que nós recebemos se intensificam por nossa cooperação, o que não impede que um outro tenha graças maiores que essas, não consentidas, por pura misericórdia de Deus.

(...) pode ser por exemplo que um de nós aqui seja muito fiel à graça etc., e, nossa correspondência aumenta as graças que recebemos, mas que no momento haja um tipo aqui que está recebendo graças que nunca nenhum de nós recebeu e pode ser que este tipo a rejeite.

Há teólogos que dizem que quando Nosso Senhor disse a Judas "Amigo, a que vens? Com um beijo trais o Filho do Homem?", há teólogos que dizem que Judas recebeu uma graça que, exceto Nossa Senhora, nunca ninguém tinha recebido, mas que ele a recusou inteiramente por trinta dinheiros.

(...)


(Dr. Fábio: Santo Agostinho seria este caso, de ser uma alma santa do demônio que recebeu uma graça e se converteu?)

É, mas ele não chegou a essa forma de malícia de tramar contra o bem, ele não era um entrosado como São Cipriano que era feiticeiro, macumbeiro, adorador do demônio e “de lo peor”, etc., e que de repente a Providência deu a ele uma graça porque quis dar; foi uma conversão fulminante e logo para um grande grau de santidade. É preciso ver bem isto: este esquema é muito rígido na ordem do consentimento, mas na ordem da graça, do convite a liberdade de Deus se põe inteira. O que não tolhe o fato de que para cada um de nós as graças aumentam à medida em que correspondemos, isto é líquido.


(Dr. Duncan: O demônio também não age deste modo?)

Nosso Senhor dá a ele permissões, e isto se vê claramente em Jó e São Pedro: Nosso Senhor disse a São Pedro uma coisa muito misteriosa, visto que São Pedro era uma alma muito eleita, Nosso Senhor disse a ele uma palavra adorável e quase insondável, disse: "o demônio pediu para te joeirar como o trigo, mas Eu pedi que permanecesses firme na Fé", isto é, permitiu ao demônio para te tentar, como se faz com o trigo, para ver o que você é, mas Eu roguei que permanecesses firme na Fé, há um ponto em que o demônio não vai conseguir nada com você. Isto é muito misterioso, as tentações são circunscritas. Em Jó também isto se deu.


(Cel. Poli: As influências não consentidas tem alguma influência?)

As inteiramente não consentidas redundam em glória, aí é o caráter providencial da tentação, o que também é verdade para o lado mal, isto é, a recusa à graça aprimora a entrega ao pólo mal.

Outro princípio é: O ponto intermediário é o ponto de maior debilidade da influência.

Em quarto lugar vem: Uma ação geralmente interior e extranatural --isto é, acima da natureza e exercida dentro das almas, ou seja, sobrenatural ou preternatural-- para deslocar os elementos do cone ou atenuá-los, é uma luta principalmente invisível em almas contemplativas e almas expiatórias.

Esta é uma ação excepcional, não é comum. O princípio é que as tentações vão se tornando menos freqüentes, mesmo as não consentidas, à medida que a pessoa sobe, mas como exceção há tentações fortíssimas para almas fervorosas ou santas, mas que é uma influência toda ela interior sobrenatural ou preternatural. Porque na ordem da natureza à medida em que a alma vai se vencendo, o mal natural vai perdendo a força nela, e o bem natural vai aumentando a força nela, ou o contrário. Mas, do lado sobrenatural ou preternatural há isto, às vezes a graça vai até ao extremo oposto ou às vezes a tentação vai até aos santos, são ações de exceções, mas potentíssimas, são a artilharia de um lado e de outro da luta. (...)

Faz parte da soberania de Deus e do poder infinito de Deus o não estar sujeito a essas regras, de uma maneira habitual, quer dizer, fazer exceção às suas regras, e de vez em quando as superar por uma maravilha maior do que a própria regra e disto está repleto o Evangelho. Por exemplo, muitas almas fervorosas que seguiam a Nosso Senhor não receberam a graça que Maria Madalena recebeu quando era fassura. Há uma regra habitual que comporta exceções subestimar, e é nesse sentido que a exceção é um aprimoramento da regra.


(Dr. Caio: Em nossa época essas exceções aumentam em relação ás outras épocas?)


Aumentam porque é uma época de crise, problemas, etc., e isto Deus por sua sabedoria se reserva de ter misericórdias gratuitas por cima da mera consideração da justiça. Daí dois princípios: um é o do procedimento arbitrário de Deus por cima da regra e o outro é que Deus voluntariamente, amplia mais, restringe sua própria ação e dá liberdade ao demônio; é uma conseqüência do pecado original e do fato de que Deus quer selecionar. É um engano que as pessoas tem em pensar que Deus propriamente quer que o plano dEle não se realize quando a alma vai para o inferno, porque Deus quer que o mau vá para o inferno. Ele prefere que o homem seja bom, e vá para o céu, mas se tiver que ir para o inferno, vai, o que o espírito modernista acha difícil de conceber.

No ponto intermediário, falando da graça habitual, ou da tentação habitual, no ponto intermediário elas são menores.

Passemos ao quarto ponto: o primeiro ponto tem uma referência com o quarto, pois se trata da ação excepcional: Há uma ação geralmente interior e extranatural para deslocar os elementos do cone ou atenuá-los, e uma luta principalmente invisível, almas contemplativas e expiatórias.

Explicação: eu comparei intencionalmente --e creio que do ponto de vista militar a comparação é correta-- a graça excepcional ou a tentação excepcional à artilharia pesada e a tentação e graça habituais ao tiroteio de fuzil e metralhadoras, etc. Isto é, numa guerra o grosso da luta é feita de tiroteio, mas de vez em quando há um bombardeio pesado de cá ou de lá, forçosamente menos freqüente, mas que são o duro da guerra. Então há a luta comum entre Deus e o demônio pelos meios comuns, e, há as grossas saraivadas de artilharia que um lado joga no outro, mas principalmente o demônio no campo de Deus, por um desígnio de Deus, para conseguir abalar o Estado Maior de Deus, como Deus também faz com o demônio no caso de São Cipriano, acima citado.

Esses são os lances mais dramáticos da luta. São também os lances mais dinâmicos porque entra aqui o princípio que vou ditar depois de explicar: é que quem derruba uma alma santa, derruba toda uma fileira de almas fervorosas, corretas, tíbias, etc., etc., que estão penduradas naquela alma santa. Uma alma santa carrega consigo legiões de outras almas, e, derrubá-la é liquidar com todo um corpo de uma divisão.

De maneira que aqui está um cerco do demônio máximo e é daí que se compreende as tentações dentro do grupo. O quê é que o demônio perderia se todo o grupo fosse [composto de] almas santas? E o que o grupo perde se houver uma alma santa que decaia? E esta luta do demônio contra os cones é o clou da luta, é o lance dramático da luta.

Daí o papel das almas contemplativas expiatórias, nesta ação invisível Deus quer fazer assim e faz. Ele toma uma alma e diz a ela o seguinte: "meu filho, tua missão é de sofrer e passar a vida contemplando para sustentar na luta as almas desses, tua contemplação, teu sofrimento, teu amor, tua renúncia vão ajudar outras a carregar o peso. Quer dizer, você dentro de minha via vai ser o cepo mais precioso, porque é por você que toda a vinha se conserva vinha e não vira uva azeda, você é quase que a árvore do bem e do mal plantada no centro do paraíso, corresponda pois Eu te ajudarei também". Esse é o papel das almas que sofrem e contemplam e não prestam para nada, não há o que fazer delas, etc., etc., é a mais bonita vocação que possa haver, muito mais bonita por exemplo do que a minha, mas muito, e que é exatamente diante de uma alma assim que eu tenho vontade de beijar os pés, pois isto é a coisa.

(...) Este é o papel dessas almas. Essas almas conseguem de Deus --porque Deus quer servir-se delas-- duas coisas: conseguem que às vezes um raio de luz quase invisível vare todos esses infernos e alcance para Deus essas grandes vitórias de que o próprio Deus é avarento. E propriamente nosso movimento precisa disto, tanta coisa que nós gostaríamos de fazer subir, e que só se conseguirá que suba quando as almas que Nossa Senhora chamar para isto, e que ninguém pode se meter nessa missão, pois se meter sem ser chamada, dá em desastre.

Então, quando as almas que Nossa Senhora chamar para isto e façam isto: "eu me desolo de ver que a casa de Deus é invadida e conspurcada --no que Ela tem de mais santo e que são estas almas-- pela ação do demônio e para que isto não ceda eu estou disposto a tudo"

(...) Aqui está esse bombardeio invisível que na ordem da Opinião Pública é preciso ser levado em consideração, e muito. Isto é, por certos sintomas percebe-se às vezes que alguém deitou sangue na balança boa e que as coisas vão melhorar, ou que alguém pegou sangue da balança boa e jogou na má e que as coisas vão piorar.

Quando se tem o discernimento disso, sente-se que esse jogo é de um modo meio imponderável, mas pesa imensamente na guerrilha e é por isto que eu menciono tão frisantemente, como distinto do jogo comum.


E é por causa desta visão que ele se ofereceu e morreu no dia 3 de outubro.Quer dizer, não é possível que um homem tendo esta visão como teve, não fosse em certo momento chamado a entregar-se como se entregou.


(Hélio Silva: Por essa reunião a gente vê o seguinte, o grande jogo do demônio dentro do grupo é procurar apagar os focos de entusiasmo, não é? E é isso que sustenta todo o resto, não é?) (1)

(...)


(Hélio Silva: (...) No domingo eu tive conversando com uma pessoa que disse o seguinte, que tudo o que o senhor tem feito no grupo atualmente, [ininteligível] isso e aquilo, doutrinariamente está inteiramente correto, não há nada que criticar. Mas, são coisas inteiramente inoportunas de se fazer no momento, por isso o senhor devia parar de fazer essas coisas.)


Imagine nós pararmos as reuniões, essa reunião por exemplo, não ser feita.

(Hélio Silva: Se for seguir o conselho dele, esse mapa aí, o que é que ia acontecer?)


Baixava.

(Hélio Silva: A gente vê que a grande jogada é essa é terminar...)


Quer dizer, se não tiver gente que fica constantemente lembrando: Olha, Senhor Doutor Plinio é isso, Senhor Doutor Plinio é isso, nós temos que estar ligados ao Senhor Doutor Plinio...


(Hélio Silva: O mundo inteiro vai parar na linha...)

(...)


Há portanto uma luta que é de bombardas, e que muito raramente são dadas nas zonas neutras, da tibieza, mas elas são dadas para os cones. Habitualmente nas zonas neutras se dá isso aqui:

A outra luta, habitualmente, é para disputar as zonas neutras, é secundário tapear, dividir, etc., é inútil atraí-la, em nome do princípio oposto, suscitar, estimular, intensificar princípios congêneres.

A imensa maioria da humanidade está colocada aqui na zona neutra, e na zona neutra é onde a fuzilaria da graça ordinária existe por excelência, e onde a artilharia da graça extraordinária é mais rara.

Como então lutar para conquistar as zonas neutras? A luta consiste essencialmente em que cada pólo estimule seu próprio princípio dentro das pessoas que estão dentro desta esfera. Um católico para atrair essa gente não tem que procurar tapear, fingir que é protestante, pois essa não é a luta e ele não quer nada com isso. A vitória consiste em tornar o sujeito católico e para isso fortalecer as raízes da graça que tem nesse sujeito, as idéias, as tendências que tendem para a Igreja e não criar um jogo por onde o sujeito banca ser não-católico para conseguir que o outro sorria. Isso não é vitória. Por isso que nossa luta é tão rígida, extremamente leal, declarada e extremamente hirta e prende-se a esse princípio: a intransigência como método de ação (2).


Comentários
  1. Hélio Silva está “sublinhando” a reunião e está forçando esse texto pois o aplica a JC. Dr. Plinio está falando de vítimas expiatórias e almas contemplativas, e JC não é vítima expiatória e sua alma não é preponderantemente contemplativa.

  2. A luta que JC desenvolve não é leal --conforme consta no Capítulo 24. Seu método de ação não é intransigente --ver os Capítulos 15 e 16. Os joaninos não só não são intransigentes, mas acham que ser tal é digno de censura (cfr. “Quia nominor provectus”). E no primeiro processo contra a TFP falam mal do lado “leonino” de nosso Estatuto.





C. Isolamento de quem é ótimo dentro da TFP


No "jour-le-jour" 3/2/97, (parte da tarde), JC leu e comentou um jantar no EANS (6/4/87). Não escolheu esse texto à toa. Bem ao estilo dele, se serve de palavras de Dr. Plinio para atacar àqueles que não o seguem. E dá a entender que dentro do Grupo está sendo isolado pelos medíocres.


Agora vem um princípio que é impressionante. Eu devo tomar um gole de água para poder [ler]. O princípio que vem é impressionantíssimo.

Eu digo o seguinte: Sempre que houver um ótimo e ao lado desse um bom, haverá gente que isola o ótimo para tomar o partido do bom.

Querem que repita? Pois não, eu repito.

Eu digo o seguinte: Sempre que houver um ótimo e ao lado desse um bom, haverá gente que isola o ótimo para tomar o partido do bom. Quer dizer, ele não vai ser isolado em benefício de bêbados, dos toxicômanos, de Barrabases. Isso não se dará. Mas vai ser preferido a seus amigos mais íntimos e mais próximos dele pela virtude! Porque o melhor é o que pede mais.


Na realidade, esse trecho não se aplica a JC “nullo modo”. Porque é absolutamente indiscutível que JC, não só não era isolado dentro da TFP, mas era bajulado pela “maioria”. E nos parágrafos anteriores Dr. Plinio censura ao pátio --ao qual carateriza como democrático, concessivo e obedecido por muitos membros do Grupo.


Os senhores considerem o pátio. Essa entidade invisível, impalpável, mas real: o pátio.

O que é que constitui o pátio? Nada! É uma espécie de Opinião Pública de sufrágio universal. É ou não é verdade que se algum dia sucedesse de eu querer uma coisa absolutamente e o pátio não querer de nenhum modo, havia risco de um bom número ficar do lado do pátio. Precisa não ter ilusão, é verdade!

Porque eu pediria sempre alguma coisa na linha do sacrifício e o pátio oferece sempre alguma coisa na linha da concessão.


Depois de terminar a leitura desse texto, fazem uma pergunta a JC e ele aproveita a ocasião para semear divisões internas. Note-se que, ao falar dos sofrimentos de Dr. Plinio, conjuga os verbos em tempo presente, como se Dr. Plinio continuasse vivo entre nós --quer dizer, JC apresenta a “rejeição” de que estaria sendo objeto, como uma recusa a Dr. Plinio.


(Enrietti: Sr. João, hoje de manhã o senhor leu aquele comentário do Sr. Dr. Plinio sobre a Sra. Da. Lucilia, esse aspecto do isolamento dela e do sofrimento dela com as perseguições que ela sofreu. Agora o Sr. Dr. Plinio comentando isso de Nosso Senhor Jesus Cristo, o senhor comentando agora isso do próprio do Sr. Dr. Plinio e o Sr. Dr. Plinio dizendo que essa era a nossa vida também, etc. O senhor não poderia talvez estender um pouquinho mais esse aspecto?)


Eu poderia perfeitamente me estender doutrinariamente falando, mas isto não colhe. Eu precisaria dar exemplos.Agora, para dar exemplos, eu precisaria mandar apagar os gravadores, é verdade, de um lado, mandar apagar os gravadores e prevenir os imprudentes que não saíssem daqui comentando. (...)

Esses ataques externos fazem sofrer, não tem dúvida, mas o que mais faz sofrer um Apóstolo... Ele mesmo é quem tem uma reunião inteira sobre isso, comentando [a frase] do Evangelho de São João "Ele veio aos seus e os seus não o receberam". Ele disse que o que mais faz sofrer um homem é ser ele um apóstolo, querer transmitir um benefício, uma mensagem, uma verdade a alguém, e ser rejeitado por aqueles a quem ele quer beneficiar. Esse é o maior sofrimento.

(...) Quer dizer, ele vê uma alma com grande Tau que de repente vai entrando na disputa com ele, vai se apagando, vai se afundando, ele vendo aquela alma se afundar e não poder fazer nada por ela. Ele, a única pessoa que pode fazer bem, não há outro, ele enquanto apóstolo está sendo rejeitado. É tremendo.

Tudo isso mereceria ser contado nas minúcias, nos seus detalhes, com nomes, mas como fazer isso? Segredo entre vários é comício. Não tem jeito.

Como fazer, Sr. Araújo, o senhor que é tão prudente? Como fazer, Sr. Araújo, o senhor que é tão calado, tão prudente e que não conta as coisas?


(Araújo: Além de pedir para não gravar, talvez contar em tese. Acho que é mais fácil.)

Depois o senhor não conta para ninguém. É tremendo, é difícil, é difícil.


(Araújo: O caso do Carlos Antúnez.)

O caso do Carlos Antúnez é do outro mundo, é do outro mundo. Esse ainda é de uma pessoa que se foi, mas o duríssimo é uma pessoa que fica e que no convívio constantemente está rejeitando aquele bem que ele quer dar. Isso é tremendo, é tremendo.

Vou dizer uma coisinha que não tem nomes e isto o senhor não vai repetir, eu sei que o senhor é muito prudente, muito cauto .../...

Mas se a gente pudesse passar por cima da prudência e por cima do dom de conselho, meu Deus do Céu! Eu acho que, desde o Pe. Gervásio, passando por todos da primeira fileira aqui, até o mais novinho, sairiam estarrecidos, porque o sofrimento dele é de estarrecer.

D. Os dois filões dentro da Ordem Carmelita, na época de Santa Teresa


No libelo "Quia nominor provectus" (pp.147,148), Ramón León transcreve uma tese de doutoramento na Pontifícia Universidade Gregoriana, na qual o Pe. Ildefonso Moriones sustenta que “após a morte de Santa Teresa houve uma luta na Ordem, entre os que queriam seguir o espírito da Fundadora, e os que queriam voltar ao ‘rigor’ primitivo, antes da reforma teresiana”.

Segundo o amotinado, “tão clara e expressiva é esta curta descrição, bem como as analogias com nossa situação interna, que nos dispensamos de a comentar”.

Mas bem analisado o estudo do Pe. Moriones, aquilo constitui uma censura aos joaninos.

Com efeito, as caraterísticas dos maus são as seguintes:





E. Nas ordens religiosas, a eleição dos superiores é feita conforme os respectivos Estatutos


Trechos do processo jurídico movido por Nelson Tadeu e 51 litisconsortes contra a TFP:


Tendo em vista que a TFP, enquanto associação particular de fiéis católicos desenvolveu largamente em seu interior (...) formas especiais de vida como as dos “eremos” e “camáldulas”, aplica-se a ela por analogia o que acontece nas Ordens e Congregações religiosas (...): nestas é necessária a eleição dos superiores pelas respectivas comunidades, realizada por diversas formas de representação ou de consenso e inclusive por escrutínio entre os membros do instituto, conforme as respectivas Constituições.


Precisamente as Constituições regulam as eleições dentro das Ordens Religiosas, como os Estatutos regulam as eleições dentro da TFP.










IV. Silenciamento de trecho de um documento de Dr. Plinio que desfavorece a revolta


Das várias vezes que JC falou em público, em auditórios da TFP, do testamento que Dr. Plinio redigiu em 10/1/78, nenhuma vez se referiu à parte onde o SDP manifesta suma confiança em três Provectos --pois lhes lega direito sobre todas suas obras, documentos e papéis.

Embora do ponto de vista jurídico o documento perdeu a validade, do ponto de vista moral tem muito peso.

A seguir o trecho referido. Observe o Leitor o cuidado e o afeto com que Dr. Plinio designa a Dr. Luiz:


Deixo para meus amigos Luiz Nazareno de Assumpção Filho (que também se assina Luiz Nazareno Teixeira de Assumpção Filho), Eduardo de Barros Brotero e Caio Vidigal Xavier da Silveira, em partes iguais, todos os meus outros bens (sejam móveis ou imóveis, dinheiro, créditos, direitos, inclusive de autor, ou documentos, papéis, etc.)





V. Instrumentalização de palavras de Dr. Plinio para censurar às TFPs Americana, Alemã e Francesa


"Jour-le-jour" 28/9/97:


Um ponto ainda mais e eu acho que com isso nós passamos para a parte seguinte, que é sui generis, mas é também um profetismo que ele [SDP] faz em 91:


(Sr. -: O senhor tem tido mais --nós comentamos isso num "MNF"-- "feelings" proféticos ultimamente do que de costume, muito mais, não é?)

Que a situação está toda [caele movimentum sunt de terrae?].Eu acho que o plano deles, está parecendo, não tenho certeza, mas o plano deles é de fazer essa transformação toda jeitosamente, e sem que se possa fazer nada.

(Sr. -: Uma intervenção do demônio já?)

Eu acho que o demônio não está querendo intervir já. Quer dizer, não das grandes intervenções. Ele quer ficar escondido, e criar uma situação de ditadura de grupelho e uma superpotência de um, e aí começar a matar quem não estiver de acordo.

Tenho a impressão que ele se jogará na bagunça sem encontrar oposição muito forte.


Subtítulo: O demônio fará o possível para atrapalhar a vida de três grupos: França, Alemanha e Estados Unidos


(Sr. -: Então, de repente a coisa não dá certo e ele, então, põe toda a força dele contra o senhor.)

Aí sai uma frase que fica solta, porque depois mudam o assunto, desviam o assunto e não se pode aprofundar.


Agora, acho que para isso ele fará o possível para atrapalhar a vida de três grupos: França, Alemanha e Estados Unidos. Porque é por onde a oposição pode vir.

Quer dizer, ele julga que nesses países a oposição contra a obra dele é que pode se levantar para tentar esmagar a obra dele (1).


Comentários

  1. Por “coincidência”, na época em que JC disse isto e apresentou esse texto de Dr. Plinio, no “pátio” essas 3 TFPs eram vistas como “opositoras” a JC.


*


No dia seguinte, 29/9/97, no ANSA, JC retoma o assunto:


Eu queria fazer uma comunicação, porque terminada a reunião de ontem do JxJ de manhã nós fizemos uma conversa aqui, como normalmente acontece, e o Sr. Paulo Martos levantou um problema por onde eu via que ele não tinha entendido uma afirmação feita pelo Sr. Dr. Plinio. Depois, conferindo, outros também não entenderam.

A afirmação é muito importante, e nos leva a rezar mais especialmente por esses três grupos e por essas três nações.

O Sr. Dr. Plinio dizia num jantar de sábado de 21 de dezembro de 91... Até o subtítulo que foi colocado pelo datilógrafo interpretou bem o que significava o que o Sr. Dr. Plinio queria dizer: "O demônio fará o possível para atrapalhar a vida de três grupos: França, Alemanha e Estados Unidos."

O Sr. Mário Navarro diz:


(Sr. M. Navarro: De repente a coisa não dá certo e ele [o demônio], então, põe toda a força dele contra o senhor.)

Agora, acho que para isso ele fará o possível para atrapalhar a vida de três grupos: França, Alemanha e Estados Unidos.


Ou seja, o Sr. Dr. Plinio acha que a Revolução, os adversários, o demônio, procurariam atrapalhar esses três grupos: França, Alemanha e Estados Unidos.

Porque é por onde a oposição pode vir.


Ou seja, é por onde o demônio, é por onde a Revolução --e foi a explicação que eu dei para o Sr. Paulo Martos aqui na roda após a reunião--, é por onde os adversários podem levantar um estrondo externo contra esses três grupos.Isto ele dizia em 91, mas disse em outras ocasiões também. Era os pontos em que ele mais temia que a Revolução levantasse algo contra a obra dele nesses três lugares: na França, na Alemanha e nos Estados Unidos.

Isto foi dito e um ou outro não entendeu direito porque foi dito muito de passagem talvez. Eu queria deixar bem claro de que se trata de algo que nos leva a rezar mais especialmente para que Nossa Senhora defenda esses três grupos, enquanto obra do Sr. Dr. Plinio nesses três lugares, contra a ação externa do demônio, da Revolução, dos adversários, etc.

Era só isso.





VI. no tocante às profecias do Beato Palau


"Jour-le-jour" 26/3/97:


El Ermitaño, Barcelona, 22/12/1870, n°111, pg. 4

No se levantarán los reyes católicos sin que sea revelado a la luz del dia y entregado a la execración pública el hijo de perdición, que ahora obra seguro en las tinieblas de la incredulidad nuestra: y no será un rey católico quien le descubrirá, sino Jesus el mismo "quem Dominus Jesus", Jesus por Elias Tesbites, Jesus por el Moises de la ley de gracia, y con Jesus, con el nuevo Moises, se levantaran de sus sepulcros Josue, Debora, Gedeon, San Fernando, San Luis, esos grandes principes, que la Providencia tiene escondidos en los destierros, y que se preparan para entrar en lucha a una señal, que el cielo les dará. [Aplausos]


(...)

(Vicente Nunes: O Sr. Aluízio Torres contou, quando esteve agora aqui, que o Sr. Fernando [Gonzalo] quando leu esta parte aqui no auditório ele saltou, porque era tão incompreensível que retornasse o Moisés da Lei e da Graça assim, que...)

Não, eu acredito que tenha saltado porque nós mais ou menos combinamos. Eu disse:

-- Olhe, vai ter gente que vai levantar problema. Porque como é que é possível que o Moisés da Lei e da Graça esteja no sepulcro? Tem qualquer coisa que não está explicado aqui.

Eu me lembro de ter conversado isso com o Sr. Fernando Gonzalo, porque era inexplicável.

-- Como é que o Moisés da Lei e da Graça vai se levantar do sepulcro junto com Josué, Débora, Gedeão, São Fernando, São Luís? Olhe, isso aqui vai dar problema. Acho que é melhor o senhor ler a partir daqui.

Eu me lembro de termos conversado, porque de fato como é que é isso? Mas é verdade, o senhor tem razão.


Comentários:































VII. no tocante às profecias de Sóror Isabel do Santíssimo Sacramento


O texto do "jour-le-jour" 20/6/97, datilografado, revisado e difundido por bases de JC, não corresponde ao conteúdo da fita respectiva. Por sua vez, o texto e a fita, não correspondem ao que realmente disse Sóror Isabel.

Para facilitar a comparação, começamos transcrevendo a parte do texto do "jour-le-jour" que coincide com a fita. No inicio das discordâncias, abriremos três colunas, usando letras pequenas, para facilitar a comparação.



Trata-se de uma Sóror que tem o nome de Sóror Isabel do Santíssimo Sacramento. (...) Diz ela:

Nasci no ano de 1832, no dia 19 de novembro ...

Dia da Primeira Comunhão do Sr. Dr. Plinio.

... às doze da noite, num pequeno povoado da Mancha, chamado Cabañas, que dista um légua de Ocaña, e outra de Yepes. Fica entre Ocaña e Yepes. E pertence ao arcebispado de Toledo.


Infelizmente eu não li a vida dela. Tenho tanta coisa para ler. (...) Ela tem processo de beatificação já em andamento. É uma clarissa. É o máximo que eu posso dar de história para os senhores, dos meus parcos conhecimentos a respeito dela. Porque não me aprofundei na vida dela; fui direto nas profecias, porque me interessavam mais. (...)

Mas creio que o mais interessante vem aqui. É uma visão que ela teve em 25 de abril de 1859. Diz aqui:


"Será o pastor ferido, e conduzido ao sacrifício como um inocente cordeiro. E qual outro Isaac, carregará, com a lenha do sacrifício, para ser imolado, para remediar seu amado povo (1)."


Ela tem idéia de três Isaacs: o primeiro, histórico; o segundo, Nosso Senhor Jesus Cristo; e o terceiro, que está por vir (em relação ao tempo dela).


(Sr. -: [25 de abril] é o dia de Mater Boni Consilii.)

Ah, é verdade. É o dia de Mater Boni Consilii, devoção que disse ao Sr. Dr. Plinio que ele cumpriria a missão dele.Bem, ela fala de rebeldia, de ingratidão espantosa, fala dos castigos, etc., e depois diz isso:


Texto do "jour-le-jour"


"Será o pastor ferido, e conduzido ao sacrifício como um inocente cordeiro. E qual outro Isaac, carregará, com a lenha do sacrifício, para ser imolado, para remediar seu amado povo. Resignado na vontade de seu pai, caminhará alegre ao sacrifício. Mas as ovelhas se dispersarão (2) como na noite de minha Paixão. Mas entende que aquela que lhe deve mais a seu bom pastor, essa lhe fará maior traição."




JC: Quer dizer, aquela que mais deveria gratidão ao seu bom pastor, essa é a que vai mais trair. Então, há na profecia uma ovelha que trai mais do que as outras, e que era a que devia mais gratidão (3).



"E aquela outra que lhe tenha sido mais ingrata e desconhecida a seu amor, caminhará com ele ao sacrifício (4). Mas depois ver-se-ão as vitórias e triunfos desse terceiro Isaac, em toda a face da terra. E cantarão, os filhos de paz, as misericórdias do Senhor. Porque já passado o dia da treva, esperar-se-á o céu da noite clara. E àquela luz que não tem sombra permanecerá o homem tão fixo, como os astros estão no firmamento.



JC: E agora vem o que os senhores vão entender com toda a facilidade.

"Já os ossos que jaziam, nos dias do terror, estéreis e

sepultados na mansão

dos mortais, se

levantarão revestidos de nova vida." [Aplausos.]

Fita:


"Mas será o pastor ferido, e conduzido ao sacrifício como um inocente cordeiro. E qual outro Isaac, carregará, com a lenha do sacrifício, para ser imolado, por remediar seu amado povo. Mas, resignado na vontade de seu pai, caminhará alegre ao sacrifício. Mas as ovelhas “se descarrillarán” --“se descarrillarán” é

se espalharão”—- (2) como na noite de minha Paixão. Mas entende que aquela lhe fará mais traição que lhe devesse mais a seu bom pastor”.



JC: Quer dizer, aquela que mais deveria gratidão ao seu bom pastor, essa é a que vai mais trair. Então, há na profecia uma ovelha que trai mais do que as outras, e que era a que devia mais gratidão (3).



"E aquela outra caminhará com ele ao sacrifício que lhe tinha sido mais ingrata e desconhecida a seu amor (4). Mas depois ver-se-ão as vitórias e triunfos desse terceiro Isaac, em toda a face da terra. E cantarão, os filhos de paz, as misericórdias do Senhor. Porque já passado o dia da treva, se esperará ao céu da noite clara. E àquela luz que não tem sombra permanecerá o homem tão fixo, como os astros no firmamento estão.


JC: E agora vem o que os senhores vão entender com toda a facilidade.

"Já os ossos que jaziam, nos dias do terror, estéreis e sepultados na mansão

dos mortais, se levantarão revestidos de nova vida." [Aplausos.]

Original:


Mas será el pastor herido y conducido al sacrificio, como inocente cordero; y cual otro Isaac cargará con la leña del sacrificio, para ser inmolado para remediar su Amado Pueblo; pero resignado en la voluntada de su Padre caminará alegre al sacrificio, mas las ovejas se descarriarán (2) como en la noche de mi Pasión. Pero entiende que aquella le hará más traición que le debiere más a su buen pastor (3);













y aquella otra caminará con él al sacrificio que le haya sido más ingrata y desconocida a su amor (4): mas después se verán las victorias y triunfos de este tercer Isaac en toda la redondez de la Tierra, y cantarán los hijos de paz las misericordias del Señor; porque ya, pasado el dia de la tiniebla, se esperará al cielo de la clara noche; y en aquella luz que no tiene sombra permanecerá el hombre tan fijo, como los astros en el firmamento están.






Ya los huesos que yacian en los dias del terror estériles y sepultados en la mansión de los mortales, se levantarán revestidos de nueva vida;



































JC: Os senhores entenderam fácil, hein! Isto, até agora, não se deu. Não houve nenhuma ressurreição assim, de gente que sai do túmulo, como ela diz aqui. E depois está bem claro. Não é aquele claro-obscuro de profecia; está bem claro:


"Já os ossos que jaziam, nos dias do terror, estéreis e sepultados na mansão dos mortais, se

levantarão revestidos de nova vida. E, cobrindo-se de nova pele, não serão chamas estéreis, porque adquirida já uma robustez saudável, começarão a dar fruto com profusão, na vinha do Senhor (5).

"Todas estas coisas que te digo, filha, não as entendes agora; mas depois que as vejas, entenderás. Embora recebas luz para entender e escrever muitas de minhas palavras, outras ficarão ocultas, até que seja a minha vontade esclarecer, para que entendas que não serás mais do que aquilo que me agrade [...]. E embora eu, enviando-te a luz, possa declarar-te muitas coisas, te deixarei nas trevas da ignorância, para que te confundas e humilhes em teu próprio nada. Pois, filha, do nada saístes, e ao nada te hás de voltar, quando eu esconda minhas luzes de teu coração."




-(Vicente Nunes: O senhor saberia dizer dessa parte que fala do pastor...)

JC: É obscuro. Vem dizendo o seguinte. Deixa eu ler tudo















JC: Os senhores entenderam fácil, hein! Isto, até agora, não se deu. Não houve nenhuma ressurreição assim, de gente que sai do túmulo, como ela diz aqui. E depois está bem claro. Não é aquele claro-obscuro de profecia; está bem claro:


"Já os ossos que jaziam, nos dias do terror, estéreis e sepultados na mansão dos mortais, se levantarão revestidos de nova vida. E, cobrindo-se de nova pele, não serão chamas estéreis, porque adquirida já uma robustez saudável, começarão a dar fruto com profusão, na vinha do Senhor (5).

"Todas estas coisas que te digo, filha, não as entendes agora; mas depois que as vejas, entenderás. E se bem receberás luz ao escrevé-lo para entender muitas de minhas palavras, outras ficarão ocultas, até que seja a minha vontade esclarecer, para que entendas que não serás mais do que aquilo que me agrade [...]. E quando eu, enviando-te a luz, poderia declarar-te

muitas coisas, te deixarei entre as trevas da ignorância, para que te confundas e humilhes em teu próprio nada. Pois, filha, do nada sois, e ao nada te hás de voltar, quando eu esconda minhas luzes de teu coração."



-(Vicente Nunes: O senhor saberia dizer dessa parte que fala do pastor...)

JC: É obscuro. Vem dizendo o seguinte. Deixa eu ler tudo.


























Ya los huesos que yacian en los dias del terror estériles y sepultados en la mansión de los mortales, se levantarán revestidos de nueva vida; y cubriéndose de nueva piel, no serán llamas estériles; porque adquirida ya una robustez saludable empezarán a dar fruto con profusión en la viña del Señor (5).

Todas estas cosas que te hablé, hija, no las entiendes ahora, mas después que las

veas las entenderás; que si bien recibirás luz al escribirlo para entender muchas de mis palabras, otras se te harán ocultas hasta que sea mi voluntad de aclarar, porque entiendas que no serás más que aquello que a mi me plazca seas en la estimación del mundo; y que cuando yo, enviándote la luz podria declararte muchas cosas, te dejaré entre las tinieblas de la ignorancia, te confundas, y humilles en tu propia nada, pues hija de la nada eres y a la nada te has de volver, cuando yo esconda mis luces de tu corazón.























Será o pastor ferido, e conduzido ao sacrifício como um inocente cordeiro. E qual outro Isaac carregará, com a lenha do sacrifício, para ser imolado, para remediar seu amado povo. Resignado na vontade de seu pai, caminhará alegre ao sacrifício. Mas as ovelhas se dispersarão como na noite de minha Paixão (6). Mas entende que aquela que lhe deve mais a seu bom pastor, essa lhe fará maior traição.

"E aquela outra que lhe tenha sido mais ingrata e desconhecida a seu amor, caminhará com ele ao sacrifício (7) Mas depois ver-se-ão as vitórias e triunfos desse terceiro Isaac, em toda a face da terra."





















JC: Tá claro? Enfim, aí está o que eu tinha dito que ia trazer. (...) Mas, como toda profecia, tem seus lados obscuros, seus lados meio incompreensíveis (8), se bem que algumas coisas sejam tão claras que a gente gostaria de passar a noite aplaudindo.





















Será o pastor ferido, e conduzido ao sacrifício como inocente cordeiro. E qual outro Isaac,

carregará, com a lenha do sacrifício, para ser imolado, por remediar seu amado povo. Mas resignado na vontade de seu pai, caminhará

alegre ao sacrifício.

Mas as ovelhas se espalharão como na noite de minha Paixão (6). Mas entende que aquela ...


JC: ... eu vou ler em espanhol ...


pero entiende que aquella le hará más traición que le deviere más a su buen pastor.



JC: Quer dizer, aquela que devia mais a seu bom pastor, é a que mais o trai.


"Y aquella otra caminará con él al sacrificio que le haya sido más ingrata y desconocida a su amor.



JC: Quer dizer, a que foi mais conhecida, mais ingrata, é a que caminhará com ele (7).


Mas depois se verão as vitórias e triunfos desse terceiro Isaac, em toda a face da terra”.



JC: Tá claro? Enfim, aí está o que eu tinha dito que ia trazer. (...) Mas, como toda profecia, tem seus lados obscuros, seus lados meio incompreensíveis (8),se bem que algumas coisas sejam tão claras que a gente gostaria de passar a noite aplaudindo.

















































Comentários:

  1. O pastor se oferece em holocausto para remediar o estado em que se encontram seus discípulos. Mas segundo JC, o falecimento de Dr. Plinio não teve relação com as infidelidades dos membros do Grupo (cfr. Capítulo 1).

  2. Descarrillarán” em espanhol não equivale a “espalharão” nem a “dispersarão” em português. “Descarrillar” é sair dos trilhos, sair da via.

  3. JC introduz confusão, pois afirma (no texto do "jour-le-jour" e na fita) que a ovelha que fará maior traição seria “aquela que mais deveria gratidão”, “a que devia mais gratidão”. No original, Sóror Isabel disse que seria aquela que “que le debiere más a su buen pastor”.

  4. Aí está a ovelha fiel: “aquella otra caminará con él al sacrificio que le haya sido más ingrata y desconocida a su amor”. Ela tem 3 caraterísticas: a) era a mais ingrata, a que menos correspondia à graça; b) era desconhecida ao amor do pastor, quer dizer, enquanto o amor do pastor pela ovelha que traiu era público, notório, à vista de todo mundo, o amor pela ovelha que foi fiel era discreto, passava desapercebido; c) não obstante, na hora em que o pastor foi ao sacrifício, ela virou fiel, porque caminhou junto com ele, o acompanhou, não o abandonou, não se alegrou com a morte do pastor...

  5. Tanto no texto, quanto na fita e no original está claro que, “os ossos” que permaneciam “estéreis” num primeiro período, “começarão a dar fruto com profusão” depois dos “dias do terror”. Segundo os joaninos já estamos nesse segundo período; o terceiro Isaac já ressuscitou ... dentro do coração de JC. Daí o “êxito” das apresentações de Fátima, dos congressos de neo-cooperadores, etc.

  6. No texto do "jour-le-jour" disse “dispersarão”. Na fita: “espalharão”. No original: “descarriarán”.

  7. O texto do "jour-le-jour" nessa parte confere com o original: a ovelha que acompanha ao pastor ao sacrifício é aquela que era desconhecida ao seu amor. Na fita, JC primeiro lê certo: “desconocida a su amor”; mas imediatamente depois, ao comentar esse parágrafo, introduz confusão e troca pelo termo contrário: será “a mais conhecida”.

  8. A parte da profecia que para JC teve lados obscuros e meio incompreensíveis é a que carateriza a ovelha fiel e a ovelha traidora. Coincidência?